Luan
Arleyde me olha puta da vida. Se fosse possível talvez agora estaria saindo fogo por todos os buracos possíveis da sua cara.
-uma hora ou outra isso iria acontecer. Eu juro que ia falar primeiro contigo e com o pessoal do escritório, inclusive eu tinha combinado hoje exatamente isso com a Marina, comunicar a vocês e depois assumir, mas quando eu vi ela e o Fred ali, trocando carinhos foi impossível me controlar-começo minha explicação-olha pra gente Lelê, se você não ver felicidade em nós três eu te juro que apago a foto e digo que foi um hacker-fico em silêncio e ela também-não queremos mídia, não estamos juntos pra alavancar a carreira do outro, estamos juntos porque nos gostamos, a gente segue o mesmo ritmo e ao mesmo tempo ritmos diferentes, eu amo ela, a pele dela, os acertos, os erros, o coração bondoso e o mais importante, eu amo os defeitos que eu estou descobrindo que ela tem-sorrio e tenho certeza que a Marina faz o mesmo, porém não me viro pra olha-la-pra que esconder dos meus fãs algo que está tão na cara, algo que não conseguimos controlar porque é mais forte que nós?-questiono-eu quero que todos saíbam o quão romântico eu sou quando se trata da Marina, quero poder beija-la na frente das pessoas sem medo de algum paparazzi soltar a notícia antes da gente, eu quero poder abraça-la ao descer do jatinho e falar pra ela na frente de todos 'segura minha mochila amor', não briga comigo não, deixa a gente ser feliz do nosso jeito deixa?
-ok, ok. Me desculpem, mas você sabe como eu fico quando faz as coisas sem falar comigo antes e parece que você faz de propósito só pra me irritar-me dá um tapa e eu dou risada, ganhei ela na conversa-vocês podiam ter sido capa..-ela começa
-eu já disse que não quemos mídia, eu não quero faturar com esse namoro, eu só quero viver-dou de ombros
-mas isso é inevitável
-depois falamos disso Lelê, deixa eu curtir aqui um pouco, o projeto foi um sucesso na gravação e na internet, estão todos comentando, eu estou feliz e ponto final
-tá bom cabeça dura-me abraça voltando a ser a Lelê amorosa-pelo menos arrumou alguém que gosta de você pelo que você é e não pelo que você tem-ela diz olhando a Marina que sorri também baixando a guarda
Depois de me soltar da Arleyde, abraço a minha loira baixinha e tiro ela do chão.
-agora pode me beijar em qualquer lugar que estivermos-ela diz baixinho em meu ouvido
-pode ter certeza que eu não vou hesitar em fazer isso-sorrio em seu pescoço e ela se arrepia com o contato direto
Distribuo alguns selinhos em seus lábios e me afasto. Cumprimento os amigos dela e ela faz o mesmo já que ainda não tinha feito.
Saío em direção a cozinha e abraço a Tânia que começa a separar uns temperos.
-por que não foi?-pergunto abraçado com ela
-minha filha não estava muito bem
-ta doente?-olho ela que realmente está meio abatida, me parece cansada de uma noite mal dormida
-está grávida-sorriu agora um pouco animada-ela estava mal, levamos ela ao hospital e os exames comprovaram
-ta feliz?-pergunto antes de parabeniza-la
-sim, muito-ela se anima-é um presente de Deus, tá dando trabalho, mas é uma bênção
-parabéns vovó-aperto ela muito forte-primeiro netinho, que venha com muita saúde e sirva pra unir cada vez mais a sua família viu-me aperta de volta
-obrigada
-qualquer coisa aí precisar fala comigo, sempre foi assim não seria diferente agora-sorrio e ela também
Fico ali com ela por mais alguns minutos, mas logo saío atrás do meu pai que assim que chegamos estava de cara feia, eu queria saber o motivo.
Escuto a voz dele vindo do escritório, a porta está meio aberta e assim que me aproximo mais escuto ele falando com a minha mãe.
-ele não vai a lugar nenhum-ele responde firme e eu mesmo sabendo que é feio fico ouvindo a conversa
-ele vai sim, se tocou no coração dele, ele vai-minha mãe diz nervosa
Olho pro corredor e penso em sair dali, porém eu escuto meu nome no começo da fala do meu pai e paro pra escutar.
-o Luan foi um homem quando estava com a Alicia, ela o fez crescer e ter atitudes de homem já que não dava a ele a atenção igualmente a que você dava, mas agora com a Marina, ele está se descobrindo novamente, ele voltou a fase que ele era um adolescente e parece que se apaixonou pela primeira vez na vida, eu não estou reclamando disso, ela faz ele feliz e isso que importa, eu gosto muito dela e da pessoa que ela é, mas ele não tem mais responsabilidades dentro de casa, antes ele tinha uma casa pra tomar conta, uma empregada pra pagar, comida pra colocar dentro de casa, dar os luxos a esposa dele, pagar contas, saber se organizar, ele não tem isso mais depois que voltou, tudo sou eu aqui nessa casa
-você?-minha mãe pergunta e com o seu tom de voz sinto que está sendo irônica-não sei se você se lembra, mas quem sustenta não só a casa, mas toda a nossa família é o Luan, tanto eu, como você, como a Bruna temos cartões pra comprar o que quiser porque ele nos ofereceu essa rigalia, temos dinheiro no banco porque ele deposita, temos o luxo que temos porque ele banca, tudo bem que largou tudo pra viver essa vida com ele, que agora você trabalha e e merece um reconhecimento por isso, mas eu também larguei tudo e eu não me importo com os bens materiais que meu filho me concede, eu viveria sem esse luxo numa boa, mas o nosso filho nos proporciona isso. O Luan voltou a morar aqui depois que se separou porque ele confia na gente, ele quer o nosso carinho, o nosso apoio. A Marina é uma menina doce e ao mesmo tempo durona, ela sabe diferenciar as coisas e faz com que o Luan seja homem quando precisa e um menino nos momentos de descontração deles. Você está levantando coisas que não tem nada haver com o assunto-ela silencia por alguns segundos-Se o Luan pediu pra ajudar as pessoas de rua no dia de hoje foi porque algo tocou o coração dele, ele não está desperdiçando dinheiro como você disse, as pessoas que estão lá são seres humanos, merecem um prato de comida, merecem sentir atenção e um pouco de carinho. Não importa qual o motivo que o fez pensar assim, o que importa é que ele é generoso e sabe usar o dinheiro que ganha pro bem. Eu não me importo que fique de cara feia, porque o orgulho que eu tenho dele e do ser humano que ele é me faz sorrir sem parar-minha mãe encerra a conversa e eu permaneço parado
Então é isso, meu pai não me acha um homem. Meu pai não me acha um ser humano capaz. Ele acha que eu não sei lidar com as responsabilidades. Quantas vezes eu terei que provar a ele que sou bom, que eu sou capaz?
-me desculpa, você está certa..-meu pai começa, mas não quero mais bisbilhotar aquela conversa
Respiro fundo e saío dali. Quando subo o primeiro degrau escuto o Rober me chamar.
-fala Rober-digo e ele me olha estranhando
-quer conversar?
-sobe ai-continuo o meu caminho
Sou seguido por ele até o meu quarto e me jogo na cama. Ele encosta a porta e se senta no sofá que eu tenho ali.
Conto a ele a conversa que ouvi da minha mãe com meu pai e ele, assim como eu, fica surpreso pela atitude do meu pai.
-eu quero me mudar, quero provar pra ele que eu sei ter responsabilidades até quando estou sozinho
-vai se mudar pra onde?-ele questiona
-ainda não sei, mas estamos aplicando um pouco do dinheiro em imóveis, tenta saber pra mim um desses lugares, uma casa, algum apê, me ajuda-peço aflito
-vou fazer, vou dar um jeito, fica de boa por enquanto
-vou ficar-respiro fundo
-ainda vai levar comida nos pontilhões?
-vou, quando minha vó estava morrendo ela me fez prometer a ela que eu jamais seria mesquinho, que eu seria bom pras pessoas, que eu iria ajudar sempre que eu pudesse, eu vou cumprir testiba, nem que pra isso eu tenha que bater de frente com meu pai
-quero ir também-avisa
-vamos todos, acho que a Marina vai chamar os amigos, e eu vou precisar de você e do Well, infelizmente não posso me expor tanto e ficar sem proteção
-vai falar com ele sobre isso?
-não-nego com a cabeça
Encerramos o assunto e descemos. A Marina ao ver minha cara me questiona com o olhar, mas ignoro e abraço ela pela cintura.
-ei-ela diz discretamente
-depois a gente conversa-beijo sua bochecha-tem cerveja gelada Tânia?-grito e a Marina me dá uns tapas
-não grita no ouvido dela tadinha-a Tânia retruca defendendo a loira
-ah não, até você Tânia-reviro os olhos enquanto todo mundo ri
-ih boi, desencana, você perdeu, todo mundo prefere a Marina, inclusive sua mãe e sua irmã-Breno me alfineta
-o que tem eu?-minha mãe chega disfarçando a cara de choro e passa despercebida por todos menos por mim
-Xumba eles estão dizendo que você gosta mais da Marina do que de mim, fala pra eles que eles estão errados, que você não me troca por nada-falo sério
-posso até falar, mas vou estar mentindo-ela zomba comigo
-caralho to sem moral nenhuma mesmo-solto a Marina e vou até o frizzer, vendo que está cheio de bebida
-amor eu não fiz nada, eu prefiro você-escuto ela dizer e eu me derreto todo
-aproveita que ela não é esse mel sempre não viu-Mario zoa ela, que faz cara feia
-não mesmo-a Hellen concorda
-eu sei-afirmo e eles voltam a rir
-chega né?-minha namorada revira os olhos
Minha mãe segue pra cozinha e eu vou atrás dela dando um gole na minha cerveja.
-conseguiu acertar tudo?-pergunto assustando ela que estava de costas
-que susto menino-me dá um tapa-sim, fechei com um restaurante caseiro aqui no Alphaville mesmo, eles conseguem no máximo 60 marmitas pra hoje a noite, mas não vai sair barato-ela avisa
-eu tenho tanto dinheiro mãe, se eu gasto quase cinco mil em um celular, por que não posso gastar um pouco com comida pra quem não tem?-questiono-eu não quero ser mesquinho, não quero ser ruim, eu quero fazer o bem, semear o bem
-eu sei que sim, e eu me orgulho disso
-eu prometi pra vó Manu que eu ajudaria as pessoas, e eu vou cumprir
-eu sei que sim-ela se emociona e eu a abraço-agora sai, vai mexer com a churrasqueira que eu vou preparar algo pra vocês comerem de acompanhamento
-obrigada-beijo sua bochecha
Volto pra parte de fora e todos estão com cervejas nas mãos e divididos entre homens em um canto e meninas. Por incrível que pareça o Mario não está com as meninas.
Antes de seguir até a churrasqueira, olho em direção a ela e vejo meu pai ali. Ele sorri ao ver eu olha-lo e me chama. Dou um gole grande na minha bebida e depois de respirar fundo eu sigo até ele.
-que horas vão entregar as marmitas?-ele pergunta curioso
-ainda não sei, vou ver com o pessoal, acho que vamos todos
-eu quero ir também-ele diz-quero ajudar e também não posso te deixar sozinho, nunca se sabe né?!
-eu não quero que vá, eu escutei sua conversa com a Xumba agorinha-solto sem querer-nem todo mundo é ruim como o senhor imagina, nem todo morador de rua é bandido e sem caráter, se coloca no lugar deles-ele abaixa a cabeça-eu sempre passei por aqueles viadutos e sempre fechei os olhos para aquelas pessoas, a Marina me fez sim abrir os olhos e ver aquela situação, mas a ideia foi minha é juntos vamos colocar em ação, eu não faço mais que a minha obrigação, eu sei que acha que estou agindo feito um adolescente apaixonado, mas na verdade eu estou sendo mais homem que o senhor-desabafo e saío dali
Eu sei que fui um pouco grosso, porém ele precisava ouvir. Ser mesquinho nos leva a miséria de espírito e eu não quero meu pai seja assim.
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Chove, chove chuva🎶
Pensa num torró que tá caindo aqui 😞
Tenho medo, então nem vou escrever muito.
Beijoooos de batom vermelho 💋
Seu Amarildo nem tem q reclamar de nada, o dinheiro é do Luan..
ResponderExcluirBem feito! Precisou disso mesmo, o dinheiro é do Luan e ele nao tem nada haver.
ResponderExcluirQue tapa na cara do Amarildo! Bem merecido. Que orgulho do meu pandinhaaaaaa. Tem o coração maior que o mundo. Quero logo o próximo Tati não me mate de curiosidade 🙏🏻
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