segunda-feira, 23 de julho de 2018

Capítulo 354 - Não pira

Luan

Havíamos acabado de chegar no Brasil, já estou me sentindo um moreno alto, bonito e sensual, de tanto sol que peguei nesses dias de viagem.

Passamos o Natal e Ano novo no Hawaii, lá conseguimos renovar as energias para mais um ano.

Algumas pessoas que viajaram com a gente, haviam deixado o carro no estacionamento do aeroporto e com a ajuda do Well foram saindo e seguindo caminho pras suas respectivas casas. Não sobramos muitos, ficou mais a nossa família e os amigos da Marina.

Duas vans aparecem no meio da pista de pouso pronta pra nos levar pra casa e eu agradeço, não vejo a hora de chegar na nossa casa, no meu banheiro, no meu vaso.

Nos acomodamos nas vans e na saída encontramos fãs que tentam um atendimento silencioso, elas pedem abraços e fotos enquanto cochicham.

-podem falar normal, as crianças estão com protetores no ouvido-Marina aparece na porta da van e as meninas pedem a atenção dela também
-vocês casaram de novo mesmo?-alguém pergunta
-sim-concordo animado e mostro a nova aliança
-aaaaah, que amor-elas dizem me fazendo rir
-já que dessa vez não pudemos convidar nenhuma de vocês pra irem no casamento, que tal eu jogar o meu buquê pra vocês?-Marina se anima com a ideia e as minhas meninas também, já que começam a falar alto-sem gritar e sem falar alto, se não as crianças vão acordar-ela é o mais amorosa possível
-desculpa-uma delas pede
-olha, o buquê é com flores de plástico-escuto a Bruna rir no fundo da van-o que eu realmente usei era verdadeiro, mas as flores morreram-minha esposa faz um bico fofo e eu percebo que eu acabo de perder minhas fãs pra ela-comprei esse especialmente pra jogar pra vocês-ela entra na van e pega o buquê
-as novinhas nem tente pegar em, aliás, deixa essa história de buquê pra lá, eu não deixo nenhuma de vocês casar-digo enciumado e cruzo os braços
-cala a boca-Marina não é nada delicada e faz todo mundo rir de mim-vou jogar logo, antes que alguém aqui acorde e abra o berreiro-ela diz divertida e se vira de costas pras meninas-no três em-ela fala um pouco alto e eu olho pros nossos filhos que nem se mexem
-vai logo-reclamo e ela me olha revirando os olhos-e eu pensei que tinham vindo me ver-reviro os olhos pras meninas
-já que o Luan não cala a boca, deixa eu descer-Marina empurra mais a porta da van e desce sem a permissão do Well que revira os olhos pra ela-não faça isso-ela briga com ele e nos faz rir-vou jogar rapidinho, porque precisamos ir tá?-ela cochicha com as meninas, mas eu escuto
-tá bom-todo mundo concorda

Marina conta até três e joga o buquê. Dá uma pequena confusão entre todo mundo, até uma das meninas mostrar que o buquê é dela é ninguém tira.

-vamos bater uma foto-Marina estica o celular pra mim

Dígito a senha e colocou na câmera. Ela fica entre as meninas e eu bato algumas fotos.

-pronto-chamo ela que sobe na van com a ajuda do Well
-obrigada meninas, principalmente por ficarem felizes pela nossa felicidade-Marima agradece e joga beijo pras elas e soltam suspiros

Volto a atender elas e depois de alguns segundos, Well pede pra que a gente vá embora. Me despeço de todo mundo e volto a me sentar ao lado da minha esposa.

-cansada?-passo meu braço pela sua nuca e ela deita a cabeça em meu peito
-sim, espero que eles durmam por mais algumas horas, eu só preciso de um banho bom e demorado
-te faço uma massagem depois do banho
-faz mesmo?-ela me olha com uma carinha safada
-eu falei massagem
-pode ser uma massagem no meu clitóris-ela diz normalmente e eu solto uma gargalhada alta, que faz a Laura acordar
-para papai-ela reclama e a Marina tampa minha boca
-dorme amor, papai não vai mais fazer barulho, prometo-Marina é doce como sempre e eu paro de rir alto e fico apenas a encarando

Laura tomba a cabeça pro outro lado e volta a dormir.

-não ri alto, é sério! Ela tá com protetor e mesmo assim te escutou-ela fala baixo
-parei prometo, mas não fala essas coisas-beijo seu pescoço
-parei, agora é sério, vai fazer massagem mesmo?
-vou, nos ombros e nas costas, se quiser mais é só avisar também-pisco pra ela que concorda com a cabeça
-Lari e o Felipe tão querendo vim morar em São Paulo-meu sogro diz alto chamando nossa atenção e percebo que ele deixa a minha mulher feliz
-é sério?-ela pergunta surpresa
-sim, eles estão vendo se conseguem um trabalho por aqui, uma casa e depois eles vem-o Cido não consegue conter a felicidade na voz
-posso ajudar em relação ao emprego-ofereço minha ajuda-meus pais conhecem vários médicos e donos de hospitais, podemos pedir uma chance a eles
-gosto da ideia-meu sogro responde animado
-e sobre a casa, por enquanto eles podem ficar no meu apartamento já que vocês às vezes usam o da Marina ao invés do meu-reviro os olhos
-eles não vão querer morar de graça no seu apartamento
-é só até eles acharem uma casa boa pra eles, sei que não vai ser pra sempre
-vou ver com eles e depois te falo
-vocês vão pra casa?-Marina pergunta manhosa
-vamos pro apartamento, aproveitar um pouco a dois-meu sogro responde
-Cido-minha sogra fica envergonhada e eu me seguro pra não soltar uma gargalhada alta-vão se virar bem sozinhos?-pergunta preocupada
-sim, agora que sei que eles se dão bem com o protetor de ouvido, vou usá-los-Marina responde sorridente
-avisa o Well que vão pro apartamento-peço, já que eles estão na frente
-já avisei-escuto umas risadinhas e faço o mesmo
-ok

Continuamos o caminho em silêncio e logo paramos na frente do prédio com o apartamento da Marina. Meus sogros dão beijos nas crianças e em seguida descem da van sem preocupação, apenas querendo se curtir.

Continuamos o caminho e deixamos a Bruna, Breno e o Bernardo. Logo em seguida param na frente da nossa casa.

-graças a Deus-suspiro

Marina se ajeita no banco e espera que eu levante, assim eu faço e pego a Laura no colo. Ela resmunga, mas não acorda, simplesmente me abraça e continua dormindo.

Me despeço dos meus pais e sigo até a porta, Marina abre ela e eu entro com a Laura. Subo as escadas e ando até o quarto da minha primogênita, deito ela na cama e a cubro com a coberta.

Volto a descer as escadas e encontro os três bebês confortos no chão da sala e ao lado algumas das nossas malas.

Saío e ajudo o Well e o meu pai a levar tudo pra dentro, quando isso acontece. Me despeço novamente deles e entro com a Marina.

-deixa as malas ai que eu subo depois-pego o bebê conforto com a Mariana e o Matheus que são os mais pesados
-eu te ajudo-ela boceja
-não, vamos colocar as crianças nos seus berços, você vai tomar o seu banho, eu vou te fazer uma massagem e eles provavelmente vão acordar pra mamar, ai enquanto você dá de mama, eu tomo meu banho e em seguida a gente dorme-beijo seu rosto
-não vamos fazer sexo?-ela cruza os braços e eu dou risada
-não, não vamos fazer sexo
-é porque eu ainda tô gorda né?-ela faz um biquinho-já entendi tudo-pega o bebê conforto com a Manuela e sai andando em direção a escada
-não tem nada a ver com isso Marina, para de loucura, é só porque estamos cansados-ando atrás dela achando graça das suas suposições

Ela sobe as escadas de pressa e eu tento acompanhá-la, mas é difícil.

Ando até o quarto dos gêmeos e encontro ela colocando a pequena no berço. Pego o Matheus e deito ele rapidamente no berço dele. Deito o bebê com a Mariana no chão e me aproximo da Marina.

-Sereia, para com isso, não tem nada a ver isso que tá imaginando-espero ela colocar a Manu no berço e viro ela pra mim, ela chora
-é isso sim, a dieta acabou e você mal me tocou
-você sabe que não é por isso, mal te toquei lá  na viagem, porque as crianças dormiam com a gente e quando tentávamos, algum deles acordava e hoje estamos cansados, foi uma viagem longa
-eu não estou cansada-ela me encara ainda chorando
-então vamos fazer sexo
-eu não quero mais Luan-encerra o assunto-eu mal me recuperei da gravidez da Mariana e já tive gêmeos, eu sei que meu corpo não é o mesmo, que ele já não te agrada, mas não se preocupa, eu vou fazer ele voltar a ser como era-ela se desvencilha de mim e sai do quarto
-só pode ser TPM-bato na minha própria testa

Olho meus pequenos dormindo e saio do quarto levando a Mariana. Deixo ela no quarto dela deitadinha em seu berço e ando até o nosso quarto, não encontro a Marina ali, mas escuto o barulho do chuveiro. Tento abrir a porta do banheiro, mas está trancada. Desisto por enquanto de tentar falar com a Marina e desço as escadas.

Subo todas as malas para os receptivos quartos, em seguida pego a bolsa das crianças e ligo às babás eletrônicas no quarto dos gêmeos e no quarto da Mariana.

Me deito na cama, conecto a babá de vídeo e fico olhando meus filhos dormirem, exceto a Laurinha, que já não precisa de babá eletrônica e de vídeo há algum tempo.

Alguns minutos depois Marina sai do banheiro com uma toalha enrolada no corpo.

-ei-tento chamar sua atenção, mas ela finge não ouvir e vai pro closet

Dou risada baixo pra não irrita-la.

Não é possível que ela realmente ache que seu corpo é um problema pra mim.

Ela enrola no closet, mas por falta de escapatória, ela sai vestida em um pijama e deita na cama ao meu lado, porém bem distante e de costas pra mim.

-é sério que vai ficar bolada por isso?-tento um diálogo-Marina deixa de infantilidade-sou mais firme e ela se vira pra mim
-não é infantilidade e você sabe disso
-então me diz o que é?
-me diz você que não quer transar comigo
-eu quero amor, só achei que você iria querer descansar-sou sincero-não foi pelo seu corpo que eu me apaixonei, foi pelo seu interior, foi pela sua personalidade, seus valores, por quem você é por dentro. O mais lindo de todo o seu físico são seus olhos, eles sim me encantam-ela me encara duvidosa-tá os seus peitos também-confesso, ela não aguenta e dá um sorrisinho-ah, não posso esquecer da preciosa-aponto pra suas partes íntimas e ela solta uma gargalhada gostosa-deixa de ser boba vai, quando burlamos a dieta na gravidez da Mariana você ainda estava gordinha e eu tava me fodendo pra isso, porque você é gostosa de qualquer jeito e não seria diferente agora. Você que está mal com seu corpo, eu não, eu te acho linda de qualquer jeito-sou sincero e ela parece perceber
-desculpa-faz um bico lindo-acho que estou de TPM-tomba a cabeça de lado
-não tenho o que desculpar, não brigamos nem nada, você que pirou o cabeção
-vamos fazer sexo agora?
-vamos sim, mas não tomei banho ainda
-não ligo-ela me puxa pra ela pela camiseta

Deito ela direito na cama e me deito sobre seu corpo. Agarro sua coxa de fora e aproximo minha boca da sua. Roço nossos lábios e quando penso em aprofundar o beijo, um chorinho na babá me faz sair de cima dela.

Olho na televisão e vejo que o Matheus acordou.

-não vamos fazer sexo agora-respondo sua pergunta novamente e ela se senta com a respiração um pouco pesada
-tudo bem, vou dá mama pros três enquanto você toma banho, depois você faz a massagem que me prometeu e a gente dorme, estou cansada-ela boceja
-é sério?-é a minha vez de ficar bolado
-sim-ela é firme na resposta
-aff-me levanto e ando em direção ao banheiro
-pelo jeito não sou só eu que estou de TPM-ela diz rindo

Coloco minha mão pra trás e mostro dedo do meio pra ela que ri ainda mais me chamando de infantil.

Entro no banheiro, tranco a porta, tiro a roupa e entro em baixo do chuveiro já ligado, dou risada do nada me sentindo super leve, eu sempre me sinto assim quando está tudo bem entre mim e a Marina e saber que sua crise de minutos atrás não afetou em nada na nossa relação, me deixou ainda mais leve.


(...)


Eu adoraria ficar pra sempre em casa, ajudando a Marina com as crianças, mas como não é possível, volto pra estrada depois de quase quatro meses fora e sinto um vazio, estava faltando eles.

-se anima vai-Testa tenta me animar quando entramos no jatinho
-só tô cansado, eu e a Marina passamos a madrugada em claro nos curtindo e quando estava quase dormindo, deu a hora de levar a Laura pra escola, eu fui e quando voltei os gêmeos e a Mariana estavam acordados, então tive que ajudar a Sereia, eu não dormi ainda
-mente pra você mesmo o quanto quiser, mas eu sei que está desanimado, porque teve que deixar a Mari e as crianças
-isso é óbvio, fica um vazio no coração-fecho os olhos me lembrando dos meus cinco sorrisos favoritos
-eu te entendo-ele responde rápido
-eu também-Cirilo diz pensativo-é estranho deixar as meninas depois de passar meses juntos por quase todos os dias
-é mesmo, mas precisamos trabalhar-tento parecer animado-além de amar minha família, eu amo a música e eu não acho que já esteja na hora de parar, então vamos trabalhar-esfrego minhas mãos uma na outra
-bora jogar truco-Rico, um segurança meu diz mostrando o baralho
-bora-concordo me animando de verdade e ficamos todos sentados de lado-eu e o negão-já escolho minha dupla, dos três ele é o melhor

Passamos a viagem toda até o Ceará jogando truco, consegui me distrair e relaxar um pouco.

Chegamos na cidade de Fortaleza e o sol tá de rachar. Coloco meu óculos de sol e desço logo depois do Well.

Algumas pessoas me esperam ali na pista de pouso e eu atendo todas com todo meu amor e saudade.

Depois de atender todos ali seguimos pra van e continuamos até os fãs que me esperam do lado de fora. Atendo o máximo possível enquanto escuto várias pessoas gritando o meu nome sem parar e logo o Well encerra o atendimento e seguimos em direção ao hotel.


(...)


Os shows foram acontecendo, os dias longes foram passando e uma agonia se instalando em meu peito.

Chego no hotel já se passa das sete da manhã depois de participar de um festival e me jogo na cama vestido mesmo.

Sei que a essa hora a Marina já deixou ou está deixando a Laura na escola. Espero dar a hora que ela costuma chegar em casa e disco seus números, mas a chamada cai na caixa postal. Espero mais alguns minutos, tento de novo e nada.

Ligo a internet e meu celular começa a travar de tanta notificação que chega. Quando ele se acalma, eu o pego na mão e abro meu whats. Tem mensagem da Marina ali dizendo que tentou ficar acordada pra assistir a transmissão do festival online, mas não conseguiu.

Logo em seguida vem uma mensagem de bom dia e muito amor. Por último ela me manda tomar banho pra dormir cheiroso.

Como faço tudo o que ela pede eu simplesmente arranco a roupa e entro no banheiro. Tomo um banho tranquilo e quando percebo que estou quase adormecendo em baixo do chuveiro, eu desligo o registro e saio enrolado em uma toalha.

Pego a minha mala e coloco sobre a cama, abro a mesma e procuro uma roupa confortável pra dormir, mas antes de encontrar, escuto meu celular tocando pelo quarto.

Procuro ele e o encontro embaixo da mala. Quase no último toque eu deslizo o dedo na tela e aceito a chamada que vem do celular do meu pai.

Ligação on 📲
-oi pai, o que foi que tá ligando essa hora?
-aconteceu uma coisa, mas não precisa se preocupar, está tudo sobre controle-ele diz calmamente, mas não me convence
-o que foi que aconteceu?-pergunto de uma vez e escuto ele suspirar-fala logo-arqueo o tom de voz
-não pira, se você pirar vai ser pior ok?
-fala logo pai, tô ficando nervoso-respondo aflito
-Marina sofreu um sequestro relâmpago-ele diz e o celular cai da minha mão










__________________________

Olá bebês 😏
Vocês estão bem?
Ive, queria dizer que você é muito incrível viu, obrigada pelas palavras viu meu amor ❤️
Vamos ao capítulo! Teremos um cantor pirando? Sim ou claro? 🤔
Tentarei voltar mais rápido pra não deixar vocês curiosos 😚

domingo, 15 de julho de 2018

Capítulo 353 - Um brinde a família

Marina

A primeira semana com os gêmeos e as minhas pequenas, foram os piores dias desde o nascimento dos meus caçulas.

Eu e o Luan viramos quase a semana toda sem dormir. Matheus acordava quase de hora em hora, quando ele dormia era a vez da Manuela acordar, quando ela dormia ou era o Matheus ou era a Mariana.

Apesar do ciúmes, Laura foi a nossa luz nesses dias, quando a Mariana chorava e eu e o Luan estávamos ocupados, ela levantava e seguia até o berço da pequena e cantava pra ela dormir. Às vezes funcionava e quando não funcionava, era hora dela nos chamar e ai sim ferrava. Sabemos que ela não tem obrigação, que é só uma criança, tentamos colocar isso na cabeça dela, mas não adiantou, ela escutava o choro da Mariana e despertava.

Depois da semana virada, meus pais perceberam o cansaço não só meu e do Luan, mas da Laura também e acabaram decidindo vim passar uns dias com a gente, o que foi muito mais que uma mão na roda, foram várias mãos.

Depois daquela primeira semana de terror, a segunda semana passou corrida e a terceira também, nossas horas eram todas voltadas aos nossos filhos e mesmo sem forças, cansados, dávamos tudo de nós. Luan já havia combinado que tiraria 3 meses de férias e só voltaria no carnaval, isso sem dúvidas foi incrível.

O dia da nossa viagem de final de ano chegou, Luan fretou um avião pra nos levar até o Hawaii e por sermos várias famílias juntas, conseguimos um belo desconto nas duas casas que alugamos lá.

Ao entrar no avião eu e o Luan nos certificamos que tem banheiro atrás e nos sentamos perto dele. Se eu precisar trocar a fralda de alguém estamos perto e se a Laura precisar ir ao banheiro, também.

Não fomos os únicos que tivemos essa ideia. Bruna, Luiza, Vanessa e a Larissa se sentam perto da gente e consequentemente perto do banheiro.

Prendo a Laura no banco ao lado do Luan e junto com a Mariana, eu fico sentada com os gêmeos, que nunca fizeram nenhuma viagem de avião.

Na hora da decolagem, Manuela abre o berreiro, assim como algum bebê na minha frente que não consigo decifrar de quem é.

Quando o avião para com a turbulência de decolagem, a Manuela volta a dormir e eu suspiro aliviada, já que nem com o choro dela o Matheus não acordou. Me levanto e solto a Laura que corre pro banco dos avós sem nem pedir permissão.

Luan estica a mão pra mim assim que volto a sentar e eu seguro forte. Ele me olha sorrindo e em seguida me encara sério.

-quer mesmo casar comigo de novo?-pergunta com uma pitada de dúvidas sobre a minha resposta
-quero sim, quantas vezes forem possíveis-sou sincera
-não tô acreditando que vamos fazer um casamento comunitário-ele ri
-isso é o que mais me deixa feliz, saber que quem não casou ainda, vai casar e que nós e quem já casou, vamos poder reafirmar nosso amor e prometer novamente, tudo o que já prometemos uma vez
-não vejo a hora de casar com você de novo-olha nos meus olhos
-daqui dois dias-me estico toda e ele também-te amo ursinho-acaricio seu topete
-te amo sereia-me dá um beijo de esquimó e em seguida um beijo de verdade

Me afasto e resolvemos escolher um filme pra gente assistir separados, mas juntos.

Escolhemos um de terror, dou pausa assim que parece que vai começar e coloco meus fones. Luan faz o mesmo e para na mesma hora que eu.

-quando eu falar três-aviso e ele concorda-um, dois, três-quando digo três, nós dois liberamos o filme e começamos a assistindo juntos

Por uma parte do caminho seguimos assim, assistindo não só a um filme, mas vários. Meus filhos acordaram algumas vezes querendo mamar e a Laura depois de comer, lhe dei um remédio pra dormir e ela capotou na poltrona.

Não sei em qual momento eu dormi, mas quando isso aconteceu eu me deixei levar, não é sempre que posso dormir de boa assim, ainda mais nessa vida agitada de ser mãe de 4 crianças.

Quando o avião finalmente pousa, permaneço na minha poltrona e deixo todo mundo descer, pra poder descer com calma.

Quando todos já saíram, Luan vai com o meu sogro cumprimentar os pilotos, em seguida ele volta rindo de alguma coisa e pega dois bebê conforto.

Balanço a Laura que acorda, mesmo sem vontade e desço levando o bebê conforto com o Matheus e agarrada a minha filha.

-deixa as meninas aqui e volta lá-peço ao Luan
-ei negão-ele chama o Well que entrega a Gabi também no bebê, pra Van-me ajuda a pegar as coisas lá em cima-ele pede educado e eles seguem de volta pro avião

Meu pai se aproxima e pega o bebê conforto com a Mariana, meu sogro pega o bebê com o Matheus e o Mario pega a Manuela.

-vocês precisam me ajudar, eu sou uma só com três bebês-faço bico e todo mundo ri
-quem mandou transar sem camisinha, aguenta-Mario diz alto e todo mundo ri
-obrigada por ser o melhor amigo que eu tenho-sou irônica e ele ri ainda mais-viado
-tô com soninho-Laura diz manhosa
-já já a gente chega na casa que vamos ficar e você dorme
-quero praia-ela muda de ideia e eu dou risada
-hoje a gente não vai na praia, só amanhã-abraço ela

Luan volta com o Well e toda a minha bagunça. Três bolsas de bebês, uma bolsa da Laura, uma bolsa minha e uma mochila do Luan.

Pego minha bolsa do Well, coloco a bolsa da Laura nela e pego uma bolsa qualquer dos bebês, o resto deixo com o Luan.

Seguimos todos animados e falantes. Na hora das malas foi uma bagunça só, ainda bem que temos bastante homens nessa viagem e que podem ajudar.

(...)

Chegamos na casa que havíamos alugado pra esse final de ano e a primeira coisa que faço é escolher o quarto maior com uma cama de casal e duas de solteiro e claro, com banheiro.

Tiro meus gêmeos do bebê conforto e deito na cama, Luan faz o mesmo com a Mariana e deixamos os três ali dormindo.

-Laura tá mortinha-falo olhando minha filha deitada em uma das camas de solteiro
-amanhã tudo melhora, você vai ver-Luan beija meu nariz-vou ver o que vamos pedir de comida, fala pra Laura tomar um banho, depois de ajudo no banho dos bebês
-obrigado-me estico toda e lhe dou um selinho rápido-vai lá que tô com fome-pisco pra ele
-vou procurar a bombinha também-ele olha pros meus seios-tá vazando leite pra porra-dá risada das duas rodelas em minha blusa
-agradeço nisso também-me afasto

Me aproximo da minha filha deitada na cama e dou beijos em seu rosto até ela abrir os olhos.

-vai tomar um banho bebê, depois você só come e dorme-converso com ela
-tô com soninho-volta a repetir
-mamãe sabe meu amor, mas você tá fedida, tem que tomar banho pra dormir cheirosinha
-vai me olhar?-ela me encara
-claro que vou, acha que eu ia perder de te ver lavar as orelhas e o umbigo?-finjo estar indignada e ela ri
-tá bom então

Me levanto e ajudo ela a fazer o mesmo. Pego sua mala e procuro seu pijama. Deixo em cima da cama e pego a necesserie dela com todos os produtos de banho.

-vem-levo ela até o banheiro e ela rapidamente tira a roupa e vai pra de baixo do chuveiro
-acho que o Teu vai acordar pra mamar-ela diz me olhando
-você acha?
-sim, ele é Bezerro-ela ri-o leite tá saindo oh-aponta pros meus seios
-seu pai vai procurar a bombinha de tirar leite-acompanho ela na risada

Laura começa a falar da praia que vamos amanhã e eu fico ali maravilhada de poder ter esse momento só com ela.

-te amo viu-falo do nada e ela me olha sorrindo
-também te amo mamãe-ela joga beijo e eu finjo pegar e guardo no coração

Ela volta a falar sem parar e eu converso animada com ela até o Luan entrar no banheiro e nos cortar.

-já pedimos comida, num acham que tá bom de banho não?-ele pergunta e a Laura desliga o chuveiro animada
-já acabei, que horas a comida chega?-ela nos arranca gargalhadas boas

Ajudo ela a se arrumar pra dormir e ela sai correndo atrás dos avós que vão dormir na outra casa, mas vieram comer com a gente.

Primeiro dou banho no Manu que tem o choro mais contido e assim que ela fica pronta, me sento pra dá mama.

-monta o berço dela e troca a água da banheira-peço pro Luan que vai fazer sem reclamar

Quando ele volta percebo que a Manu dormiu mamando, ele pede a pequena pra fazê-la arrotar e em seguida dormir, entrego sem preocupação e pego o Matheus que por incrível que pareça não dá show por ser acordado.

Faço o mesmo que fiz com a Manu e o Luan me ajuda. Na vez da Mariana, ela acorda sem chorar, dou banho tranquilamente e ela resolve ficar acordada.

-quer ajuda?-Mario aparece no quarto e olho meus filhos dormindo
-Mariana não quer dormir, fica com ela pra eu tomar banho?-praticamente imploro e ele estica os braços sorrindo-te amo-entrego ela pra ele
-vai tirar logo essa roupa cheia de leite-ele faz careta e sai
-vai tirar leite antes de tomar banho?-Luan pergunta me olhando
-vou, pode ir tomar banho, depois eu vou
-tá bom-ele concorda, pega uma bermuda, uma cueca e uma camiseta-qualquer coisa é só me gritar
-pode ir tranquilo-me sento com a minha bombinha

Tiro todo o leite que tenho, que mesmo com as crianças mamando não é pouco é em seguida separo um pijama comportado pra mim.

Luan sai do banheiro pronto e cheiroso, antes dele dizer algo, Laura aparece do nada.

-a comida chegou-diz e sai correndo novamente
-pode ir lá, vou tomar um banho rápido e já vou-me aproximo do Luan
-te espero-ele segura meu rosto
-pode ir, serei rápida e ainda vou acompanhar vocês-beijo a pontinha do seu nariz-pode dá, seja lá o que for que pediram, pra Mariana
-tá bom-ele concorda mesmo sem muita vontade

Entro no banheiro e quando fico em baixo do chuveiro quente, sinto um peso descer ralo a baixo, é sempre assim depois de um banho, é como se um peso saísse das minhas costas e eu tivesse a energia renovada.

Assim que encerro meu banho, passo um creme no rosto, no corpo, me troco no banheiro mesmo e saío com a toalha molhada na mão. Encontro o Luan sentado na cama comendo unha.

-já comeu?-pergunto me aproximando
-não, estava esperando você
-eu disse que podia ir-tombo a cabeça de lado
-eu sei, mas eu preferi esperar você-ele faz um carinho em minha cintura
-então bora lá-recolho as toalhas molhadas e estendo na sacada do quarto
-bora-Luan concorda

Seguimos pela casa até chegar na sala. Vejo todo mundo sentado nos sofás, em cadeiras, pelo chão, tudo assistindo televisão.

-eita, já comeram?-pergunto chamando atenção de todos
-não, a gente tava esperando você-Hellen diz e não é em tom irônico
-sério?-meus olhos com certeza brilham
-sim, sabemos que ser mãe não é fácil, piorou ser mãe de quatro-minha sogra diz me deixando sem graça
-vocês são maravilhosos-jogo beijo pra todo mundo
-somos mesmo, além de te esperar, ainda vamos comer pizza
-pizza?-sinto minha boca salivar-bora comer gente-sou a primeira a seguir em direção a cozinha

(...)

Nosso primeiro dia foi incrível e o segundo mais ainda, já que vi a felicidade estampada no rosto da Laura e da Mariana quando fomos a praia.

O dia foi tão agradável que passou rápido demais.

Dormir é uma luta diária, mas estamos nos virando bem, ainda mais agora que resolvemos fazer nossos filhos dormirem com protetor no ouvido e cada um só acorda quando realmente quer algo.

O dia do nosso casamento comunitário chegou e os preparativos estavam a mil. Vanessa, Hellen, Bruna e Mario que nunca casaram eram os mais animados.

-eu ainda não tô acreditando nesse casamento-Mario diz enquanto faz as unhas
-aproveita, casar é maravilhoso, tem seus pontos fracos, as dores de cabeça, mas é maravilhoso-o tranquilizo
-a parte melhor é a lua de mel-Luiza tenta parecer sem graça, mas depois do que acabou de dizer, as piadinhas sobre ela ser "safadinha" só aumentam
-eu concordo, acho uma pena eu não ter dessa vez-faço bico
-burla a dieta de novo-Mario diz debochado
-da última vez que eu burlei a dieta eu tive gêmeos, eu amo meus filhos, mas não farei isso de novo, vamos esperar os dias certinhos, vamos comprar umas camisinhas, um remédio e ai sim
-traumatizou-minha mãe ri de mim
-não é fácil-suspiro
-eu imagino-Bruna se compadece do meu "sofrimento"

Laura chega correndo na sala e quando para de correr, ela respira profundo pra recuperar o fôlego.

-que foi?-pergunto preocupada
-a moça trouxe comida-ela diz mais calma
-que moça?
-uma mulher, ela quer saber onde coloca a comida
-ela fala português?-pergunto curiosa
-não
-e como você sabe que ela disse essas coisas?-fico ainda mais curiosa
-eu faço inglês né mamãe, já se esqueceu?-cruza os braços
-ah, acredita que eu tinha esquecido?-finjo me lembrar
-então, onde coloca?-ela pergunta me olhando
-coloca o que?-não entendo
-a comida mamãe, você tá doida?-ela ri
-desculpa amor, mamãe tá doida mesmo-bato na minha testa e ela se aproxima de mim e beija onde eu bati
-vamos lá que eu vou com você-minha sogra se levanta e se aproxima da gente
-obrigada-jogo beijo pra ela

Elas saem e eu volto pras minhas unhas. Termino de fazer e espero um pouco até ter certeza que realmente secou.

-preciso ir atrás dos meus filhos
-relaxa Marina, a Mariana tá com o pai, a Laura com a Marizete e os gêmeos com a sua mãe-Mario tenta me tranquilizar
-vou só dar uma rápida pra ter certeza

Ando até a parte de trás da casa que dá direito na praia e de longe vejo a Laura onde está sendo organizado o casamento e a Mariana com o Luan na areia da praia. Suspiro aliviada ao vê-las bem.

Sigo pra casa novamente e subo as escadas em direção ao meu quarto. Encontro meus gêmeos dormindo deitados na minha cama junto com a minha mãe que também dorme.

Meu coração fica em paz e eu volto tranquila pros meus amigos.

-tudo certo?-ele pergunta irônico
-tudo certo-concordo e me sento em seu colo-meu viado vai casar-comemoro
-vou, graça a você e as loucuras do Luan-ele me abraça do jeito que dá
-gostamos de ser feliz e ser feliz com quem amamos, não tem preço-beijo sua bochecha

Passamos a tarde toda naquele movimento e antes de sol se pôr, já estávamos todos prontos e descalços pisando na areia da praia. Marizete com a Manuela no braço, Amarildo com o Bernardo, filho da Bruna, meu pai com a Mariana que não para quieta no colo dele e minha mãe com o Matheus.

O primeiro casal a passar pelas pétalas na areia, é a Bruna e o Breno, logo em seguida Hellen e Gui, Well e Vanessa, Rober e Luiza, Larissa e Felipe, logo em seguida Dai e seu noivo, ela viria a "trabalho", mas assim que sugerimos dele vim junto, ela topou quase na hora e óbvio que faremos esse casamento acontecer.

O casal na minha frente anda e as minhas lágrimas caem, meu viado favorito merece isso, merece ser feliz e o Roberto sem dúvidas é o cara que faz ele ser ainda mais feliz do que ele já é.

Quando eles finalmente terminam de passar pelo tapete verde, Luan me olha sorrindo e emocionado, como em todas as vezes que casamos.

-nossa vez-diz sugestivo
-não quer desistir?-pergunto apertando meu buquê
-nunca-ele diz firme-e você?
-nunca-sorrio e ele faz o mesmo começando a andar

Um juiz de paz e especialista em casamentos comunitários começa a celebração assim que paramos perto do Mario. Ao seu lado uma tradutora para ajudar a quem não entende inglês.

Escutamos tudo de coração aberto, ele fala sobre a existência de Deus no mundo, sobre a existência de Deus no casamento e isso nos toca, não esperávamos escutar palavras lindas como escutamos, mas que sem dúvidas veio no momento certo e tocou a todos.

Fizemos e falamos tudo o que o homem dizia e nos mandava repetir, até a chegada do momento das alianças. Todos os homens pega as jóias nas mãos e ficamos de frente esperando, mas parece que o meu marido ainda não havia encontrado o nosso par de alianças.

-puta que pariu-Luan diz fazendo careta e batendo nos bolsos da calça
-não me diga que esqueceu a porra das alianças-resmungo irritada
-esqueci-faz careta
-seu..-começo pronta pra xinga-lo, até ver ele rir
-esqueci com elas-ele aponta pra entrada de pétalas e vejo a Mariana de mãos dadas com a Laura e a Vitória

Mariana dá seus primeiros passinhos firmes e carrega na mão um saquinho de jóia. Assim que elas se aproximam da gente, Luan pega a Mariana no colo, eu me agacho na frente delas e primeiro dou beijos na Vitória que sai correndo pra perto dos meus pais. Abraço a Laura apertado e ela me dá um monte de beijos.

-te amo viu-me afasto e olho seu rosto
-te amo-ela me dá um selinho e se afasta

Luan me dá a Mariana e se aproxima da Laura. Dou um cheiro e vários beijos na minha morena gostosa e em seguida coloco ela no chão. Laura volta pegar na mãozinha dela e anda devagar em direção aos meus pais.

-tinha que ser o diferentão né?!-dou um tapa no Luan que ri limpando as lágrimas

Luan mostra as alianças e continuamos a nossa cerimônia, que não tinha como ser mais perfeita.

A cerimônia foi se encaminhando pro fim e depois de prometer mundos e fundos que possam ser cumpridos, o juiz de paz diz a frase que tanto amo escutar.

-eu vos declaro, marido e mulher, pode beijar a noiva

Luan antes de me beijar se certifica que a Laura não está olhando e finalmente cola seus lábios no meu.

Seu gosto é bom, tem sabor de vida, de renovação e de amor. Nos beijamos sem pressa, mas tivemos que encerrar o beijo pra encerrar aquele momento.

-finalmente, casados de novo-ele me tira do chão
-já podemos pensar no próximo destino-roubo um selinho dele e ele me olha dessa vez malicioso
-agora é festa e depois lua de mel
-não vamos transar-ele me coloca no chão
-como não?
-estou de dieta
-e daí? Isso nunca foi um problema pra você
-não até eu engravidar precocemente e de dois
-poxa mor-faz um biquinho
-te pago um boquete-pisco tentando negociar e ele volta rindo
-fechado-me rouba um selinho pra celar o acordo

Ficamos todas em fileiras e bateram diversas fotos nossas, assim como durante todo o nosso casamento comunitário.

Por fim, para finalmente seguirmos até a festa ali do lado, assinamos o livro de casamento e cada casal recebe sua certidão de casamento realizada no Hawaii.

Comemoro animada e cumprimento todos ali.

Pego meu celular com a Laura e entrego ao Mário. Pego a Manu, Luan pega o Matheus e a Laura pega a Mariana do jeito que consegue.

Mario bate foto no nosso celular e o fotógrafo oficial do casamento bate em sua câmera. O bracinho da Laura cansa e eu me ajoelho pra ajudar a colocar a Mariana no chão em segurança.

Meu pai se aproxima da gente e pega ela no colo.

Seguimos pra nossa festa e já no início tem uma bela recepção com champanhe para o brinde.

Meus filhos rapidamente somem do meu colo e do Luan, e ficamos sem nenhum. Pego uma das taças com o espumante, Luan faz o mesmo e todos os casais fazem.

Fizemos uma grande roda e ficamos todos lado a lado. Cada um fala um pouco e emociona a todos, assim consecutivamente até chegar na gente.

Luan só agradece por todos estarem ali e joga a bola pra mim. Respiro fundo e começo com a voz embargada.

-cada um de vocês faz parte da minha vida, cada um aqui já ouviu uma história triste ou uma história feliz minha ou do Luan, vocês são parte da nossa história, são as peças principais em nosso quebra-cabeça, vocês são motivos que nos fazem levantar todos os dias, vocês são incentivos para que busquemos ser sempre pessoas melhores, vocês são essenciais e insubstituíveis pra gente. Nós chegamos aqui como amigos e sairemos assim, óbvio, mas antes eu intitulava isso aqui como amizade, hoje eu não consigo mais, hoje eu chamo essa nossa união de família, pois é isso que nós tornamos e hoje somos, um linda e grande família-levanto minha taça em direção ao meio da roda e todos fazem isso emocionados
-um brinde a família-Breno grita
-um brinde a família-todos nós respondemos e fizemos um lindo brinde


Não tinha lugar melhor pra gente estar, era pra ser aqui e do jeito que está sendo.

(...)









______________________

Olá beberes, demorei? Talvez né? Kkkkk
É que eu quis fazer um capítulo maior e encerrar a ideia todo nele, pretendo fazer isso nos capítulos que estão por vir, então prepara coração e os olhos 😂😂😂
Anônimos, eu já disse aqui que eu amo críticas, amo saber o que vocês estão achando de verdade da fic e eu amo quando isso é feito construtivamente e com educação ❤️
Bom, sei que a fic está chata, muito love, sem grandes acontecimentos, mas é que eu não quero correr com ela, não quero fazer as coisas acontecerem do nada, não quero que passem coisas sem serem ditas, sem serem escritas.
Quem não tiver gostando pode esperar eu terminar pra voltar a ler e quem sabe volte a gostar, ou simplesmente me abandonar nessa fic 💔 (espero que essa não seja uma opção 😩)
Infelizmente é isso, não quero que leiam sem vontade de realmente ler, não quero que façam isso por obrigação, assim como eu não escrevo por obrigação. Amo ter vocês aqui, amo até os fantasmas que lêem sem dar sinal de vida (hahaha), mas eu não posso fazer isso com vocês, então fica a critério de vocês meus beberes, eu super entendo vocês e espero que vocês me entendam também!
Beijo da Tati 😘

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Capítulo 352 - Seis

Luan

"Não faz nem um ano que eu vim aqui falar sobre o nascimento da Mariana e já estou vindo falar dos gêmeos. Nosso casalzinho assim como as nossas outras filhas, vieram sem planejamento algum, nada foi premeditado. Quando descobrimos, eles despertaram um sentimento de medo ainda mais intenso em mim e na Marina. Ficamos tão inseguros sobre a vida, sobre como seria cuidar de dois bebês (nova gravidez e a Mariana), nesse momento ainda nem sabiamos que eram três, dois na barriga e um fora. Quando descobrimos foi muito louco, mexeu muito com a gente, e o nosso medo? Só aumentou a intensidade. Aprendemos com esses anos juntos, que o amor não é o suficiente pra suprir tudo, mas nós temos muito mais que isso, temos amor, respeito, carinho, paixão, cumplicidade, confiança, liberdade e muitas outras coisas que complementam o nosso amor. Aprendemos juntos a amar os nossos gêmeos e a dar carinho com eles na barriga, juntos somos mais fortes e juntos estamos superando os nossos medos e receos.
Os gêmeos chegaram hoje pela manhã, Marina sempre diz que eu não sei fazer homem e eu desconfio que seja verdade, já que até pra nascer meu moleque nasceu por último hahaha
Manuela nasceu as 09:35, pesando 2,450kg e medindo 45cm, ela nos parece calma, tem os cabelos loiros igual os da mãe e o olho, óbvio, verde!
Matheus veio logo atrás, nasceu as 09:37, pesando 2,789kg e medindo 47cm, esse puxou a mim na aparência, tirando o olho verde, claro, mas tem os cabelos pretos e quem o vê diz que sou eu quando era bebê, aliás Xumba disse isso. Ele é agitado, chorão e já percebi que vai nos tirar boas horas de sono, mas não nos importamos, pois estaremos juntos.
Antes que eu vá e vocês perguntem da Marina, vou dizer. Estou a olhando dormir, faz quase uma hora, ela é tão guerreira, tentou ter os bebês em um parto normal, mas como eles não encaixaram, tiveram que fazer uma cesaria, tudo ocorreu bem demais, ela já está bem na medida do possível, só não está pronta pra outro ahahahah
A Marina é uma mulher incrível, uma mãe incrível, uma profissional incrível, uma amiga incrível, ela é incrível. Sou muito orgulhoso da pessoa que ela é, não tinha como o meu coração ter escolhido melhor, pois ela é o melhor. Hoje entendo que sou completo, que estamos completos e que eu finalmente formei a minha família, MINHA. Isso soa tão incrível né?! 👨‍👩‍👧‍👧👨‍👩‍👧‍👦"

Volto a olhar a Marina e ela continua a dormir, assim como nossos bebês. Relaxo no sofá e resolvo tirar um cochilo, fecho os olhos e não demora muito para eles pesarem.

Acordo escutando um choro escandaloso, abro os olhos e Marina também acordou. Me levanto e me aproximo do berço do Matheus que chora alto. Confiro sua fralda e está tudo ok, tenho certeza que isso é fome.

-me dá antes que ele acorde a Manu-ela pede com a voz sonolenta e eu pego o pequeno

Ajudo com a camisola e ajeito ele em seu colo, no mesmo instante que ela coloca seu seio na boca dele, ele suga com força e ela faz uma careta.

-agora doeu?-paro ao lado da cama
-sim, com a anestesia não doeu, mas agora-ela faz careta
-você é muito guerreira sereia, agradeço a Deus por ser você aqui e na minha vida
-não existe eu, existe nós, por isso as coisas dão certas-sorri-ah, eu falei sério sobre a vasectomia viu-me faz rir
-eu também falei sério sobre aceitar-pisco pra ela-vamos esperar passar esse seu período de pós operatório e eu faço
-vai fazer mesmo?-pergunta pra ter certeza
-sim, sei que você sempre quis dois bebês e agora estamos com quatro, sua cota já deu e como você disse, existe nós e eu tenho que parar de ser egocêntrico
-eu gosto de ter filhos com você, mas seria incrível se tivesse sido como foi com a Mariana, que veio seis anos depois da Laura-dá de ombros e volta a fazer careta
-agora já fizemos e eu amo nossos frutos-aliso a cabeça do pequeno Matheus-vou realizar seu desejo, se quando estivermos perto dos quarenta você decidir que quer outro, ai fazemos a reversão e vamos tentar
-tudo bem, obrigada meu amor por me entender e eu também já amo nossos frutinhos, vai dar tudo certo né?
-sim, muito certo
-obrigada por estar aqui de novo-ela me olha com os olhos brilhando de lágrimas
-a gente precisava de férias-pisco pra ela-precisávamos desse momento juntinhos, sem shows, sem trabalhos
-eu nem ando trabalhando mais-dá um sorriso cansado
-prometo te deixar livre pra trabalhar quando quiser
-já disse que te amo?-pergunta baixinho e faz uma careta
-não sei, não consigo lembrar, acho que não
-te amo-me estico sobre eles e beijo sua boca

Ficamos quietos apenas olhando o Matheus matar a fome e quando ele larga o peito e dorme, pego ele e faço ele arrotar. Em seguida deito ele de volta no berço.

Me aproximo da Marina e faço carinho em sua cabeça, não demora pra ela adormecer novamente. Fico ali só admirando, até meus pais e meus sogros entrarem devagar no quarto.

-trouxe o que eu pedi?-pergunto baixinho e minha mãe me mostra a mochila

Me aproximo, pego a bolsa na mão e beijo sua bochecha.

-olhem eles pra mim-sigo até o banheiro sem resposta nenhuma

Tomo um banho rápido, me troco e ao sair do banheiro encontro a Marina acordada novamente.

-vai pra casa-ela pede
-vou só quando vocês forem, sei que a Mariana e a Laura estão bem, vou te ajudar aqui e depois seremos nós seis
-meu Deus, seremos seis-ela ri nervosa
-vamos arrumar outra babá e vai dar tudo certo-não me canso de dizer isso
-a Laura quer vim aqui-minha sogra chama a nossa atenção
-traz ela amanhã, sei que só posso sair daqui depois de 48 horas e se tudo estiver bem-ela diz desanimada
-sem desânimo, depois só voltaremos aqui se necessário
-eu sei-sorri cansada
-não precisa fazer cerimônia pra gente filha, pode dormir-meu sogro se aproxima da cama e faz carinho na cabeça dela
-tá tudo bem, pode dormir, eu faço sala pra eles-pisco pra ela que estica a mão pra pegar na minha
-fica de olho neles, eles podem querer roubar nossos bebês-ela diz séria e meu sogro faz cara de assustado, o que me faz rir
-nossa Marina-ele finge estar ofendido
-é brincadeira-ela fecha os olhos pra dormir novamente e eu e meu sogro começamos uma disputa pelo cabelo dela

Assim que a Marina dorme, eu me aproximo da mesa de docinhos e salgadinhos pra quem vier nos visitar e como feito um leão, quando me sinto satisfeito deito no sofá e fico olhando minha mãe e minha sogra babar nos meus bebês.

(...)

Os dias passaram tão devagar que parecia que a qualquer momento o natal chegaria e a hora de ir embora não.

Mas chegou e depois de nos despedir de todo mundo que nos ajudou aqui na maternidade, seguimos pro meu carro.

-sabe o que eu tava pensando-Marina fiz ao me ver dirigir concentrado
-o que?
-nem o meu carro, nem o seu, cabe seis pessoas, como vai ser quando a gente for sair? Vamos nos dividir em dois carros?-ela diz pensativa e isso também me deixa pensativo
-isso é verdade, não tinha parado para pensar nisso. Existe carro com mais de cinco lugares, vou pedir pro Testa ver isso pra gente, agora a família é grande, precisamos de mais espaço
-sim, sem dúvidas

Nossos filhos foram dormindo o caminho todo e não estranharam o balançar do carro, pelo contrário, parece mesmo é que eles gostaram.

Assim que estacionamos na garagem o Matheus abre o berreiro. Seu choro acorda a Manu, que toda delicada começa a chorar.

Desço primeiro do carro, dou a volta e ajudo a Marina a descer. Abro a porta de trás e já pego o Matheus.

-abre aqui meu sutiã-Marina pede e eu lhe ajudo

Ela pede o Matheus, entrego o pequeno em seu colo e ela coloca ele pra mamar, no mesmo momento o silêncio contagia e até a Manuela para de chorar.

Pego a pequena e a deito em meu colo. Ela se aninha toda e volta a dormir. Com a mão livre, passo a mesma pela cintura da Marina e guio ela em direção a entrada dos fundos, onde não precisamos subir escadas.

Seguimos com calma e assim que entramos em casa, todo mundo que gostamos estão ali.

-supresa-eles sussurram pra não acordar os bebês e nós dois demos risada da situação

Rober está ali com a Luiza e o bebê deles, o Heitor, Well e a Van também, juntamente a pequena Gabi, Bruna, Breno e Bernardo, Hellen e o Gui, Mario e o Beto, meus pais, meus sogros, Lari e Felipe, Malu e a Tânia, os amigos de trabalho da Marina e por incrível que parece, Jéssica, Arleyde e Juliana.

-tem docinhos e salgadinhos?-Marina pergunta fazendo todo mundo rir-as coisinhas que estavam no hospital, o Luan fez questão de comer tudo sozinho-revira os olhos
-tem coisinhas pra você sim e tem bolo de aniversário-Mario diz pra ela e vejo a mesma salivar
-alguém quer pegar?-ela oferece o Matheus que já nem mama mais
-tem que fazer arrotar?-Mario pergunta pegando o pequeno e ajudando minha mulher a guardar o seio pra dentro
-sim-Marina concorda e ele coloca o pequeno em pé
-alguém quer?-ofereço minha filha mesmo sem realmente querer dá ela pra alguém
-quero-Hellen é mais rápida e eu entrego
-oi Testuda-beijo sua testa e ela me dá um soquinho na barriga-ai-resmungo
-oi pouco saco-ela se afasta e eu mostro dedo pra ela
-cadê minhas outras duas filhas?-Marina pergunta confusa e eu também procuro, mas não encontro
-estão lá em cima com a Vitória e com a Dai-Larissa se aproxima da irmã e a abraça apertado resmungando coisas boas no ouvido dela

Vejo meu sogro subir de mansinho e desisto de ir chama-las. Espero alguns longos segundos até ver a Laura descer as escadas correndo.

A Laura chegou a conhecer os irmãos pois foi ontem no hospital, já a Mariana não.

Laura ao ver a mãe ocupada, corre pro meu colo e se joga em meus braços.

-dormiu bem?-pergunto e ela concorda escondendo o rosto em meu pescoço-que foi?
-eu tava com saudade, você não veio pra casa
-eu tava ajudando a mamãe, mas agora eu tô aqui-beijo sua bochecha do jeito que dá-agora estamos todos juntos e você também vai me ajudar, a ajudar a mamãe-falo e ela ri
-você é confuso papai
-eu sei-dou risada de mim mesmo-tem docinhos, salgadinhos e bolo pra gente-sussurro
-vamos detonar?-ela pergunta dessa vez me olhando
-vamos detonar-falo baixo e ela se remexe toda pra ir pro chão, ao ver que a Marina está livre de abraços

Dai aparece com a Maricota e sorri toda babona pra mim. Pego ela no colo e a aperto em um abraço.

-princesa linda do papai-roço minha barba em seu rosto
-papa, papa, papa-ela diz e a Marina vira o rosto pra gente
-de novo não-resmunga lembrando que a primeira palavra da Laura também foi papai e não só eu, como todos rimos dela e do biquinho que a minha mulher fez

(...)





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Olá, sentiram minha falta?
Tenho certeza que sim!
Copa suga muito minhas energias, porque eu amooo futebol e acabo não conseguindo me concentrar em outras coisas, mas agora Brasil foi eliminado e a copa tá acabando (😭💔) e eu voltei a ter atenção em outras coisas, principalmente na fic.
Vocês já devem estar cansadas né?! Não se cansem, vou terminar ela no momento certo, prometo, não quero pular um tempão e ir pro final, não quero algo precoce!
Confiem em mim 😚