sábado, 15 de dezembro de 2018

Capítulo 365 - Salvador

Luan

..5 anos depois..

Foram os cinco anos mais intensos que já vivi já vida. Vivemos entre altos e baixos.

Laura está pra completar seus 13 anos, Mariana já está com 6 anos e os gêmeos com 5.

No começo foi difícil com 3 bebês pequenos, mas depois que as babás Ana e a Carla entraram na nossa vida, tudo facilitou.

Daiane teve ciúmes no início, mas logo viu que elas eram essenciais até pra ela. Dai e a Carla continuam conosco até hoje, já a Ana parou de trabalhar em casa no ano passado.

Laura já está adolescente, desabafa mais com a Marina e com a Daiane, que se tornou amiga dela, mas ela não precisa mais de babá e isso foi essencial na decisão de permanecermos apenas com as duas.

Meus filhos são lindos e muito saudáveis. Às vezes acho que saudáveis até demais. Graças a minha doença, raramente meus filhos comem "porcaria" e isso ajuda muito na saúde deles.

Marina além de ser uma das melhores produtoras que já existiu no Brasil é também a melhor mãe e a melhor esposa. Sem dúvidas ela foi essencial para que eu pudesse passar por todas as dificuldades que passei.

Há dois anos enfrentei uma crise grave na minha carreira, parecia que eu havia começado a ser esquecido por todos, nada do que eu produzia dava certo e isso me frustrou muito. Comecei a ficar depressivo e a Marina foi a minha fortaleza.

Ela aguentou tudo por nós dois, ela teve força por nós dois e levantou a nossa família sozinha.

Graças a Deus recuperei o dom que eu achava que havia perdido e passei a emplacar mais músicas que antes. Isso me deu instabilidade para diminuir ainda mais a minha agenda de shows.

-ei-Marina chama a minha atenção pra ela e quando a encaro, a vejo com um biquíni lindo que realça seus belos seios
-tem certeza que você vai fazer 39 anos?-faço sinal com a mão pra ela dar uma voltinha e assim ela faz
-certeza absoluta, quer ver minha identidade?-ela cruza os braços na altura dos seios e eu dou risada
-não preciso, mas olha, tá com corpinho de 25
-você também não tá nada mal pra quem vai fazer 39 anos bebê-ela se aproxima e se joga em cima de mim na cama
-quer mesmo ir pra piscina?-coloco minhas mãos em sua bunda e ela dá um sorriso de lado
-sim, não dá pra ir pra praia infelizmente-faz bico-e já vamos pra rua a noite, Well não irá topar ir agora, então melhor aproveitar piscina-dá de ombros e aproxima sua boca da minha bochecha
-já pegou nossas fantasias pra mais tarde?
-não, elas vão chegar só depois das três, mas você vai adorar, certeza-ela dá uma piscadela
-tô curioso pra saber qual é a minha
-você vai gostar, é uma fantasia comum, mas bem legal
-vou ser o lobo mal e você a chapeuzinho vermelho?-pergunto e ela nega rindo da minha cara
-não vou contar, agora vamos que o pessoal deve tá tudo lá em baixo
-queria aproveitar um pouco-dou impulso e nos viro na cama
-antes de ir a gente toma um banho bem gostosinho-ela dá um sorriso sugestivo
-gostei disso-me levanto de cima dela-Dai ou a Carla ligaram?-pergunto vestindo minha camisa
-Dai ligou, Laura e a Mariana estavam indo pra aula de piano, Matheus pro futebol e a Manu pra natação, mais tarde eles vão pra casa dos meus pais e vão dormir por lá-ela coloca uma saída de praia e pega a pequena bolsa com óculos, carteira e protetor
-vão dar trabalho-fico pensativo
-não se preocupa, eles gostam dessa bagunça e eu preferi deixar eles com os meus pais que não tem criança nenhuma, do que deixar nos seus pais que já tão cuidando do Bernardo e da Amanda-dá de ombros e eu me lembro que meus pais ficaram com os meus sobrinhos, filhos da Bruna
-verdade, bem melhor, meus pais com certeza ficariam loucos com os seis lá
-então pronto, relaxa e querendo ou não é uma criança a menos, Laura já é adolescente e não dá trabalho
-tenho medo disso-saimos juntos do quarto
-medo de que?-ela guarda a chave da porta na bolsa
-Laura é muito come quieto e essas são as piores-falo sério e ela ri-ela te conta tudo amor, me diz se eu devo me preocupar
-não precisa-ela olha nos meus olhos-ela é tranquila, não aprontou nada até hoje
-ela já deu o primeiro beijo?-pergunto sem realmente querer saber e a Marina me olha fazendo careta-me fala a verdade-paro ela no meio do corredor
-não deu o primeiro beijo ainda não-ela faz meu coração se aliviar, porém ainda tem algo
-mas..-incentivo ela a continuar
-mas ela está apaixonada e acho que não vai demorar-ela volta a fazer careta
-amor-sai tão baixo que a Marina percebe meu nervosismo-não deixa-olho pra ela desesperado e ela solta um suspiro
-só eu sei o quanto isso me preocupa, eu sei como os homens são e eu não quero que ela sofra, esse é o meu maior medo, porém prender é pior e eu não quero que ela pare de desabafar comigo-ela diz visivelmente preocupada-a Laura é muito pé no chão, ela odeia pressão e ela não cai em chantagens, então se acontecer é porque ela quis que acontecesse e se ela fizer porque quis, vai fazer meu coração ficar orgulhoso, pois mesmo que ela não goste ou ache estranho, vai ser aprendizado
-e se ela gostar?-pergunto de braços cruzados
-ai o importante é que ela fez algo que a deixou feliz-ela me tranquiliza
-conversa com ela, explica as consequências de tudo, ajuda ela com isso-peço
-eu tô conversando e ajudando. Você também pode ajudar, conversa com ela, diz que é amigo dela, que também quer saber das coisas, fala que você terá crises de ciúmes, mas não na frente, essas coisas-dá de ombros-ela só precisa ter certeza que pode confiar em você
-quando a gente voltar eu vou tentar-suspiro
-começa de agora, manda uma mensagem perguntando se tá tudo bem e depois diz que é amigo dele e que estará aqui por ela, sempre que ela precisar ou tiver dúvidas
-vou fazer isso-tiro meu celular do bolso
-em nenhuma hipótese, você pode contar pra ela que eu te contei essas coisas, eram pra ser segredos entre mãe e filha
-não vou contar-a tranquilizo
-nem dará bandeira-ela aponta o dedo pra mim e eu dou risada concordando
-não darei-puxo ela pra um abraço-obrigada por me contar, obrigada mesmo-beijo o topo da sua cabeça e sinto ela beijar meu peito
-agora vamos-ela se afasta emotiva, gruda nossas mãos e começa a me puxar, eu vou sem nem tentar negar

Descemos pelo elevador e assim que ele abre algumas pessoas me encaram surpresas. Marina começa a me puxar pra piscina e rapidamente chegamos lá. Como eu já imaginava, todos estão ali.

-tavam fazendo o que que demoraram essa vida toda pra vim?-Bruna pergunta sugestiva
-eu estava cagando e a Marina cheirando-dou de ombros e ela faz careta me olhando
-credo piroco, quando foi que você perdeu o romantismo?-me olha bolada e eu dou risada
-estávamos conversando sobre nossos filhos-conto a verdade e ela faz uma leve careta
-chega desse papo-Marina interrompe o nosso diálogo-vamos beber o que?-pergunta animadinha
-o que você quiser sereia-pego o protetor em sua bolsa e deixo ela de costas pra mim, Marina rapidamente tira a saída de praia do corpo
-quero gin com morango, depois uma cerveja bem gelada-ela tira o cabelo da nuca e eu passo protetor em suas costas, bunda e pernas

Ela se afasta assim que percebe que minha mão se tornou boba. Marina termina de passar o protetor nela e me chama. Tiro a camiseta e ela passa em mim todinho, em seguida se afasta.

-vai buscar o que eu pedi-me dá um selinho e vai pra piscina ficar com as meninas

Me junto aos homens e seguimos até o bar da piscina. Peço o que a Marina pediu e um gin pra mim também, só que com limão.

Volto com os meninos e dou a ela o que ela pediu.

Nos sentamos embaixo de um quiosque existente ali e o Testa tira um baralho do bolso. Nos dividimos em duplas e começamos a jogar truco.

Passamos o dia todo ali e só subimos pros nossos quartos quando a Marina recebe uma mensagem avisando que nossas fantasias chegaram.

É fevereiro. É carnaval. Estamos em Salvador.

Ontem sai com o meu trio em parceria com a Ivete, que está mais inteira que eu, hoje tenho o dia de folga e amanhã terei show em um camarote.

A Marina até quis passar a nossa noite em um camarote, mas não é o que eu quero. Eu quero poder curti-la sem ninguém por perto querendo foto ou entrevista, quero poder me divertir sem me preocupar se alguém está me olhando ou me julgando, por isso decidi que eu queria que a gente ficasse no meio do povão e mesmo me achando louco, a Marina topou e escolheu fantasias que não dariam pra descobrir que éramos nós, qual fantasia que é eu ainda não sei, mas ela tem o poder de me deixar invisível e sei que ela fará isso hoje também.

-vai tomar banho-ela manda assim que me jogo na cama pra esperar a moça das fantasias chegar
-eu quero saber qual a minha fantasia-faço bico
-vai saber assim que terminar o banho, agora vai-bate na minha coxa
-tô indo-me levanto
-veste uma roupa qualquer primeiro, depois que tiver tudo pronto e na hora você coloca a fantasia
-ok-me aproximo da mala

Pego minha melhor cueca, uma bermuda e uma regata. O calor aqui em Salvador está infernal e por enquanto não daria pra usar outra coisa.

Entro no banheiro e tomo meu banho sem pressa nenhuma. Escuto a campainha algumas vezes e em seguida vozes, algumas da nossa turma, outras não. Fico curioso em relação a fantasia, mas só encerro meu banho quando percebo que estou realmente limpo.

Me troco ali no banheiro e fico "pronto". Abro a porta e ao sair vejo uma fantasia na mão da Marina. Adoro logo de cara e ela assim que me vê, se vira me mostrando.



-e ai? O que achou? Quer ser o meu palhaço?







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Olá beberes ❤️

domingo, 2 de dezembro de 2018

Capítulo 364 - Felizmente bem

Marina

-bom-Dimas depois de minutos olhando os exames diz e se direciona pra gente
-e ai?-pergunto preocupada e ele solta um suspiro

Isso não me parece nada bom!

-você me parece um belo de um sortudo-ele sorri-deu uma pequena alteração nos exames, mas nada tão grave, agora o que você precisa é se tratar de verdade, comparecer aos retornos, fazer os exames quando necessário e andar na linha
-já tô me cuidando, comecei a tomar os remédios, estou comendo comidas saudáveis e fazendo exercícios físicos todos os dias
-que bom Luan, saúde em primeiro lugar, que bom que entendeu isso
-quase perdi minha família, ou eu entendia, ou eu entendia-ele diz sem jeito e olha pra mim e pra Marizete que estava tão apreensiva quanto eu
-Luan andará na linha, sempre, mas quero perguntar se ele pode ter umas recaídas de vez em quando?
-de vez em quando, quase nunca. O hábito da alimentação saudável vai ficar tão presente que você não vai nem sentir tanta falta de outras comidas-conversa com o Luan, que faz careta-mas vou deixar nas suas mãos Marina, quando achar que pode sair um pouco da dieta, sai, sei que só quer o bem dele e que sabe o tempo certo pra isso-ele joga pra mim e fez o certo-é aquilo, comer uma coisa diferente pode, o que não pode é exagerar, o exagero que faz mal
-ok, já que deixou comigo, eu prometo cuidar bem dele e quando tiver consultas ou exames, peço que avise a mim-praticamente imploro e ele sorri me aliviando
-avisarei sempre você, assim tenho a certeza que ele virá-diz divertido e rimos da sua colocação
-não sei nem como te agradecer-me levanto
-agradeça colocando esse senhor na linha
-farei isso-estico a mão e ele aperta

Nos despedimos aliviados por nada ter piorado em relação ao meu marido e com o coração em paz.

Passamos na recepção e marcamos um retorno para repetir os exames daqui alguns meses.

Na hora de ir pra casa, entro no carro e passo o cinto pelo meu corpo. Respiro fundo e antes que eu consiga controlar, começo a chorar. Um choro intenso, com soluços, com barulho. É um choro de alívio!

Sinto as mãos da minha sogra em meus ombros, tentando me relaxar, mas não consegue.

-o que foi amor?-Luan pergunta acariciando minha coxa, mas não consigo responder
-é um choro de alívio né?-Marizete pergunta, mas tem certeza que é isso e eu concordo sua teoria-então chora menina, chora sem medo-ela continua a fazer carinho
-tá tudo bem-Luan tenta me tranquilizar
-deixa ela e fecha o vidro-ela fala sério com ele

Ele fecha o vidro, também passa o cinto pelo corpo e continua me encarando.

-vamos Luan, chegar lá ela se acalma
-e as crianças?-ele pergunta preocupado
-acabamos de deixar a Laura na escola, Mariana com certeza está dormindo e os gêmeos se estiverem acordados, eu fico com eles até ela estar bem
-tá bom

Eles conversam sobre mim, enquanto derramo todas as lagrimas que guardei.

Luan finalmente liga e o carro e segue o caminho de volta pra casa. Vejo ele ligar o rádio e no mesmo momento toca uma música católica, Luan conhecendo a canção, começa a cantar, aquilo acalma meu coração ainda mais.

Ainda no caminho, o meu choro se torna silencioso e em seguida consigo finalmente me acalmar e parar de chorar.

Quando o Luan estaciona na nossa garagem, minha sogra salta do carro e nos deixa sozinhos.

Tiro o meu cinto e o Luan faz o mesmo, mas não diz nada. Fico o encarando e ele retribui o meu olhar. Estico a minha mão e toco o seu rosto, Luan coloca sua mão sobre a minha e faz carinho em minha pele.

-eu estou bem-ele diz calmamente-e vamos permanecer assim, estamos juntos nessa
-promete que não me dará esse susto novamente?-peço com a voz baixa
-só se for coisa de Deus, mas se depender só de mim, não, eu não te darei um susto desse novamente
-vai mesmo se cuidar né?-pergunto e ele sorri todo lindo
-vou sim, eu já te disse isso mil vezes, mas vou repetir quantas vezes forem preciso, eu prometi que eu faria e hoje eu vejo que é realmente necessário
-eu te amo tanto-me declaro e ele fecha os olhos apenas sentindo o meu carinho
-é tão bom ouvir isso-ele sussurra-eu também amo muito você-ele volta a me encarar

Antes mesmo de pensar, eu pulo pro seu colo e fico com uma perna de cada lado do seu corpo.

-eu tenho algumas entrevistas agora-seguro seu rosto com as minhas mãos
-entrevistas de quê?-ele pergunta desconcentrado
-entrevistas com as possíveis novas babás-pisco pra ele e ele solta um resmungo
-tinha me esquecido disso
-você nem me escutou
-escutei sim, só me esqueci-ele também segura o meu rosto
-posso pedir uma coisa?-pergunto séria e ele fica atento
-claro que sim, se eu puder fazer, eu faço
-então me beija pra eu ter certeza que está tudo bem-peço manhosa e ele sorri concordando
-eu estava esperando um sinal de que era isso que queria e agora, já que me pediu..-ele nem termina a frase

Luan rapidamente me dá um selinho, eu abro a boca lhe dando espaço e ele passea sua língua pra dentro da minha boca.

Retribuo seu ato e abraço ele ainda mais pelo pescoço. Luan por hora se contém e mantém o beijo calmo.

Quando o fôlego começa a querer faltar, encerramos o beijo e ele distribui selinhos em minha boca, em seguida desce seus lábios pro meu pescoço.

-vamos mesmo descer?-ele pergunta e eu concordo
-preciso ir, sou mãe daquelas crianças todas, preciso escolher o melhor pra elas
-você sempre escolhe o melhor pra elas
-nós dois escolhemos-lhe dou um selinho e abro a porta

Desço e me estico pra pegar a minha bolsa. Deixo o Luan ali e sigo até a entrada de casa. Antes mesmo de passar pela porta, ele me acompanha e gruda na minha cintura.

-vou dormir um pouco, se precisar de mim pra escolher as babás me avisa-ele beija minha bochecha
-tenho certeza que não vou precisar-dou risada e ele faz um bico lindo-você não é imprestável, mas nisso você não consegue ajudar, agora vai lá dormir e bons sonhos-lhe roubo um selinho quando nos aproximamos da escada e ele sobe com um sorriso no rosto

Sigo pra cozinha e encontro minha sogra com a Mariana no colo. A Dai fazendo mamadeira pra ela e a Tânia fazendo faxina nos armários.

-oi lindas-me aproximo da minha filha que se joga em minha direção

Pego ela no colo e encho seu rosto de beijos.

-vai ser aqui mesmo as entrevistas né?-Dai pergunta agora concentrada em esfriar o leite na mamadeira
-sim, elas já devem estar chegando-bocejo
-se estão falando de mim, eu já cheguei-minha mãe diz animada e eu dou risada do quanto ela é convencida
-estávamos falando das candidatas a babá e não sobre você, mas que bom que chegou, eu ia te ligar agora mesmo-jogo beijo pra ela que se aproxima e pega a minha filha
-oi princesa da vovó-ela conversa com a pequena que responde animada-como foi a consulta?-minha mãe pergunta com uma expressão preocupada
-tá tudo bem graças a Deus, os exames deram uma leve alteração, mas ele disse que tá tudo bem, tô até aliviada
-graças a Deus-minha mãe também se alivia
-cadê o meu pai?
-foi dar palestra-ela nem se importa em me olhar

O interfone toca e a Tânia corre pra atender, ela fala com o porteiro e em seguida me olha.

-tem uma candidata lá fora, o que eu faço?-ela pergunta pra saber se pode manda-la entrar
-pede pra ele liberar e avisa que vai aparecer mais duas e que ele também pode liberar-aviso e ela concorda voltando sua atenção ao telefone
-prontas?-pergunto fingindo animação
-prontíssimas-Dai se aproxima com a mamadeira e entrega pra minha mãe
-então bora meninas-faço uma dancinha ridícula e elas riem de mim

[...]





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Oiii amores lindos, maravilhosos e donos da minha vida todinha 🙈🙉🙊
Apareci quase um mês depois com essa cara de pau, pra dizer que estou quase de férias e agora o final dessa Fanfic sai 💃
Me desculpem pelo sumiço gente ❤️
No próximo capítulo alguns anos já teram passado, preciso dar andamento pra Fanfic acabar. Ela acaba em 2049 e ainda estamos em 2025, então eu preciso mesmo andar com ela e espero não deixar tantas lacunas 😚

domingo, 4 de novembro de 2018

Capítulo 363 - Vamos ficar

Marina

Tomamos o nosso café em um silêncio quase que absoluto e assim que acabamos, permanecemos na mesa. Sinto o olhar do Luan sobre mim, mas me lembro que ainda temos um assunto pendente. Eu gosto de estar no meu trabalho e não vou abrir mão disse, por isso preciso comunicá-lo, mas não sei como.

-que foi?-Luan pergunta me encarando
-preciso te contar uma coisa-resolvo ir direto ao ponto
-então conta-dá de ombros curioso com o assunto
-eu voltei a trabalhar-falo de uma vez e a expressão de surpresa na cara dele não me dá nenhuma dica sobre o que ele acha do assunto

O silêncio volta a pairar entre nós e eu nem sei o que dizer, apenas fico a espera de alguma palavra dele. Depois de minutos em silêncio, Luan se levanta e vai pra cozinha. Continuo sentada esperando ele voltar e termos uma conversa decente.

-é sério? Voltou definitivamente?-ele volta da cozinha e fica em pé me encarando
-fui lá esses dias que fiquei fora de casa e os dias que você não estava aqui, não vou voltar definitivamente, mas vou voltar. Vai ser como foi quando ganhei a Laura, vou umas três horas por dia, vou organizar meus horários, às vezes vou a noite, de madrugada, de manhã, mas eu vou, você gostando ou não-deixo claro
-ok-encerra o assunto e tira o que sujou da mesa
-só isso? Não vai dizer nada a mais?
-vou falar o que Marina?-me encara-você já decidiu isso sozinha, você escolheu voltar sem se quer perguntar a minha opinião, alguma coisa que eu disser vai mudar a sua decisão?-pergunta chateado
-não, não vai mudar
-então pronto-ele sai visivelmente chateado

Apenas observo ele ir pra cozinha com tudo o que sujou e não faço nada, eu não vou mudar de ideia, além da minha família ser a minha vida, o meu estúdio também é. Eu batalhei tanto pra ter ele e não posso simplesmente abandona-lo, não posso simplesmente desistir de produzir. Eu sou uma mulher forte, sou uma mulher capaz e sei que consigo me desdobrar e dar o melhor de mim, tanto pra minha família, tanto pro meu trabalho.

Paro de encarar o meu prato vazio e me levanto. Pego tudo o que sujei e levo pra cozinha, encontro o Luan lavando a louça. Coloco minha sujeira na pia e ele apenas me encara sem dizer nada.

Deixo ele ali e volto pra sala de jantar, pego tudo o que sobrou do nosso café e volto pra cozinha, guardo tudo e volto pra sala de jantar, tiro as migalhas de pão da mesa, tudo o que pode ser jogado no lixo e volto pra cozinha.

-vamos pra casa agora?-Luan pergunta enxugando tudo o que lavou
-sim, vou só pegar os documentos das crianças que estão aqui e os meus
-tá-encerra o assunto

Deixo ele ali e subo as escadas, separo tudo o que vou levar de volta pra casa e quando vou me virar pra sair do quarto, sinto braços em volta do meu corpo e relaxo um pouco.

-me desculpa por agir daquele jeito, eu amo você-Luan sussurra em meu ouvido-e eu amo o amor que você tem pela música, eu não posso te pedir pra deixar isso de lado e você está certa em defender sua volta, eu não vou impedir, eu confio em você
-obrigada-solto a bolsa e agarro seus braços-eu batalhei tanto por aquele cantinho, batalhei tanto pra conquistar o meu sonho e agora que eu tenho eu não posso simplesmente me desfazer, eu não posso e nem consigo, eu amo o que eu faço
-não precisa se desfazer, a gente sempre fez dar certo, vamos continuar fazendo
-obrigada-agradeço de novo
-eu que agradeço, você tá precisando de mim e eu tô precisando de você
-vamos fazer dar certo, tudo vai dar certo-me viro pra ele e lhe abraço pelo pescoço
-vamos-ele concorda-só precisamos ficar juntos
-vamos ficar-aliso sua barba
-vamos pra casa?-me chama e eu sorrio concordando
-vamos pra nossa casa, pro nosso lar, pra nossa família-me estico e beijo sua bochecha
-eu amo você-faz carinho em meu rosto
-e eu amo você-falo olhando em seus olhos e ele gruda em minha cintura e me puxa pra cima nos deixando ainda mais perto

Ficamos assim por alguns instantes e em seguida ele me coloca no chão. Pego a bolsa com tudo que separei pra levar, grudo na mão do Luan e saímos em direção as escadas.

Saímos do apartamento e descemos pelo elevador em direção ao meu carro. Luan assim que nos aproximamos do automóvel, pede pra dirigir e eu sem reclamar, lhe entrego a chave e entro do lado do passageiro.

Luan pergunta como foram os meus dias sem ele e eu começo a contar tudo enquanto ele dirige em direção a nossa casa.

O caminho pareceu mais curto do que de costume e assim que ele estaciona o carro na garagem, ele me olha transbordando felicidade.

-que foi?-pergunto curiosa e ele estica sua mão fazendo um carinho leve em minhas bochechas que provavelmente ficam rosadas com o seu olhar
-tô feliz de te ter aqui, de saber que tá tudo bem
-ainda não sabemos se tá tudo bem-faço careta e ele faz o mesmo
-o que mudou agora?-pergunta um pouco preocupado
-amanhã você tem o seu retorno no médico, ainda não sabemos se tá tudo bem com você
-eu tenho certeza que está e se não estiver, vamos cuidar juntos
-sim, juntos-entrelaço nossas mãos e aperto fortemente-agora vamos que tenho certeza que a Laura e a Mariana estão morrendo de saudades
-e os gêmeos?-faz bico
-eles provavelmente estão dormindo, mas quando acordarem você faz a festa com eles também
-como sabe que eles estão dormindo?
-sabendo, eles sempre dormem no mesmo horário-dou de ombros
-vamos ver então-ele abre a porta e sai empolgado, faço o mesmo e pego algumas das coisas ali no carro
-pega o resto pra mim-peço manhosa e ele dá meia volta e pega o resto das coisas

Seguimos até nossa casa e a primeira a nos ver é Marizete que sorri animada e tomba a cabeça de lado. Luan faz sinal de silêncio pra ela que finge que não estamos ali.

Luan anda pisando em ovos e quando chega na sala, dá um berro fazendo a Mariana e a Laura pularem com o susto.

-papai, eu tenho coração-Laura diz e se levanta apressada do chão

Ela corre até o Luan e se joga no colo dele, que pega ela no colo e joga pra cima.

Mariana toda espertinha se levanta e começa a andar em direção ao Luan. Ao ver que o pai não percebe sua presença, ela faz um bico e começa a chorar.

Luan me olha pedindo pra pegar ela, mas eu nego dando risada.

-é você que ela quer meu querido, quem mandou querer quatro filhos, se desdobra-dou risada da careta que ele fez e sigo até minha sogra

Luan coloca a Laura em um braço e pega a Mariana com o outro. Me sento no sofá e a Mari me abraça de lado.

-se acertaram?-pergunta interessada
-sim, graças a Deus ele percebeu as burradas que estava fazendo-retribuo o abraço
-graças a Deus e a vocês
-a nós, você também é uma peça importante na vida dele-encaro ela e beijo sua bochecha
-eu amo você-ela beija minha testa
-eu também amo você-respondo com sinceridade-agora para de tentar me fazer chorar. Cadê Manuela e Matheus?
-adivinha-faz cara de deboche
-dormindo como sempre-dou risada sabendo que acertei-escutou amor, os gêmeos tão dormindo-jogo na cara dele que revira os olhos pra mim
-amanhã tem médico né?-ela pergunta mudando de assunto
-sim, quer ir junto?
-quero, será que o Luan vai achar ruim?
-ele não tá com moral nenhum de achar algo ruim-dou de ombros-vai ser às oito, porque ai seremos os primeiros e não terá ninguém-dou de ombros
-que bom então, venho pra cá depois do café
-combinado-me levanto-cadê a Dai?
-ela foi falar ao telefone com alguém, tá lá atrás
-ah, antes que eu me esqueça, amanhã depois do médico, vem pra cá, vamos falar com três babás e escolheremos duas pra ajudar a Dai. Minha mãe vem também e quero sua opinião também, prefiro eu mesma escolher do que pedir pra uma agência
-claro, eu venho com vocês e fico aqui
-obrigada-agradeço
-de nada
-vou lá ver meus bebês e já volto, obrigada por ficar com eles
-sabe que é sempre um prazer né?
-mesmo assim obrigada

Subo as escadas e ao chegar no quarto dos gêmeos, sento na poltrona e fico em silêncio observando eles dormirem tranquilamente.

Alguns minutos se passa, e minha solidão vai embora quando o Luan entra no quarto. Ele olha os dois bebês no berço e em seguida se aproxima de mim e senta no meu colo.

-tô feliz que estamos todos juntos de novo-ele me faz abraça-lo
-eu confesso que eu também tô muito feliz-faço carinho em sua barriga e subo pro seu peito
-amanhã tem uma social na casa do Sorocaba, vamos?
-vou falar com a minha mãe e com a sua, se uma delas aceitarem ficar com a nossa creche, nós iremos
-fala só com a sua, minha mãe vai ficar com o Bernardo, a Bruna e o Breno vão
-ok, amanhã cedo ela vem ajudar com os babys e eu converso com ela
-ok, mas se não der certo, sem problemas, a gente faz a nossa social
-sabe que se a gente for, você não vai beber né?
-por quê?-faz um bico
-bebida alcoólica faz mal, posso tentar te liberar um vinho de vez em quando e uma vez no mês uma cervejada, mas não prometo, a decisão não vai ser minha, vai ser do médico
-ok-concorda sem reclamações e eu me espanto-não diga nada
-não direi-finjo passar um zíper na boca e ele sorri se aproximando, mas o choro do Matheus faz ele se afastar
-moleque é mais ciumento que eu, eu em-resmunga e se levanta pra pegar o pequeno-oi gostosão do papai-ele afina a voz pro Theus que para de chorar

Gosto tanto de ver o paizão que o Luan é, tenho tanto orgulho e espero que ele saiba disso e se ainda não sabe..

-eu tenho orgulho do paizão que você se tornou-falo sem medo e ele sorri pra mim com os olhos brilhando-você é o pai mais incrível do mundo-elogio e ele manda beijo todo sem jeito-te amo-me declaro-muito

(...)

Estávamos ansiosos. Dimas abriu os exames e nesse momento os analisa sem dizer nada, não sei se isso é bom ou ruim.

Ele abre o próximo exame, encara tudo e também não diz nada. Luan gruda na minha mão e fica me encarando preocupado.

-bom-Dimas depois de minutos diz e se direciona pra gente
-e ai?-pergunto preocupada e ele solta um suspiro

Isso não me parece nada bom!






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Oii, até que voltei rápido né?! Prometo aparecer com mais frequência, estou me esforçando, juro 🙏

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Capítulo 362 - Unidos

Luan

-eu não quero-Marina tenta me afastar dela, mas não consegue
-não fala isso-peço me aproximando mais, porém ela me empurra
-eu falo, porque é a verdade, você num disse que vai ficar aqui, então agora fica pra sempre
-que?-eu mesmo me afasto dela
-foi exatamente o que você entendeu-cruza os braços
-pera ai Marina-fico pensativo ligando os pontos-você tá terminando comigo? É isso mesmo?
-se eu disse que vou voltar pra casa é porque estou te dando uma oportunidade, mas você prefere ficar aqui, então fica pra sempre
-eu quero minha mulher de volta, eu quero minha vida de volta-volto a me aproximar-não quero que você apenas volte pra casa
-então faz por merecer
-um sexo gostoso é capaz de te convencer?-pergunto como quem não quer nada e ela dá risada
-óbvio que não
-por quê?
-Luan, já passou a época que resolviamos nossas brigas com sexo
-vamos voltar nessa época, é tão mais gostoso-aliso sua coxa de fora-foi aqui, nesse apartamento que eu comecei a minha vida de verdade contigo, foi quando me mudei pra cá que eu comecei a pensar em casar, em ter filhos, lembra? Vamos começar aqui de novo-peço e ela tenta afastar sua cabeça, mas a seguro pelo cabelo e roço nossos lábios-por favor vai
-promete que não vai mentir, nem omitir pra mim novamente?-ela diz entregue e fecha os olhos
-prometo
-promete que vai continuar se cuidando, que não vai parar nunca?
-prometo se você me ajudar
-como assim?-se afasta
-casal que malha unidos e que faz dieta unidos, permanece unidos-dou de ombros
-você vai me fazer ser fitness de verdade?-pergunto bolada
-eu preciso disso, aliás, nós precisamos-falo olhando em seus olhos
-tudo bem, eu tô nessa com você-concorda por fim e eu me animo todo
-obrigada, obrigada mesmo-seguro em seu rosto e distribuo beijos por todo o seu rosto-eu amo a minha família, amo tudo o que construimos juntos e eu prometo me cuidar pra não destruir tudo
-eu vou confiar em você, vou te dar um voto de confiança, mas não perde esse voto, eu não vou mudar de ideia se eu for embora novamente-ela diz sincera e eu sei que não é brincadeira
-não vou te decepcionar, prometo
-tudo bem então, vamos pra casa
-agora não né?
-agora não mesmo, eu ia tomar café-aponta pra mesa
-poxa sereia, tô morrendo de saudade de você-me aproximo mais e beijo sua bochecha-saudade de ter você, de sentir você-escorrego meus lábios pra sua orelha e mordisco levemente-vamô fazer amor, vamô?-passeio meu nariz pelo seu pescoço e sinto ela se arrepiar
-você é um idiota-resmunga entregue em meus braços
-quer aqui ou quer subir?
-já que você já estragou o meu café, vamos subir-ela se rende e eu sem pensar duas vezes pego ela no colo-você quando quer é rapidinho né?
-opa, rapidez é o meu sobrenome-pisco pra ela e subo as escadas

Chegamos no quarto e tiro algumas coisas que estavam em cima da cama, coloco a Marina em pé na minha frente e encaro ela com um sorriso no rosto.

-quer agora?-pergunto só pra provoca-la e lhe puxo pela cintura
-quero-ela responde manhosa e eu puxo levemente o seu cabelo
-então pede com jeitinho-beijo seu pescoço
-se começar com graça eu vou descer-ela fala um pouco irritada e eu dou risada
-relaxa bebê-passo a língua em seu colo
-me faz relaxar?-ela cede e pede com jeitinho
-pedindo com jeitinho assim, claro que faço

Deito ela na cama e me deito por cima dela, mordo seu lábio inferior o puxando pra mim e em seguida beijo seus lábios iniciando um beijo que faz tudo esquentar entre a gente. Levo as minhas mãos até as coxas dela e aperto com força, Marina afasta seus lábios do meu e morde o meu pescoço me fazendo arrepiar todo. Ela nos vira na cama e fica por cima, seus dedos começam a desabotoar botão por botão da minha camisa e assim que termina, ela tira do meu corpo e joga longe.

-rápida-falo em um sussurro ao ver ela beijar meu peitoral

Sereia responde com um sorriso malicioso e começa a descer seus lábios, ela mordisca a minha barriga me deixando excitado e quando chega no cós da minha calça, ela se senta em minhas coxas.

Marina rapidamente abre a minha calça e já começa a desce-la junto com a minha cueca, ganhando vista privilegiada do meu pau duro. Ela desce a minha calça e cueca até metade das minhas pernas e agarra meu membro com uma mão, fazendo movimentos de vai e vem em mim, que sem conseguir controlar solto um gemido baixinho, ela me toca de uma maneira que só ela sabe como fazer, só ela tem esse poder sobre mim. Marina se ajeita e se curva pra frente, além de usar sua mão em mim, ela coloca sua boca. Agarro o lençol com uma mão e a outra eu coloco em seu cabelo lhe incentivando a me chupar cada vez mais.

Marina não para, ela continua com seus movimentos em meu membro até eu avisar que estou prestes a gozar, ela afasta sua boca de mim e eu nos viro na cama ficando por cima.

-minha vez-sorrio pra ela que retribui
-me surpreenda garotão
-deixa comigo

Fico em pé, tiro meu tênis e as meias, aproveito e termino de tirar a calça e a cueca por completo. Volto pra cama e fico por cima dela, beijo seu pescoço com carinho e subo até seus lábios, dou início um beijo pra lá de excitante e levo minha mão até sua intimidade, coberta pela calcinha e pelo pano do vestido, faço um breve movimento, mas não me contento com a situação. Ergo o seu vestido na altura dos seus seios e coloco minha mão por dentro da calcinha, fazendo movimentos circulares nela, que geme meu nome baixinho. Gosto da sensação que causo nela, gosto como ela se derrete por mim.

Sinto que estamos desiguais e me afasto dela, continuo a subir seu vestido até tirá-lo do seu corpo. Olho a Marina nos olhos e vejo o seu olhar transbordando luxuria.

Ela sem querer esperar o meu tempo, abre o próprio sutiã e joga ele no chão, aproveito sua rapidez e passo a mão em seus seios perfeitos, desço meus dedos pela sua barriga até chegar em sua virilha e tiro sua calcinha do corpo.

-anda logo amor-ela resmunga abrindo as pernas e me dando liberdade

Subo até seus lábios e lhe dou um beijo fogoso, que faz nossos corpos entrarem em combustão, o fôlego nos falta no meio do beijo e eu desço meus lábios até seu pescoço, não paro por ali e continuo a descer cada vez mais. Chupo seu corpo por inteiro e chego em sua intimidade depiladinha, não dou tempo dela se preparar e lhe chupo, vejo a Marina agarrar o lençol enquanto se estica toda e geme enquanto brinco com seu clitoris inchado e deslizo um dedo pra dentro em sua entrada.

Marina está tão excitada que enquanto brinco com ela, sinto o seu orgasmo cada vez mais próximo e parece que ela também percebe que não aguentará muito e me avisa em um sussurro que irá gozar em breve. Teimoso do jeito que sou, não paro de chupa-la e coloco um segundo dedo nela que se contorce toda na cama. Aumentou meu ritmo com a língua e com os dedos até sentir sua goza escorrer na minha boca. Limpo ela todinha e subo novamente em cima dela.

-a camisinha-ela me lembra e eu me levanto
-claro

Procuro a minha carteira e encontro no bolso da calça que eu estava. Pego uma camisinha dentro dela e volto pra perto da cama. Abro o saquinho no dente e desenrolo a camisinha no meu pau, subo na cama e me deito sobre ela. Me ajeito em sua entrada e a penetro devagar, que delícia senti-la assim tão intimamente, tão gostoso, começo a fazer movimentos mais rápidos e me curvo colocando seus seios em minha boca, me revezo entre chupa-los e quando sinto um gosto de leite, me afasto e passo a brinca com eles com as mãos, meus lábios eu deixo em seu pescoço, recebendo o melhor da minha sereia.

Marina abraça o meu corpo e passa a arranhar as minhas costas, não me importo e até gosto da sensação. Continuamos no mesmo ritmo, que sem dúvida é um ritmo bom pra nós dois e assim começamos a ficar cada vez mais próximos do nosso orgasmo. Marina percebendo a nossa quase entrega, nos vira na cama e fica por cima. Coloco minhas mãos em sua cintura lhe ajudando com os movimentos e continuamos até gozarmos juntos.

Marina revira os olhos enquanto morde os lábios e em seguida de deita sobre o meu corpo e fica com o rosto em meu peito.

-isso foi bom-faço carinho em suas costas-eu tava com saudade
-eu jurei pra mim mesma que você precisava de mais castigo e foi só você beijar meu pescoço que abri as pernas-ela fala tentando parecer irritada e eu dou risada
-pro amor não tem tempo-falo tentando ser romântico e ela me encara
-por favor, não esquece as promessas que me fez
-não vou esquecer e também não vou deixar você esquecer as suas
-quais?
-que vai ser fitness comigo-me estico e beijo sua testa
-vou ser sim, quando você estiver em casa-dá risada e eu faço careta
-já é um bom começo-dou de ombros
-temos um outro assunto sério pra conversar agora-ela se levanta e saio de dentro dela
-o que é tão sério assim que me tirou de dentro de você?-me levanto também e sigo até o banheiro, tiro a camisinha, dou um nó e jogo no lixo

Volto pro quarto e a Marina está enrolada no lençol da cama.

-não quero mais filhos-ela fala de uma vez-quatro já tá ótimo e se for pra ter outro não quero que venha de mim
-já sei disso, o que mudou?
-gosto de te sentir pele com pele, sem camisinha-faz uma carinha safada
-eu também gosto-me ânimo com a conversa
-eu passei por uma cesariana há pouco tempo, não quero fazer outra operação agora-um biquinho surge em seus lábios me ganhando
-tá, continua
-faz vasectomia?-pede juntando as mãos na frente do lençol
-ham?-pergunto só pra confirmar
-vasectomia-repete-se caso a gente se separar e você quiser outros filhos, dá pra reverter de boa
-não vamos nos separar-fico bravo pela sugestão
-eu sei e nem quero que isso aconteça, mas se acontecer você já sabe
-não fala merda-reviro os olhos pra ela
-tá, não falo mais, porém o meu pedido ainda está de pé
-vou ter que tirar uns dias de folga né?
-sim-concorda escondendo um sorrisinho
-ok então Marina, eu faço
-jura?-ela finalmente sorri
-juro-sorrio também
-obrigada-larga o lençol, corre até mim e pula em meu colo

Ela beija todo o meu rosto em seguida para seus lábios nos meus iniciando um beijo bom.

-podemos continuar-sussurro quando o meu fôlego acaba
-agora não, estou com fome e deixei meu café lá embaixo, depois que eu tomar o café vamos pra casa, pois as crianças estão com saudade e quem sabe antes de dormir a gente volta a fazer amor
-o café tem mais valor que eu-faço bico
-você sabe que qualquer comida tem-diz rindo e se afasta
-chatinha-mordo levemente sua bochecha
-ai cachorro-desce do meu colo
-vai tomar banho?
-vou-sai pro banheiro
-posso ir?-pergunto da porta
-não, meu banho é rápido, espera e depois você vai
-tá bom-concordo e me sento na cama, se tem uma coisa que eu não quero, é dar motivo pra ela começar um castigo

Procuro o meu celular com os olhos e não encontro, desço as escadas e acho ele na sala. Subo de volta e mando uma mensagem pro Testa avisando que eles podem ir embora, que eu e a Marina nos acertamos, sua resposta me faz rir de mim mesmo.

"Quando me despedi da Marina, ela mandou a gente ir embora e deixar suas malas na sua casa, ela já sabia que vocês iam se resolver. Tô em casa faz é tempo e ainda bem que ela avisou, porque se dependesse de você estaríamos plantões te esperando"

-que foi?-Marina sai do banheiro enrolada em uma toalha
-por quê?
-você tá rindo e com cara de idiota
-você mandou o Testa não esperar, você já queria ficar bem-acuso
-sim, eu queria, mas ai você resolveu ficar aqui
-desculpa, mas eu te queria por inteiro
-e você teria, mas não facilmente
-foi fácil-sou debochado e ela mostra dedo pra mim
-você tá precisando de castigo pra ver se aprende alguma coisa
-castigo não-me desespero-era brincadeira, não falo mais nada
-bom mesmo-revira os olhos
-sem castigo né?-pergunto pra ter certeza
-vou pensar no seu caso, agora já pro banho-ela entra no closet

Deixo ela em paz e faço o que ela mandou, tomo um banho tranquilo, porém sem demorar muito. Assim que saio do banheiro não encontro minha mulher no quarto, mas encontro uma roupa minha em cima da cama. Visto ela e desço descalço já que não tenho nenhum chinelo aqui.

Ao chegar na cozinha encontro minha esposa devidamente vestida e pronta pra tomar café.

-senta, fiz seu café com cacau e canela-aponta pra uma caneca na ponta da mesa

Faço o que ela disse e me sento, além da caneca cheia, também há um sanduíche natural, feio com pão integral.

Comemos praticamente em silêncio e assim que acabamos, fico a encarando, Marina toda envergonhada me olha e parece querer dizer algo.

-que foi?-pressiono
-preciso te conto uma coisa
-então conta-dou de ombros querendo saber o que é
-eu voltei a trabalhar-fala de uma vez







___________________________

Demorei muito? Alguém querendo comer o meu fígado por aqui? Kkkkk
Desculpem ❤️
Mas eu voltei, agora pra ficar!
As coisas aqui estão se ajeitando e agora vai ficar tudo bem.
Obrigada por ainda estarem aqui viu 😙❤️

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Capítulo 361 - Fica pra sempre

Marina

Ele chegou e agiu como se nada tivesse acontecido, se jogou na frente do meu carro, fez piada e ainda tentou mexer comigo falando da primeira vez que estivemos na sua cobertura. Ele conseguiu, me fez lembrar e assim que eu passo pela porta, ando direto até o sofá sem olhar a mesa, foi lá que começamos a nos divertir naquele dia.

Deixo minha bolsa ali no sofá e me sento pronta pra ouvir as suas desculpas.

-pronto, chegamos, agora fala o que é que você tem pra falar-cruzo os braços um tanto irritada
-por que ficou irritada?-pergunta se sentando ao meu lado e coloca sua mochila no chão
-talvez seja porque você se jogou na frente do meu carro e ainda fez piadinha
-é isso mesmo ou é porque eu te lembrei da primeira vez que estivemos aqui?
-Luan, é sério? É pra isso que está aqui? Porque se for, faz o favor de ir embora
-não é por isso
-então fala algo que preste, fala algo que eu queira escutar. Eu vim pro seu apartamento justamente pra ficar longe de você e agora você está aqui e só consegue fazer piada. Você não tá pensando em mim, não tá pensando em como estou, no que estou sentindo, se for pra me deixar mais mal não fica aqui, vai embora
-não foi por isso que eu vim-ele senta mais próximo de mim-eu tô fazendo piada pra você perceber que eu estou bem, que nada mudou, que eu continuo o mesmo
-você não precisa fazer piadas pra eu ver que você está bem por fora, eu só preciso te olhar pra isso
-eu estou bem por dentro também, eu entendi você
-não entendeu-resmungo irritada
-eu entendi, é sério sereia, eu entendi, eu não quero que você sinta o que eu tô sentindo por você ter me deixado, dói muito tudo isso e sei que pra vocês seria muito pior. Eu tô me cuidando, tô fazendo academia duas vezes por dia, meu celular tem despertador pras horas que preciso tomar remédio-ele tira o celular do bolso e me dá, desbloqueio a tela e olho os despertadores que eu já havia visto, ainda acionados-pode perguntar pro Testa e pro Cirilo, eu não me importo, eles sabem os horários dos remédios e quando estava prestes a dar o horário um dos dois aparecia em meu quarto pra ter certeza que eu realmente tomei certinho. Eu tô me esforçando pra ficar bem pra vocês, inclusive o Testa me comprou isso aqui oh-ele abre a mochila e tira uma caixinha dali, ele me entrega e ao abrir percebo que é um separador de remédios-tá tudo separadinho certinho, a única coisa que preciso saber é a quantidade de remédio de cada, mas isso já é automático-dá de ombros e eu fico olhando aquele separador-se quiser falar com os meninos pra ter certeza que estou falando a verdade, pode pedir pra eles subirem, eles estão lá fora na van esperando caso você me mande embora-dessa vez ele não parece tão confiante como ele estava

Pego meu celular e mando mensagem pro Rober subir. Fico em silêncio e o Luan também, ele me encara esperando uma resposta que eu ainda não posso dar.

-não vai dizer nada?-ele pergunta depois de alguns minutos de silêncio

Cinco segundos se passam até a campainha tocar chamando minha atenção.

-pediu pros meninos subirem?-pergunta pra ter certeza da sua suspeita
-sim, só o Rober, mas sim
-vou beber uma água-ele levanta e seu celular desperta bem na hora-são três da tarde, preciso tomar meu remédio-ele pega o celular, desliga o despertador, pega o separador de remédios e segue pro lado da cozinha

Fico ali de longe o olhando e vejo ele na sala de jantar todo organizadinho pegar os remédios e seguir pra cozinha.

A campainha volta a tocar me lembrando que preciso atender o Rober.

Sigo até a porta e abro pra ele entrar. Seguimos juntos pra sala e eu me sento, ele não.

-por favor, me dá notícias boas, me diz a verdade-peço
-então, apesar de eu ter dito que eu ficaria no pé dele, eu não tive tempo pra isso-tento interrompe-lo, mas ele continua-eu não tive tempo, pois ele mesmo estava no pé dele. Quando dava os horários dos remédios dele eu corria até o quarto e ao chegar lá ele já estava pronto pra tomar e o fazia na minha frente. Ao invés de eu dizer os horários que ele iria pra academia com o Davi, era ele mesmo que chamava o personal e ia, além de tudo ele vai em dois momentos pra academia, de tarde e a noite depois de jantar, a noite ele vai mais leve, faz esteira e pronto.-ele me informa-é isso! Você queria que eu te deixasse a par de tudo e eu estou deixando e não, não há possibilidade de eu estar mentindo-ele responde a pergunta que fiz na minha mente-eu te contei da falta de cuidado dele justamente porque eu estava preocupado com ele e com a saúde dele e eu jamais mentiria pra ti, nem omitiria, não dessa vez. Eu escondi sim, mas eu não tinha entendido o mal que eu estava fazendo pra ele e eu só percebi quando vi ele daquela maneira no dia que descobriu do seu sequestro
-eu confio em você-sou sincera-acho que confio até mais do que confio nele-dou um sorriso sem graça-ele me disse tudo isso que você disse, só que da maneira dele e agora eu acredito, porque escutei da sua boca e tô vendo sinceridade em seu olhar. Eu sei que não mentiria pra mim em relação a esse assunto tão delicado e eu espero que continue assim pra sempre. Eu não posso abandonar a minha vida, a minha família, o meu emprego pra poder cuidar dele na estrada e eu jamais pediria pra ele parar a carreira pra que eu pudesse ficar de olho, por isso eu espero que você me ajude com isso, que você seja os meus olhos quando ele estiver nos shows, peço que me ajude, eu não posso sozinha, eu não consigo sozinha-minha voz falha e ele me abraça
-fica sossegada, ele se ligou, ele percebeu que precisa de cuidados, que perder alguém que ama dói, ele entendeu e eu não tô falando isso só porque eu sou amigo dele não, eu tô falando, porque é a verdade. Dá uma chance, ajuda ele a se cuidar, seja o motivo pelo qual ele precisa se cuidar
-obrigada Rober, por tudo-abraço ele apertado
-somos mais que amigos, somos friends-ele diz uma das gírias de anos atrás e eu dou risada
-somos mais que amigos, somos família-beijo sua bochecha
-sim, família-ele me olha nos olhos
-só espero que essa não seja a parte que vocês se beijam-Luan faz piada e eu e o Rober olhamos feio pra ele-eita, não tá mais aqui quem brincou-ergue as mãos-já conversaram ou querem que eu volte pra cozinha?-pergunta sério e não é com deboche
-já conversamos-continuo abraçada com o Rober
-então ok, tchau Rober, me espera na van que qualquer coisa te aviso e larga a minha mulher-Luan se aproxima e para do lado do sofá
-você nem sabe se ela ainda é sua mulher-Rober provoca e o Luan apenas senta no outro sofá sem ter o que falar-vou descer viu, pensa bem no que eu te falei, pensa se vale a pena continuar, vê se os contras não são mais-ele diz e pelo canto do olho vejo o olhar assustado do Luan
-te levo na porta-me levanto e ele faz o mesmo

Seguimos juntos até a porta e ele volta a me abraçar, aperto ele fortemente contra o meu corpo e sussurro em seu ouvido.

-não espera o Luan não, passa lá em casa e deixa as malas dele lá e não fala nada pra ninguém-peço e me afasto
-deixa comigo-dá uma piscadela-vê se não vai quebrar o apartamento todo em-ele me olha feio
-eu tô com saudade, mas acho que ele precisa de um pouco mais de castigo-retribuo a piscadela
-chega desse papo, tchau-ele sai em direção ao elevador

Espero ele sumir das minhas vistas e entro pro apartamento. Luan continua com aquela cara de assustado.

Me sento no sofá oposto do que ele está e fico o encarando, ele retribui o olhar e em seguida abaixa a cabeça.

Espero ele dizer algo, mas cinco minutos se passam e nada sai de sua boca. Me levanto irritada com a falta de comunicação e ando em direção as escadas. Subo até o meu quarto, troco a sapatilha por um chinelo e me sento na cama pensativa.

Todas as informações vieram tudo de uma vez, não era assim que eu tinha imaginado essa volta, mas nada saiu como eu esperava.

-O Roberval cagou com tudo né?-escuto a voz do Luan e me viro de lado encarando ele na porta
-Ele não cagou com nada-dou ênfase no "ele" e o Luan entende
-eu sei que eu fiz merda, eu sei e não nego, mas amor, eu vou e tô me cuidando, os contras não são tantos assim, me dá uma chance vai, me dá um voto de confiança
-o Rober só confirmou tudo o que você disse-falo claramente e ele me olha sem entender
-e aquela história de ver se vale a pena continuar, ver se os contras são maioria?-pergunta desconfiado
-ele falou aquilo justamente pra ver aquela sua cara de assustado-dou risada e ele fica indignado
-vagabundo, filho da puta, viado-ele resmunga irritado
-não conhece o próprio amigo-reviro os olhos
-conheço, conheço até demais, porém o medo de perder você tá tão grande que mal consigo perceber as coisas que acontecem ao meu redor
-o que foi que eu te disse quando eu sai de casa?-cruzo os braços
-que você não iria ficar pra me ver morrer, sabendo que eu posso me cuidar-ele resume tudo
-o que você está fazendo?-pergunto e ele entende o sentido da pergunta
-tô me cuidando
-então eu volto pra casa-finalizo a conversa
-sério?-ele dá um sorriso e se aproxima ficando na minha frente
-sério, só espera um pouco e a gente já vai-respiro fundo
-graças a Deus-ele se joga em cima de mim e me faz deitar na cama
-ai Luan-resmungo
-desculpa amor-segura o meu rosto e vem pra me beijar, mas coloco a mão na frente
-eu disse que vou voltar pra casa, não pra você-nos encaramos seriamente
-não vai fazer isso comigo né?-ele dá um sorriso sem jeito e eu me seguro pra não rir
-já fiz-nos viro na cama e me levanto
-então volta pra casa e eu fico aqui, quando quiser conversar sobre a gente, eu volto-ele fica na cama
-sério?-cruzo os braços e ele concorda-você que sabe Luan, depois não adianta vim reclamar

Largo ele ali e desço as escadas, entro na cozinha e pego algumas coisas pra fazer um café pra gente, mas se bem que o Luan nem tá merecendo nada.

Arrumo a mesa e coloco algumas coisas gostosas ali, passo um café só pra eu beber com leite ninho e creme. Deixo tudo na mesa e me sento ali pronta pra tomar meu café.

-nem me chama-Luan diz e eu ignoro ele

Coloco meu café na caneca, um pouco de leite ninho e creme de leite, misturo tudo e dou um gole pra ver se está do jeito que eu gosto e sim, está.

-posso tomar café?-pergunta, mas estou tão irritada que nem respondo

Faço um sanduíche pra mim e começo a comer, mas o Luan tira tudo da minha mão, coloca na mesa e me levanta.

-o que tá fazendo?-pergunto tentando me soltar dele

Luan me coloca sentada na mesa na parte onde não tem nada e fica entre as minhas pernas.

-eu não quero-tento afasta-lo
-não fala isso
-eu falo, porque é a verdade, você num disse que vai ficar aqui, então agora fica pra sempre
-que?-ele se afasta de mim
-foi exatamente o que você entendeu-cruzo os braços
-pera ai Marina-ele fica pensativo-você tá terminando comigo?








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Oiiii, voltei! Não revisei o capítulo, acho que dá pra perceber kkkkk mas é que eu estou meio atoladinha, mas vai dá certo 🙏
Será que terminaram?

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Capítulo 360 - Tá querendo se matar?

Marina

Luan havia viajado e eu voltado pra casa. Fiquei surpresa quando cheguei e vi que a minha academia realmente estava completa, diversos aparelhos novos e um espelho gigante.

-eu amei isso-falo sozinha olhando cada detalhe ali

Tânia me disse que ele comeu direitinho esses dias, foi a academia, o celular despertava e ele corria pra beber o remédio. Resumindo, ele conseguiu viver corretamente sem muita ajuda.

Me empolguei, me enchi de esperanças com essa mudança, mas primeiro preciso falar com o Rober e saber como ele se saiu na estrada.

Daiane e a Malu estão me ajudando a achar duas babás competentes pra cuidar dos meus bebês, eu preciso de ajuda e qualquer pessoa pode perceber isso de longe.

-vou precisar ir no estúdio, mas vou levar os gêmeos, dá conta da Laura e da Mariana né?-converso com a Dai que sorri confirmando-obrigada, eu já disse que você é meu anjo né?-mando beijo pra ela que retribui
-sim, você disse

Subo as escadas, me arrumo e volto pra sala. Pego os meus gêmeos e levo pro carro, prendo eles bonitinhos no bebê conforto.

Como a Laura está no colégio e a Mariana dormindo, não me despeço de ninguém e saio dali.

Ligo o rádio baixinho e sigo cantando animada as músicas do Luan.

Ao estacionar no estúdio sinto uma animação inexplicável. Só esse lugar consegue me deixar assim, é uma sensação inigualável.

-O QUE FAZ AQUI SUA DOIDA?-Mario grita da porta e eu dou risada da sua expressão de surpreso
-vim matar um pouco da saudade que tô desse lugar, vem me ajudar com os gêmeos seu maluco-pego minha bolsa

Abro a porta de trás e solto os dois que estavam presos. Pego primeiro o Matheus e quando o Mario para ao meu lado, eu dou o bebê conforto pra ele. Pego a Manuela e tranco o carro.

-já voltou pra casa?-pergunta curioso
-sim, mas acho que quando o Luan for voltar, eu vou voltar pro apartamento, ele merece mais um tempo sozinho pra ver se aprendeu de verdade que ele precisa se cuidar-tento parecer certa do que tô fazendo, mas antes de terminar a frase sinto minha voz fraquejar
-você tá morrendo de saudade dele-ele me acusa
-tô mesmo, ele é o meu marido e eu tô com saudade e eu só quero o melhor pra ele e o melhor pra ele é que ele sinta na pele como é perder alguém que amamos-já começo a chorar e ele me abraça do jeito que dá
-fica calma vai, ele tá se cuidando, tenho certeza que ele vai continuar assim, ele percebeu que é um erro o que ele tava fazendo
-tomara-limpo minhas lágrimas com a mão livre-vamos subir que eu tô morrendo de saudade de tudo aqui-puxo ele pra perto

Subimos as poucas escadas e ao entrar todos me olham surpresos. A surpresa dura segundos, até eles virem me abraçar e dizer que estavam com saudade.

-voltou pra ficar?-Igor pergunta animado
-mais ou menos, não vou vim todos os dias por enquanto, mas irei vim sempre e ficar algumas horas por dia, combinei com a Marília e vamos começar a produzir o novo DVD dela-falo animada com as novidades
-então vamos ao trabalho-Pietra fica mais animada que eu

(...)

Os dias sem o Luan se passaram voando, a quarta finalmente chega e com ela provavelmente o meu marido.

Eu quis ficar na nossa casa, quis esperar pra saber se ele se cuidou, mas eu não consigo, eu não posso, não enquanto eu não tiver certeza que ele está levando a sério a história de se cuidar.

Aviso minha sogra sobre voltar pro apartamento e ela vem até a nossa casa.

-sei que quando ele chegar ele vai querer ver as crianças-dou de ombros-a Dai fica com a Mariana e na hora de buscar a Laura ela leva a pequena, mas eu preciso que alguém fique aqui com os gêmeos
-tem certeza que quer ir?-ela pergunta preocupada
-tenho-afirmo-eu ainda não tive tempo de conversar com o Well ou com o Rober pra saber se ele realmente se cuidou por esses dias, então eu vou pra lá, ele fica com as crianças hoje, eu falo com os meninos e depois eu volto, ou não-dou de ombros
-ele me jurou que tá se cuidando-Mari diz um pouco desesperada
-eu quero ter certeza Mari-abraço ela de lado
-vocês são melhores juntos, você pode dar força pra ele, pode ajuda-lo, por favor Marina, não desiste do meu filho, ele precisa de você, ele não aguenta sem você, sem vocês-ela implora daquele jeito materna e eu deixo um soluço preso em minha garganta, escapar
-eu também não aguento sem ele Mari e é exatamente por isso que estou fazendo isso-suspiro-tudo só depende dele
-eu sei e tenho certeza que ele vai fazer por merecer
-é o que eu espero-tento parecer animada-você promete que ajuda ele com as crianças?-pergunto ansiosa
-sim, eu prometo, vou ver com a Tânia se ela pode ficar até um pouco mais tarde, eu ajudo ele com as crianças e a Tânia ajuda com a casa
-a Laura é maravilhosa, ela ajuda com a Mariana se precisar, mas qualquer coisa me liga e eu venho aqui busca-los
-vai dá certo, não se preocupa, qualquer coisa eu ligo
-obrigada-sorrio encantada com a sua ajuda
-tira o tempo que precisar pra ficarem bem, pra você voltar a confiar nele e conte comigo pro que precisar
-obrigada, obrigada mesmo-abraço ela novamente e me afasto-ajuda ela Dai, por favor, com tudo o que ela precisar, prometo te recompensar depois
-não precisa nem pedir né Marina, fica tranquila, se precisar fico aqui com ela até a noite-ela se dispõe
-meu anjo-suspiro e ela sorri tombando a cabeça de lado

Levo as coisas que precisamos pro carro, me despeço dos meus filhos e saio dali sem olhar pra trás, se eu olhar sei que não serei capaz de deixá-los ali.

Penso em seguir pra casa, mas preciso me distrair um pouco. Sigo pro estúdio e chegando lá o porteiro me olha surpreso.

-cadê os bebês?-pergunta sorrindo
-ficaram em casa com a babá e a minha sogra, preciso de um pouco de distração-omito parte da história
-que bom que está aqui-ele sorri simpático e abre o portão pra mim
-obrigada-sorrio também

Entro com o carro, estaciono ao lado do carro do Mario, pego minhas coisas e sigo até o estúdio.

-oi-falo assim que entro, já que está todo mundo ocupado demais pra perceber minha presença
-oi gatinha-Rô se levanta e deixa um beijo em minha bochecha
-cadê os bebês?-Mario se aproxima e me abraça
-ficaram com a minha sogra pra espera o pai deles chegar-conto baixinho
-vai mesmo voltar pro apartamento?-ele pergunta discretamente
-sim-confirmo e me afasto

Cumprimento o Igor e a Pietra que nem se importaram comigo ali e volto a me aproximar do Mario que me abraça.

-veio se distrair?-pergunta, mas ele já sabe a resposta, ele me conhece bem demais
-sim, eu preciso parar de pensar um pouco nisso, preciso deixar pra pensar depois que eu falar com os meninos
-então vem cá, que o que não falta aqui é trabalho, falando em trabalho, descobriram que você está voltando e querem voltar a produzir contigo
-quem?
-todos-ele ri
-nossa
-os meninos são ótimos, mas igual a você não tem, eles querem continuar sendo produzidos pelos meninos, mas com a sua ajuda, porque tudo que você toca vira ouro
-quem me dera
-é verdade Marina, você foi a primeira pessoa a ver talento na Marília, nas Maraisas, na Naiara, no Wallace e todos eles estão bombados até hoje
-não posso voltar por completo agora, mas vou vim sempre umas três horinhas, podemos reorganizar meus horários pra dá certo essa loucura
-que bom te ver de volta, ver você fazendo o que ama-Mario me olha com admiração
-para, ultimamente tô com muito sensível, pode parar-sinto meus olhos cheios de lágrimas
-não tá de bebê de novo né?
-lógico que não, tá doido? Depois que o sangue parou de descer eu comecei minha pílula e o Luan está sempre encapado, então não, não é bebê
-você deveria ter feito aquela cirurgia pra não engravidar mais-ele aconselha
-eu pensei nisso, mas eu tive uma ideia melhor-dou de ombros e ele me encara curioso-o Luan vai fazer uma vasectomia, eu soube que tem como reverter e se caso a gente termine e ele queira filho com outra, ele consegue
-não fala besteira-revira os olhos pra mim
-não falei nenhuma-dou de ombros e ele me dá um tapa no braço
-sem terminar, agora vem que você veio aqui pra trabalhar-ele me puxa como se eu fosse um brinquedo

Passo a manhã toda ali, almoço com eles depois de pedir uma marmita pra mim e só resolvo ir embora depois das duas.

-ei meus dengos, tô indo, mas eu volto logo-saio distribuindo beijos em todos
-volta logo-Igor diz animado, ele sempre demonstra carinho comigo, ele não consegue esconder a gratidão que tem por ter conseguido o estágio aqui e agora o trabalho

Mario desce comigo até o meu carro e fica me olhando preocupado. Coloco minha bolsa no banco do carona e me viro pra ele.

-não se preocupa, tá tudo bem
-promete conversar?
-vou conversar com os meninos primeiro e depois com o Luan-deixo claro e ele suspira
-tá ok, já é alguma coisa, me liga depois?
-ligo sim-o abraço fortemente buscando conforto e ele retribui me apertando ainda mais e dizendo em meu ouvido que tudo vai ficar bem-ok, preciso ir agora-me afasto e limpo minhas lágrimas
-dirige com cuidado
-vou dirigir-jogo beijo pra ele

Entro no carro, ligo o mesmo e saio dali. Sigo em direção ao prédio do Luan e fico pensativa. Será que ele realmente se cuidou? Será que ele tomou juízo? Eu realmente espero que sim.

Chegando no prédio, espero o carro na minha frente entrar e quando penso em fazer o mesmo um homem entra na frente do meu carro. Freio com tudo e ao olhar o cara, vejo que é o Luan.

Desligo o carro e desço dele feito uma onça.

-você tá querendo se matar?-me aproximo dele e lhe dou uns tapas no peito
-não, eu só queria te parar
-já imaginou se eu não tivesse olhando pra frente?
-eu me sentaria no capô do carro-ele dá uma desculpa e ri

Dou mais uns tapas nele e me afasto voltando pro carro. Luan não se mexe e fica me encarando.

-sai dai, por favor-peço com educação
-eu quero conversar, vai me deixar subir?
-não-falo o óbvio-eu deixei as crianças lá em casa, vai pra lá ficar com elas
-primeiro eu quero conversar
-SACO-dou um grito com ele e abro a garagem novamente

Ele entra ali sem me esperar e eu vou logo atrás com o meu carro. Paro em uma das nossas vagas e fico ali dentro do carro, quietinha por alguns instantes.

-tá tudo bem Marina, você consegue, você é forte, você consegue-falo comigo mesma

Olho pelo carro e encontro o Luan escorrado perto do elevador, quem vê pensa que ele é alguém normal.

Pego a minha bolsa sem ter opção e deixo as coisas das crianças que eu trouxe ali no carro mesmo. Depois que o Luan for embora eu venho buscar e levo pra cima.

Me aproximo dele sentindo um bolo se formar em minha garganta e aperto o botão do elevador.

-tá tudo bem?-Luan pergunta, mas não consigo responder, se eu abrir a minha boca eu vou chorar-me desculpa te fazer passar por isso-ele mexe no meu cabelo e eu permaneço quieta, a minha vontade é pular em seu colo e dizer que estou morrendo de saudade

O elevador finalmente chega e eu entro na frente. Luan vem logo atrás e para ao meu lado. Subimos em silêncio total e ao chegar no nosso andar, saio na frente e ele como  sempre vem atrás.

-tô lembrando da primeira vez que eu te trouxe aqui-ele diz baixinho-você se lembra?-pergunta como se nada tivesse acontecido

Continuo meu caminho sem nem olhar pra cara dele. Passo meu dedo no leitor da porta e ela se abre. Ando até o sofá, deixo minha bolsa ali e também me sento.

-pronto, chegamos, agora fala o que é que você tem pra falar-cruzo os braços um tanto irritada







_______________________

Quase um mês depois e aqui estou eu 🤷
Lembram lá no meio da fic quando eu estava quase perdendo a minha vó que eu aparecia aqui quando dava?
Então, a situação agora é quase igual, porém dessa vez é com o meu tio.
Eu tento fazer parecer que está tudo bem, mas não está e é difícil ter ânimo pra escrever e estar aqui sempre, mas eu tô tentando, juro que tô tentando encerrar essa fic e tenho certeza que vou conseguir, mas vocês precisam ter paciência comigo nesse momento, será que conseguem? Eu tenho certeza que sim, pois vocês são ótimas
Eu queria fazer capítulos grandes, com bastante informações e postar, mas como não tá dando e pra não aparecer aqui só de quinze em quinze dias eu vou tentar postar capítulos menores, por favor não me abandonem agora, vai dá certo 🙏

sábado, 15 de setembro de 2018

Capítulo 359 - Uma família

Marina

A minha salvação da noite foi a Dai ter dormido aqui com a gente, meus gêmeos estranharam o apartamento de madrugada e eu tive que virar a noite com eles.

De manhã, depois de conseguir fazer a Manu e o Theus dormir, vou acordar minha filha mais velha. Ajudo ela a se arrumar pra ir pro colégio e desço as escadas com ela já pronta.

Faço um misto quente pra ela e um copo de leite do jeito que ela gosta.

Dai desce com carinha de sono, provavelmente também virou a noite comigo, já que dava pra escutar os gêmeos chorando.

-bom dia Dai-sorrio pra ela que boceja
-bom dia Mari-se aproxima e me cumprimenta
-obrigada por ter ficado viu, você é incrível-agradeço do meu jeito-hoje as crianças vão ficar com a minha sogra e com o pai delas, pode tirar o dia de folga viu-aviso e ela sorri concordando-e depois vamos caçar uma ou duas babás pra te ajudar, tá muito pesado pra ti e eu quero voltar literalmente pro meu estúdio, não pode deixar quatro crianças contigo, a Laura já dá trabalho pelos outros três-demos risada
-tudo bem, não vou nem reclamar, a Laura não dá trabalho, mas imagina ter que levar os gêmeos e a Mariana pra aula de dança, pro inglês, pra informática-ela começa a listar as atividades extracurriculares da minha filha
-realmente não dá, então por favor, me ajuda a escolher gente boa-imploro com medo
-claro que sim e eu sei tudo sobre os quatro, posso treina-las-dá de ombros
-já falei que você é incrível hoje?-tombo a cabeça de lado e ela sorri concordando
-você é um anjo que faz total diferença na vida da minha família-beijo sua bochecha-agora senta pra tomar café-mostro pra ela tudo o que tem pra comer e ela se senta
-senta também, certeza que está cansada-ela puxa a cadeira ao lado-e não só fisicamente-ela diz compreensiva comigo
-o que é fisicamente?-Laura pergunta nos olhando e demos risada
-fisicamente é tudo o que é físico, que pode ser pegado, no caso, eu estou falando do corpo da sua mãe-Dai explica do seu jeitinho e minha filha presta atenção o que me faz sorrir de orgulho, ela está crescendo rápido demais

Depois do café, Dai e Laura saíram me deixando sozinha. Como só um pão integral com peito de peru e sigo pra sala. Me jogo no sofá com meu celular na mão e começo a ler todas as mensagens que meu marido me enviou. A saudade já começa a me corroer por dentro, tudo nesse apartamento me lembra ele. A mesa que tomamos café que foi o primeiro lugar que fizemos sexo aqui, a cozinha quando cozinhavamos "juntos", o sofá, a sala toda, os quartos, exatamente tudo me lembra ele, tudo.

Me lembro da ligação da Tânia e das novidades que ela contou, segundo ela, ele comeu comida saudável e quando ela foi olhar os remédios ele havia tomado tudo certinho. Eu só espero que isso dure, pois não tô mais aguentando de saudade.

Me levanto um tanto chorosa ao escutar a Mariana chorar pela babá dela. Subo as escadas até o quarto que ela ficou e assim que me vê, ela sorri animada e bate palminhas.

-mama-ela diz e eu tenho vontade de morder suas bochechas gordas
-é minha gostosa, mamãe

Olho suas fraldas e vejo que ela fez coco. Pego tudo o que preciso pra trocá-la e deixo em cima da cama. Começo a limpa-la, mas ela não para quieta e acaba me melecando toda.

-filha-repreendo minha pequena que ri da situação-tá achando graça né mocinha?-termino de limpa-la e troco sua fralda e roupa

Deixo ela na cama e me olho toda melecada. Tiro a blusa suja de merda e fico só de top. Pego a Mariana no colo e desço as escadas, ao chegar no fim delas, a porta se abre e eu a encaro ansiosa, até ver meu marido passar por ela.

-o que faz aqui?-pergunto tentando não parecer irritada
-pera ai-ele me deixa falando sozinho e sai pra cozinha

Sigo ele e vejo ele tomando alguns remédios. Deixo ele ali e sigo pra lavanderia, coloco minha blusa na máquina, coloco água, sabão e amaciante. Ligo a mesma e saio dali.

-pode responder minha pergunta agora?-falo com o Luan que bebe um copo de água
-eu vim atrás de vocês, não é óbvio
-a Laura te deu o recado, eu vou levar as crianças pra sua mãe e você vai buscar a Laura no colégio e vai pra lá
-isso é mais tarde, eu ainda tenho algumas horas pra convencer você a voltar-ele tenta não parecer animado
-você não vai conseguir
-eu vou tomar jeito, eu juro, sabe o personal que eu tinha arrumado, mas mal usava?-pergunta e eu assinto-ele começar a ser usado, pedi pro Rober ajeitar horários de academia em minha agenda e também me ajudar a comer melhor, mais saudável. Pedi também pra ele conseguir o maior número de aparelhos pra academia lá de casa, pra eu fazer quando estiver de folga, a Tânia vai me ajudar na minha dieta quando eu estiver em casa e eu comecei a tomar os remédios, coloquei um monte de despertador no meu celular com os horários certinhos-ele se aproxima com o celular no aplicativo de despertador-eu vou me cuidar, eu não vou morrer do nada, não vou deixar vocês do nada, eu vou tá sempre aqui, eu vou me cuidar e eu preciso de vocês amor, não faz isso comigo.-ele começa a expressar emoção em sua voz e eu não aguento, sigo pra sala e me sento no sofá e coloco a Mariana sentada no tapete-você sabe quando eu minto
-eu não sei não-respondo de imediato
-claro que sabe-ele senta ao meu lado
-eu não sei, você mentiu pra mim, por mais de um ano Luan, você mentiu e eu nem percebi, eu já nem sei mais quando você está mentindo ou falando a verdade-nego chateada com a situação
-eu não menti pra você, eu omiti, é diferente, você não tinha como saber se eu estava mentindo sendo que nem conhecia a situação
-isso é o que mais me dói-sinto minha voz falhar
-eu só não queria te preocupar-ele alisa meu cabelo
-não pensou na possibilidade de eu descobrir e ficar destruída como eu estou?-encaro ele olho no olho
-não pensei nessa possibilidade-ele assume
-não pensou, mas agora eu descobri
-eu sei, e o culpado não é o Testa, o culpado sou eu-ele diz uma coisa que preste
-sim, o culpado é você, você é culpado por tudo, inclusive por eu estar aqui e não na minha casa
-então volta amor, eu já disse, vou me cuidar, dessa vez é sério
-é sério até quando? Até eu voltar pra casa? Ou até você ir viajar? Já que lá não posso te controlar-dou de ombros-até quando vai durar Luan?
-é sério sereia, vou me cuidar em casa e na estrada, mas por favor volta
-não vou voltar agora, não confio em você-sou sincera
-sereia-ele segura meu rosto e se aproxima-eu tô sendo sincero, você sabe que sim
-então me mostra, se cuida no dia a dia e me mostra que está mesmo disposto a se cuidar
-eu estou disposto a me cuidar, eu estou, juro pelos nossos filhos-ele me parece sincero-acredita em mim-ele roça seus lábios no meu-por favor, eu amo vocês e não posso ficar sem, por favor Marina-ele tenta iniciar um beijo, mas eu com toda a minha força de vontade, viro o rosto e ele beija a minha bochecha-eu vou me cuidar, mas preciso de você pra me ajudar a me cuidar, não diz não
-me mostra e quando eu tiver certeza que não está fazendo isso só pra gente voltar, eu volto
-me deixa ficar aqui-sussurra em meu ouvido
-não-respondo de imediato e como se fosse óbvio-tá na hora de você ir, aliás, você nem deveria estar aqui
-mas eu estou-dá de ombros
-me deixa quietinha no meu canto, vai pra casa dormir, mais tarde vou levar as crianças pra casa da sua mãe
-posso ver meus filhos agora?-ele finalmente se afasta
-vai lá-dou de ombros como se não me importasse
-é sério que vamos ficar assim?
-estou com cara de quem tá brincando?-cruzo os braços
-não tá mais aqui quem falou-ele some das minhas vistas

Solto o ar que eu nem sabia que estava prendendo e com ele sinto o choro fazer parte de mim. Olho minha filha no tapete e jogo a cabeça pra trás, pego uma almofada e coloco na frente do meu rosto pra que ela não veja que estou chorando.

Fico assim por alguns minutos até sentir alguém sentando do meu lado.

-ei-Luan diz tentando tirar a almofada do meu rosto e eu não deixo
-vai embora-peço, mas ele parece não entender
-amor
-vai embora-peço novamente
-Sereia, por favor-ele pede
-vai embora, por favor-tiro a almofada do rosto-você tá me machucando e tá doendo aqui-aponto pro meu coração-então por favor, vai embora-olho em seus olhos
-me desculpa por isso, me desculpa, eu não queria te machucar, isso nunca, me desculpa-ele pede insistentemente
-só vai embora
-tudo bem, pego as crianças na minha mãe e depois?
-depois eu te mando mensagem quando eu for busca-los
-deixa eles dormirem comigo? Eu vou ter que viajar amanhã a noite-faz cara de cachorro abandonado
-você dá conta?
-eu fico nos meus pais, eles me ajudam, amanhã levo a Laura na escola e trago os pequenos, por favor, eu mal fiquei com eles
-vou ter que ordenhar muito, mas ok-respiro fundo
-deixa eu levar a Mariana agora, sei que tá sozinha aqui, é pra te ajudar, menos trabalho pra você
-vou arrumar as coisas dela-me levanto e quando tento passar por ele, mas ele me segura
-me desculpa mesmo

Me solto dele e saio dali. Subo até o quarto e separo a girafinha de pelúcia que ela dorme, a chupeta, a babá eletrônica e desço. Sigo até a cozinha e pego a mamadeira dela, volto pra sala e dou a pequena bolsa dela pra ele.

-só tô mandando a girafa, a chupeta, babá eletrônica e mamadeira, o resto tem tudo lá em casa, fralda, leite, roupa, tudo-aviso e ele me encara

Ignoro sua cara e me aproximo da Mariana, pego ela no colo e distribuo beijos em seu rosto todinho.

-você vai passear com o papai, mas amanhã você volta pra mim-beijo seu pescoço-ah, vou contratar mais duas babás, Daiane está muito sobrecarregada e eu quero voltar pro estúdio-aviso ao Luan
-tudo bem, só me avisa que assino a carteira tudo certinho e coloco nas despesas
-eu pago as babás
-nós pagamos as babás, somos uma família
-depois falamos sobre-corto o assunto e entrego a pequena pra ele-já troquei ela, só não dei comida, nem mamadeira ainda
-ainda somos uma família né?
-pode ir agora? A Mariana me melecou toda de coco e eu preciso tomar um banho antes que os gêmeos acordem
-somos uma família?-volta a perguntar
-só depende de você, não esquece que ela tá sem comer, tchau-beijo o rosto da minha filha novamente e subo as escadas deixando ele ali

(...)







__________________________

Oiiii, tão surpresos né? Eu tô também
😂😂😂
Mas que bom que apareci né?!💃😎

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Capítulo 358 - Tomando jeito

Luan

Acordo depois de horas de sono, me arrasto até o banheiro e tomo um banho pra tirar o cansaço. Se eu bem conheço a Laura, ela vai querer brincar o resto da tarde toda, inclusive é um milagre ela não ter vindo me acordar, ela sempre faz isso, provavelmente a Marina pediu pra que ela deixasse eu descansar.

Saio do banheiro e sigo pro closet, visto uma roupa fresquinha e volto pro quarto. Olho a sacola da farmácia, abro a mesma e olho aqueles remédios prontos para serem ingeridos. Volto a jogar a sacola no sofá e me aproximo do criado mudo pra pegar o meu celular, vejo que embaixo dele tem um bilhete e pela letra, sei que é da Marina. Pego ele na mão e começo a ler o bilhete que me deixa aterrorizado.

"Eu tentei de todas as maneiras fazer você mudar de ideia e quando você disse 'ta bom' lá na farmácia, eu achei que aquilo era uma confirmação que você iria se cuidar, mas você não fez o que disse, não tomou os remédios, você os ignorou quando abriu a sacola para pegar as balas que comprei pra Laura e como eu já havia dito, eu não vou ficar pra te ver morrer sem cuidados. Eu odeio ter que te deixar, mas você não me deu outra opção.
Marina"

-ela foi embora?-falo sozinho ainda olhando o bilhete-isso não é sério, não pode ser sério-sinto o chão ao meus pés desabarem

Me levanto e ando até o closet, olho as coisas dela ali e realmente está faltando umas roupas que ela gosta de usar sempre.

-Marina, você não tá fazendo isso comigo, não tá-sinto um aperto no coração, mas não são as dores que costumo sentir, é como se aquela dor não fosse nada perto do que tô sentindo

Saio do quarto com o meu celular na mão e colocando seu número pra chamar. Chama, chama, chama e cai na caixa postal. Entro no quarto dos gêmeos e sinto falta de alguns brinquedos, roupas. Ando até o quarto da Mariana e também tem coisas faltando, continuo a andar até chegar no quarto da Laura e não encontrar seus arquinhos de pérolas, seus uniformes e materiais didáticos.

Desço as escadas e sigo até a cozinha que tem barulho de panela. Encontro a Tânia lavando louça.

-pra onde elas foram?-pergunto e ela me olha assustada
-nem vi você chegar-dá um sorriso sem jeito
-não muda de assunto
-eu não sei-ela responde ainda mais sem graça
-sabe sim-afirmo com a voz um pouco alterada
-eu não sei, juro, ela só disse que tava indo embora e que era pra eu cuidar de você
-ela não falou sério né? Ela só foi pra me dá um susto né? Foi isso?-dou um sorriso nervoso com a situação
-acho que ela foi de verdade
-não escutou nada? Uma pista?
-não, ela ficou na sala conversando com os pais de vocês e depois quando ela voltou pra cozinha foi pra avisar que tava indo, ela não parecia estar brincando, na verdade ela estava triste, muito triste, com os olhos vermelhos e parecia chorar
-Tânia-choramingo seu nome e sinto minha voz falhar-meu Deus, o que eu fiz?-deito a cabeça no balcão da cozinha

Escuto os passos dela e em seguida sua mão em meu cabelo. Viro a cabeça de lado e encaro ela preocupado.

-o que eu faço Tânia?
-vai atrás da sua família e vê se toma jeito, você está doente, mas pode se cuidar e ficar com as meninas e com o Matheus, basta querer-ela aconselha-sabe essa sensação de perder a Marina? Essa dor no coração por saber que não tem ela aqui?-concordo com a cabeça-ela vai sentir essa dor mil vezes pior se você não se cuidar e acontecer algo, vale a pena deixar ela assim por capricho?
-não-sinto lágrimas molharem o meu rosto
-então começa tomando os seus remédios, se cuidando de verdade, comendo mais saudável, fazendo exercícios físicos, se mostrar pra ela que se importa contigo, tenho certeza que ela volta-sua mão limpa as minhas lágrimas
-não sabe mesmo onde ela tá?-pergunto na esperança de receber uma resposta diferente da anterior
-eu realmente não sei, juro pra você, ela não disse nada pra mim, só pediu pra eu cuidar de você e qualquer coisa ligar pra ela, aliás, você já ligou?
-sim, mas vou ligar de novo-me levanto e beijo a testa dela

Volto a ligar pra Marina que não me atende de jeito nenhum. Ligo pros seus pais, minha sogra atende, mas diz não saber dela. Ligo pro Mario e nada, pra Hellen também nem sinal, ligo pra Luiza, mas também não sabe. Recorro aos meus pais que dizem não saber também.

Subo as escadas de volta pro quarto, pego a sacola de remédios e sigo pro banheiro, tomo os remédios logo de uma vez e desço tentando novamente falar com a Marina.

Pego a chave do meu carro e dou um grito da sala pra avisar a Tânia que estou saindo.

-VOU SAIR

Nem espero sua resposta e sigo pra garagem. Entro no carro e conecto o celular no carro. Continuo tentando contato com a Marina que continua a me ignorar.

Sigo em direção a casa dos meus pais e só depois de conferir que eles não estavam ali que fui embora. Passei também na Bruna, no Testa, na Hellen, no Mario, no antigo apartamento dela onde meus sogros moram e depois de não encontrá-los sigo pra minha última esperança, nosso antigo apartamento.

Ao chegar lá vejo que nas minhas vagas não tem nenhum carro, aquilo faz as minhas esperanças irem ralo a baixo. Estaciono em uma das minhas vagas, desço do carro e ando até a cabine do porteiro do prédio. Ele ao me vê sorri animado.

-oi, tudo bem?-pergunto
-claro, quanto tempo não aparece aqui-ele sorri animado
-é eu sei, mas vim só perguntar uma coisa
-claro, fica a vontade
-minha mulher está aqui?-pergunto de uma vez
-sua mulher?-pergunta sério e eu assinto-não, ela não está
-tem certeza? Se ela te pagou pra não dar informação, me diz, eu te pago mais
-não-ele ri sem jeito-ela não me pagou nada, ela realmente não esteve aqui, eu passei o dia sentado nessa cadeira, só sai por dois minutos pra ir ao banheiro, eu provavelmente saberia se ela tivesse vindo
-droga-solto baixinho
-está tudo bem com ela?-pergunta preocupado
-ela não tá em casa e não avisou pra onde iria, estou preocupado, ela nunca sai sem avisar
-olha ela realmente não esteve, mas se quiser deixar um telefone pra contato eu te aviso caso veja ela chegando ou pelas câmeras-ele deu ideia
-isso seria ótimo, tem um papel?-peço

O cara procura um pedaço de papel limpo e uma caneta, ele me entrega e eu escrevo meu número e meu nome.

-por favor, se ver ela, não importa a hora, me liga, eu tô muito preocupado
-ok, qualquer coisa que eu ver, em qualquer momento eu te ligo
-obrigada mesmo-estico a mão pra ele, que segura e apertamos

Respiro fundo e sigo de volta pro meu carro. Tento novamente falar com ela e ligo várias vezes, mas ela não me atende. Digito uma mensagem e envio, talvez ela veja, talvez ela se sensibilize.

"Meu coração já tá uma merda, não termina de destruir ele assim 💔"

Deixo o coração de lado e saio do prédio, volto pra nossa casa e sinto ela tão vazia, sem ninguém, não se parece com um lar, parece apenas uma casa, sem nada.

Tânia continua ali e depois de tanto insistir ela me faz comer um pouco. Depois de ver que não quero papo, ela para de insistir pra eu comer mais e vai terminar de organizar a cozinha.

Deixo ela ali e subo as escadas, me jogo na cama me sentindo sem rumo e tento novamente falar com a Marina, ela não atende! Tento mais duas vezes e na terceira percebo que ela atendeu.

Ligação on 📲
-meu Deus do céu, graças a Deus Marina, onde vocês estão?-pergunto apressado
-oi papai-a voz da Laura me faz querer chorar
-oi meu amor, tudo bem?-pergunto
-eu tô bem papai e você tá bem?-pergunta toda esperta-onde você tá?
-tô em casa e você?
-eu não sei, só sei que é uma casa linda-ela diz animada
-cadê a mamãe?
-a mamãe tá aqui, mas ela não quer falar, ela só disse pra eu falar que tamo bem, todo mundo-ela dá o recado
-fala pra ela que eu a amo, que eu amo vocês todos
-nós também pai, a gente só quer seu bem-ela me faz ter uma crise silenciosa de choro-se cuida pai, nós não quer ficar sem você-escuto alguém dizendo atrás e ela repetindo-por favor, se cuida papai, a gente precisa de você
-eu tô me cuidando, eu vou me cuidar, prometo, mas voltem pra casa-tento não mostrar que estou chorando, minha filha não merece
-primeiro se cuida, mas amanhã você busca eu na escola e vai pra casa da vovó Izete, a Mari e a Manu e o Matheus vai tá lá
-e a mamãe?
-a mamãe não sei papai-ela dá uma risadinha que enche o meu coração de amor
-eu amo vocês-me declaro com a voz embargada
-não chora, nós ama você-ela é meiga como sempre-eu vou desligar, mamãe tá fazendo bolinho de chuva-ela diz animada e eu acabo sorrindo
-leva pra mim amanhã
-tá bom, beijo papai, te amo
-eu te amo também, muito, muito, não esquece
-não vou esquecer-ela diz como se fosse óbvio-vou desligar na sua cara, tchau-ela fala e em seguida percebo que a chamada se encerrou
Ligação off 📲

Deixo o celular de lado e choro, sem medo, sem vergonha, apenas choro.

Quando meu choro cessa, pego meu celular e falo com o Rober, peço pra ele providenciar o maior número de aparelhos de academia pra mim e peço também para que ele organize minha agenda com idas a academia e avise o personal que contratei, mas que eu não estava usando.

Ele responde animado dizendo que gostou da minha decisão em me cuidar. Marquei as horas certinhas de tomar o remédio e coloquei despertadores pra isso.

Já na hora da janta, meu celular desperta, pego os remédios e desço as escadas sem ânimo algum. Tomo as pílulas necessárias e encontro uma marmita de comida saudável dentro do microondas.

Esquento a comida e como devagar. Ao me sentir satisfeito subo as escadas e mando mensagem pra Marina tentando um diálogo que não acontece.

Passo a noite toda me revirando na cama e simplesmente não consigo dormir. Já de manhã quando o sol começa a nascer, minhas pálpebras pesam e eu começo a cochilar, porém o celular ao meu lado toca e não é o despertador.

Olho o número e não reconheço, mas pensando ser a Marina eu simplesmente atendo a chamada.

Ligação on 📲
-alô? Quem fala?-pergunto
-oi seu Luan, é o Carlos porteiro do seu prédio, você pediu pra ligar se eu soubesse de qualquer coisa e eu estou aqui ligando, me desculpa o horário-me sento rapidamente ao escutar seu nome
-oi Carlos, tem alguma novidade?
-sim-ele sorri animado-sua esposa está no prédio sim, eu vi sua filha pelas câmeras, ela estava indo pra escola, resolvi interfonar pra cobertura e sua esposa atendeu
-ela não saiu?-pergunto já me levantando e me vestindo
-ela não, sua filha saiu com uma moça, acho que era a babá
-ok Carlos, muito, muito obrigada, se eu lhe encontrar ai te recompenso por isso, mas agora preciso desligar
-não tem que me recompensar com nada não e boa sorte-ele mesmo encerra a ligação
Ligação off 📲

Termino de me vestir e escovo os dentes, pego os remédios que terei que tomar daqui a duas horas e desço as escadas. Tania já está aqui.

-bom dia-falo com ela que se vira pra me encarar
-bom dia, senta, vou fazer um omelete e torradas com pão integral-ela entra na cozinha
-não precisa, eu vou sair
-Luan, você prometeu se cuidar, lembra?
-ok-me sinto derrotado e me sento na mesa

Espero até ela trazer meu café da manhã e como devagar, assim que termino, me levanto da mesa e me despeço dela, pego a chave do meu carro e ando de pressa até a garagem, espero que quando eu chegar a Marina ainda esteja lá.






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Olá, já estão querendo me matar? Aposto que sim 😂😂😂
Desculpem, eu não vou ficar me justificando, pois são muitos problemas juntos que me fazeram ficar distante daqui, mas já estão começando a serem resolvidos 🙏
Obrigada por quem continua aqui 😘

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Capítulo 357 - Só um susto

Marina

-é claro que eu me importo comigo mesmo, mas eu me importo mais com vocês-ele dá de ombros
-ok, então eu me importo mais contigo e você a partir de hoje vai tomar esses remédios que ele passou tudo certinho-o sinal abre e eu coloco o carro pra andar novamente
-não quero-ele argumenta
-não tô perguntando se quer, eu estou afirmando que você vai tomar
-e se eu não fizer?-me encara
-eu volto pro meu apartamento com as crianças-o encaro de volta e seus olhos ficam esbugalhados-não vou ficar pra te ver morrer aos poucos, não vou mesmo, você que escolhe Luan
-para de graça-ele ri tentando descontrair o clima e perceber que era tudo uma piada, mas não é
-não é graça-me irrito-você não entende a gravidade da situação? É um problema no coração, os remédios servem pra te deixar bem, sem eles você fica mal, e se você escolher ficar sem os remédios, ficar sem se cuidar, eu vou embora. Eu tô com você pra ter uma vida longa, mas parece que você tá cagando pra isso
-eu não tô cagando pra isso Marina-diz ofendido
-é o que parece
-não fala bobagem, todo esse show por causa de alguns remédios, eu em-cruza os braços

Então é isso que ele acha que minha preocupação é? Um show? Pois que se dane.

Pego meu celular, abro o WhatsApp e entro no grupo da nossa família. Mudo o celular de mão e começo a gravar um áudio.

"Bom dia família linda, que o dia de vocês seja mais incrível do que vai ser o meu-Luan me olha-vim contar uma coisa delicada, mas não vou ser delicada pra falar. Luan está com um problema no coração e não está tomando as porras dos remédios que foram receitados a ele-Luan me olha transtornado, não sabe se aquilo é sério ou não-eu estou preocupada, mas ele acha que a minha preocupação, é show, portanto já deixo avisado, que se eu sair de casa é por isso. Não estarei o deixando, por causa da doença, mas por não querer ver meu marido morrer na minha frente e na frente dos nossos filhos, por puro capricho e desleixo de tomar os remédios. É isso, se alguém puder colocar juízo na cabeça dele, eu agradeço, já que tudo o que eu estou falando desde ontem, parece ter sido em vão."-encerro o áudio e envio, assim que vejo que foi, desligo meu celular e coloco em baixo da bunda

-você não mandou o áudio de verdade né?-ele pergunta
-você num disse que minha preocupação é um show? Pois então, acabei de dá um pra nossa família toda-viro a esquina
-não foi o que eu disse
-foi exatamente o que disse-chego na clínica

Ele pega o celular dele e abre o grupo, na mesma hora ele vê que realmente mandei o áudio.

-porra Marina, que desnecessário-ele dá um tapa no porta luvas assim que estaciono na garagem da clínica
-eu e nossos filhos não vamos ficar pra te ver morrer, mas talvez seus pais e sua irmã fiquem-tiro o cinto, pego minha bolsa e o celular, e desço do carro

Respiro fundo pra não manda-lo ir a merda e fico o esperando descer do carro, coisa que demora um pouco.

-ei-Luan se aproxima de mim assim que desce do carro, tento fugir, mas ele cola seu corpo no meu e eu fico entre ele e o carro-me desculpa, eu não quis dizer que sua preocupação era só um show
-foi o que disse-sinto minha voz falhar
-desculpa-ele faz um carinho em meu rosto
-você por acaso se lembra que eu quase perdi meu pai pro infarto? Ele ignorou um problema no coração, escondeu as dores que tava sentindo, até quase morrer, se lembra disso?-pergunto com a voz falha-eu não quero, nem posso perder você-minhas lágrimas saem sem permissão-por favor, não ignora isso
-você não vai me perder, é só um probleminha
-que pode virar um problemão-tento colocar juízo em sua cabeça-como é que você pode não ver isso? Você tá brincando com a sorte
-eu sou novo ainda, tenho saúde
-e daí? Isso não te impede de ser vítima
-amor..-o interrompo
-vamos entrar
-espera, por favor-implora
-vamos, depois a gente conversa
-tudo bem-ele aceita o fim da conversa por enquanto

Luan tenta pegar na minha mão, mas cruzo os braços e sigo afastada dele.

Entramos e a recepcionista do consultório sorri pro meu marido, toda vez é assim, ele sempre é simpático e hoje não seria diferente. Olho de cara feia pra mulher que nem se importa.

-viemos ver o Dimas-chamo a atenção dela e ela finalmente me olha
-ele já tá esperando vocês-ela sorri pra mim

Ela sai de trás do balcão e se aproxima, faz de tudo e esbarra no Luan. Assim que ela passa pela gente eu a sigo na frente e o Luan atrás de mim.

Ao entrar no consultório, ela anuncia nossa presente e nos dá espaço. Dimas já nos espera em pé, ele me cumprimenta e em seguida o Luan.

-pode sair-ele fala com a funcionária que toda sem graça sai do consultório-eu juro que se não fosse errado, eu iria puxar a sua orelha agora mesmo-ele diz bravo com o Luan-você simplesmente sumiu, não deu mais notícias, não atendeu meus telefonemas, não respondeu minhas mensagens, quase liguei pra Marina ou pro seu pai, só não fiz, porque prometi a você que não faria
-deveria ter ligado doutor, eu só soube de tudo ontem-falo mostrando a minha chateação
-sério?-ele pergunta surpreso olhando de mim pro Luan
-não queria preocupa-la, por isso não contei e se estou aqui agora é porque ela me fez entrar no carro e só depois me contou pra onde iríamos-Luan dá de ombros
-tem nem vergonha de admitir isso né?-Dimas parece um pai preocupado
-nós viemos aqui, porque eu quero saber tudo-deixo claro o motivo da visita-quero saber o que ele tem, os riscos disso, os tratamentos
-vou te explicar tudo e você Luan, vai ter que refazer os exames, preciso saber se o remédio está fazendo efeito
-ele não tá tomando os remédios, só quando sente dor no peito-deduro ele que me olha bravo, mas não tô nem ai
-isso é sério?-ele pergunta pro Luan que confirma com a cabeça-eu estou tentando te ajudar a ficar bem, a ter tempo com a sua família, mas parece que você quer o contrário, tá tentando se matar?-Dimas pergunta calmo, mas o seu rosto vermelho denúncia o quanto ele está bravo

Luan cruza os braços, coloca uma perna em cima da outra e fica em Silêncio sem olhar pra ninguém.

-eu tô falando você-Dimas aumenta a voz e o Luan olha pra ele
-eu sou novo ainda, vou fazer 34 anos o mês que vem, sou saudável, não preciso de remédio, meu remédio é o amor da minha família-ele continua irredutível
-é sério mesmo?-dessa vez ele pergunta pra mim e eu confirmo tristonha-eu sinto muito-ele diz carinhoso como sempre foi
-sente muito por quê? Eu tô vivo-Luan de intromete e o Dimas o ignora
-o que ele tem se chama Doença Arterial Coronariana, ela é caracterizada pela obstrução dos vasos sanguíneos que irrigam o coração, devido ao acúmulo de placas de gordura no interior desses vasos, o que acaba dificultando o trabalho do sangue para passar até ao músculo cardíaco. Além disso, quando uma dessas placas se rompe, ocorre diversas de ações inflamatórias que acabam resultando numa obstrução do vaso, fazendo com que o sangue deixe de passar completamente até ao coração e provocando morte dos tecidos cardíacos-ele diz e eu fecho os olhos
-o que pode acontecer caso isso aconteça?
-complicações gravíssimas como angina de peito, infarto, arritmia ou, até mesmo, morte súbita-ele diz com cuidado, mas mesmo assim me dói e sinto minhas lágrimas caírem
-amor-Luan tenta se aproximar e eu afasto a poltrona dele
-não encosta em mim, isso tudo é culpa sua-acuso
-tudo bem, eu faço isso por você
-por mim?-pergunto irônica-não é por mim que tem que fazer, pois sei que se for pra fazer só por mim, você vai ser disciplinado e tomar os remédios somente quando estiver em casa, eu quero que faça por você, pelo seu bem e por todo mundo que te ama-solto um suspiro profundo-Você acabou de escutar o que ele disse Luan, infarto, morte súbita e mesmo assim não muda de ideia? Quando vai mudar?
-tudo o que passei é muito simples, é pra fazer exercícios regularmente, comer comidas saudáveis, não fumar, nem beber, alguns remédio para controlar o colesterol dele que está sem elevado e remédios pra ajudar na circulação do sangue, simples, qual a dificuldade nisso?-Dimas pergunta olhando pro Luan
-nenhuma-ele bufa, parece perceber que não é nada complicado pra esse show que ele está fazendo
-pois então Luan, pra que essa resistência em se cuidar?-pergunta, mas meu marido fica calado-vai pelo menos refazer os exames pra eu saber como está?-pergunta preocupado
-sim-Luan confirma com a voz baixa
-então vamos fazer agora-ele sugere
-agora? Não precisa, marca um dia e eu venho depois-dá de ombros sem se importar
-agora-encaro o Luan, que solta um suspiro
-tudo bem-diz mesmo contrariado

Converso mais um pouco com o Dimas que me explica exatamente tudo o que preciso saber, passa uma nova receita pro Luan e se levanta pra nós acompanhar.

Andamos por toda aquela clínica gigante, descemos por um elevador pequeno e logo estávamos em um andar diferente, um andar cheio de salas com aparelhos de fazer exames de diversas formas. Somos recebidos pela a equipe do Dimas que foram muito simpáticos com a gente.

-fiquem a vontade, eles são de minha confiança, preciso voltar pra minha sala, pois tenho outra consulta agora, mas vejo vocês em breve, quando forem embora passem lá na recepção e marquem um dia para o retorno, vamos conversar sobre os exames ok?-ele como sempre maravilhoso
-obrigada por me atender e tentar me ajudar a colocar juízo na cabeça do meu marido-lhe dou um abraço rápido
-só quero vê-lo bem-ele aperta a mão do Luan e sai

Meu marido faz primeiramente exame de sangue, em seguida é submetido a uma tomografia computadorizada do coração e por último um eletrocardiograma pra não ter erro.

Fico sentada do lado de fora ansiosa pra ligar o meu celular e ver o que tá rolando no grupo da família.

Observo o celular do Luan em cima da cadeira ao lado e o pego na mão. Ligo a internet do celular e as mensagens começam a chegar sem parar. Só no grupo da nossa família chegam mais de 100 mensagens.

Espero tudo chegar e abro o grupo da família. A primeira a responder é a minha irmã que manda umas carinhas de assustada e em seguida come o toco do Luan.

Logo em seguida vem um áudio desesperador da minha sogra. Ela chora enquanto fala, quer dizer, enquanto implora para que o Luan se cuide.

Penso em ver mais coisas, porém escuto a voz do meu marido se despedindo. Droga, demorei demais pra pegar o celular dele. Ao escutar passos, bloqueio o celular e deixo na cadeira ao lado novamente.

-vamos?-ele pega as coisas dele
-já fez tudo?-finjo estar surpresa
-sim-concorda esticando a mão pra mim
-ótimo-ignoro sua mão e saío na frente
-turrona-diz baixo, mas eu escuto

Assim que entramos no pequeno elevador, ele fica de frente pra mim. Se aproxima e eu simplesmente não me importo, estou com tanta raiva por causa da sua falta de cuidados, que não sinto nada.

-eu tô bem oh-aponta pra ele
-por fora você tá ótimo, só não tá bem aqui-toco seu peito, do lado do coração-e se o seu não tá bom, o meu também não fica

O elevador abre e eu o empurro levemente pra sair daquele espaço, assim ele faz. Sigo ao seu lado e paramos na recepção.

-que dia podem retornar?
-quinta que vem-Luan diz adiando a volta
-por quê?
-esse final de semana começa meus shows de carnaval e eu preciso começar a me preparar desde hoje e eu tenho show até terça, na quarta quero descansar da correria-ele me convence
-tudo bem, quinta-feira que vem de manhã
-sacanagem-Luan reclama
-quer vim quando a Laura estiver em casa? Eu posso muito bem falar pra ela que vou trazer você no médico-cruzo os braços e ele faz mesmo
-melhor ela não saber-ele diz pensativo-quinta de manhã-fala com a moça que se arreganha pra ele
-para de dar em cima dele, ele é casado-falo com ela que rapidamente se contem
-marcado, quinta às oito da manhã
-obrigada-largo o Luan ali e sigo pra fora do consultório

Ando até o nosso carro, entro e fico esperando ele, que só dois minutos depois aparece com um sorriso no rosto.

Assim que ele entra no carro, ligo o mesmo e saío dali sem trocar nenhuma palavra com ele.

No meio do caminho, passo em uma farmácia e desço do carro levando a receita que o Dimas passou, a carteira do Luan e a chave do carro.

Compro tudo o que é preciso, pego umas balinhas sem açúcar que a Laura gosta e volto pro carro. Luan agora está sentado no banco do motorista e continua com aquele sorriso idiota.

-com licença-peço com a porta aberta
-me deixa dirigir-pede fazendo cara de cachorro sem dono
-não, vai pro banco de lá por favor
-não, eu quero dirigir
-então dirige-pego a minha bolsa, meu celular e jogo a chave nele
-onde vai?
-pedir um Uber ou pegar um táxi-viro as costas, mas ele segura meu braço
-vem vai, dirige-me dá a chave-desculpa, eu só queria que falasse comigo, não gosto dessa nossa falta de comunicação
-aqui estão os seus remédios, assim que chegarmos você vai começar a tomar
-tá bom-pega a sacola-só não vamos ficar assim
-se você tomar jeito-dou de ombros
-tá-me rouba um selinho e dá a volta no carro

Sento no banco do motorista e depois de estacionar na nossa garagem, desço levando as minhas coisas.

Sou a primeira a entrar e encontro a nossa família toda reunida, só falta a Lari que virá morar em São Paulo o mês que vem.

-cadê meu filho?-Marizete pergunta desesperada
-tá vindo, tenta colocar juízo na cabeça dele, eu tentei, mas não consegui-falo chateada e dou um beijo em sua bochecha-cadê meus filhos?
-Mariana está no parquinho com a Malu e os gêmeos, acordaram pra mamar e agora estão dormindo-Bruna que é a mais calma, me responde
-vou subir pra olha-los-mando beijo pra todo mundo e subo as escadas

Ao chegar no quarto dos gêmeos sinto o meu coração apertado. Me sento na poltrona e fico os observando por um tempo. Eles são tão pequenos, não consigo nem me imaginar criando eles sozinha. Isso não pode ser uma possibilidade, não pode!

Depois de alguns minutos com os meus pequenos, desço e escuto os sermões que meu pai está dando no Luan, ao invés de ficar ali, saio atrás da Mariana e a encontro correndo da Malu, toda desengonçada.

-vem filha-chamo e ela corre até mim, morrendo de rir-aprendeu a andar esses dias e agora já tá correndo sua sapeca-faço cócegas nela e beijo seu pescoço
-mama-ela diz tentando desviar dos meus carinhos e eu rio ainda mais
-o que aconteceu?-Malu se aproxima e aponta pra dentro de casa
-Luan está com problema de coração e não quer se cuidar-reviro os olhos
-ele é doido? Esqueceu do que seu pai passou? Esqueceu do que eu passei?
-pelo jeito sim-sorrio triste-ele descobriu esses problemas quando eu estava grávida da Mariana e a pequena já fez um ano, o que significa que ele está me escondendo isso a muito tempo, não sei nem o que pensar
-esse Luan, tomara que estejam enchendo ele de sermão
-tomara, porque eu já tentei, mas não sei se funcionou
-vai da certo, você vai ver-ela se aproxima mais e me abraça do jeito que dá

Fico mais alguns minutos ali, até escutar o Luan me chamar, respondo e ele aparece.

-vou subir pra dormir um pouco-ele pega a Mariana e brinca um pouco com ela
-vai tomar o remédio?-pergunto
-vou-diz como se aquilo não tivesse importância
-eu falei sério sobre tudo
-aham-dá um sorriso debochado e eu não digo mais nada

Ele brinca mais um pouco com a pequena, me entrega ela e sai. Solto um soluço preso e a Malu volta a me abraçar.

-vai dá certo, ele vai tomar
-quando eu subir e ele estiver dormindo, eu vou olhar os remédios, se ele não tiver tomado, vou pegar algumas coisas minha, umas coisas das crianças e vou dar um susto nele pra ver se ele se toca
-eu gostei da ideia-Malu ri diabolicamente e eu acabo rindo, contagiando minha filha

Me levanto com a pequena e a Malu me segue. Ao chegar na sala minha sogra se aproxima de mim.

-há quanto tempo sabe?-pergunta curiosa e parece pronta pra me atacar
-há algumas horas-conto e ela suspira aliviada-o Rober me contou ontem a noite!-afirmo-aquela hora que o Amarildo ligou pro Luan pra contar do sequestro e ele ficou em silêncio, foi porque sentiu uma dor no peito, dor essa que ele sente há algum tempo. O Rober percebeu que ele não tá tomando os remédios, ficou preocupado e resolveu me contar de uma vez
-ele disse que vai se cuidar-Mari me conta
-eu sei que ele foi dormir, vou esperar um pouco pra ter certeza que ele está no sono pesado e vou olhar os remédios que comprei, se ele não tiver tomado, vou sair daqui com nossos filhos-conto
-vai se separar?-meu pai pergunta preocupado
-não, só quero dar um susto nele, ver se ele se toca que se ele não se cuidar vai nos perder
-eu gosto da ideia-minha sogra me apoia-vou esperar, se ele não tiver tomado os remédios eu te ajudo a levar as crianças
-obrigada-sorrio mesmo sem muita vontade

Me sento ao lado da Bruna que me abraça de lado e faz com que eu deite a cabeça em seu ombro.

-cadê o Bernardo?-pergunto sobre o meu afilhado
-ficou com o Breno, eu precisava vim e o pequeno estava dormindo
-entendi, obrigada por estar aqui
-ele é cabeça dura, mas juntos somos mais fortes-ela alisa meu cabelo e o da Mariana que se joga pra ir pro colo dela

Marizete, minha mãe e a Malu sairam em direção a cozinha, meu pai e o Amarildo seguiram pro bar e nós duas ficamos sozinhas.

Não falamos nada, apenas recebo seu carinho e ela brinca com a minha pequena.

Quase uma hora depois, olho a tela do meu celular e percebo que está quase na hora da Laura chegar. Me levanto e subo as escadas contando os degraus. Ao entrar no quarto encontro o Luan deitado de barriga pra baixo só de camiseta e cueca. Sua boca aberta fala alguma coisa que não sou capaz de entender, sei que ele está em um sono pesado, pois ele só fala dormindo quando o sono é profundo.

Na poltrona do quarto vejo a sacola da farmácia, sigo até lá e abro a mesma. Um dos saquinhos de bala que comprei pra Laura está vazio, sinal que ele mexeu na sacola. Pego os remédios na mão e solto um suspiro pesado.

-por que você é tão cabeça dura?-falo com ele mesmo sabendo que ele não está escutando

Coloco as cartelas de remédios intactas de volta na sacola e ando até o meu closet. Arrumo uma mochila com roupas e dois sapatos, o resto eu peço ao Mario pra comprar.

Saio do closet carregando a bolsa e paro ao lado da cama, pego um pedaço de papel e uma caneta no meu criado mudo. Escrevo um bilhete mostrando toda a minha decepção e deixo embaixo do celular dele.

Saio do quarto carregando minhas coisas  e entro no quarto dos gêmeos. Arrumo uma bolsa grande pra cada e deixo na porta. Faço o mesmo no quarto da Mariana e quando chego no quarto da Laura separo roupas, sapatos e todo o seu material escolar.

Desço toda torta carregando todas as bolsas e ao chegar no fim da escada Bruna me olha e dá um sorriso triste.

-ele não tomou né?!-ela mais afirma do que pergunta
-não-coloco as bolsas no chão-ele mexeu na sacola da farmácia, comeu das balas que comprei pra Laura, mas não tomou os remédios
-Luan é um idiota-ela diz raivosa e em seguida faz careta olhando pro colo, me aproximo e encontro a Mariana quase dormindo
-se ele não mudar de ideia agora, ele não vai mudar nunca e eu não vou ficar aqui pra ver ele morrer sem se cuidar
-ele vai abrir os olhos, tenho certeza-Bruna afirma com convicção
-ele não tomou né?-minha sogra pergunta aparecendo na sala e vendo as nossas bolsas
-não-sorrio sem vontade
-já arrumou tudo?-respira fundo
-só vou pegar as mamadeiras e esperar a Laura chegar, ela vai ficar sem entender nada
-diz que o Luan saiu-meu sogro chega e sugere
-vocês almoçam em casa-Marizete diz tentando parecer animada
-ok, avisou a Tânia?
-sim, pedi pra ela fazer uma comida leve pro Luan pra quando ele acordar
-ok, obrigada

Deixo eles ali e sigo até a cozinha, Tânia ao ver minha cara de decepção me dá um abraço silencioso, ela não diz nada, apenas me aperta.

Assim que ela se afasta, beijo sua bochecha e pego todas as mamadeiras ali. Coloco junto na bolsa, leite em pó e o meu aparelho de tirar leite.

Assim que fecho a bolsa escuto um barulho de carro na garagem, demora poucos minutos até eu escutar a voz da Laura.

-cuida dele e se ele sentir algo, promete que me liga mesmo se ele disser que não?-converso com a Tânia e ela me olha sorrindo
-ele provavelmente me fará prometer que não vou dizer nada, mas como tô te prometendo primeiro, então é o que vale-ela sorri-prometo que ligo
-obrigada-volto a abraçar ela

Volto pra sala e já não encontro mais as bolsas ali perto da escada. Minha sogra me dá sinal e eu observo minha filha mais velha no colo do meu pai.

-vamos?-meu sogro me chama e só ai percebo que meus gêmeos já estão ali, Matheus no colo dele e a Manu no colo da Malu
-vamos-finjo comemorar

Ajeito meus filhos no carro grande que compramos pra caber a família toda, Bruna vai comigo, Dai irá nos seguir, meus pais no carro deles e meus sogros no carro deles.

Ligo o som bem baixo e vou o caminho todo escutando a Laura contar como foi o dia de hoje no colégio.

Ao parar na frente da casa da minha sogra, todo mundo para ao lado do carro pra me ajudar, isso me faz sorrir de verdade, saber que não estou sozinha é bom, aliás, é muito bom.

Almoçamos em um ótimo clima e depois de estarmos todos cheios, seguimos pro apartamento do Luan, é lá que ficarei. É grande, perto de todo mundo e não sai da rota da Daiane.

Assim que estaciono em uma das vagas do Luan percebo que o porteiro não está ali, é até melhor assim, ele não saberá que estou aqui e se o Luan vier perguntar ele dirá que não, bom, é o que eu espero.

Meu pai e meu sogro que vieram me ajudar, pegam algumas bolsas e cada um pega um dos gêmeos no bebê conforto.

Laura desce sem ajuda de ninguém e me ajuda a levar a bolsa com seus materiais escolares.

Bruna continua com a Mariana no colo e a Daiane me ajuda com o restante das bolsas.

Subimos todos juntos, deixamos tudo ali pela sala e a Laura sobe correndo pra escolher o quarto pra ela.

Meu pai se despede prometendo voltar mais tarde ou amanhã cedo, meu sogro da mesma forma e a Bruna também, ela tem o filho dela, os problemas dela, não pode simplesmente esquecer tudo por minha causa.

Depois de ficarmos só eu e a Dai, ela me ajuda a subir os gêmeos. Matheus que se mexe muito, coloco no berço que foi da Laura e ficou aqui. A Manuela eu deito na cama do meu quarto e coloco alguns travesseiros em volta dela e a Mariana eu deixo no moisés que tem na sala. Acabo rindo ao me lembrar das brigas que eu e o Luan tínhamos por causa do berço.

-Dai-chamo a atenção dela que ajuda a Laura na lição de casa
-oi-me encara
-se ele te ligar, não atende tá-peço e ela concorda sorrindo
-não vou atender, prometo
-obrigada, por tudo, por estar se virando em três pra me ajudar com as crianças
-estou sendo bem recompensada por isso-ela faz graça e consegue me fazer rir-brincadeira, você sabe o quanto me apeguei a todos eles, ficar um dia sem vim é tão triste, parece faltar algo-ela faz bico
-quero ver quando tiver os seus
-vai demorar um pouco, só quero ter quando eu tiver uns 35 anos, por ai, queremos aproveitar muito a vida a dois-ela explica
-aproveita mesmo-aconselho e ela sorri toda linda

Passaram-se algumas horas, meus filhos já estavam todos acordados e dando trabalho quando escuto meu celular tomar. Sei que é o Luan, o toque é diferente.

Pego o aparelho na mão e confirmo o que eu já sabia, ignoro a chamada, coloco meu celular no silencioso e fico prestando atenção em Moana, o filme que a Laura escolheu pra gente assistir.

Meu celular volta a acender algumas vezes e eu ignoro o mesmo, tento me concentrar no filme, mas já não consigo mais. Pego o aparelho na mão e na tela aparece uma nova mensagem de texto do Luan, sem resistir abro a mensagem que mesmo que eu dissesse que não, é visível que ela partiu meu coração.

"Meu coração já tá uma merda, não termina de destruir ele assim 💔"






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Oiiiii
Dessa vez eu demorei, mas pelo menos vim com um capítulo decente de tamanho né?! Digam que sim 🙏
😚❤️