Marina
Luan havia viajado e eu voltado pra casa. Fiquei surpresa quando cheguei e vi que a minha academia realmente estava completa, diversos aparelhos novos e um espelho gigante.
-eu amei isso-falo sozinha olhando cada detalhe ali
Tânia me disse que ele comeu direitinho esses dias, foi a academia, o celular despertava e ele corria pra beber o remédio. Resumindo, ele conseguiu viver corretamente sem muita ajuda.
Me empolguei, me enchi de esperanças com essa mudança, mas primeiro preciso falar com o Rober e saber como ele se saiu na estrada.
Daiane e a Malu estão me ajudando a achar duas babás competentes pra cuidar dos meus bebês, eu preciso de ajuda e qualquer pessoa pode perceber isso de longe.
-vou precisar ir no estúdio, mas vou levar os gêmeos, dá conta da Laura e da Mariana né?-converso com a Dai que sorri confirmando-obrigada, eu já disse que você é meu anjo né?-mando beijo pra ela que retribui
-sim, você disse
Subo as escadas, me arrumo e volto pra sala. Pego os meus gêmeos e levo pro carro, prendo eles bonitinhos no bebê conforto.
Como a Laura está no colégio e a Mariana dormindo, não me despeço de ninguém e saio dali.
Ligo o rádio baixinho e sigo cantando animada as músicas do Luan.
Ao estacionar no estúdio sinto uma animação inexplicável. Só esse lugar consegue me deixar assim, é uma sensação inigualável.
-O QUE FAZ AQUI SUA DOIDA?-Mario grita da porta e eu dou risada da sua expressão de surpreso
-vim matar um pouco da saudade que tô desse lugar, vem me ajudar com os gêmeos seu maluco-pego minha bolsa
Abro a porta de trás e solto os dois que estavam presos. Pego primeiro o Matheus e quando o Mario para ao meu lado, eu dou o bebê conforto pra ele. Pego a Manuela e tranco o carro.
-já voltou pra casa?-pergunta curioso
-sim, mas acho que quando o Luan for voltar, eu vou voltar pro apartamento, ele merece mais um tempo sozinho pra ver se aprendeu de verdade que ele precisa se cuidar-tento parecer certa do que tô fazendo, mas antes de terminar a frase sinto minha voz fraquejar
-você tá morrendo de saudade dele-ele me acusa
-tô mesmo, ele é o meu marido e eu tô com saudade e eu só quero o melhor pra ele e o melhor pra ele é que ele sinta na pele como é perder alguém que amamos-já começo a chorar e ele me abraça do jeito que dá
-fica calma vai, ele tá se cuidando, tenho certeza que ele vai continuar assim, ele percebeu que é um erro o que ele tava fazendo
-tomara-limpo minhas lágrimas com a mão livre-vamos subir que eu tô morrendo de saudade de tudo aqui-puxo ele pra perto
Subimos as poucas escadas e ao entrar todos me olham surpresos. A surpresa dura segundos, até eles virem me abraçar e dizer que estavam com saudade.
-voltou pra ficar?-Igor pergunta animado
-mais ou menos, não vou vim todos os dias por enquanto, mas irei vim sempre e ficar algumas horas por dia, combinei com a Marília e vamos começar a produzir o novo DVD dela-falo animada com as novidades
-então vamos ao trabalho-Pietra fica mais animada que eu
(...)
Os dias sem o Luan se passaram voando, a quarta finalmente chega e com ela provavelmente o meu marido.
Eu quis ficar na nossa casa, quis esperar pra saber se ele se cuidou, mas eu não consigo, eu não posso, não enquanto eu não tiver certeza que ele está levando a sério a história de se cuidar.
Aviso minha sogra sobre voltar pro apartamento e ela vem até a nossa casa.
-sei que quando ele chegar ele vai querer ver as crianças-dou de ombros-a Dai fica com a Mariana e na hora de buscar a Laura ela leva a pequena, mas eu preciso que alguém fique aqui com os gêmeos
-tem certeza que quer ir?-ela pergunta preocupada
-tenho-afirmo-eu ainda não tive tempo de conversar com o Well ou com o Rober pra saber se ele realmente se cuidou por esses dias, então eu vou pra lá, ele fica com as crianças hoje, eu falo com os meninos e depois eu volto, ou não-dou de ombros
-ele me jurou que tá se cuidando-Mari diz um pouco desesperada
-eu quero ter certeza Mari-abraço ela de lado
-vocês são melhores juntos, você pode dar força pra ele, pode ajuda-lo, por favor Marina, não desiste do meu filho, ele precisa de você, ele não aguenta sem você, sem vocês-ela implora daquele jeito materna e eu deixo um soluço preso em minha garganta, escapar
-eu também não aguento sem ele Mari e é exatamente por isso que estou fazendo isso-suspiro-tudo só depende dele
-eu sei e tenho certeza que ele vai fazer por merecer
-é o que eu espero-tento parecer animada-você promete que ajuda ele com as crianças?-pergunto ansiosa
-sim, eu prometo, vou ver com a Tânia se ela pode ficar até um pouco mais tarde, eu ajudo ele com as crianças e a Tânia ajuda com a casa
-a Laura é maravilhosa, ela ajuda com a Mariana se precisar, mas qualquer coisa me liga e eu venho aqui busca-los
-vai dá certo, não se preocupa, qualquer coisa eu ligo
-obrigada-sorrio encantada com a sua ajuda
-tira o tempo que precisar pra ficarem bem, pra você voltar a confiar nele e conte comigo pro que precisar
-obrigada, obrigada mesmo-abraço ela novamente e me afasto-ajuda ela Dai, por favor, com tudo o que ela precisar, prometo te recompensar depois
-não precisa nem pedir né Marina, fica tranquila, se precisar fico aqui com ela até a noite-ela se dispõe
-meu anjo-suspiro e ela sorri tombando a cabeça de lado
Levo as coisas que precisamos pro carro, me despeço dos meus filhos e saio dali sem olhar pra trás, se eu olhar sei que não serei capaz de deixá-los ali.
Penso em seguir pra casa, mas preciso me distrair um pouco. Sigo pro estúdio e chegando lá o porteiro me olha surpreso.
-cadê os bebês?-pergunta sorrindo
-ficaram em casa com a babá e a minha sogra, preciso de um pouco de distração-omito parte da história
-que bom que está aqui-ele sorri simpático e abre o portão pra mim
-obrigada-sorrio também
Entro com o carro, estaciono ao lado do carro do Mario, pego minhas coisas e sigo até o estúdio.
-oi-falo assim que entro, já que está todo mundo ocupado demais pra perceber minha presença
-oi gatinha-Rô se levanta e deixa um beijo em minha bochecha
-cadê os bebês?-Mario se aproxima e me abraça
-ficaram com a minha sogra pra espera o pai deles chegar-conto baixinho
-vai mesmo voltar pro apartamento?-ele pergunta discretamente
-sim-confirmo e me afasto
Cumprimento o Igor e a Pietra que nem se importaram comigo ali e volto a me aproximar do Mario que me abraça.
-veio se distrair?-pergunta, mas ele já sabe a resposta, ele me conhece bem demais
-sim, eu preciso parar de pensar um pouco nisso, preciso deixar pra pensar depois que eu falar com os meninos
-então vem cá, que o que não falta aqui é trabalho, falando em trabalho, descobriram que você está voltando e querem voltar a produzir contigo
-quem?
-todos-ele ri
-nossa
-os meninos são ótimos, mas igual a você não tem, eles querem continuar sendo produzidos pelos meninos, mas com a sua ajuda, porque tudo que você toca vira ouro
-quem me dera
-é verdade Marina, você foi a primeira pessoa a ver talento na Marília, nas Maraisas, na Naiara, no Wallace e todos eles estão bombados até hoje
-não posso voltar por completo agora, mas vou vim sempre umas três horinhas, podemos reorganizar meus horários pra dá certo essa loucura
-que bom te ver de volta, ver você fazendo o que ama-Mario me olha com admiração
-para, ultimamente tô com muito sensível, pode parar-sinto meus olhos cheios de lágrimas
-não tá de bebê de novo né?
-lógico que não, tá doido? Depois que o sangue parou de descer eu comecei minha pílula e o Luan está sempre encapado, então não, não é bebê
-você deveria ter feito aquela cirurgia pra não engravidar mais-ele aconselha
-eu pensei nisso, mas eu tive uma ideia melhor-dou de ombros e ele me encara curioso-o Luan vai fazer uma vasectomia, eu soube que tem como reverter e se caso a gente termine e ele queira filho com outra, ele consegue
-não fala besteira-revira os olhos pra mim
-não falei nenhuma-dou de ombros e ele me dá um tapa no braço
-sem terminar, agora vem que você veio aqui pra trabalhar-ele me puxa como se eu fosse um brinquedo
Passo a manhã toda ali, almoço com eles depois de pedir uma marmita pra mim e só resolvo ir embora depois das duas.
-ei meus dengos, tô indo, mas eu volto logo-saio distribuindo beijos em todos
-volta logo-Igor diz animado, ele sempre demonstra carinho comigo, ele não consegue esconder a gratidão que tem por ter conseguido o estágio aqui e agora o trabalho
Mario desce comigo até o meu carro e fica me olhando preocupado. Coloco minha bolsa no banco do carona e me viro pra ele.
-não se preocupa, tá tudo bem
-promete conversar?
-vou conversar com os meninos primeiro e depois com o Luan-deixo claro e ele suspira
-tá ok, já é alguma coisa, me liga depois?
-ligo sim-o abraço fortemente buscando conforto e ele retribui me apertando ainda mais e dizendo em meu ouvido que tudo vai ficar bem-ok, preciso ir agora-me afasto e limpo minhas lágrimas
-dirige com cuidado
-vou dirigir-jogo beijo pra ele
Entro no carro, ligo o mesmo e saio dali. Sigo em direção ao prédio do Luan e fico pensativa. Será que ele realmente se cuidou? Será que ele tomou juízo? Eu realmente espero que sim.
Chegando no prédio, espero o carro na minha frente entrar e quando penso em fazer o mesmo um homem entra na frente do meu carro. Freio com tudo e ao olhar o cara, vejo que é o Luan.
Desligo o carro e desço dele feito uma onça.
-você tá querendo se matar?-me aproximo dele e lhe dou uns tapas no peito
-não, eu só queria te parar
-já imaginou se eu não tivesse olhando pra frente?
-eu me sentaria no capô do carro-ele dá uma desculpa e ri
Dou mais uns tapas nele e me afasto voltando pro carro. Luan não se mexe e fica me encarando.
-sai dai, por favor-peço com educação
-eu quero conversar, vai me deixar subir?
-não-falo o óbvio-eu deixei as crianças lá em casa, vai pra lá ficar com elas
-primeiro eu quero conversar
-SACO-dou um grito com ele e abro a garagem novamente
Ele entra ali sem me esperar e eu vou logo atrás com o meu carro. Paro em uma das nossas vagas e fico ali dentro do carro, quietinha por alguns instantes.
-tá tudo bem Marina, você consegue, você é forte, você consegue-falo comigo mesma
Olho pelo carro e encontro o Luan escorrado perto do elevador, quem vê pensa que ele é alguém normal.
Pego a minha bolsa sem ter opção e deixo as coisas das crianças que eu trouxe ali no carro mesmo. Depois que o Luan for embora eu venho buscar e levo pra cima.
Me aproximo dele sentindo um bolo se formar em minha garganta e aperto o botão do elevador.
-tá tudo bem?-Luan pergunta, mas não consigo responder, se eu abrir a minha boca eu vou chorar-me desculpa te fazer passar por isso-ele mexe no meu cabelo e eu permaneço quieta, a minha vontade é pular em seu colo e dizer que estou morrendo de saudade
O elevador finalmente chega e eu entro na frente. Luan vem logo atrás e para ao meu lado. Subimos em silêncio total e ao chegar no nosso andar, saio na frente e ele como sempre vem atrás.
-tô lembrando da primeira vez que eu te trouxe aqui-ele diz baixinho-você se lembra?-pergunta como se nada tivesse acontecido
Continuo meu caminho sem nem olhar pra cara dele. Passo meu dedo no leitor da porta e ela se abre. Ando até o sofá, deixo minha bolsa ali e também me sento.
-pronto, chegamos, agora fala o que é que você tem pra falar-cruzo os braços um tanto irritada
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Quase um mês depois e aqui estou eu 🤷
Lembram lá no meio da fic quando eu estava quase perdendo a minha vó que eu aparecia aqui quando dava?
Então, a situação agora é quase igual, porém dessa vez é com o meu tio.
Eu tento fazer parecer que está tudo bem, mas não está e é difícil ter ânimo pra escrever e estar aqui sempre, mas eu tô tentando, juro que tô tentando encerrar essa fic e tenho certeza que vou conseguir, mas vocês precisam ter paciência comigo nesse momento, será que conseguem? Eu tenho certeza que sim, pois vocês são ótimas
Eu queria fazer capítulos grandes, com bastante informações e postar, mas como não tá dando e pra não aparecer aqui só de quinze em quinze dias eu vou tentar postar capítulos menores, por favor não me abandonem agora, vai dá certo 🙏
Tudo vai da certo,lembre-se;nem uma folha caí da árvore sem a permissão de Deus...
ResponderExcluirLeve o tempo que precisar,estamos com vc❤