quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Capítulo 67 - Perdas..

Dedico o capítulo a Nali que esta ficando velha de novo (todo ano isso acontece 😒) kkkkkk
Brincadeiras a parte! Toda felicidade e sucesso do mundo minha top model. ❤

Marina

Luan sai pra ligar pra alguém da família e eu me deixo dormir. Estou cansada e amanhã precisarei trabalhar. Eu deveria ir pra academia na parte da manhã, mas mando uma mensagem pro meu personal, para que possamos nos encontrar na hora do almoço.

Acabo tendo um sonho esquisito com a minha vó materna.

*Sua roupa preferida, um conjunto de calça e blazer vermelho estão em seu corpo. Seus cabelos longos e grisalhos penteados e ondulados como sempre. Um sorriso lindo em seus lábios. Ela dá alguns passos em direção a mim e vejo que seus pés não estão calçados em nada.

-vovó o que faz aqui?-aperto ela em um abraço
-vim falar com você um pouquinho
-nos falamos ontem por telefone vovó
-eu sei, mas eu queria um contato, um olho no olho, dizer pessoalmente o quanto você é e sempre será importante pra mim
-oh vovó, eu digo o mesmo. Você é muito importante e essencial na minha vida, eu te amo tanto
-eu também amo você, e mesmo quando eu não estiver mais aqui, ainda sim eu vou estar com você
-por que diz isso?
-eu só queria te dizer que sempre eu vou estar aqui, quando precisar é só fechar os olhos e pedir com muita vontade que eu aparecerei, a distância nunca foi um impecilho, não será agora
-nunca será vovó, nunca

Acaricio seus cabelos e ela faz o mesmo comigo. Suas mãozinhas enrugadas tocam meu rosto delicadamente, fecho os meus olhos sentindo seu carinho e por fim ela planta um beijo em minha testa. Assim que torno a abrir os olhos não vejo mais ninguém. Estou sozinha, vovó se foi.*

Escuto ao longe um barulho de celular. Aos poucos desperto e vejo que é o meu. O Luan está agarrado em mim enquanto dorme. No relógio da parede marca cinco da manhã. Não é a hora a qual estou acostumada a acordar.

-atende logo, ele não para de tocar-Luan sussurra em meu ouvido

Me estico e pego o mesmo na mão. Meu pai está me ligando. Um medo me atinge. Eles não costumam me ligar a essa hora da manhã. O celular para de tocar, porém o silêncio dura segundos até que meu pai torna a ligar. Atendo com o coração apertado. Minha mão está em cima da mão do Luan que está pousada na minha cintura e consequentemente eu a aperto em busca de conforto.

📲Ligação on📲
-alô pai, aconteceu alguma coisa?-pergunto baixo pra não acordar o moreno, mas sinto o olhar do Luan sobre mim
-filha eu preciso que venha pra cá imediatamente-sua voz é de choro, aquilo me assusta
-o que aconteceu?
-só vem filha, não faz pergunta difícil-fico em silêncio e ele também

É algo constrangedor. Estou com medo de perguntar o que eu tanto quero, mas é necessário.

-pai-falo calma e escuto ele fungar-não me esconde, ou eu vou ligar pra minha mãe, pra minha irmã e pra todos aí perguntando o que aconteceu
-sua vó-fala em fio de voz
-o que tem ela?-pergunto sentindo meus olhos serem molhados pelas lágrimas, o seu silêncio é como uma faca no meu coração-não pode ser pai-me levanto da cama e saío procurando uma roupa pelo quarto, em vão
-eu vou ligar pro seu amigo e pedir pra ele ir aí
-não quero-praticamente grito com ele
-ei-Luan vem até mim
-quem está aí Marina?-meu pai pergunta
-eu sei que ela está bem, falei com ela hoje, você está mentindo
-se acalma
-eu não quero me acalmar-grito e encerro a ligação
📲Ligação off📲

-o que aconteceu?-Luan me puxa pra um abraço apertado
-eu preciso ir pra BH agora-me afasto-preciso de uma passagem, arrumar a mala, eu só..-tento ocupar minha cabeça enumerando atividades
-para-Luan me puxa novamente e eu tento me soltar, mas ele não deixa e me prende em seus braços

Minha força pra tentar me soltar acaba e dá espaço para as lágrimas. Eu não posso acreditar. Isso não está acontecendo, não é possível. Então ela veio se despedir de mim no sonho? É isso?

Meu celular volta a tocar, mas eu não quero mais atender, nem falar com ninguém.

-eu vou ligar pro Rober e pedir pra ele ajeitar o jatinho, arruma suas coisas e a gente voa pra lá em seguida
-a gente não, você sabe, não pode ir
-eu disse que quero ficar com você sempre, eu não sei o que está acontecendo, mas eu vou ficar do seu lado

Ele se afasta por conta própria e pega meu celular atendendo a ligação. Vou até minhas coisas e pego uma roupa qualquer. Visto e prendo meu cabelo em um coque frouxo. Calço um tênis qualquer e pego um óculos de sol.

Assim que volto pro quarto encontro o Luan vestido, sentado na cama, meio cabisbaixo.

Corro pro banheiro e me sento no chão deixando minha tristeza escorrer pelos meus olhos.

-Sereia-escuto ele me chamar e ignoro-me deixa entrar ai-pede com a voz baixa-eu sei o que está sentindo
-não, você não sabe-retruco alterada-ela morreu, ela nunca mais vai voltar, você não é capaz de fazer essa dor passar

Escuto um silêncio constrangedor. O único barulho possível de ouvir é o meu choro, a minha dor.

Passo minutos longos ali dentro. Até que escuto uma voz de alguém conversando com o Luan. É o Mario, com certeza meu pai ligou pra ele.

-Mari, abre a porta-ele pede

Me levanto e abro a mesma, sigo até ele e me jogo em seus braços. É exatamente isso que eu preciso, de um abraço de alguém que me ama.

-oh minha pequena. Quando o Luan me ligou eu vim voando
-Luan?-pergunto sem entender
-sim, assim como eu ele se preocupa com você-ele diz e vejo o Luan parado na porta de cabeça baixa
-o jatinho está nos esperando no aeroporto-ele avisa e saí

Tudo está tão frio, tão dolorido, tão sombrio pra mim.

-eu vou te dar um remédio pra dor de cabeça, não há cabecinha que aguente-ele diz já pegando um comprimido e um copo de água que está ao lado da cama-bebe-me entrega
-obrigada-agradeço
-vem, vamos-me abraça de lado

Um bolsa foi arrumada pra mim. Não sei quem a fez, mas o meu amigo a pega e saímos abraçados do quarto.

O Mario me para antes que a gente se aproxime do Luan.

-eu sei que está doendo, que seus pensamentos são outros agora, mas não maltrata esse moço que tá aqui te dando apoio-acaricia meu cabelo
-não vou-me afasto dele

Me aproximo do Luan e abraço ele pela cintura. Ele retribui o abraçado exageramente e beija o topo da minha cabeça. Me permito chorar em seu abraço acolhedor.

-eu não sou capaz de fazer essa dor passar, mas farei o que estiver ao meu alcance pra ameniza-la
-eu não posso ir com você agora, mas farei o máximo pra amanhã a tarde estar lá, eu vou ficar com o Fred até amanhã cedo e depois levo ele pra Hellen, fica bem ta?-ele pede angustiado-Deus sabe o que faz, ela agora está num lugar melhor, pode ter certeza-beija minha testa

Começo a ficar um pouco sonolenta. Não vejo ninguém trancar a casa, mas eu desço agarrada no Luan. Assim que chegamos na garagem vejo o segurança dele ali junto com o Rober. Não comprimento ninguém existente ali. Apenas entro no carro meio grogue.

-eu não bebi um remédio de dor de cabeça né?-pergunto
-não, mas você precisa se acalmar-me aperta
-ta-resmungo sentindo meus olhos pesarem

Chegamos rápido no aeroporto e por ser cedo e ninguém saber dessa viagem inesperada, seguimos pro hangar numa boa. Sou praticamente carregada até o jatinho pelo Luan. E assim que me deito na poltrona eu durmo, torcendo pra que assim que eu acordar tudo não tenha passado de um sonho ruim.




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"Perder, dói! Não adianta dizer não sofra, não chore; só não podemos ficar parados no tempo chorando nossa dor diante das nossas perdas."
Capítulo triste assim como meu estado de espírito 😔

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