segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Capítulo 72 - Sentimento Diferenciado

Luan

A minha vontade de socar a cara do Jeferson é tamanha. A minha vontade de ir embora é maior ainda, porém me mantenho firme parado no meu lugar.

-eu soube o que aconteceu com a dona Isaura, eu imaginei o quanto está arrasada com tudo isso-alisa o rosto dela que paralisa ao ouvir o assunto
-como conseguiu subir sem a minha permissão?-ela se afasta dele, eu também estou curioso pra saber isso
-eu conheço uma pessoa no prédio, entrei com ela, e depois tive que me virar, bati no seu vizinho e ele me disse que você mora aqui
-eu estou de saída Jeferson-aponta pra mim e ele me olha repreendendo a situação
-fica à vontade Marina-digo firme e ela revira os olhos pra mim
-eu estou de saída, não quero você aqui e não quero falar desse assunto com você, o Luan está me ajudando, eu estou bem e isso é tudo o que importa
-tudo bem-ele aceita o discurso dela-mas qualquer coisa que você precisar, é só me procurar. Você tem meu endereço e número de celular
-eu não vou precisar de você-ela nega com a cabeça
-já vi que não mesmo-me olha da cabeça aos pés
-vamos?-ela me chama e eu apenas assinto

Saímos os três juntos do apartamento dela. O clima não é dos melhores. Depois de trancar seu apartamento, ela gruda na minha mão de maneira possessiva.

-sinto muito por isso-ela diz baixinho me olhando
-não sinta, você não tem culpa de ter sido casada antes-beijo um dos lados de sua têmpora

Vi o Jeferson entrar no elevador e eu não estou nada afim de respirar o mesmo ar que ele. Puxo a Marina até o elevador de serviço, que está vazio e pronto pra ser usado por nós dois.

Descemos em silêncio total. Eu não estou afim de falar e ela me parece pensar bastante no que o Jeferson disse.

Entramos no carro e ela fica encolhida, quietinha no banco do carona.

Dirijo o caminho todo em silêncio, é possível se ouvir apenas a música que rola na rádio.

Assim que estaciono na minha vaga na garagem, ela permanece parada e não move um músculo para descer do carro.

-ta puto comigo?-pergunta sem me olhar, suspiro fortemente
-não
-fala a verdade-me olha irritada
-estou dizendo, eu não estou puto com você, como eu disse você não tem culpa de ter sido casada antes, eu só estou com raiva do Jeferson. O que vocês tinham acabou, mas pelo jeito ele se arrepende de ter feito o que fez contigo, ele está sempre tentando ficar perto de você, isso me irrita. Eu tenho sentimentos por você e entre eles está o ciúmes, é inevitável-dou de ombros
-como você mesmo disse, o que tinha entre nós dois acabou, o que restou foi o passado e eu não posso fingir que não existiu, mas o Jeferson está onde ele deveria estar, no passado, o meu presente é você e o futuro a Deus pertence, vamos viver o agora e esquecer ele, não quero estragar tudo por causa de um casamento que não deu certo
-tá bom-viro a cara bicudo
-parece criança-ela diz rindo
-quer me adotar?-olho pra ela sorrindo
-quero-me rouba um selinho e desce do carro com a mochila na mão

Desço também e vou até ela que volta a grudar na minha mão.

Entramos em casa e eu já começo a gritar alarmando a minha família que eu cheguei. Minha mãe aparece vindo da cozinha e minha mão é apertada com força.

-bom dia-ela diz olhando eu e a Marina-olá-puxa minha loira pra um abraço

Tudo é muito demorado. Minha mãe sem dúvidas tinha muito o que falar pra ela. Confio na Xumba. Saío dali dando espaço pras duas e encontro meu pai filtrando à água da piscina.

-bom dia, bença pai-estico a mão direita e ele aperta
-Deus abençoe-me abraça de lado-pulou da cama hoje?
-basicamente sim, eu não cheguei a dormir, eu consegui cochilar por duas horas, quando estava quase chegando naquele sono gostoso, mamusca me ligou avisando pra mim trazer a Marina inclusive pra tomar café
-ela veio?
-sim-sorrio triste
-como ela tá?
-daquele jeito, inconformada, enquanto eu velava seu sono ouvi ela chamar a vó por algumas vezes
-é difícil, você sabe
-eu sei pai, mas o que eu prometi ao pai ela eu vou cumprir, vou dar a ela todo o apoio que ela precisar
-está certo, conte comigo caso precise
-obrigada-sorrio satisfeito por ter apoio de alguém-cadê a piroca?
-tava dormindo
-vou acorda-la
-certo

Entro novamente em casa e sinto o olhar da minha mãe e da Marina sobre mim. As duas agora estão sentadas no sofá, não sei quem chora mais, se é a Xumba ou a Sereia. Acabo sorrindo com os apelidos. Deposito um beijo na bochecha de cada uma e subo as escadas pulando de dois em dois degraus até chegar no quarto rosa com branco da minha irmã.

A porta está aberta e por hora eu estranho já que ela tem costume de dormir com a porta trancada. Entro na calada e vejo pela porta ela toda encolhida. O ar está gelado ao extremo e ela está descoberta. Me jogo ao seu lado na cama e ela se assusta ao sentir meu corpo.

-ah-ela grita e eu começo uma crise de riso, ela ao perceber que sou eu distribuí tapas por todo meu corpo
-filho de uma mãe, quase morri-coloca a mão no peito ainda assustada-você me paga seu calhorda
-eu..você..porra..-contínuo a rir sem conseguir montar uma frase com o susto que ela levou
-te odeio-soca meu braço e sai em direção ao seu banheiro
-desculpa piroquinha, não resisti, e eu nem fiz nada pra te assustar, eu só deitei aqui
-sai do meu quarto
-não, quero falar com você antes da gente descer
-então espera seu retardado mental-ela diz irritada

Continuo deitado na cama até ela aparecer. A mesma desvia de mim e entra no closet dela. Troca seu pijama e coloca uma roupa de academia.

-ah piroca, eu trouxe a Marina pra cá, sério que você vai treinar?-bufo
-Luan eu preciso manter a forma, você não tem noção o quanto de porcaria que eu comi ontem com o Breno, mas eu prometo que vou só fazer 30 minutinhos de esteira e o resto do dia serei dela
-promete ser legal? Promete não tocar na vó dela?
-prometo, vamos falar de tudo, menos coisa triste, fala com o meu pai e pede pra ele ligar na mercearia aqui perto e comprar umas coisas pra gente fazer um churrasco pra ela-reviro os olhos ao ouvir sua referência ao meu pai
-ele é nosso pai-cutuco sua costela
-você nunca se acostuma-ela arfa baixinho
-não mesmo-a encaro e a mesma ri
-vamos descer que eu vou tomar café antes de correr
-bora-abraço ela de lado

Seguimos a passos firmes até a sala, não vejo mais vestígios das mulheres que estavam ali. Sigo até a cozinha e vejo a minha mãe atrás do balcão. Faço sinal pra ela não avisar que estou chegando. Marina está em pé, de costas pra mim enquanto mostra alguma coisa em um livro de receitas da minha mãe.

-bu-seguro sua cintura com força e ela se desequilibra, se eu não a seguro ela teria ido ao chão, ela se recompõe rapidamente
-filho de uma mãe boa-se vira pra mim e começa a me estapear enquanto volto a rir de mais um susto que dei-que ódio Luan-ela bufa frustrada
-desculpa amor-digo baixinho segurando suas mãos atrás do meu corpo para que ela parasse

Roço minha barba em seu maxilar, sua bochecha e sua orelha. Vejo ela se arrepiar e tentar sair dos meus braços. Roço meus lábios no seus e ela se entrega parando de relutar. Mordisco a portinha do seu lábio inferior e ela se inclina pra frente. Início um beijo delicado. Sentindo seu gosto de menta, de um trident que ela encontro no carro. É incrível o poder que ela tem sobre mim. Nossos rostos fazem movimentos contrários e precisos, é como se soubessemos para qual lado o outro iria. Todos que olhavam de longe com certeza podia ver sentimento naquele beijo. Não é algo erótico, é algo diferencial, cheio de..talvez am..não, talvez não. Escuto a voz do meu pai atrás de mim e encerro o beijo aos poucos deixando selinhos em sua boca para que ela soubesse que todo o sentimento que demonstrei no beijo, foi real.

Temos plateia, minha mãe e Bruna do outro lado do balcão nos olha como se tudo que vissem fosse uma cena de novela. Meu pai sorri contente e solta um sorriso onde me dizia "esse é meu garoto". Marina me olha corada, sei que está com vergonha, mas ela tenta não demonstrar para minha família.

-será que posso cumprimenta-lá agora?-Bruna pergunta rindo e direcionamos nosso olhar pra ela
-claro que sim-a Marina sai dos meus braços sorridente e vai até minha irmã, acabo sorrindo feliz, isso é tudo que almejo ter no momento, e se eu tivesse o poder de mudar essa manhã eu não mudaria exatamente nada




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Um sentimento natural que acontece com razão🎶
Hiii peoples 😌
To sumida tanto daqui como do whats'
To com probleminhas pessoais, mas não vão interferir!

3 comentários:

  1. Leitora nova!!! Estou amando a fanfic, perfeita. Eles são uns fofos juntos, continuaaa 😍

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  2. Ah esse Luan é muito maravigold ❤
    Continua vacuda

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