quinta-feira, 22 de junho de 2017

Capítulo 224 - Cantinho do amor

Luan

Marina olha cada cantinho da casa e eu apenas ando atrás dela com a Laura no colo. Confesso que ver a casa pessoalmente é bem diferente de ver por fotos no computador.

Marina praticamente fotografa a casa toda e por fim paramos no que seria ou será o quarto da Laura.

-e aí?-pergunto esperançoso
-e aí o que?-me olha
-o que achou? Gostou?
-se eu gostei?-pergunta pra ter certeza e eu apenas afirmo-eu amei essa casa, amei tudo, amei o jardim dos fundos, cada cômodo, o parquinho, o cantinho do Frederico, o pé de manga-ela diz e eu dou risada

Marina sempre frisou seu amor pela fruta, quando eu soube da existência da árvore, foi a minha primeira intervenção, não tira-lá de maneira alguma.

-eu me vejo aqui contigo, com a Laura e nossos outros dois filhos..-a corrijo
-quatro filhos-ela revira os olhos
-ok, nos vejo aqui com a nossa família
-então será essa?-pergunto animado
-será essa-bate palminhas e se aproxima beijando minha bochecha
-podíamos comemorar aqui no chão, ou no chão do nosso quarto-sugiro
-a Laura está aqui e permanece acordada olhando nós dois-avisa e eu faço careta
-mais tarde?-sorrio sugestivo
-mais tarde-confirma e eu sorrio animado-vamos fazer tudo juntos né?
-como assim?-pergunto pra ter certeza sobre o que ela fala
-escolhe os móveis, os papéis de parede, as roupas de cama e banho, os objetos da casa, a cor das paredes, a cor dos móveis, tudo
-sim, tudo juntos-concordo-agora que sei que gostou da casa e que vai ser a nossa casa, vou providenciar os papéis e aí podemos começar com as pinturas e a colagem dos papéis de parede
-quer pintar tudo?-pergunta pensativa
-só o nosso quarto, o quarto da Laura e o nosso estúdio, vai ser os nossos cantinhos, quero que tenha um pouco da gente
-podemos escolher os papéis de parede dos nossos quartos e do estúdio, a gente cola eles e depois vemos o que fazemos com o resto
-ok, mas não abro mão do nosso closet ter as repetições e gavetas brancas
-pretas-retruca
-ah não sereia-faço bico e ela me olha
-pretas
-brancas
-tá bom, mas a cozinha vai ser preta
-ah-começo a reclamar, mas ela me olha brava-tá bom-me rendo e ela sorri
-muito bom negociar com você-me dá um selinho rápido
-eu aceitaria a cozinha preta-dou de ombros me fingindo de superior
-eu queria o closet branco-dá de ombros diabólicamente
-vai ter troco-aviso-agora precisamos ir, temos que voar pra cidade do show
-ok, vamos-me viro pra sair, mas ela segura meu braço-obrigada por isso, eu amo você-aproxima sua boca da minha

Tampo os olhinhos da Laura e abro a boca dando liberdade a ela pra iniciar um beijo, ela faz e eu retribuo da mesma maneira. Ela sorri entre o beijo e logo se afasta.

-eu que amo você-beijo sua bochecha-não vejo a hora de chegar a noite e poder foder você-ela se afasta e me olha
-cadê o romantismo?-cruza os bracinhos e eu dou risada
-tá no meu pau, mais tarde você acha
-Luan-me olha assustada-a Laura-ela me lembra da nossa filha
-ops, desculpa princesa, papai esqueceu de você por dois segundos
-safado, vai logo-belisca minha bunda
-ai neném
-você vive mordendo a minha, vive apertando a minha, por que eu não posso fazer o mesmo?-ergue a sobrancelha pra mim e eu sorrio malicioso-vai logo-me empurra levemente

Descemos juntos e seguimos até o carro, ela prende novamente o bebê conforto com a Laura e eu fico a olhando pelo espelhinho.

-que foi?-pergunta
-isso é meio louco, onde que eu imaginária formar uma família com alguém que não fosse a Alicia
-tá com saudade?-faz cara feia
-não-dou risada dela-nenhum pouco, mas antes de você eu pensava que minha vida seria pra sempre com ela, mesmo não conseguindo imaginar ela sendo mãe dos meus filhos, mesmo não conseguindo ver um futuro da gente. Eu dizia pra mim mesmo que eu não conseguia ver um futuro, porque tínhamos que viver o presente, um dia de cada vez, mas ai você apareceu na minha vida e eu percebi que meus pensamentos estavam errados, que quando a gente ama a gente vê sim um futuro, a gente se enxerga velhinho lá na frente junto com essa pessoa e não vê a hora de formar aquela puta família de comercial de margarina.-sinto meus olhos se encherem de lágrimas-é muito louco você é algo inesperado, mas que eu já não consigo viver sem, como é bom ter alguém em casa me esperando quando eu volto, que bom ter você, a Laura e o Fred-me viro pra trás e ela sorri também com lágrimas nos olhos
-você sabe que eu sou chorona-faz um bico fofo
-vem cá-chamo ela que primeiro olha a Laura que boceja e fecha os olhos, em seguida passa pro banco da frente e beija minha boca tão delicadamente, como só ela beija
-você também é algo inesperado, mas que eu não posso e nem quero viver sem, você é a minha melhor imaginação de um futuro, eu te quero pra sempre, até brigando ás vezes-nós rimos pelo nariz-mesmo que eu faça tudo errado, que eu seja difícil, nunca desista de mim, porque eu nunca vou desistir de você-acaricia minha nuca
-nossa casa-roço meu nariz no dela
-nosso cantinho do amor-sussurra baixinho e roça nossos lábios
-nosso cantinho do amor-repito

Seguimos o caminho em silêncio, Laura adormeceu e enquanto íamos pra casa não acordou mais. Marina foi mexendo no celular e sorrindo feito boba, ás vezes ela fazia uma careta ou bufava frustrada. Ela estava respondendo os comentários no Instagram, tenho certeza. É incrível como sua feição muda de acordo com o comentário lido.

Chegando no nosso prédio subimos juntos, eu carregando a dorminhoca da minha filha nos braços e a Marina rindo de algo no celular. Assim que entramos em casa o Fred vem latindo pra gente, Laura nem se mexe, ela já acostumou com o Fred.

Ele tinha ido tomar banho no pet e ao olha-lo até estranho, ele está com os pelos tosados.


-logo no frio você manda tosar o bichinho, tadinho mozi-bato na perna e ele pula todo feliz
-estou puta, não mandei tosar, era pra ser só um banho-ela pega o telefone e disca algum número da agenda-ei, quem foi que mandou tosar os pelos do Frederico?-ela pergunta toda bravinha e sai subindo as escadas

Coloco a Laura no "Moisés" dela e me jogo no sofá com o celular na mão. Há mensagens do Rober avisando que passa aqui em meia hora.

Entro nas redes sociais e vou direto ao perfil da Marina. Há uma nova postagem, é uma foto da Laura.

"Eu te olho e encontro tanta coisinha do seu pai em você. Os traços, a boca fina, as mãozinhas gordinhas que dá vontade de morder. Eu vejo tanta, tanta, tanta coisinha dele em ti que consigo até ver o tanto de amor que ele direciona a ti. Quando ele diz que ama do tamanho do céu, não é mentira, ele também me diz isso e eu sinto esse amor dia após dia. Vocês são a minha maior realização e o meu objetivo de vida é fazer vocês felizes sempre independente de qualquer coisa. Obrigada por serem o meu alicerce e nunca me deixar cair. O texto era pra ser somente pra Laura, mas não consigo falar desse presente sem aquele que me ajudou a ter ela e que nos ama imensamente. 👨‍👩‍👧💕"

Abro os comentários da foto e ali há diversas respostas da Marina. Sabia que era isso que ela tava fazendo no carro.

Aproveito que curto alguns comentários que gosto, mas logo recebo uma mensagem da Arleyde me proibindo. Continuo até me cansar e a Marina aparecer.

-tá pronta já?-pergunto
-não, por quê? Que horas vamos?
-Rober deve chegar em uns cinco minutos-olho no relógio do celular
-seu viado, por que não avisou antes?-me bate com uma das almofadas do sofá e eu dou risada

Ela logo desisti de me bater e sobe correndo pra se arrumar. Sigo atrás dela, pois preciso descer as malas.




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Cheguei 😊💕

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