Capítulo 220 - Cólica

Luan

Escuto a Marina soluçar e fico puto por brigar com ela. Isso não é nada do que eu imaginei pra noite, nem nos meus piores pesadelos.

Abro a porta pra pegar o meu lanche e volto pro quarto. Encosto meu corpo no batente da porta e fico olhando seu corpo subindo e descendo rapidamente na coberta, tudo por causa do choro.

Meu coração se despedaça todo, mas ela precisa entender que estou chateado.

Pego minha cueca na mala e sigo pro banheiro. Tomo um banho lento e demorado, porém sem molhar o cabelo ou a Marina me mataria por dormir com o cabelo molhado.

Ao sair do banheiro vestindo apenas aquela peça de roupa, olho minha mulher e ela me parece calma e com certeza apagada pelo sono.

-eu devia te bater por não confiar em mim hoje, mas eu não farei porque eu te amo muito e porque você está de resguardo-sussurro de longe a olhando-eu não​ aguentaria ficar só nos tapas-falo baixo e ela permanece de olhos fechados-que merda eu tô falando-resmungo só pra mim e saío do quarto indo direto pra mesa onde meu lanche me espera

Como ele todo em silêncio, não tinha muito o que se fazer aqui com a neném dormindo ao lado.

Depois de comer tudo fico pensando um pouco na vida, tentando achar onde foi que dei confiança pra Denise, pra que a Marina desconfiasse que eu sairia com ela, mas não acho momento algum. Fui ríspido com ela​ a entrevista inteira e sempre que eu podia eu envolvia a Marina na entrevista dizendo o quanto ela é importante.

Minha cabeça começa a doer e eu volto pro quarto, Marina agora está toda descoberta e com a bunda de fora. Isso só podia ser uma provocação. Paro de longe e observo ela agarrar o travesseiro como me agarra de madrugada. Sua boca entre aberta sussurra meu nome baixinho.

-carne moída, testa pelado, Cirilo e o Mario, minha filha acordada..-começo a sussurrar coisas pra que eu pudesse brochar

Perca de tempo, já estou duro como uma rocha.

-que porra-murmuro raivoso

Me aproximo da cama e novamente cubro a Marina. Tiro o travesseiro do seu lado e me deito ali, Marina abre um pouco os olhos e me encara.

Estico meu braço e puxo ela pra mais perto. Sua mão livre agarra minha cintura e sem querer ela passa o braço em minha ereção.

-por que está assim?-me encara assustada
-culpa sua-reclamo
-o que eu fiz?-pergunta sem entender
-dorme Marina, dorme-falo um pouco irritado por ter que dormir desse jeito
-nossa-desgruda da minha cintura e ia se virando, mas eu a seguro
-fica aqui
-não vou ficar se for pra me maltratar-reclama e eu suspiro
-só dorme e fica quieta-faço ela abraçar minha cintura novamente
-grosso
-de grosso só meu pau
-convencido-sussurra fechando os olhos

Vejo ela adormecer novamente. Demoro um pouco​ pra​ fazer mesmo, mas logo me entrego ao sono.

Acordo sendo balançado, abro os olhos e encontro a Marina me olhando.

-acorda, tem que se arrumar e almoçar pra gente ir viajar
-já levanto-encerro o assunto
-babaca-diz baixo, mas escuto
-o que disse?-me viro pra ela
-idiota-revira os olhos e sai do quarto

Me arrasto até o banheiro e tomo um banho rápido, na poltrona do quarto tem uma roupa separada pra mim, visto ela mesmo e pego o secador. Depois de secar o cabelo volto pro quarto e encontro a Marina arrumando nossas malas.

-cadê a Laura?-pergunto
-dormindo, sua comida tá lá na mesa-ela diz toda materna

Ignoro ela e sigo até lá, Laura está no berço móvel quietinha e dormindo. Minha filha parece a mãe na gravidez, só dorme. Dou risada.

-tá rindo de quê?-Marina chega atrás de mim
-nada não-paro de rir e me sento na mesa
-vai ficar assim como mesmo?-pergunta triste
-já comeu?-mudo de assunto e ela nega-então come

Nos sentamos os dois na mesa e comemos em silêncio total.

Quase meia hora depois o Rober aparece com Joane e o Well, prontos para ir embora. Eu estava cansado do silêncio do meu quarto e quando saímos daquele ambiente agradeci mentalmente e segui o testa até o elevador.

Marina me olhava tediosa e eu nem a olhava, ela está errada e precisa reconhecer.

No jatinho foi outra luta com a Laura, ela ficou assustada e chorou, além de mim, ninguém mais conseguiu dormir.

-vou atender-aviso o Well quando finalmente pousamos
-sabe nem se tem gente-ele diz rindo e eu o acompanho
-mas toda vez você pergunta e eu já tô dizendo que vou uai-dou de ombros

Saímos e como sempre tinha gente ali pra atender. Todas comportadas, se organizar em grupos e pouparam o tempo e trabalho do negão.

Chegando no hotel foi o mesmo procedimento de sempre, mas logo estávamos no nosso quarto.

Laura permanecia chorando e isso estava me deixando agoniado.

-faz alguma coisa-me irrito com a Marina

Ela mexia na mala e procurava algo, nem me importei em saber o que, só queria que a minha filha de acalmasse.

Pego ela no colo e ela permanece chorando.

-droga-Marina se senta no chão um pouco irritada
-o que foi?
-preciso do Rober-ela se aproxima e pega meu celular

Ela sai pra sala e eu não escuto nada da conversa por causa do chorinho doído no meu ouvido.

-o que foi?-pergunto novamente pra Marina quando ela se aproxima

Ela ignora minha pergunta e vai até a banheira. Liga a mesma e deixa enchendo.

-toma banho com ela-pede com angústia-ela tá com cólica, não consigo achar o remédio dela, estava nas minhas coisas, mas ali agora só tem coisa sua-diz baixo e eu sei que eu fui o merda que mexeu na mala e fez tudo errado
-só dar banho?-pergunto
-fica sem camiseta e se possível deixa ela em uma posição com que fique com a barriguinha próxima a sua, Rober já foi buscar o remédio, mas não sei se vai conseguir pegar, precisa de prescrição médica, que estava junto com uns papéis na minha bolsa, mas que foram jogados fora-fui um merda de novo, eu achei que eram papéis desnecessário
-tira a roupa dela-entrego a Laura pra ela e tiro a minha roupa ficando apenas de cueca
-olha lá se já encheu-ela aponta pra banheira

Tenho certeza que ela está irritada por eu ter mexido em suas coisas, mas a todo momento ela respirava fundo provavelmente tentando impedir que tivéssemos outra discussão.

Olho a banheira e vejo que está bom o tanto de água. Desligo a torneira e coloco a mão na água, sentindo ela quente.

Volto pro quarto e me aproximo da Marina que faz massagem na barriguinha da Laura.

-me desculpa por mexer nas suas coisas-peço e ela me olha cansada
-tudo bem, vai passar já já-pega a Laura e me entrega
-vem com a gente-convido e ela nega
-vou esperar o Rober
-ok-encerro o assunto e sigo pra banheira

De longe observo a Marina se jogar na cama. Me sento na banheira e seguro a Laura contra mim e acaricio suas costinhas.

A campainha toca minutos depois, Laura já está calma. Marina se levanta feito um furacão e segue até a porta, logo ela volta sendo seguida pelo Testa.

-conseguiu?-pergunto baixo já que a Laura adormeceu
-sim, a mulher só vendeu porque eu implorei de joelhos dizendo que era pra filha do Luan Santana-ele se explica-como ela está?-pergunta
-dormindo
-obrigada Rober, nem sei como te agradecer, graças a Deus conseguiu esse remédio, eu estava a ponto de ter um ataque de nervos
-relaxa baixinha, sou pago pra isso e se for pra essa outra baixinha, eu vou correndo e rodo o mundo-ele diz animado olhando minha pequena nos meus braços
-mesmo assim, obrigada-se aproxima e beija a bochecha dele que sorri agradecido e sai

Marina me chama e eu saío com a Laura. Entrego a pequena pra ela e volto pra banheira aproveitando um pouco daquele relaxamento.

Laura acorda um pouco chorosa, Marina termina de vesti-lá e dá o remédio pra ela. Logo depois de nina-lá um pouco ela dormiu e aos poucos vi a Marina fazer o mesmo.

Fico mais um pouco na banheira e depois sigo pro chuveiro. Tomo um banho completo e depois sigo enrolado na toalha até a mala. Pego um dos looks que a Marina separou pra mim e visto. Olho as horas no meu celular e ainda tenho um tempo. Coloco meu celular pra despertar e me deito com as minhas mulheres tirando um cochilo gostoso.





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Esse capítulo era pra ter sido postado ontem, mas, entretanto, todavia, porém não deu.. kkkkkkkkk