Capítulo 200 - Recomendações

Luan

Havia acabado de tomar banho e saío do banheiro, ao olhar minha mulher na cama vejo ela segurando o pé da barriga e fazendo careta.

-tá sentindo algo?-pergunto preocupado, lágrimas já começavam a se formar no cantinho dos seus olhos
-é como se fosse uma cólica bem forte, tá doendo-faz bico me olhando e eu fico estático-me leva pro hospital?-ela pede e meu coração se aperta

Eu li bastante coisa na Internet e sei que isso não é nada bom. Isso provavelmente se deu, pela Marina não deixar a Tânia vim cumprir suas obrigações. Marina deve estar fazendo tudo sozinha e pegando no pesado.

-por favor me leva-ela pede me tirando de um transe gigantesco
-quer trocar de roupa?-pergunto vestindo uma roupa qualquer
-não, eu só quero e preciso ir-resmunga apertando os olhos

Pego sua carteira com documentos, um chinelo e em seguida a coloco em meus braços. Assim descemos até sair do nosso apartamento.

Marina fazia cada careta e isso estava me preocupando. Só espero que não seja a jaca que ela comeu.

Chegando no estacionamento, coloco ela sentada no banco do passageiro e corro pro meu lado.

-Vai com calma-ela pede e eu respiro fundo fundo tentando me controlar

Pego meu celular e mando mensagem pra minha mãe pedindo pra ela falar com o médico da Marina e pedir pra ele ir pro hospital no qual estou a levando. Poucos minutos depois ela me responde dizendo que ele está indo.

Algumas mensagens de preocupação vieram em seguida, mas eu estou preocupado demais pra ler o que quer que seja.

O hospital por não ser tão perto do nosso prédio demorou um pouco a chegar. Assim que paro o carro na frente, já vejo uma equipe com cadeiras de roda e muita preocupação.

Marina foi muito bem atendida inicialmente e seguimos pra dentro do hospital. Eu não soltei sua mão um só segundo.

Doutor Ricardo apareceu poucos minutos depois e todo preocupado já veio direto onde estávamos.

-oi mocinha, esqueceu que a nossa consulta é só semana que vem?-pergunta tentando descontrair o clima-o que andou aprontando?-diz lendo a ficha dela
-nada, mas acho que comi um pouco demais e além de tudo comi jaca
-o que falamos sobre sua alimentação?-encara ela
-a Jaca foi desejo, o resto foi gula mesmo-conto e a Marina revira os olhos fazendo careta em seguida
-preciso saber se está tudo bem com essa gatinha-toca a barriga dela-vou pedir para fazerem uma ultrassonografia em você ok?-avisa e ela concorda
-é algo grave?-pergunto preocupado
-Não sei, mas pode ser de algum exercício pesado que ela fez ou algo do tipo-anota algo na ficha-aliás, está pegando pesado na academia?-pergunta pra Marina que nega
-tô fazendo aqueles exercícios que te passei, nada que possa nos prejudicar-ela diz sendo sincera
-mas ela dispensou a moça que trabalha em casa e tá fazendo todos os serviços, tanto os leves como os pesados-conto o que minha mãe me disse-direto vejo os móveis fora do lugar e provavelmente ela mesmo que faz isso já que não tem ninguém pra ajudar
-Marina-ele a repreende
-o que?-faz cara de inocente
-abaixa e levanta, pega peso, se curva, o que a gente falou sobre isso?-cruza os braços
-Não tô doente, eu posso fazer os serviços de casa
-Você podia antes, agora você ja está de seis meses, tem que se cuidar, tem que cuidar da neném-dá uma bronca e eu fico com um sorriso irônico-a partir de hoje repouso absoluto, não te quero nem na academia, tá liberada apenas para uma caminhada pela manhã
-mas Doutor..-tenta argumentar
-mas nada, tá querendo que a Laura chegue antes do tempo? Tá querendo ter complicações no parto?
-bem feito-finjo tossir enquanto falo
-isso é coisa de colegial-ela me olha brava
-pode deixar doutor, vou cuidar pra que ela permaneça com essa bunda no sofá-falo sério e ele concorda

Depois de alguns minutos vieram a buscar pra ultrassom. Acompanho tudo de perto e um alívio me atinge ao ver que está tudo bem tanto com a Laura tanto com a Marina.

-tá tudo bem com vocês, mas por favor Marina, segue o que eu te recomendei-o doutor pede sério enquanto um enfermeiro procura uma veia dela pra colocar um remédio pra dor
-vou seguir, prometo-sorri de lado
-repouso
-ela pode trabalhar?-pergunto interessado
-claro que sim, só fico lá sentada-ela rebate
-diminui o trabalho, para de ficar dirigindo, subindo escada toda hora
-aff-resmunga enquanto bufa frustrada
-sem resmungos-briga com ela e eu dou risada
-para de rir-briga comigo-pode fazer sexo?-Marina pergunta na lata e eu engasgo-morre não ursinho-me olha rindo
-pode né?-olho o doutor
-sexo? Nem pensar-ele diz sério e sinto todo meu sangue esfriar e meu corpo ficar gelado, até os dois começarem a rir-brincadeirinha-ele diz um pouco sem fôlego-tô brincando contigo menino, pode sim, só não vão extrapolar fazendo posições que possa vir a machucar esse bebê
-palhaçada-faço bico e cruzo os braços sem dar muita atenção a eles
-nossa amor você respira sexo é?
-não, mas imagina a tortura, você tá de seis meses, falta três meses pra você ganhar e depois que ganha tem que ficar mais de um mês sem sexo, eu iria pirar-me explico bolado com o susto
-bom, aqui está muito divertido, mas preciso ir. Você vai ter que passar a noite aqui tá? Amanhã pela manhã volto pra te examinar e dar alta-ele diz com a minha menina
-e quando isso acabar?-pergunto sobre o remédio
-só apertar esse botão-mostra um botão perto da porta-vai chamar a enfermeira e ela vai trocar por outro remédio
-ok, obrigada por vim correndo-me levanto mesmo emburrado e aperto sua mão
-sou o médico dessas duas, tenho que cuidar pra tudo ficar bem com elas-ele sorri e eu agradeço novamente

Depois de se despedir da Marina, ele sai nos deixando sozinhos.

-deita aqui-bate ao seu lado e vai pro cantinho da cama

Me aproximo dela e deito de lado tendo total acesso ao seu rosto.

-vou pedir pra Tânia voltar a cuidar da casa-aviso
-me deixa fazer diferente-faz careta-tô com saudades da Malu, ela trabalhava na minha casa quando eu era casada com o Jeferson. Quando roubaram meu celular eu perdi total contato com ela, eu posso tentar encontra-la e ver se ela não quer trabalhar pra mim novamente-conta brincando com a minha corrente
-Não gosta da Tânia?-pergunto olhando seus olhos
-gosto muito, mas sinto que a gente abusa dela, ela tem uma filha com um neném pequeno, ela já cuida da casa da sua mãe o dia inteiro e às vezes ainda ia lá em casa, por mais que você pague mais isso a ajude, eu vejo que ela está cada dia mais cansada-paro pra pensar no que ela disse e ela tem toda razão

Homem é tão desligado para os detalhes. Apesar de não gostar tanto da ideia de outra pessoa cuidando da gente, acho que é uma ótima alternativa pra todo mundo.

-tudo bem, liga pra ela, mas se ela não aceitar eu vou pedir indicação pra Tânia e a gente arruma outra pessoa-aviso
-tudo bem-sorri animada e se aproxima roçando nossos lábios-obrigada por cuidar da gente
-vocês são minha vida amor, vou cuidar de vocês sempre-selo nossos lábios
-te amo tá?
-te amo tá?-repito e ela ri beijando nossas bocas novamente

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OIIIIIIE! DUVIDO QUE VOCÊS SABIAM QUE EU VIRIA HOJE AINDA KKKKKKKKK