Luan
Estávamos a caminho do show, eu entrei no Twitter a mando da Juliana, não nego, não tenho mais tanto ânimo, nem tempo pra ficar horas no aplicativo conversando, ou entrar diariamente, porém quando entro me empolgo e acho super engraçado algumas reações, alguns pedidos pra serem notadas e até uns 'xingamentos'
Lia um de um FC que está no local do show e disse que o Teatro está lotado e todo mundo ansioso com a minha chegada e com o início do espetáculo.
Olho a Marina que tem a cabeça em meu ombro e vejo ela lendo a mesma coisa que eu lia.
Tudo aconteceu muito rápido. Como estávamos sentados nos primeiros bancos da parte de trás, fui capaz de escutar um xingamento do motorista, em seguida senti um baque contra a van e antes que eu pudesse pensar eu já me joguei na frente da Marina pra ela não bater na lataria que separa a frente da van da parte onde estávamos. Não queria correr o risco dela bater a barriga ou qualquer outro lugar do corpo.
-ai-gemo de dor assim que a van para, na proteção que fiz pra Marina eu acabei batendo a cabeça
-tá tudo bem?-ela pergunta muito nervosa e apavorada
Eu escutava vozes, mas não conseguia responder. Marina me ajuda a sentar direito novamente e segura meu rosto entre as mãos.
-fala comigo-começa a me abanar
Minha cabeça parece que vai explodir em poucos segundos.
-Luan-escuto outras vozes, mas permaneço olhando a Marina
-ele tá branco e gelado-ela começa a se desesperar
-abre minha blusa-peço tentando buscar o ar
A dor na cabeça passa a ser tão insuportável que não consigo respirar. Sinto a minha blusa de frio ser aberta, assim como a camisa que estou por baixo.
-tá todo mundo bem?-escuto o motorista perguntar, mas parece que ninguém presta atenção
Marina me abana e vejo lágrimas escorrerem dos seus olhos silenciosamente, pelo jeito ela está muito preocupada comigo.
Fecho os olhos e respiro fundo buscando ar para os meus pulmões. Minha respiração vai regulando.
-Não fecha os olhos não-escuto aquela voz doce da minha loira e abro os olhos
-senta aqui-bato com a mão do meu lado
-você tá bem?-toca meu rosto
-estou, mas eu bati a cabeça, está doendo
-muito?-pergunta precupada
-sim-assinto concordando
Escuto barulho de polícia, de resgate e o motorista da van desesperado, dizendo que o carro que invadiu a pista contrária.
-vocês estão bem mesmo?-a Juliana pergunta pra Marina
-eu tô, o Luan não muito, ele bateu a cabeça e disse que está doendo muito-ela conta
-vocês vão ser examinados, você está grávida e pode ter sofrido algo com o susto
-tá-ela apenas concorda sem aquela banca de durona
Alguns curiosos pararam pra olhar, eu só queria avisar o que aconteceu pro meu público, eles não têm culpa pelo o que ocorreu.
Fui socorrido e a Marina também. Testa, Ju e Well vieram com a gente, porém apenas pra fazer todo o procedimento, eles pelo jeito estão bem.
Ao chegar no hospital eu e a Marina somos separados, várias pessoas olham e assim que me vê pegam o celular, mas os enfermeiros são mais rápidos que eles.
-cadê minha namorada?-pergunto
-ela tá sendo examinada assim como você, agora fica calmo-o enfermeiro pede
Eu fico em silêncio, calmo e na minha. Sei que se eu me desesperar vão querer me dar calmante e eu ainda tenho um show pra fazer.
Um médico me faz diversas perguntas, me examina e pedi pra que eu faça um raio-x da cabeça pra ver se ocorreu algo ou é por causa do impacto.
Vou tranquilamente, faço o exame e volto pro quarto, logo em seguida o médico aparece com o meu raio-x em mãos.
-Não ocorreu nada, está tudo certo, a dor foi pela batida, vou te passar um remédio pra tirar essa dor, vai pro hotel e repouso por dois dias
-ok-concordo
Depois de receber todos os cuidados possíveis e ser medicado, saío da sala ao lado do doutor agradecendo por tudo. Vejo o Testa, Jujuba e Cirilo sentados em umas cadeiras no corredor do hospital. Ao me ver a Ju levanta e vem de pressa até mim, me abrançando apertado.
-tá tudo bem?-pergunta preocupada
-sim, foi só um susto. Cadê a Marina?
-tá fazendo uma ultrassonografia pra ver se está tudo bem com o neném
-quero ir lá-peço
-Ela já deve estar vindo-tenta me impedir
-tô nem ai-volto a andar em direção a qualquer sala, e vejo uma das portas abrir e em seguida a Marina aparecer sorrindo e conversando, com provavelmente
Me aproximo dela de pressa e antes que ela pudesse perceber minha presença, passo meus braços em volta dela de forma protetora e a puxo para um abraço apertado.
-tá tudo bem com você?-ela pergunta retribuindo o abraço
-sim-respondo rápido-e você? O nosso neném?
-tá tudo bem-beija meu peito
-tem certeza?
-sim, você protegeu a gente-levanta a cabeça e me dá um selinho rápido
-que bom
-Luan-Testa me chama e eu me viro
-fala
-Vai cancelar o show né?-ele mais afirma que pergunta
-de jeito nenhum, vamos pro show-falo decidida
-tem uma van esperando a gente
-então vamos
Seguimos pro show atentos com a rua. Eu havia me esquecido de perguntar o que aconteceu e como o motorista está.
Assim que chegamos no teatro, entramos por uma entrada secundária e escondida. Infelizmente não tenho tempo pra atender quem me espera do lado de fora.
Cumprimento algumas pessoas que pelo jeito não fazem ideia o porque do meu atraso. Já perto do camarim aparece um homem revoltado comigo.
-que falta de profissionalismo, quase duas horas de atraso-ele esbraveja pra quem quiser ouvir
Abaixo a cabeça sem ter o que falar, ele não está errado. O nosso pequeno acidente não foi pura falta de profissionalismo, mas o meu atraso sim.
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Que imprevisto em 😕
Por um lado estou aliviada por não ter sido algo tão grave,por outro fiquei tensa com esse homem.
ResponderExcluirQ homem babaca, nem sabe o q aconteceu e já tá falando merda..
ResponderExcluirCara abestado, sabe nem o que se passa e fica com besteiras. Bicho baitola, espero que Marina mande ele plantar batata no asfalto
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