terça-feira, 4 de abril de 2017

Capítulo 154 - Na alegria e na tristeza

Luan

Marina desmaia em meus braços e eu me desespero. Sabia que isso aconteceria. Pego ela no colo e corro atrás de algum enfermeiro ou médico e quando finalmente encontro eles abrem uma sala e eu deito a Marina na cama.

-ela tá grávida e está passando muito nervoso, o melhor amigo dela está na UTI e está tentando ser acordado se é que me entende-tento explicar
-tá ok

Ele começa a examina-lá e eu fico andando de um lado pro outro tentando me manter calmo.

-a princípio esta tudo bem com ela, mas vou pedir para um obstetra vim atendê-la e ver se esse nervosismo todo não prejudicou o neném-ele sai depois que eu concordo
-eu não devia ter te contado nada-me sento na cama ao lado dela

O Cirilo entra na sala preocupado e fica aí meu lado olhando a Marina. Aos poucos ela desperta e me olha assustada.

-onde estou?-olha pros lados
-no hospital, lembra?
-ele estava morrendo-ela volta a se desesperar
-Marina, olha pra mim-peço e ela faz-ele está no melhor hospital do estado de São Paulo, sendo cuidado pelos melhores médicos, eu tenho certeza que ele está bem-falo tentando tranquiliza-la
-eu sei que está oferecendo a ele o melhor atendimento, mas e se..
-não pense nisso, por favor, pensa positivo, a gente atrai o que pensamos-tento ser o mais confiante possível-esse nervosismo todo não está fazendo bem nem a você, nem ao nosso bebê, por favor se você o ama tenta ficar calma-imploro
-você acha que tem possibilidade de eu não amar o nosso bebê?-ela pergunta baixo
-eu tenho certeza que você o ama tanto como eu o amo e é exatamente por isso que estou te pedindo-encaro ela-isso tudo não faz bem a ele
-eu sei, mas é inevitável-ela explica
-promete pra mim que vai se acalmar-seguro suas mãos
-eu prometo que vou tentar
-se você não o fizer vou pedir para doparem você e aí sim você vai ficar calma, querendo ou não e eu vou levar você pra casa-aviso e ela arregala os olhos
-seria capaz?-ela pergunta
-sim, eu não posso e nem quero ver vocês sofrendo assim, eu não quero que o nosso bebê fique mal-falo com a dor que estou sentindo por vê-la tão arrasada
-tudo bem-ela suspira concordando-mas por favor, descobre o que aconteceu com ele-ela implora
-eu vou voltar lá pra saber-Well toma frente da situação
-obrigada-ela sorri triste

Ele apenas assenti e sai. Um médico entra na sala e conversa com a Marina. Observo e às vezes conto algumas coisas. Logo em seguida um aparelho estranho entra na sala sendo empurrado por um enfermeiro.

-o que vão fazer?-pergunto
-ver se está tudo bem com o bebê-o médico avisa-eu peço para que fique calma Marina, você está nos primeiros meses de gestação e é crucial que você não se estresse ou passe nervoso, o bebê senti tudo o que voce senti e isso pode fazer muito mal a ele-o médico diz calmo
-tudo bem-ela concorda com ele também

Sua blusa é levantada, o médico passa uma espécie de gel em sua barriga e um aparelho entra em contato com ela.

-vamos procurar esse neném-ele diz sério

De repente um barulho ecoa na sala, fico atento assim como a Marina que escuta aquele som com água nos olhos.

-isso é..?-tento perguntar
-são os batimentos do bebê, aparentemente está tudo bem-ele desvia seu olhar de mim pra Marina-mas preciso que faça o que eu te pedi, e quero que faça uma ultrassonografia pra confirmar que realmente está tudo bem, ok?
-ok-Marina concorda

O médico passa mais algumas recomendações e avisa que vai aplicar um remédio na veia que vai ajudá-la a permanecer firme e um pouco mais calma.

Depois de medicada vejo ela inquieta e me sento na ponta da cama. Sei que essa preocupação é pela demora do Well.

-ele já deve estar vindo-digo e ela me olha apreensiva
-será que está tudo bem?-ela pergunta e no mesmo momento o Cirilo entra no quarto-e aí?
-tá tudo bem, foi só um susto, o Mario já acordou, e está bem, mais tarde ele vai ser transferido pra um quarto-negão fala de uma vez e até eu me alivio
-o que houve com ele?-Marina pergunto
-provavelmente ele estava sonhando com o que aconteceu, não sei direito-ele responde sua dúvida
-graças a Deus-o alívio é grande tanto pra ela como pra mim
-a Hellen está com ele?-pergunto
-sim, ele chamou pela Marina, mas como ela estava aqui a Hellen ficou com ele
-ele está falando? Tudo normal?-Marina de pressa em perguntar
-sim, fora os ematomas e os ossos quebrados, está tudo normal com ele-Well responde sorrindo
-que bom-ela suspira tranquilamente

Percebo ela ficar sonolenta e olho pro enfermeiro que permanece no quarto.

-é um calmante?-pergunto sobre o remédio
-sim, ela vai acordar melhor e bem calma, o remédio não é forte e não faz mal a ela nem ao bebê, o efeito passa rápido-ele avisa
-ok, obrigada
-eu não quero dormir-a Marina resmunga
-mas vai, dorme um pouco, já está tudo bem-peço
-então deita aqui comigo-ela fica bem na ponta da cama, ainda bem que a cama é larga
-Well fica lá com a Hellen e quando meus pais chegarem traz eles pra cá-peço me deitando ao lado dela
-tá bom-ele diz-fica bem tá Mari-ele se aproxima e beija a testa da Marina antes de sair
-obrigada-ela diz baixinho
-de nada, agora dorme-acaricio seus cabelos

Ela boceja e fica em silêncio, assim como eu. Depois de alguns minutos observo e vejo que ela dorme profundamente. Pego meu celular que estava com a Marina e vejo várias ligações da Bruna e da minha mãe. Mando uma mensagem pras duas que me respondem rapidamente dizendo que viria ao hospital.

Jogo um joguinho no meu celular por um tempo e em seguida dou algumas cochiladas até ver a porta abrir e meus pais entrarem juntamente com a Bruna.

-e aí? Como passaram a noite?-minha mãe se aproxima e beija minha testa
-a noite foi tranquila, mas agora pela manhã tivemos um susto, a Marina teve que ser cedada, mas logo ela acorda. Foram ver o Mario?
-sim, ele está um pouco assustado com o que aconteceu, mas ele está bem-Bruna conta
-que bom-escuto a voz da Marina
-te acordamos?-minha mãe pergunta preocupada e se aproxima dela
-não, eu estava tentando acordar, mas o remédio ainda estava fazendo efeito, agora consegui-ela boceja-que horas são?-procura seu celular
-onze e pouco, viemos busca-los pra almoçar com a gente-ela avisa
-Não posso sair daqui-Marina diz
-eu falei com o médico e ele já vai vim te liberar-meu pai diz
-Não posso sair do hospital, tenho que ficar com o Mario-sussurra
-o Mario não pode receber visita-meu pai avisa e ela abre os olhos e olha pra ele atenta
-por quê?-questiona
-ele vai ser transferido pro quarto e nesse período precisa permanecer sozinho, e você querendo ou não vai almoçar com a gente
-mas..-ela começa a retrucar e eu fico quieto sabendo que ela não tem chance com a minha família
-sem mas Marina, já basta o Mario aqui por causa de pessoas sem coração, se você quer cuidar dele e quer ficar bem, primeiro cuide de você e do bebê que está na sua barriga-minha mãe diz séria e eu seguro a risada com a cara de assustada da minha namorada
-tá bom-coloca um bico no rosto e eu sem resistir, a beijo nos lábios rapidamente

Alguns minutos depois o médico entra na sala e vê a Marina calma, examina ela novamente e em seguida a libera.

-sem estresse em mocinha-ele avisa e ela sorri ainda um pouco lerda
-pode deixar
-vamos?-minha mãe diz animada
-vamos

Me levanto e ajudo a Marina levantar. Bruna estende uma bolsa pra ela e a mesma faz cara de interrogação.

-você precisa estar bem pra ver o Mario, tem escova de dente, escova de cabelo e um vestido-minha irmã diz
-não precisava, mas obrigada

Levo ela até o banheiro, aproveito e entro com ela. Enquanto a mesma se troca eu alívio a dor na minha bexiga dando uma mijada demorada.

-tava com a bexiga cheia em-Marina diz assim que encerro minha higiene
-não quero sair do seu lado e você veio ao banheiro somente agora-dou de ombros e ela sorri
-obrigada

Enquanto ela faz xixi, escovo meus dentes e jogo uma água no rosto. Marina de levanta e faz o mesmo, em seguida pega um óculos na bolsa e coloca no rosto.

-bora?-paro na frente dela que enlaça meu pescoço com seus braços
-obrigada mesmo-beija minha boca

Sei que ela está fazendo um esforço pra me dar carinho, mas sei que não é necessário nesse momento. Encerro o beijo logo e abraço ela apertado.

-na alegria e na tristeza-sussurro
-na saúde e na doença-ela retruca
-por todos os dias da minha vida-seguro seu rosto e ficamos nos olhando
-até que a morte não nos separe-sorri e eu também
-te amo-acaricio sua barriga e de novo a beijo os lábios rapidamente
-para de fazer declaração no banheiro e vamos que tô com fome-Bruna grita do lado de fora e nós dois rimos

Havíamos esquecido totalmente do local que estávamos.

-estamos indo-aviso ainda abraçado com a Marina





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Ioiô ioiô ioiô
Kkkkk'
Estão bem?

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