quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Capítulo 8 - Infeliz

Luan

-poxa amor toda vez a gente passa com a sua família, eu sempre passo longe da minha, custa a gente ir uma vez passar o natal com eles? -faz bico tentando me convencer
-custa sim Alicia, você sabe muito bem que se tem uma coisa que eu não abro mão é justamente isso, eu sempre passei e vou continuar passar os natais em família com a minha família, eu nunca te pedi pra me seguir e ir passar comigo, sempre te deixei livre pra ir passar com a sua família, mas você sempre escolheu vir atrás de mim, então não reclama, esse ano eu vou passar novamente com a minha família, se você quer passar com a sua, ótimo pra você, junta suas coisinhas de natal e vai pra casa dos seus pais-falo de uma vez e ela me olha pasma
-seu grosso-soca meu peito-você é um insensível, se todos esses anos eu fui passar contigo é porque eu queria ficar ao seu lado, porque eu acho que natal é uma data especial e a gente deve passar com quem a gente ama-diz ofendida
-você passou esse ano todo me trocando por roupas, sapatos, bolsas, cabelereiro, manicure, e agora quer vim dar uma de ofendida quando sugeri que passassemos o natal separados?-jogo na cara mesmo-você teve todo esse ano pra demonstrar que me ama, teve todo tempo do mundo, mas você simplesmente preferiu ficar com os seus luxos do que comigo, eu sempre fui a sua segunda opção, você não me ama, você ama é meu cartão sem limites-bufo

Dou um jeito de levantar e saio dali, não estou afim do seu chilique, do seu choro falso, e como ela se faz de ofendida.

Vou direto na lavanderia, eu sei que a Tânia está lá .

-Tânia, estou indo nos meus pais, você vai mesmo fazer minha mala?-pergunto sem graça
-lógico que sim menino-sorri-pode ir tranquilo, já to terminando aqui e já subo pra fazer
-coloca os dois tipos de roupa, de frio e calor-ela assenti rindo-as vezes eu esqueço que você que faz minha mala sempre-abraço ela-você é um anjo na minha vida Tânia, um dia se eu me separar da Alicia vou te roubar pra ir trabalhar pra mim-sussurro pra ela que riu
-eu espero que me leve mesmo-sussurro de volta e nós dois rimos

Deixo um beijo em sua cabeça e saio. Pego a chave da Ferrari e vou até a garagem. Entro e quando vou conectar meu celular no som percebo que eu havia esquecido. Deixo a chave ligada no carro e volto pra casa, fui até a parte de fora e vejo meu celular na mão da Alicia, ela está furiosa enquanto olha algo.

-ei-chamo sua atenção
-o que é isso Luan Rafael?-levanta da espreguiçadeira e esfrega meu celular na minha cara

Pego o mesmo de sua mão e olho o que ela também olhava. A mesma tinha entrado no meu histórico de pesquisa da Internet e viu que eu havia pesquisado sobre a Marina, merda.

-o que tem isso?-pergunto ganhando tempo e tentando me lembrar de algo importante
-por que estava pesquisando sobre ela?-eu posso ver fumaça saindo dos seus ouvidos, na mesma hora meu celular toca, era o Dudu, acabei me lembrando de algo que iria me ajudar
-essa mulher é produtora, eu me amarrei no som dela e tava pesquisando pra saber onde é o studio dela, pois quero fazer um trabalho com ela e com o Dudu-ela me olha desconfiada-se ta duvidando pega seu celular e pesquisa Marina Galvão, ela é produtora musical

Saio dali fazendo pose de ofendido,  mas a verdade é que eu estou com o cú na mão, se ela descobrir que eu beijei a Marina, ela me mata. Atendi o Dudu que perguntou quando eu iria ao studio de novo, que ele achou uma música que eu havia mandado pra ele perfeita pra ser trabalhada. Combinamos tudo e eu volto a entrar no carro.

Conecto meu celular, coloco um Elvis e saio pelo condomínio.

Não demorei a chegar nos meus pais, a casa não era tão longe da minha. Estacionei na minha garagem ali, pois eu ainda tinha uma. Desci do carro e fui logo entrando com a minha chave.

-família-grito como eu sempre fazia quando morava aqui

A primeira a aparecer foi minha mãe, que veio já me abraçando apertado, retribuo o abraço e ficamos assim por um tempo.

-tudo bem?-ela pergunta me olhando
-tudo ótimo-solto um sorriso
-por que tanta felicidade?-pergunta desconfiada
-eu e a Alicia brigamos-dou de ombros e ela ri
-isso é motivo de ficar feliz?
-não, mas eu acho que ela não vai passar o Natal com a gente-conto a novidade
-isso é motivo de ficar feliz?-reforça a pergunta e eu apenas dou risada
-pelo menos não vou ter ela no meu pé com ciúmes das meninas-a Alicia morre de ciúmes das minhas primas e fica o tempo todo emburrada
-bom, vendo por esse lado-da de ombros

Meu pai aparece e eu também o cumprimento. A Bruna não está ali, tinha saído pra comprar os presentes do natal, que não eram poucos.

-mas e ai? Quando vamos?-pergunto bebendo meu tereré
-amanhã de manhã? Então dorme cedo, ou nem dorme-meu pai diz e vejo a Xumba o olhar feio
-dorme sim-diz brava
-vou dormi aqui-dou de ombros
-como?-meu pai me olha confuso
-vou lá em casa só buscar minhas coisas e vou vim dormir aqui, acho que a Alicia nem vai com a gente mesmo, vou falar pra ela que vamos hoje e venho dormir aqui-conto
-brigaram de novo?-meu pai pergunta frustrado
-sim, ela quer que eu vá passar o Natal com a família dela e eu não vou fazer isso, eu deixei bem claro que eu iria passar todos os natais com vocês
-Luan, Luan, você tome jeito ou vai acabar perdendo sua esposa
-seria uma maravilha nesse momento-dou de ombros
-como assim?-meu pai pergunta um pouco incompreensível
-ela está muito distante, não tem mais amor, eu sinto que ela não me quer mais como antes, ela ama mesmo é o meu cartão sem limites-desabafo e vejo meu pai me olhar com os olhos arregalados
-Luan-meu pai me repreende
-o que pai? É verdade-dou de ombros-eu chego em casa eu ganho carinho da Tânia, ela nem em casa fica e quando chega que eu tento ficar um pouco com a minha esposa ela simplesmente me diz que o esmalte da unha não secou-conto com desdém-eu não quero continuar com essa vida, eu quero ser feliz, eu quero alguém que busque me fazer feliz, a Alicia já não me faz sentir assim e esse descaso comigo vem acontecendo a algum tempo, eu preciso de alguém que me queira não importa se a unha vai borrar, se o cabelo vai molhar se a gente tomar um banho juntos, eu abro mão de tanta coisa por ela, o que custa abrir mão dessas pequenas coisas por mim?-fiz a pergunta mais pra mim do que pra eles

Nem minha mãe, nem meu pai dizem nada, apenas ficam em silêncio processando tudo o que eu disse.

-bom, eu vou pra casa buscar minhas coisas, vim mesmo só pra saber quando a gente ia-dou de ombros
-eu não sabia que a situação estava assim tão sufocante pra você meu filho-meu pai começa-eu achava que seu casamento era incrível e que a Alicia te dava todo o carinho que você merece-diz pensativo-eu apoio a sua felicidade e se a sua felicidade não é ela, o melhor que você tem a fazer é deixa-la e procurar quem te faz feliz-ele me apoia e eu suspiro feliz
-eu penso o mesmo que o seu pai-a Xumba concorda e eu sorrio
-eu sabia que sempre teria o apoio de vocês-abracei os dois de uma vez
-o seu quarto está te esperando ansioso-minha mãe avisa e eu ri alto
-pode deixar dona Lizete-ela odeia quando eu a chamo assim
-vai logo senhor calça quadrada-ela me zua e eu faço bico

Eu saio de casa feliz por ter recebido o apoio, entro no carro e volto a conectar meu celular no som.

Cheguei em casa e vi minha mala de viagem pequena perto da porta, gritos vêm do andar de cima, e do nada escuto um barulho de vidro batendo contra a parede e em seguida o barulho dele se quebrando.

-o que tá acontecendo?-pergunto pra Tânia que apareceu na sala pra me receber como ela sempre fazia
-ela está quebrando tudo suas coisas, rasgou suas roupas, e não para de gritar o quando ela te odeia-ela conta sem graça com a situação
-pode ir pra casa Tânia-aviso
-eu preciso limpar a bagunça que ela fez-ela diz eficientemente
-não precisa não, eu sou o seu patrão, eu que pago o seu salário, você vai pra sua casa, vai curtir o seu natal e mesmo que a Alicia te ligue não atenda e se ela disser que está despdida não se importe com isso, é mentira, pode ir tranquila-tento me manter calmo
-tem certeza?-ela pergunta com dúvida
-sim, absoluta-vou até ela e a abraço-feliz Natal adiantado, depois mando o seu presente lá na sua casa-beijo sua bochecha
-presente?-me olha confusa
-sim e nem discuta, você sempre foi mais que uma empregada aqui em casa e você sabe bem disso, agora vai que eu vou encarar a fera
-obrigada Luan, pelo feliz natal e pelo presente misterioso-da risada e eu faço o mesmo-vai lá-me viro pra sair-lembre-se de uma coisa-ela me faz parar e olhar pra ela-a sua felicidade sempre tem que vim em primeiro lugar-pisca pra mim e eu sorrio entendendo
-obrigada-agradeco e volto a andar agora sem interrupções, isso era o certo a se fazer, presar a minha felicidade





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Acaboooooou🎶
Hihihihi'
Adorooooo! Comentem minhas fantasmas!

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