Marina
- fala logo - peço ansiosa
- deu tudo certo, o Luan está bem. O transplante foi um sucesso, agora precisamos torcer pro corpo dele não rejeitar o coração
- não vai rejeitar - a minha felicidade fica estampada na minha cara - cadê ele?
- daqui a pouco ele sobe pra UTI, mas vocês todos não vão poder ficar.
- não se preocupe, eles vão pra casa, só eu ficarei - respondo rapidamente
- não mãe, vai pra casa, eu fico - Laura tenta me convencer, mas isso não é uma possibilidade
- não, eu vou ficar e agora só saio daqui com ele
- tá bom - ela concorda ao perceber que não mudarei de opinião
[...]
Luan
Me arrumo e fico pronto rapidinho. Ao descer as escadas, encontro toda a minha família me esperando.
- finalmente - eles batem palmas e eu dou risada
- tô gato né? - dou uma voltinha e todo mundo concorda - agora bora, que tem muita gente nos esperando - aviso
Cada filho meu segue pro seu carro e eu sigo pro meu, junto com a Marina que me olha sorrindo. Desde que acordei no hospital, vejo esse sorriso. É um sorriso cheio de amor, misturado com gratidão.
- posso dirigir? - pergunto antes de entrar no carro
- você pode tudo - pisca pra mim e espera do lado do passageiro
Abro o carro e ela é a primeira a entrar. Entro em seguida e me ajeito. Desde que tudo aconteceu, eu nunca mais dirigi e ter esse momento agora, faz meu coração se alegrar.
- podemos ir? - pergunto passando o cinto pelo meu corpo e a Marina concorda
Hoje faz três meses que ganhei um coração e hoje finalmente lançaremos o nosso livro oficialmente.
Nunca pensei que isso realmente iria acontecer, mas aconteceu. Terminamos o livro e com o final feliz que a Marina escreveu, até parece que ela estava adivinhando que eu ganharia um coração aos 45 do segundo tempo.
Saio com o carro da garagem e sigo até onde será nossa sessão de autógrafos. Meus fãs paulistas estarão todos lá, eles estão com saudades de me verem no palco e como isso não acontecerá durante esse um ano que terei pela frente, eles encontraram nessa tarde de autógrafo, uma maneira de matar a saudade.
Sigo conversando com a Marina e a sua felicidade me contagia.
Ao chegar no shopping, estaciono do lado do carro dos meus filhos e os encontro me esperando. Cada uma com seu namorado e o Matheus com a namorada.
Ali também tem alguns seguranças e claro o pessoal da minha equipe.
Joane só falta se desmontar de tanto chorar quando me vê. Me aproximo dela e a abraço apertado.
- tô benzão
- eu tô vendo e tô feliz por isso - ela limpa as lágrimas - você sabe que mesmo sendo um pouco mais nova, eu te vejo como um filho. São anos trabalhando juntos e você se tornou minha família - ela se afasta - tô chorando de felicidade por ver você tão bem, com saúde e com a sua família
- obrigado por torcer sempre por mim. - aperto ela ainda mais - com certeza somos família - beijo o topo da sua cabeça e me afasto
- tá tudo lotado, as senhas se esgotaram rapidamente e muita gente ficou sem
- vamos fazer de tudo pra atender todo mundo, até quem não tem senha tá? - aviso e ela concorda sem reclamar - prontos? - pergunto pros meus filhos que concordam - pronta? - me viro pra Marina que continua com aquele sorriso lindo
- prontissima
- então bora
Somos guiados pelos seguranças até o lugar preparado pra que aconteça a sessão de autógrafos.
Ao me verem a gritaria começa, o choro entalado nas gargantas, escapa. É uma emoção tão grande que nem sei explicar. Que saudade que eu tava de sentir esse carinho caloroso dos meus fãs.
Dou tchau, mando beijo e tento retribuir todo o carinho deles.
- tem muita gente - Marina fica impressionada
Chegando no lugar que nos foi preparado, encontramos todos os nossos amigos, minha família, meus sobrinhos e todo mundo que segurou a barra quando eu tava mal pra caramba.
Cumprimento um por um e fico emocionado, mas não deixo uma lágrima cair.
Falo também com o pessoal da livraria que investiu no livro e que preparou tudo pra hoje e seguimos pra mesa reservada pra mim e pra Marina.
- amo você - falo com a minha esposa e ela me parece surpresa
- e eu te amo também, muito mais do que possa imaginar - ela se estica e me dá um selinho demorado - vamos começar? Quanto antes começarmos, mais cedo vamos pra casa comemorar - pisca pra mim
- opa, bora começar - falo alto e ela ri de mim
O segurança começa a liberar as pessoas e tanto eu, quanto a Marina assinavamos os livros.
Assim foi a nossa tarde. Atendemos todos que tinham senha e demos uma pausa. Conversamos com todos ali, comemos lanchinhos que fizeram especialmente pra nós e voltamos a atender as pessoas.
A fila já estava quase no final, quando uma mulher aparece chorando muito. Ela fala o nome dela, mas pede dedicatória no nome da filha, que era minha fã. Fico receoso de perguntar sua história, mas mesmo assim eu o faço.
- era minha fã? - dou ênfase no "era" passado
- há três meses eu a perdi, ela sofreu um acidente de moto e teve morte cerebral - ela resume sua história sofrida e percebo a sua dor
- oh meu Deus - me levanto e sigo até ela
Ao abraça-la sinto algo que não sei explicar, é como se eu já tivesse sentido esse abraço.
- você dava forças pra ela quando ela tava mal e hoje em dia, você me dá forças inimagináveis. Obrigada por isso - ela afrouxa o abraço e me olha nos olhos. Ela conseguiu me emocionar
- você precisa de alguma coisa? De alguma ajuda?
- não - ela sorri - Deus tem me confortado - ela se afasta
- isso é o que importa - Marina diz - só eu sei o desespero que eu fiquei quando o Luan precisava da doação de um coração e esse coração nunca aparecia - ela diz com tristeza e eu volto a me sentar do seu lado. - quando eu pensei que tudo estava perdido, foi Deus quem me sustentou, que me confortou, foi Ele quem me deu forças e tenho certeza que Ele te tornará ainda mais forte, do que você já é - minha esposa sorri carinhosa
- eu imagino o seu desespero - a mulher diz - e foi pensando em você, na sua dor, no seu desespero que no dia 24 de junho eu optei por doar os órgãos da minha filha. Várias pessoas foram beneficiadas e é isso que me conforta, saber que mesmo ela não estando aqui, ela continuou ajudando as pessoas - ela nos tira as palavras.
"Será? - questiono minha mente"
- obrigada por tudo - ela agradece e depois de receber sorrisos nosso, ela sai
- isso não é possível, é? - falo com a Marina que está tão assustada quanto eu
- eu não sei - fica atordoada
Chamo o Rober e ele vem, peço pra ele ir atrás da mulher e conseguir o telefone dela, eu preciso saber se isso é pura coincidência ou se é real.
Continuamos a atender o pessoal da fila e quando finalmente terminamos, me levanto e abraço a Marina.
Percebo que já é noite e convido a todos pra um jantar especial em uma restaurante no qual me tornei sócio.
Todos concordam e seguimos pro estacionamento.
Assim que entro no carro com a Marina, me sento de lado e fico olhando ela que me parece meio perdida.
- o que tá pensando? - pergunto
- será que essa fã sua te salvou? Será possível? - ela me olha
- Testa pegou o contato daquela mãe, eu quero saber mais, quero saber se isso tudo é imaginação nossa ou se é real
- Deus caprichou em cada detalhe do seu renascimento - ela sorri
- caprichou mesmo. E Ele tem caprichado na minha vida desde que te colocou no corredor do meu hotel - toco sua bochecha com a minha mão e seu sorriso fica ainda maior - eu amo tanto você Sereia - junto nossas mãos - sempre vou te amar, você sempre vai ser a dona do meu coração. Já passei por tantas coisas e você nunca saiu do meu lado, sempre me apoiou, me deu forças e eu nunca vou conseguir agradecer o bastante, mas saiba que serei eternamente grato por tudo que já fez por mim. Você é o verdadeiro significado de amar. Saiba que enquanto eu viver, enquanto eu respirar, eu vou te honrar, eu vou te amar e vou te cuidar
- até a última batida do seu coração? - pergunta e eu concordo - saiba que eu também, até que o meu coração bata em meu peito, eu vou amar você, vou te respeitar, vou te honrar. - ela se declara
Me aproximo dela e encosto meus lábios nos seus. Marina rapidamente abre a boca e início um beijo do jeitinho que nós dois gostamos. Com leveza, sem pressa e com muito sentimento.
Aos poucos o beijo vai esquentando e eu afasto o meu banco pra trás. Puxo a Marina pro meu colo e ela vem sem reclamar.
- acho que podemos nos atrasar um pouco né? - digo e ela toda sorridente concorda
- hoje nós podemos tudo - me dá um selinho
- Te amo sereia - faço carinho em sua cintura
- Te amo ursinho - ela retribui e volta a me beijar
Tínhamos poucas semanas juntos e agora ganhei mais alguns anos e farei de tudo para que seja anos incríveis. E assim como eu disse, amarei minha esposa, até a última batida do meu coração.
*FIM*
sexta-feira, 26 de junho de 2020
Capítulo 385 - Oração
Marina
Me jogo no chão com o celular na mão e sem saber se faço o que o Arthur me pediu pra fazer ou não.
Com a vista embaçada, tudo o que consigo fazer é mandar uma mensagem pra Bruna, pro Mario, Hellen e pro Rober.
Não me mexo de jeito nenhum, só consigo chorar desesperada por não ter notícias nenhuma.
Um tempo passa e eu só percebo que foi muito, quando a Bruna chega junto com o Ricardo chorando sem parar.
Ela senta ao meu lado e me abraça apertado, parece que tá sentindo que a notícia ruim virá.
- isso não pode ter acontecido Marina, ele não pode ir. Meus pais não vão aguentar, eu não vou aguentar - ela fala sem parar e eu simplesmente não consigo dizer uma palavra
Mario chega juntamente com a Hellen e também se sentam no chão junto comigo. Ele tenta me fazer levantar dali, mas eu simplesmente não consigo. Não dá!
Eu me sinto no chão, aliás, me sinto totalmente sem chão.
- Marina, é mentira né? - escuto a voz do Rober e só consigo chorar ainda mais
- tá doendo tanto - é tudo o que consigo dizer
- eu sei que sim - Mario me faz deitar a cabeça em seu ombro e me deixa chorar tudo o que eu quero e preciso
Levanto o olhar e encontro a Luiza chorando, ela além de tudo é fã do Luan e eu não quero nem imaginar o que ela está sentindo.
Ao olhar pra ela, encontro o Arthur vindo atrás dela.
Me levanto rapidamente e todo mundo estranha, mas ao ver o meu genro, todos direcionam o olhar pra ele.
Ele se aproxima com um sorriso e isso me deixa ainda mais ansiosa e nervosa.
- o que aconteceu? Me fala alguma coisa - peço apressada
- não ligou pra Laura? Nem pros outros? - ele olha ao redor
- não, primeiro eu preciso saber o que tá acontecendo, não quero dar uma notícia ruim sem saber que ela realmente é real
- notícia ruim? - ele questiona e eu faço cara de interrogação - o médico do Luan ia vim, mas eu pedi pra vir eu mesmo e aqui estou. Não tem notícia ruim, não por enquanto - ele sorri e eu volto a chorar desesperada, mas dessa vez de alívio
- ele tá vivo? - pergunto apressada e ele concorda
- por isso falei pra você ligar pra todo mundo. Luan subiu na lista de transplante e acabou de ganhar um coração. O órgão tá vindo pra cá nesse instante, estão preparando ele. Agora é o momento de orar pra que dê tudo certo
- você jura? - seguro em suas mãos
- eu juro, eles já iam vim preparar o Luan, mas ele teve uma parada e isso adiantou o processo, mas tá tudo bem. Eu vou assistir o transplante, quando acabar eu venho junto pra dar notícias
- ele vai ficar bem! - afirmo com fé e ele concorda sorrindo
- preciso ir, liga pra Laura - pisca pra mim e sai
Me sento na cadeira do corredor e agora deixo o meu choro de alívio tomar conta. Junto com ele início as minhas orações.
Escuto o choro de algumas pessoas ao meu redor, mas eu nem olho pra descobrir de quem é.
Depois de algum tempo ali sem falar com ninguém, Mario me traz um copo de água e eu bebo tudo. Aos poucos me acalmo e tento me manter firme.
- me faz um favor? - peço ao Mario que tenta ser forte, pra me passar força
- claro que sim, qualquer coisa - ele concorda
- busca meus filhos em casa? Não quero que eles venham dirigindo e quero eles aqui
- claro que busco - ele não pensa duas vezes - e a Laura?
- passa lá, liga pra ela no caminho e pede pra ela chamar a babá
- tá bom, vou e volto já
- obrigada - aperto sua mão - você é a minha pessoa - falo baixo
- e você é a minha - ele retribui em um sussurro - estamos falando baixo pra Hellen não escutar né? - ele adivinha e me faz rir
- isso mesmo. Ela também é a minha pessoa, mas você está um degrau a cima. Por favor não conte isso a ela
- não contarei, se você não contar que você está um degrau a cima também
- não contarei - pisco pra ele que me dá um selinho e sai apressado
Fico quieta na minha e a Hellen senta ao meu lado. Ela segura na minha mão e juntas oramos por um tempo.
Mario demora um pouco mais do que o costume, mas assim que aparece, vejo meus filhos como quatro crianças pequenas.
Os quatro se aproximam de mãos dadas e ao chegar em mim, me abraçam do jeito que dá.
- Ele vai ficar bem né? - Manuela pergunta manhosa
- vamos orar pra dar tudo certo - aperto a mão dela
- vamos! - eles respondem juntos
Fizemos uma rodinha ali no corredor e juntos ficamos orando, rezando e emanando boas vibrações pro meu marido.
Luan é um homem incrível, já ajudou todo mundo nessa rodinha e mais milhares de pessoas e agora ele foi retribuído aos 45 do segundo tempo.
Quando descobri que meu marido tinha pouco tempo de vida, Deus acalmou meu coração e me mandou confiar nEle. Eu ouvi! Mas em alguns momento eu vacilei, achei que eu ia perder o Luan e que Deus simplesmente não estava ouvindo minhas lamentações, mas Ele ouviu e ainda atendeu o meu pedido.
Por uma janela ali vimos o sol nascer, eu me sentia cansada assim como todos ali, mas não parava de pedir ajuda pra Deus. Matheus dormiu encostado em mim e a Mariana dormiu encostada no Mário.
Estava ansiosa por uma resposta que estava demorando pra vir. Nunca achei que demoraria tanto, mas a cirurgia parecia durar uma eternidade.
Olho no relógio e já se passaram cinco horas desde que levaram o meu marido. Tento não pensar bobagem, mas nesse momento é quase impossível.
Rober busca café pra nós que estamos acordados e assim fomos vivendo, até finalmente eu avistar o Arthur e um dos médicos do Luan.
Eles me parecem cansados, abatidos e tento não tirar a expressão deles como resposta pra esse caso.
Acordo todo mundo que está dormindo e ficamos todos de pé esperando que venha uma notícia boa.
- bom - o médico respira fundo
- sem enrolação, sem termos médicos, por favor vai direto ao ponto. Deu tudo certo ou não? - pergunto na lata
Me jogo no chão com o celular na mão e sem saber se faço o que o Arthur me pediu pra fazer ou não.
Com a vista embaçada, tudo o que consigo fazer é mandar uma mensagem pra Bruna, pro Mario, Hellen e pro Rober.
Não me mexo de jeito nenhum, só consigo chorar desesperada por não ter notícias nenhuma.
Um tempo passa e eu só percebo que foi muito, quando a Bruna chega junto com o Ricardo chorando sem parar.
Ela senta ao meu lado e me abraça apertado, parece que tá sentindo que a notícia ruim virá.
- isso não pode ter acontecido Marina, ele não pode ir. Meus pais não vão aguentar, eu não vou aguentar - ela fala sem parar e eu simplesmente não consigo dizer uma palavra
Mario chega juntamente com a Hellen e também se sentam no chão junto comigo. Ele tenta me fazer levantar dali, mas eu simplesmente não consigo. Não dá!
Eu me sinto no chão, aliás, me sinto totalmente sem chão.
- Marina, é mentira né? - escuto a voz do Rober e só consigo chorar ainda mais
- tá doendo tanto - é tudo o que consigo dizer
- eu sei que sim - Mario me faz deitar a cabeça em seu ombro e me deixa chorar tudo o que eu quero e preciso
Levanto o olhar e encontro a Luiza chorando, ela além de tudo é fã do Luan e eu não quero nem imaginar o que ela está sentindo.
Ao olhar pra ela, encontro o Arthur vindo atrás dela.
Me levanto rapidamente e todo mundo estranha, mas ao ver o meu genro, todos direcionam o olhar pra ele.
Ele se aproxima com um sorriso e isso me deixa ainda mais ansiosa e nervosa.
- o que aconteceu? Me fala alguma coisa - peço apressada
- não ligou pra Laura? Nem pros outros? - ele olha ao redor
- não, primeiro eu preciso saber o que tá acontecendo, não quero dar uma notícia ruim sem saber que ela realmente é real
- notícia ruim? - ele questiona e eu faço cara de interrogação - o médico do Luan ia vim, mas eu pedi pra vir eu mesmo e aqui estou. Não tem notícia ruim, não por enquanto - ele sorri e eu volto a chorar desesperada, mas dessa vez de alívio
- ele tá vivo? - pergunto apressada e ele concorda
- por isso falei pra você ligar pra todo mundo. Luan subiu na lista de transplante e acabou de ganhar um coração. O órgão tá vindo pra cá nesse instante, estão preparando ele. Agora é o momento de orar pra que dê tudo certo
- você jura? - seguro em suas mãos
- eu juro, eles já iam vim preparar o Luan, mas ele teve uma parada e isso adiantou o processo, mas tá tudo bem. Eu vou assistir o transplante, quando acabar eu venho junto pra dar notícias
- ele vai ficar bem! - afirmo com fé e ele concorda sorrindo
- preciso ir, liga pra Laura - pisca pra mim e sai
Me sento na cadeira do corredor e agora deixo o meu choro de alívio tomar conta. Junto com ele início as minhas orações.
Escuto o choro de algumas pessoas ao meu redor, mas eu nem olho pra descobrir de quem é.
Depois de algum tempo ali sem falar com ninguém, Mario me traz um copo de água e eu bebo tudo. Aos poucos me acalmo e tento me manter firme.
- me faz um favor? - peço ao Mario que tenta ser forte, pra me passar força
- claro que sim, qualquer coisa - ele concorda
- busca meus filhos em casa? Não quero que eles venham dirigindo e quero eles aqui
- claro que busco - ele não pensa duas vezes - e a Laura?
- passa lá, liga pra ela no caminho e pede pra ela chamar a babá
- tá bom, vou e volto já
- obrigada - aperto sua mão - você é a minha pessoa - falo baixo
- e você é a minha - ele retribui em um sussurro - estamos falando baixo pra Hellen não escutar né? - ele adivinha e me faz rir
- isso mesmo. Ela também é a minha pessoa, mas você está um degrau a cima. Por favor não conte isso a ela
- não contarei, se você não contar que você está um degrau a cima também
- não contarei - pisco pra ele que me dá um selinho e sai apressado
Fico quieta na minha e a Hellen senta ao meu lado. Ela segura na minha mão e juntas oramos por um tempo.
Mario demora um pouco mais do que o costume, mas assim que aparece, vejo meus filhos como quatro crianças pequenas.
Os quatro se aproximam de mãos dadas e ao chegar em mim, me abraçam do jeito que dá.
- Ele vai ficar bem né? - Manuela pergunta manhosa
- vamos orar pra dar tudo certo - aperto a mão dela
- vamos! - eles respondem juntos
Fizemos uma rodinha ali no corredor e juntos ficamos orando, rezando e emanando boas vibrações pro meu marido.
Luan é um homem incrível, já ajudou todo mundo nessa rodinha e mais milhares de pessoas e agora ele foi retribuído aos 45 do segundo tempo.
Quando descobri que meu marido tinha pouco tempo de vida, Deus acalmou meu coração e me mandou confiar nEle. Eu ouvi! Mas em alguns momento eu vacilei, achei que eu ia perder o Luan e que Deus simplesmente não estava ouvindo minhas lamentações, mas Ele ouviu e ainda atendeu o meu pedido.
Por uma janela ali vimos o sol nascer, eu me sentia cansada assim como todos ali, mas não parava de pedir ajuda pra Deus. Matheus dormiu encostado em mim e a Mariana dormiu encostada no Mário.
Estava ansiosa por uma resposta que estava demorando pra vir. Nunca achei que demoraria tanto, mas a cirurgia parecia durar uma eternidade.
Olho no relógio e já se passaram cinco horas desde que levaram o meu marido. Tento não pensar bobagem, mas nesse momento é quase impossível.
Rober busca café pra nós que estamos acordados e assim fomos vivendo, até finalmente eu avistar o Arthur e um dos médicos do Luan.
Eles me parecem cansados, abatidos e tento não tirar a expressão deles como resposta pra esse caso.
Acordo todo mundo que está dormindo e ficamos todos de pé esperando que venha uma notícia boa.
- bom - o médico respira fundo
- sem enrolação, sem termos médicos, por favor vai direto ao ponto. Deu tudo certo ou não? - pergunto na lata
Capítulo 384 - O que aconteceu?
Marina
Junho 2045
Os anos passaram e vi a cada dia que passava o meu marido adoecer mais, até chegar num ponto onde ele já não conseguia ficar em casa e precisou "se mudar" pro hospital.
Eu, obviamente me mudei junto e passei a cuidar dele aqui no hospital. As vezes eu revezava uns dias com a Bruna, mas a maior parte do tempo, quem estava com ele era eu.
Meus filhos mal conseguiam viver com medo de a qualquer momento receberem uma notícia ruim demais para ser suportada.
Luan havia feito novos exames e eu esperava ansiosa pelos resultados.
Estava escrevendo compulsivamente nossa história, quando os médicos entram no quarto. Fecho meu computador e deixo ele de lado, me levanto sentindo meu coração acelerar.
Respiro fundo tentando controlar a ansiedade e quando a notícia ruim vem, eu volto a me sentar.
- eu sinto muito, estamos fazendo o máximo pra conseguir o coração - ele tenta me tranquilizar, mas nesse momento é impossível
Meu marido tem pouco tempo de vida e agora precisa mais do que nunca de um coração.
- e se ele não conseguir um coração a tempo? - pergunto, mas já sei exatamente a resposta, o médico já me disse, não com essas palavras, mas disse
O mundo desaba aos meus pés e eu choro. Choro de medo, de raiva, de susto.
Os médicos dizem mais alguma coisa, mas não sou capaz de escutar. O mundo silenciou ao meu redor e eu simplesmente não ouço nada.
A porta do quarto volta a abrir e o Mário passa por ela junto com a Hellen e uma cesta de café nas mãos. Eles entram animados, mas quando percebem o meu estado, ignoram qualquer coisa.
Sinto o meu corpo ser abraçado pelos dois, mas o mundo continua no mudo e agora, em preto e branco.
Meu choro não cessa de jeito nenhum e a dor no meu peito, parece se tornar física e muito maior.
Tento falar, tento colocar a dor pra fora, mas não dá, eu simplesmente não consigo. Tudo o que eu quero agora é um momento de paz, sozinha.
- fica com ele? - peço ao Mario, mas não escuto sua resposta. Ele concorda com a cabeça e eu me levanto
Pego minha bolsa, a chave do meu carro e saio sem dizer nada. Praticamente corro pra fora do hospital e ao entrar no meu carro sinto o som do mundo voltar aos meus olhos.
Fico ali por alguns minutos e quando finalmente consigo parar de chorar, ligo o carro e saio dali.
Sigo pra um dos lugares que mais me dá paz. A igreja do nosso baixo. Chego bem, sem causar nenhum acidente e isso já é o bastante.
Estaciono o carro de qualquer jeito, deixo minhas coisas ali e entro na igreja de corpo e alma.
Há algumas pessoas ali, são poucas e parece que nenhuma me reconhece, mas eu não me importo se isso acontecer.
Ando por aquele corredor, sentindo o choro tomar conta de mim novamente. Me sento no primeiro banco, me ajoelho no chão e passo a pedir a Deus um milagre, um coração ao meu marido, só Deus pode me ajudar nesse momento.
- não o tira de mim Deus, por favor. Eu imploro - suplico
Converso alguns minutos com Deus e aos poucos sinto uma paz inexplicável tomar conta de mim. Deus o tem em suas mãos e fará o melhor!
Fico por mais um tempo ali e quando me sinto bem o suficiente pra me acalmar, saio da igreja e volto pro carro. Meu celular na bolsa não para de tocar, pego na mão e vejo que é o Mário que está ligando.
Mesmo sem querer, atendo a chamada, preciso tranquiliza-los.
Ligação on
- oi Mario
- oi? Oi nada Marina. Eu já te liguei quase 100 vezes e nada de você atender. Tem noção do quanto eu tô preocupado? Não, você não tem noção. Tô aqui surtando, já tava chorando com medo de que algo tivesse acontecido a você - ele desembesta a falar e me arranca um sorriso
- eu precisava de alguma minutos, me desculpa
- já faz quase duas horas que você saiu daqui - ele quase grita
- tudo isso? - pergunto e escuto ele suspirar - me desculpa, eu não deveria ter demorado tanto, mas não se preocupe, eu tô bem. Eu precisava de paz e o único lugar que poderia me dar isso agora, era a igreja.
- você tá na igreja? Perto da sua casa? Fica ai, vou pegar um táxi e vou aí
- não precisa, já tô mais calma e tô voltando pro hospital
- nem a pau, conversamos com os médicos e já sabemos de tudo. Vai pra casa, toma um banho, come alguma coisa e descansa um pouco. Depois você vem
- não.. - tento continuar, mas sou interrompida
- não adianta dizer não, você vai pra casa sim. Eu e a Hellen vamos ficar aqui
- tá bom - concordo, já que não tenho outra opção
- beijinhos - ele diz e desliga na minha cara
Ligação off
Sem ter opção, sigo pra casa. Chego rápido ali e não encontro nenhum carro na garagem, sinal que estou sozinha e que meus filhos finalmente foram trabalhar.
Entro em casa e encontro a Daniela, ela é a minha nova ajudante aqui em casa.
- boa tarde Mari - ela diz assim que me vê
- boa tarde Dani, vou subir pra tomar um banho, faz alguma coisinha pra eu petiscar?
- claro que sim - ela concorda animada
- obrigada, você é um anjo - mando beijo pra ela e subo as escadas
Desde que o Luan se mudou pro hospital, raramente tomo um bom banho e já que hoje não tenho muito escolha, vou aproveitar pra fazer isso e cuidar um pouco de mim. Preciso estar bem, pra cuidar do Luan da melhor maneira.
Meu banho é demorado, cuido da minha pele, do meu rosto, do meu cabelo e parece que lavei a minha alma.
Ao sair do banheiro, escolho uma roupa confortável e me arrumo. Aproveito pra arrumar uma outra bolsa com roupas pra mim e roupas pro Luan. Deixo tudo em cima da minha cama e desço as escadas.
A mesa está posta e com muitas coisas gostosas. Dani sorri pra mim e eu retribuo.
- sabe que não precisava de tanto né? - afirmo e ela concorda
- eu sei, mas eu tô vendo que você tá preocupada com alguma coisa e também reparei que você emagreceu muito, então come, porque tenho certeza que você não anda comendo direito
- obrigada por tudo isso Dani. Tô preocupada mesmo - tento sorrir, mas não consigo - Luan fez novos exames e não tá nada bem - suspiro - ele precisa de um coração urgentemente
- ele vai conseguir, tenho certeza. Se apega com Deus, Ele vai fazer o melhor
- tô apegada com Ele Dani, na hora eu me desesperei, mas agora Deus acalmou um pouco o meu coração
- conte comigo pro que precisar tá? - ela se emociona
- conto com a sua ajuda com meus filhos
- não se preocupe, vou continuar dando o meu máximo por eles
- tenho certeza que sim
Ela sai com os olhos vermelhos pra cozinha e eu respiro fundo pra não voltar a chorar.
Como um pouco de cada coisa e quando me sinto satisfeita, ajeito a sujeira que eu fiz, mas antes que eu possa tirar tudo da mesa, Dani aparece e me impede.
Subo as escadas, desço com as bolsas que ajeitei e levo pro carro, em seguida coloco meu celular pra despertar e me deito no sofá da sala pra tirar um cochilo, não quero ficar sozinha no meu quarto, me dá saudade de ficar ali com o Luan.
[...]
O tempo de espera do Luan já está se esgotando e por enquanto nem sinal de um coração.
Eu já não aguentava mais ver a situação dele, isso nunca foi pra ele, nem de dormir ele gostava muito, era sempre ligadão em tudo.
Eu não entendia bem porque isso tudo, porque ele. Eu questionava a Deus, sempre, porém sempre tinha uma resposta inesperada.
- eu preciso terminar isso logo - respiro fundo
Volto a olhar o Mac na minha frente, faltava pouca coisa pra escrever, agora eu já não tinha a ajuda dele, mas eu tinha certeza que ele iria adorar tudo o que escrevi em nosso livro.
Quando aperto o botão pra digitar uma palavra o arquivo sobe até o começo de tudo e quando percebi, já estava lendo o que tinha ali.
Essa é a nossa história, tudo o que vivemos. Algumas coisas foram escritas, outras minha memória relembra. Tivemos nossos altos e baixos, nossos momentos tristes e os mais felizes também.
Me emociono com algumas coisas, dou risada de outras e quando chego no fim percebo o quanto sou sortuda por ter encontrado o Luan.
Continuo a escrever a história e quando percebo dou dois finais pra nossa história, mas o que eu mais gosto é o final feliz, onde no último segundo aparece um coração e nós ganhamos mais alguns anos com o Luan.
Quando finalmente escrevo "Fim" no esboço do livro, sinto um alívio gigantesco no meu coração, mas esse alívio dura pouco tempo. O aparelho ligado ao Luan faz um barulho altíssimo e com isso o meu coração volta a acelerar.
- o que tá acontecendo? - corro até a cama e aperto o botão pra chamar alguém
Fico desesperada e segundos depois aparece diversas pessoas na sala.
- você precisa sair - uma das enfermeiras tenta me tirar, mas eu não deixo
- o que tá acontecendo? - pergunto e ela não responde - ME FALA - grito com ela
- precisamos que saía, pra que nossa atenção fique toda no seu marido, por favor - ela tenta ser delicada e me convence
Passo a mão na mesa que eu estava, pego o meu celular e saío da sala desesperada.
Encontro o Arthur no corredor do hospital, ele está de plantão, ele se aproxima de mim e me abraça apertado.
- por favor, descobre o que aconteceu - imploro
- tá bom, fica aqui - ele me solta e entra na sala
Poucos segundos depois, ele sai e junto sai todos e o Luan em uma maca.
- o que tá acontecendo? - me desespero ainda mais
- liga pra todo mundo vim aqui - é a única coisa que o Arthur diz, antes de sair correndo com todo mundo
Ele morreu? É isso?
Junho 2045
Os anos passaram e vi a cada dia que passava o meu marido adoecer mais, até chegar num ponto onde ele já não conseguia ficar em casa e precisou "se mudar" pro hospital.
Eu, obviamente me mudei junto e passei a cuidar dele aqui no hospital. As vezes eu revezava uns dias com a Bruna, mas a maior parte do tempo, quem estava com ele era eu.
Meus filhos mal conseguiam viver com medo de a qualquer momento receberem uma notícia ruim demais para ser suportada.
Luan havia feito novos exames e eu esperava ansiosa pelos resultados.
Estava escrevendo compulsivamente nossa história, quando os médicos entram no quarto. Fecho meu computador e deixo ele de lado, me levanto sentindo meu coração acelerar.
Respiro fundo tentando controlar a ansiedade e quando a notícia ruim vem, eu volto a me sentar.
- eu sinto muito, estamos fazendo o máximo pra conseguir o coração - ele tenta me tranquilizar, mas nesse momento é impossível
Meu marido tem pouco tempo de vida e agora precisa mais do que nunca de um coração.
- e se ele não conseguir um coração a tempo? - pergunto, mas já sei exatamente a resposta, o médico já me disse, não com essas palavras, mas disse
O mundo desaba aos meus pés e eu choro. Choro de medo, de raiva, de susto.
Os médicos dizem mais alguma coisa, mas não sou capaz de escutar. O mundo silenciou ao meu redor e eu simplesmente não ouço nada.
A porta do quarto volta a abrir e o Mário passa por ela junto com a Hellen e uma cesta de café nas mãos. Eles entram animados, mas quando percebem o meu estado, ignoram qualquer coisa.
Sinto o meu corpo ser abraçado pelos dois, mas o mundo continua no mudo e agora, em preto e branco.
Meu choro não cessa de jeito nenhum e a dor no meu peito, parece se tornar física e muito maior.
Tento falar, tento colocar a dor pra fora, mas não dá, eu simplesmente não consigo. Tudo o que eu quero agora é um momento de paz, sozinha.
- fica com ele? - peço ao Mario, mas não escuto sua resposta. Ele concorda com a cabeça e eu me levanto
Pego minha bolsa, a chave do meu carro e saio sem dizer nada. Praticamente corro pra fora do hospital e ao entrar no meu carro sinto o som do mundo voltar aos meus olhos.
Fico ali por alguns minutos e quando finalmente consigo parar de chorar, ligo o carro e saio dali.
Sigo pra um dos lugares que mais me dá paz. A igreja do nosso baixo. Chego bem, sem causar nenhum acidente e isso já é o bastante.
Estaciono o carro de qualquer jeito, deixo minhas coisas ali e entro na igreja de corpo e alma.
Há algumas pessoas ali, são poucas e parece que nenhuma me reconhece, mas eu não me importo se isso acontecer.
Ando por aquele corredor, sentindo o choro tomar conta de mim novamente. Me sento no primeiro banco, me ajoelho no chão e passo a pedir a Deus um milagre, um coração ao meu marido, só Deus pode me ajudar nesse momento.
- não o tira de mim Deus, por favor. Eu imploro - suplico
Converso alguns minutos com Deus e aos poucos sinto uma paz inexplicável tomar conta de mim. Deus o tem em suas mãos e fará o melhor!
Fico por mais um tempo ali e quando me sinto bem o suficiente pra me acalmar, saio da igreja e volto pro carro. Meu celular na bolsa não para de tocar, pego na mão e vejo que é o Mário que está ligando.
Mesmo sem querer, atendo a chamada, preciso tranquiliza-los.
Ligação on
- oi Mario
- oi? Oi nada Marina. Eu já te liguei quase 100 vezes e nada de você atender. Tem noção do quanto eu tô preocupado? Não, você não tem noção. Tô aqui surtando, já tava chorando com medo de que algo tivesse acontecido a você - ele desembesta a falar e me arranca um sorriso
- eu precisava de alguma minutos, me desculpa
- já faz quase duas horas que você saiu daqui - ele quase grita
- tudo isso? - pergunto e escuto ele suspirar - me desculpa, eu não deveria ter demorado tanto, mas não se preocupe, eu tô bem. Eu precisava de paz e o único lugar que poderia me dar isso agora, era a igreja.
- você tá na igreja? Perto da sua casa? Fica ai, vou pegar um táxi e vou aí
- não precisa, já tô mais calma e tô voltando pro hospital
- nem a pau, conversamos com os médicos e já sabemos de tudo. Vai pra casa, toma um banho, come alguma coisa e descansa um pouco. Depois você vem
- não.. - tento continuar, mas sou interrompida
- não adianta dizer não, você vai pra casa sim. Eu e a Hellen vamos ficar aqui
- tá bom - concordo, já que não tenho outra opção
- beijinhos - ele diz e desliga na minha cara
Ligação off
Sem ter opção, sigo pra casa. Chego rápido ali e não encontro nenhum carro na garagem, sinal que estou sozinha e que meus filhos finalmente foram trabalhar.
Entro em casa e encontro a Daniela, ela é a minha nova ajudante aqui em casa.
- boa tarde Mari - ela diz assim que me vê
- boa tarde Dani, vou subir pra tomar um banho, faz alguma coisinha pra eu petiscar?
- claro que sim - ela concorda animada
- obrigada, você é um anjo - mando beijo pra ela e subo as escadas
Desde que o Luan se mudou pro hospital, raramente tomo um bom banho e já que hoje não tenho muito escolha, vou aproveitar pra fazer isso e cuidar um pouco de mim. Preciso estar bem, pra cuidar do Luan da melhor maneira.
Meu banho é demorado, cuido da minha pele, do meu rosto, do meu cabelo e parece que lavei a minha alma.
Ao sair do banheiro, escolho uma roupa confortável e me arrumo. Aproveito pra arrumar uma outra bolsa com roupas pra mim e roupas pro Luan. Deixo tudo em cima da minha cama e desço as escadas.
A mesa está posta e com muitas coisas gostosas. Dani sorri pra mim e eu retribuo.
- sabe que não precisava de tanto né? - afirmo e ela concorda
- eu sei, mas eu tô vendo que você tá preocupada com alguma coisa e também reparei que você emagreceu muito, então come, porque tenho certeza que você não anda comendo direito
- obrigada por tudo isso Dani. Tô preocupada mesmo - tento sorrir, mas não consigo - Luan fez novos exames e não tá nada bem - suspiro - ele precisa de um coração urgentemente
- ele vai conseguir, tenho certeza. Se apega com Deus, Ele vai fazer o melhor
- tô apegada com Ele Dani, na hora eu me desesperei, mas agora Deus acalmou um pouco o meu coração
- conte comigo pro que precisar tá? - ela se emociona
- conto com a sua ajuda com meus filhos
- não se preocupe, vou continuar dando o meu máximo por eles
- tenho certeza que sim
Ela sai com os olhos vermelhos pra cozinha e eu respiro fundo pra não voltar a chorar.
Como um pouco de cada coisa e quando me sinto satisfeita, ajeito a sujeira que eu fiz, mas antes que eu possa tirar tudo da mesa, Dani aparece e me impede.
Subo as escadas, desço com as bolsas que ajeitei e levo pro carro, em seguida coloco meu celular pra despertar e me deito no sofá da sala pra tirar um cochilo, não quero ficar sozinha no meu quarto, me dá saudade de ficar ali com o Luan.
[...]
O tempo de espera do Luan já está se esgotando e por enquanto nem sinal de um coração.
Eu já não aguentava mais ver a situação dele, isso nunca foi pra ele, nem de dormir ele gostava muito, era sempre ligadão em tudo.
Eu não entendia bem porque isso tudo, porque ele. Eu questionava a Deus, sempre, porém sempre tinha uma resposta inesperada.
- eu preciso terminar isso logo - respiro fundo
Volto a olhar o Mac na minha frente, faltava pouca coisa pra escrever, agora eu já não tinha a ajuda dele, mas eu tinha certeza que ele iria adorar tudo o que escrevi em nosso livro.
Quando aperto o botão pra digitar uma palavra o arquivo sobe até o começo de tudo e quando percebi, já estava lendo o que tinha ali.
Essa é a nossa história, tudo o que vivemos. Algumas coisas foram escritas, outras minha memória relembra. Tivemos nossos altos e baixos, nossos momentos tristes e os mais felizes também.
Me emociono com algumas coisas, dou risada de outras e quando chego no fim percebo o quanto sou sortuda por ter encontrado o Luan.
Continuo a escrever a história e quando percebo dou dois finais pra nossa história, mas o que eu mais gosto é o final feliz, onde no último segundo aparece um coração e nós ganhamos mais alguns anos com o Luan.
Quando finalmente escrevo "Fim" no esboço do livro, sinto um alívio gigantesco no meu coração, mas esse alívio dura pouco tempo. O aparelho ligado ao Luan faz um barulho altíssimo e com isso o meu coração volta a acelerar.
- o que tá acontecendo? - corro até a cama e aperto o botão pra chamar alguém
Fico desesperada e segundos depois aparece diversas pessoas na sala.
- você precisa sair - uma das enfermeiras tenta me tirar, mas eu não deixo
- o que tá acontecendo? - pergunto e ela não responde - ME FALA - grito com ela
- precisamos que saía, pra que nossa atenção fique toda no seu marido, por favor - ela tenta ser delicada e me convence
Passo a mão na mesa que eu estava, pego o meu celular e saío da sala desesperada.
Encontro o Arthur no corredor do hospital, ele está de plantão, ele se aproxima de mim e me abraça apertado.
- por favor, descobre o que aconteceu - imploro
- tá bom, fica aqui - ele me solta e entra na sala
Poucos segundos depois, ele sai e junto sai todos e o Luan em uma maca.
- o que tá acontecendo? - me desespero ainda mais
- liga pra todo mundo vim aqui - é a única coisa que o Arthur diz, antes de sair correndo com todo mundo
Ele morreu? É isso?
Capítulo 383 - Elyse chegou
Marina
Nervos a flor da pele. Luan não passou bem a noite passada e há algumas horas Laura entrou em trabalho de parto. Me revezo entre o meu quarto pra ver o meu marido e o quarto da minha filha.
- você consegue meu amor - faço carinho em suas costas e mais uma contração aparece
Laura começa a gemer de dor e tanto eu, quanto o Arthur damos o nosso apoio.
Assim que a contração passa, fizeram novamente o exame de toque e ela já está com 8cm de dilatação.
- viu, tá quase - sussurro pra ela
A porta do quarto se abre novamente e o Luan passa por ela meio abatido.
- vim ver minha princesa nascer - ele sorri pra ela que retribui com um sorriso lindo
- senta aqui - me levanto e dou lugar pra ele
Laura volta a gritar de dor e agora passa a fazer força. Luan mesmo ruim e passando mal, da o máximo de força que consegue pra Laura.
Fico junto dos dois e também falo palavras de apoio.
Laura deita na cama, sem travesseiros e abre as pernas, acho que ela está sentindo que o momento está chegando.
- vai filha, você consegue - incentivo
- você consegue - Luan faz o mesmo
Ela volta a gritar e a fazer força. Arthur senta do outro lado dela e também incentiva a minha filha.
Vejo que sua força não ta sendo em vão, quando a cabeça da Elyse aparece no meio das pernas da minha filha.
Continuamos incentivando, até minha neta sair por completo e ir pro colo da Laura.
Me emociono com o momento e me aproximo vendo minha netinha chorar.
- pronto meu amor, pronto - Luan conversa com a pequena Elyse tentando acalma-la e aos poucos percebo que ele consegue
Ficamos ali por mais algum tempo e ainda presenciamos a primeira mamada da pequena, mas eu percebi o quando Luan estava cansado.
- quer almoçar aqui? Posso trazer o almoço pra você - falo com ele que deita um pouco cansado
- pode ser
- tá tudo bem? - fico preocupada
- tá sim - ele sorri, mas não me convence - Elyse é linda né?
- muito - meu sorriso de avó babona se abre em meus lábios - vamos mimar muito ela - falo animada, mas ele fica amoado - que foi?
- talvez eu não tenha essa oportunidade
- não fala isso nem de brincadeira, terá essa oportunidade sim e vai ser incrível - me levanto
- ei - tenta me segurar, mas eu não deixo e saio do quarto
Desço as escadas e encontro Mariana, Manuela e Matheus almoçando juntinhos e apreensivos.
- nasceu né? - Matheus fala apressado, assim que me vê
- nasceu - respondo animada - esperem um pouco, depois vocês sobem pra conhecer a sobrinha de vocês, mas já adianto que ela é linda
- tenho certeza que sim - Manu diz e me faz sorrir
- cadê o meu pai, não vai almoçar? - Matheus me encara
- ele não tava passando bem, vai almoçar no quarto hoje
- mas ele tá bem? - Mariana se preocupa
- tá sim, só precisa ficar quietinho um pouco, depois vocês sobem lá - dou de ombros
Coloco o almoço do Luan e subo com a bandeja. Me aproximo da cama e coloco a bandeja no colo do Luan.
Tento sair rapidamente, mas ele não deixa e me segura pelo braço.
- desculpa - pede manhoso
- você não pode simplesmente me dizer essas coisas e achar que vou levar na boa. Eu tenho sentimentos, tenho medo de perder você
- me desculpa, me veio isso na mente e eu falei, eu não pensei no que iria falar. Me desculpa sereia
- ta bom, mas me solta
- não enquanto eu não ganhar um beijo
- para com isso - tento desviar o assunto, mas ele não deixa
Me aproximo e beijo sua boca, lento e demorado. Ele retribui o beijo da melhor maneira e tenta me fazer acelera-lo, mas eu não caio, encerro o beijo e me afasto
Espero ele comer toda a comida e quando vejo que ele está satisfeito, pego tudo o que ele sujou e desço pra comer.
Almoço sozinha e eu mesma tiro a mesa quando percebo que todos já se alimentaram.
- ei - paro na sala, pois meus filhos estão ali - prontos pra conhecer a sobrinha de vocês? - pergunto e os três concordam
- não vejo a hora - Manu diz animada
- então vamos, mas sem falar alto e sem bagunça - aviso e eles levantam apressados
Levo eles até o quarto da Laura e encontro minha filha indo pro banho. Elyse está no colo do Arthur que parece que será muito babão.
- trouxe seus irmãos pra conhecer a pequena - falo baixo
- fiquem a vontade, vou tomar um banho rapidinho - ela sussurra de volta
Deixo meus filhos ao redor do Arthur e sigo pro banheiro com a minha filha. Assim que fecho a porta e ela percebe que estamos sozinhas, ela desaba e começa a chorar.
- ei - me aproximo e abraço ela que retribui me apertando - você conseguiu, você foi incrível meu amor, tô muito orgulhosa de tudo o que fez hoje pra chegada pra nossa Elyse, ela vai se orgulhar muito quando assistir tudo e ver o quão forte você foi
- eu tô com medo mãe, ela depende exclusivamente de mim, e se eu não for suficiente?
- você vai ser sim - tento tranquiliza-la - é normal se sentir assim, eu me senti assim quando você surgiu na minha vida. A gente se sente incapaz, se sente insuficiente, mas o importante é saber que você está dando o seu máximo, o seu melhor.
- eu vou dar o meu melhor - ela afirma
- então pronto, é isso que importa - beijo sua testa e percebo o quanto eu acalmei ela
- te amo mãe
- e eu amo vocês. Sei o quanto você e o Arthur estão loucos pra ter o cantinho de vocês, mas enquanto isso não acontece, eu tô aqui pro que você precisar, conte comigo
- obrigada - ela me aperta mais
Fico ali até ela tomar banho e quando saímos, encontro a Elyse no colo do Matheus.
- ela parece comigo - ele diz ao ver a Laura, só pra provocar e ela ri
- você é a minha cara, então eu não ligo - ela dá de ombros e volta a deitar na cama
Fico ali olhando meus filhos reunidos, junto com a minha netinha e sinto uma emoção tomar conta de mim. Eu tenho tudo isso, ainda tenho o Luan. Hoje eu tenho muito mais do que eu já imaginei. Deus foi maravilhoso comigo.
[...]
Nervos a flor da pele. Luan não passou bem a noite passada e há algumas horas Laura entrou em trabalho de parto. Me revezo entre o meu quarto pra ver o meu marido e o quarto da minha filha.
- você consegue meu amor - faço carinho em suas costas e mais uma contração aparece
Laura começa a gemer de dor e tanto eu, quanto o Arthur damos o nosso apoio.
Assim que a contração passa, fizeram novamente o exame de toque e ela já está com 8cm de dilatação.
- viu, tá quase - sussurro pra ela
A porta do quarto se abre novamente e o Luan passa por ela meio abatido.
- vim ver minha princesa nascer - ele sorri pra ela que retribui com um sorriso lindo
- senta aqui - me levanto e dou lugar pra ele
Laura volta a gritar de dor e agora passa a fazer força. Luan mesmo ruim e passando mal, da o máximo de força que consegue pra Laura.
Fico junto dos dois e também falo palavras de apoio.
Laura deita na cama, sem travesseiros e abre as pernas, acho que ela está sentindo que o momento está chegando.
- vai filha, você consegue - incentivo
- você consegue - Luan faz o mesmo
Ela volta a gritar e a fazer força. Arthur senta do outro lado dela e também incentiva a minha filha.
Vejo que sua força não ta sendo em vão, quando a cabeça da Elyse aparece no meio das pernas da minha filha.
Continuamos incentivando, até minha neta sair por completo e ir pro colo da Laura.
Me emociono com o momento e me aproximo vendo minha netinha chorar.
- pronto meu amor, pronto - Luan conversa com a pequena Elyse tentando acalma-la e aos poucos percebo que ele consegue
Ficamos ali por mais algum tempo e ainda presenciamos a primeira mamada da pequena, mas eu percebi o quando Luan estava cansado.
- quer almoçar aqui? Posso trazer o almoço pra você - falo com ele que deita um pouco cansado
- pode ser
- tá tudo bem? - fico preocupada
- tá sim - ele sorri, mas não me convence - Elyse é linda né?
- muito - meu sorriso de avó babona se abre em meus lábios - vamos mimar muito ela - falo animada, mas ele fica amoado - que foi?
- talvez eu não tenha essa oportunidade
- não fala isso nem de brincadeira, terá essa oportunidade sim e vai ser incrível - me levanto
- ei - tenta me segurar, mas eu não deixo e saio do quarto
Desço as escadas e encontro Mariana, Manuela e Matheus almoçando juntinhos e apreensivos.
- nasceu né? - Matheus fala apressado, assim que me vê
- nasceu - respondo animada - esperem um pouco, depois vocês sobem pra conhecer a sobrinha de vocês, mas já adianto que ela é linda
- tenho certeza que sim - Manu diz e me faz sorrir
- cadê o meu pai, não vai almoçar? - Matheus me encara
- ele não tava passando bem, vai almoçar no quarto hoje
- mas ele tá bem? - Mariana se preocupa
- tá sim, só precisa ficar quietinho um pouco, depois vocês sobem lá - dou de ombros
Coloco o almoço do Luan e subo com a bandeja. Me aproximo da cama e coloco a bandeja no colo do Luan.
Tento sair rapidamente, mas ele não deixa e me segura pelo braço.
- desculpa - pede manhoso
- você não pode simplesmente me dizer essas coisas e achar que vou levar na boa. Eu tenho sentimentos, tenho medo de perder você
- me desculpa, me veio isso na mente e eu falei, eu não pensei no que iria falar. Me desculpa sereia
- ta bom, mas me solta
- não enquanto eu não ganhar um beijo
- para com isso - tento desviar o assunto, mas ele não deixa
Me aproximo e beijo sua boca, lento e demorado. Ele retribui o beijo da melhor maneira e tenta me fazer acelera-lo, mas eu não caio, encerro o beijo e me afasto
Espero ele comer toda a comida e quando vejo que ele está satisfeito, pego tudo o que ele sujou e desço pra comer.
Almoço sozinha e eu mesma tiro a mesa quando percebo que todos já se alimentaram.
- ei - paro na sala, pois meus filhos estão ali - prontos pra conhecer a sobrinha de vocês? - pergunto e os três concordam
- não vejo a hora - Manu diz animada
- então vamos, mas sem falar alto e sem bagunça - aviso e eles levantam apressados
Levo eles até o quarto da Laura e encontro minha filha indo pro banho. Elyse está no colo do Arthur que parece que será muito babão.
- trouxe seus irmãos pra conhecer a pequena - falo baixo
- fiquem a vontade, vou tomar um banho rapidinho - ela sussurra de volta
Deixo meus filhos ao redor do Arthur e sigo pro banheiro com a minha filha. Assim que fecho a porta e ela percebe que estamos sozinhas, ela desaba e começa a chorar.
- ei - me aproximo e abraço ela que retribui me apertando - você conseguiu, você foi incrível meu amor, tô muito orgulhosa de tudo o que fez hoje pra chegada pra nossa Elyse, ela vai se orgulhar muito quando assistir tudo e ver o quão forte você foi
- eu tô com medo mãe, ela depende exclusivamente de mim, e se eu não for suficiente?
- você vai ser sim - tento tranquiliza-la - é normal se sentir assim, eu me senti assim quando você surgiu na minha vida. A gente se sente incapaz, se sente insuficiente, mas o importante é saber que você está dando o seu máximo, o seu melhor.
- eu vou dar o meu melhor - ela afirma
- então pronto, é isso que importa - beijo sua testa e percebo o quanto eu acalmei ela
- te amo mãe
- e eu amo vocês. Sei o quanto você e o Arthur estão loucos pra ter o cantinho de vocês, mas enquanto isso não acontece, eu tô aqui pro que você precisar, conte comigo
- obrigada - ela me aperta mais
Fico ali até ela tomar banho e quando saímos, encontro a Elyse no colo do Matheus.
- ela parece comigo - ele diz ao ver a Laura, só pra provocar e ela ri
- você é a minha cara, então eu não ligo - ela dá de ombros e volta a deitar na cama
Fico ali olhando meus filhos reunidos, junto com a minha netinha e sinto uma emoção tomar conta de mim. Eu tenho tudo isso, ainda tenho o Luan. Hoje eu tenho muito mais do que eu já imaginei. Deus foi maravilhoso comigo.
[...]
Capítulo 382 - Avô babão
Marina
-calma, pelo amor de Deus-peço ao Luan que está incrédulo com a notícia
-vocês tão brincando comigo? A Laura tá grávida?-Luan pergunta e vejo a carinha de assustada da minha filha, ela parece estar com medo do que vem a seguir
-não é mentira-ela abaixa a cabeça e fala toda calma-eu tava tomando remédio, mas aí a minha médica me aconselhou a trocar o anticoncepcional, porque o que eu estava tomando não tava fazendo muito efeito, eu troquei e me esqueci que quando é assim, a prevenção tem que ser ainda maior.-ela faz um bico-me desculpa se você não gostou da ideia de ser vovô, mas eu já amo o meu bebê e o terei
-de onde tirou essa loucura?-ele pergunta pra ela, mas ninguém entende sobre o que ele fala-eu realmente não gostei da ideia de ser vovô-ele nos assusta-eu amei-ele finalmente mostra uma reação boa e meu coração se alivia-não posso nem dizer que é cedo, porque eu e sua mãe geramos você com menos de 6 meses de relacionamento-ele dá um sorriso sapeca e eu me recordo de quando engravidei da Laura-só peço que Deus mande essa criança com muita saúde, porque amor não vai faltar-ele se aproxima dela e a abraça
Ali ele diz coisas que não somos capazes de ouvir, mas que emocionam a minha filha.
-é sério? A Laura tá grávida?-Matheus pergunta na minha orelha
-tá sim-concordo-ta vindo um sobrinho pra vocês cuidarem-falo com ele e com as minhas meninas
Matheus fica incrédulo, assim como o Luan quando descobriu, já as meninas demonstram muita felicidade no mesmo momento em que descobrem.
-que foi?-pergunto ao Matheus
-eu devo ficar feliz ou matar o Arthur por engravidar minha irmã?-ele pergunta e eu dou risada
-ficar feliz, sua irmã tá muito feliz e todos nós sabemos que o Arthur é uma pessoa boa pra ela-tento tranquiliza-lo
-você tem razão-ele da um sorriso e sai pra cumprimentar a irmã
Foi uma festa que só, ficamos todos felizes, a nossa família vai crescer e isso é tão bom.
-você sabia sobre o pedido de casamento?-Luan pergunta abraçado a Laura
-não, isso foi surpresa pra mim-ela encara o anel-uma surpresa muito boa e maravilhosa, mas foi uma surpresa
-legal-meu marido comemora por ter ajudado em uma surpresa nesse espetacular dia de hoje
-bora jantar?-chamo todo mundo e todos concordam é bom saber que nossa família está crescendo
[...]
Meses se passaram, Elyse nem nasceu ainda e já fez o Luan se tornar o avô mais babão que existe no planeta Terra.
Quando descobrimos que seria uma menina, Luan surtou de felicidade e inclusive foi ele quem escolheu o nome.
Laura já está de quase nove meses e sem dúvidas, minha neta é uma benção em nossas vidas.
Ontem pela manhã, Luan nos deu um susto novamente, foi terrível ter que correr pro hospital com ele novamente, mas foi preciso.
Ao longo desses meses vi o meu marido se tornar alguém que eu ainda não conhecia, uma pessoa desanimada, sonolenta e cabisbaixa. A Elyse era a única que o fazia se animar.
Eu e todo mundo, sabíamos que algo estava errado.
Doutor Júlio, que é o médico do Luan, junto com mais alguns médicos, fizeram um monte de exames no meu marido e aqui estou eu esperando a resposta, pra poder pegar o meu marido e voltar pra casa.
-Doutor Júlio tá chamando a gente-Laura diz olhando pra uma porta e eu levanto da poltrona
Seguimos até a sala e vejo todos os médicos ali, não sei o nome de todos, mas os conheço pela fisionomia.
-e ai? Como está o Luan? Os exames estão bons?
-você lembra que dá outra vez o médico disse que havia uma possibilidade do Luan precisar de um transplante de coração?-ele questiona e eu concordo apreensiva-essa possibilidade virou uma realidade. Luan entrará para a lista de transplante ainda hoje-ele diz e sinto a Laura apertar minha mão com força, respiro fundo e me mantenho forte
-o que isso significa? Meu marido tá morrendo?-questiono tentando entender-em quanto tempo conseguirá um coração pra ele?
-calma, iremos de explicar tudo, por isso estamos todos-Doutor Júlio responde pacientemente e aponta pra todos os médicos ali-vamos tirar todas as suas dúvidas e em seguida conversaremos com o Luan, tá ok?
-tá-respondo rápido sem ter a mesma calma que ele
Doutor Júlio começa respondendo minhas respostas, os outros médicos também me explicam tudo e eu fico atenta pra não perder nenhum detalhe. Meu marido precisa de mim e eu preciso me doar inteiramente.
Depois de toda a nossa conversa, seguimos até o quarto do Luan e tudo foi explicado pra ele. Eu vi o pavor que meu marido ficou, vi o medo em seu olhar, mas pra nos tranquilizar, ele sorri e diz que tudo ficará bem.
Doutor Júlio passa mais um remédio na veia pro meu marido e já o deixa de alta, infelizmente encontrar um coração pro Luan não será tão fácil e já que meu marido ainda se encontra em um "bom estado", esperaremos por isso em casa.
-pode ir Laura, vou ficar aqui com seu pai depois vamos pra casa-digo assim que os médicos saem
-eu posso ficar-ela sorri tristonha
-não precisa, sério. Tio Mario tá em casa com seus irmãos, mas preciso de você lá também-sorrio pra ela
-pode ir minha princesinha, papai já tá bem e logo volta pra casa-Luan fala com ela como se ela fosse um bebê
-tá bom então-ela se aproxima da cama e distribui beijinhos no Luan
Vejo meu marido se emocionar quando toca a barriga dela e em seguida ele limpa as lágrimas.
-vai logo que tô parecendo um velho babão-ele diz e nos faz rir
-tchau-ela se despede e sai sem olhar pra trás
-pelo menos eu vou ver minha neta nascer-ele pensa alto
-vai ver ela nascer, crescer, ficar jovem e casar
-casar?-me olha incrédulo
-sim-dou de ombros e ele sorri tentando me tranquilizar
Ficamos alguns minutos quietinhos e vejo o Luan ficar pensativo. Sei que ele tá preocupado, que tá com medo.
-ursinho-chamo manhosa e ele me olha com os olhos brilhando de lágrimas-não precisa fingir pra mim que tá tudo bem. Você tem todo direito de ficar preocupado, com medo. Eu também tô e isso é totalmente normal - o tranquilizo
-tô com medo-ele confessa e começa a chorar me causando uma dor que eu nem sabia que existia
-tá tudo bem-me aproximo e o abraço deixando que ele extravase sua dor
Fomos pra casa assim que o médico liberou o Luan. Nossos filhos tinham pavor nos olhos, mas assim que viram o Luan, eles abriram aquele sorriso que só eles tem.
-me sinto completo de novo-ele sussurra pra mim e o ajudo a sentar no sofá
Nossos filhos se aproximam dele e distribuem muito amor.
[...]
____________________
Sentiram minha falta? Aposto que sim 😊
Como prometido pra algumas pessoas, estou postando todos os capítulos que faltavam para o fim da história.
Espero que gostem e divirtam-se!
A história deu uma boa andada e espero que mesmo assim vocês curtam essa Reta Final.
Bom, boa leitura e obrigada por me acompanharem ❤️
-calma, pelo amor de Deus-peço ao Luan que está incrédulo com a notícia
-vocês tão brincando comigo? A Laura tá grávida?-Luan pergunta e vejo a carinha de assustada da minha filha, ela parece estar com medo do que vem a seguir
-não é mentira-ela abaixa a cabeça e fala toda calma-eu tava tomando remédio, mas aí a minha médica me aconselhou a trocar o anticoncepcional, porque o que eu estava tomando não tava fazendo muito efeito, eu troquei e me esqueci que quando é assim, a prevenção tem que ser ainda maior.-ela faz um bico-me desculpa se você não gostou da ideia de ser vovô, mas eu já amo o meu bebê e o terei
-de onde tirou essa loucura?-ele pergunta pra ela, mas ninguém entende sobre o que ele fala-eu realmente não gostei da ideia de ser vovô-ele nos assusta-eu amei-ele finalmente mostra uma reação boa e meu coração se alivia-não posso nem dizer que é cedo, porque eu e sua mãe geramos você com menos de 6 meses de relacionamento-ele dá um sorriso sapeca e eu me recordo de quando engravidei da Laura-só peço que Deus mande essa criança com muita saúde, porque amor não vai faltar-ele se aproxima dela e a abraça
Ali ele diz coisas que não somos capazes de ouvir, mas que emocionam a minha filha.
-é sério? A Laura tá grávida?-Matheus pergunta na minha orelha
-tá sim-concordo-ta vindo um sobrinho pra vocês cuidarem-falo com ele e com as minhas meninas
Matheus fica incrédulo, assim como o Luan quando descobriu, já as meninas demonstram muita felicidade no mesmo momento em que descobrem.
-que foi?-pergunto ao Matheus
-eu devo ficar feliz ou matar o Arthur por engravidar minha irmã?-ele pergunta e eu dou risada
-ficar feliz, sua irmã tá muito feliz e todos nós sabemos que o Arthur é uma pessoa boa pra ela-tento tranquiliza-lo
-você tem razão-ele da um sorriso e sai pra cumprimentar a irmã
Foi uma festa que só, ficamos todos felizes, a nossa família vai crescer e isso é tão bom.
-você sabia sobre o pedido de casamento?-Luan pergunta abraçado a Laura
-não, isso foi surpresa pra mim-ela encara o anel-uma surpresa muito boa e maravilhosa, mas foi uma surpresa
-legal-meu marido comemora por ter ajudado em uma surpresa nesse espetacular dia de hoje
-bora jantar?-chamo todo mundo e todos concordam é bom saber que nossa família está crescendo
[...]
Meses se passaram, Elyse nem nasceu ainda e já fez o Luan se tornar o avô mais babão que existe no planeta Terra.
Quando descobrimos que seria uma menina, Luan surtou de felicidade e inclusive foi ele quem escolheu o nome.
Laura já está de quase nove meses e sem dúvidas, minha neta é uma benção em nossas vidas.
Ontem pela manhã, Luan nos deu um susto novamente, foi terrível ter que correr pro hospital com ele novamente, mas foi preciso.
Ao longo desses meses vi o meu marido se tornar alguém que eu ainda não conhecia, uma pessoa desanimada, sonolenta e cabisbaixa. A Elyse era a única que o fazia se animar.
Eu e todo mundo, sabíamos que algo estava errado.
Doutor Júlio, que é o médico do Luan, junto com mais alguns médicos, fizeram um monte de exames no meu marido e aqui estou eu esperando a resposta, pra poder pegar o meu marido e voltar pra casa.
-Doutor Júlio tá chamando a gente-Laura diz olhando pra uma porta e eu levanto da poltrona
Seguimos até a sala e vejo todos os médicos ali, não sei o nome de todos, mas os conheço pela fisionomia.
-e ai? Como está o Luan? Os exames estão bons?
-você lembra que dá outra vez o médico disse que havia uma possibilidade do Luan precisar de um transplante de coração?-ele questiona e eu concordo apreensiva-essa possibilidade virou uma realidade. Luan entrará para a lista de transplante ainda hoje-ele diz e sinto a Laura apertar minha mão com força, respiro fundo e me mantenho forte
-o que isso significa? Meu marido tá morrendo?-questiono tentando entender-em quanto tempo conseguirá um coração pra ele?
-calma, iremos de explicar tudo, por isso estamos todos-Doutor Júlio responde pacientemente e aponta pra todos os médicos ali-vamos tirar todas as suas dúvidas e em seguida conversaremos com o Luan, tá ok?
-tá-respondo rápido sem ter a mesma calma que ele
Doutor Júlio começa respondendo minhas respostas, os outros médicos também me explicam tudo e eu fico atenta pra não perder nenhum detalhe. Meu marido precisa de mim e eu preciso me doar inteiramente.
Depois de toda a nossa conversa, seguimos até o quarto do Luan e tudo foi explicado pra ele. Eu vi o pavor que meu marido ficou, vi o medo em seu olhar, mas pra nos tranquilizar, ele sorri e diz que tudo ficará bem.
Doutor Júlio passa mais um remédio na veia pro meu marido e já o deixa de alta, infelizmente encontrar um coração pro Luan não será tão fácil e já que meu marido ainda se encontra em um "bom estado", esperaremos por isso em casa.
-pode ir Laura, vou ficar aqui com seu pai depois vamos pra casa-digo assim que os médicos saem
-eu posso ficar-ela sorri tristonha
-não precisa, sério. Tio Mario tá em casa com seus irmãos, mas preciso de você lá também-sorrio pra ela
-pode ir minha princesinha, papai já tá bem e logo volta pra casa-Luan fala com ela como se ela fosse um bebê
-tá bom então-ela se aproxima da cama e distribui beijinhos no Luan
Vejo meu marido se emocionar quando toca a barriga dela e em seguida ele limpa as lágrimas.
-vai logo que tô parecendo um velho babão-ele diz e nos faz rir
-tchau-ela se despede e sai sem olhar pra trás
-pelo menos eu vou ver minha neta nascer-ele pensa alto
-vai ver ela nascer, crescer, ficar jovem e casar
-casar?-me olha incrédulo
-sim-dou de ombros e ele sorri tentando me tranquilizar
Ficamos alguns minutos quietinhos e vejo o Luan ficar pensativo. Sei que ele tá preocupado, que tá com medo.
-ursinho-chamo manhosa e ele me olha com os olhos brilhando de lágrimas-não precisa fingir pra mim que tá tudo bem. Você tem todo direito de ficar preocupado, com medo. Eu também tô e isso é totalmente normal - o tranquilizo
-tô com medo-ele confessa e começa a chorar me causando uma dor que eu nem sabia que existia
-tá tudo bem-me aproximo e o abraço deixando que ele extravase sua dor
Fomos pra casa assim que o médico liberou o Luan. Nossos filhos tinham pavor nos olhos, mas assim que viram o Luan, eles abriram aquele sorriso que só eles tem.
-me sinto completo de novo-ele sussurra pra mim e o ajudo a sentar no sofá
Nossos filhos se aproximam dele e distribuem muito amor.
[...]
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Sentiram minha falta? Aposto que sim 😊
Como prometido pra algumas pessoas, estou postando todos os capítulos que faltavam para o fim da história.
Espero que gostem e divirtam-se!
A história deu uma boa andada e espero que mesmo assim vocês curtam essa Reta Final.
Bom, boa leitura e obrigada por me acompanharem ❤️
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