Capítulo 250 - Pulga atrás da orelha

Luan

Depois de acomodar meus sogros no apartamento da Marina e jantar com eles seguimos até o nosso apartamento.

Marina tira o tênis que calçava e joga no cantinho da sala. Depois de colocar nossa filha no berço, ela se joga no sofá, provavelmente cansada.

-tá cansadinha?-me deito em cima dela e escondo meu rosto em seu pescoço. Ela coloca suas mãos em meu cabelo e inicia um cafuné gostoso
-tô, preciso de uma massagem urgentemente
-quer?-levanto minha cabeça olhando seu rosto um pouco abatido
-vai fazer em mim?-pergunta pra ter certeza
-sim, você tá precisando
-a nossa fantasia vai ter que ficar pra quando voltar-faz bico
-eu posso esperar mais um pouco, vamos subir?-me levanto e estico a mão pra ela
-vamos-segura a minha mão e fica de pé
-liga a babá eletrônica e deixa ela aqui-peço

Ela pega a bolsa da Laura e procura a babá. Liga do lado dela e depois de cobri-la subimos as escadas abraçados de lado.

-vai fazer massagem mesmo?-pergunta duvidosa
-sim, cadê aquele óleo de massagem que comprou?
-vou buscar-sorri preguiçosa

Tiro meu tênis, a meia e a camiseta. Marina aparece com um short de moleton e me entrega, em sua mão um pijama de borboletas e o óleo.

-tira o vestido-peço e ela tira, logo em seguida tira o sutiã e se deita de barriga pra baixo

Arrumo seu cabelo em um coque louco, tiro minha calça e visto o short que a Marina me trouxe. Me sento em suas coxas e abro o pote com o óleo massageador.

-se eu dormir me deixa nua mesmo tá!?-avisa
-ok-despejo o líquido em sua pele

Espalho o óleo pelas suas costas e escuto ela soltar um suspiro, mas não um suspiro qualquer, um suspiro de satisfação.

Inicio sua massagem e escuto ela soltar um gemido baixo.

-tá gostoso?-pergunto
-demais-fecha os olhos e abre a boca sussurrando coisas que não sou capaz de ouvir
-relaxa-massageio o seu pescoço e ela se arrepia

Confesso que no começo a massagem foi um pouco erótica, mas logo parei e permaneci na massagem normal e relaxante.

Senti o corpo da Marina relaxar cada vez mais na cama. Sua respiração pesou e aprofundou, seu corpo relaxou totalmente. Permaneci fazendo massagem em suas costas por mais alguns minutos, mas não me demorei a descer da cama.

Com muita dificuldade e delicadeza consegui vestir o pijama da Marina nela e desci com a babá.

Não tive sono, mas tive inspiração. Desci com meu violão e fui pro meu escritório, que antes era escritório, depois virou nosso quarto e que agora novamente é meu escritório. Tranco a porta e ligo o computador chamando o Dudu, que logo me atende.

Ficamos por horas ali compondo, falando sobre o projeto pro show do dia 19, sobre o nosso projeto pro DVD de 10 anos de carreira.

Escuto um chorinho na babá e olho a hora, três da manhã.

-vou ter que ir ver o que a princesa quer, amanhã vou levar a Marina no estúdio dela e assim que eu saí de lá, passo aí e fico até a hora de ir viajar-aviso
-beleza, já vou deixar uns arranjos prontos aqui e amanhã a gente vê
-beleza boi, falou-me levanto e desligo a chamada de vídeo do Skype

Sigo com meu celular e a babá até a sala e de longe consigo ver a Laura de remexendo no berço enquanto chora.

Me aproximo dela que assim que me vê abre um sorriso banguelo e preguiçoso em minha direção.

-coisa mais linda da minha vida-estico meu dedo pra acariciar seu rosto, mas ela levanta a mãozinha toda esperta e agarra meu dedo-por que tava chorando em princesa? Fez cocô ou é fome?-pergunto mesmo sabendo que não terei resposta

Solto meu dedo que ela segurava e ela faz um bico pra chorar.

-não chora, papai já vai te dar dedo, deixa só eu ver se essa fralda está cheia-converso com ela

Descubro seu corpo da cobertinha e abro o seu macacão, abaixo o mijãozinho e estico sua fralda, ao tirar meu dedo ele sai melecado de coco.

-nossa filha, quanta merda-limpo meu dedo no mijão e pego ela no colo que solta uma gargalhada consideravelmente alta-gostou de ver o papai melecado né mocinha-beijo seu pescoço e ela se assanha tentando se afastar de mim-tem cócegas aqui-falo surpreso, dessa eu não sabia

Subo com ela até seu quarto e deito ela no trocador. Seus olhinhos espertos me olham curiosa e eu faço barulho de carro com a boca, ela logo se arreganha toda e volta a rir.

-coisa gostosa-brinco com ela e dou um mordedor que tinha ali pra ela-droga-falo assim que vejo que o coco que eu havia limpado no mijão, agora passou pro macacão

Seguro ela ali com uma mão e abro as gavetas do trocador, atrás de alguma roupa fácil, acho um macacão quentinho, um bodyzinho e outro mijãozinho.

Tiro toda a roupa dela e me estico pra pegar o lenço, mas assim que pego na mão sinto algo melecar minha camiseta.

-que merda-olho pra minha camiseta de coco-literalmente-dou risada e ela faz o mesmo fazendo o brilho dos meus olhos aumentarem-tô um desastre hoje-falo baixinho comigo mesmo

Limpo ela e visto ela toda bonitinha pra dormir. Coloco ela no berço e tiro minha camiseta suja.

-agora você quer dormir?-pego ela no colo novamente e sua mãozinha pequena agarra minha barba-eu amo quando faz isso princesa-aliso seu rosto-quer que o papai cante? Papai vai cantar

Canto RG pra ela que nos primeiros segundos de música fica me olhando toda esperta, mas logo fecha os olhos e adormece.

Coloco ela no berço e ela abre os olhos querendo fazer bico.

Arrasto a poltrona pra perto do berço e estico meu dedo pra ela enquanto volto a cantar. Ela agarra meu dedo e novamente adormece.

Fecho os olhos enquanto canto acabo dormindo ali do lado da minha filha.

Sinto um peso em minhas pernas e desperto de um sono profundo.

-amor-escuto a voz da Marina e abro os olhos preguiçosamente
-oi bebê, bom dia-me aproximo dela e passo meu nariz em sua bochecha inalando seu cheiro de sabonete

Observo ela toda arrumada. E me afasto.

-vem almoçar comigo, eu vou pro estúdio já já
-desce e eu vou tomar um banho, eu te levo lá, vou ter que ir no Dudu
-não precisa amor, eu vou sozinha
-eu te levo-dou um selinho em seus lábios e ela faz uma carinha de assustada-que foi?-pergunto me levantando com ela
-nada amor-dá um sorriso falso-vai tomar banho, vou descer e te esperar lá-tenta me convencer de que não é nada

Deixo ela ali e saío, olho no berço e não encontro a Laura ali, provavelmente ela está lá embaixo. Saío do quarto com uma pulga atrás da orelha e entro no meu indo direto pro banheiro.








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