Capítulo 235 - Tá tudo bem?

Marina

Luan passou a semana toda fora, não sei pra que adiantou a viagem. Ficou todos os dias me enchendo o saco, querendo saber cada passo meu, se eu tinha voltado pro estúdio sem avisá-lo e blá, blá, blá.

Resumindo, ele queria desapegar, mas não conseguiu, ficou foi pior.

Já se passa das nove quando finalmente escuto a porta abrir e direciono meu olhar pra lá, graças a Deus é ele.

-que demora da porra-falo brava
-oi pra você também-diz irônico-cadê a Laura?
-sua mãe já buscou ela faz tempo, se eu soubesse que iria enrolar tanto eu tinha combinado de levar a Laura lá
-nossa, que bicho te mordeu? Tá de TPM?
-tô-minto e pareço convincente. Luan arregala os olhos na hora
-tá mesmo?
-tô-confirmo e ele faz careta-Luan vai tomar banho, daqui a pouco não vou pra lugar nenhum-cruzo os braços
-não vai ué-dá de ombros e sai em direção as escadas

Respiro fundo pra não manda-lo ir a merda e volto a bater o salto no chão.

Em plena segunda Luan inventou de ir em um churrasco no Sorocaba. Parece que o Sorocaba ganhou um prêmio mundialmente famoso e isso lhe rendeu uma bela de uma  grana, e agora quer comemorar ficando bêbado com os amigos.

Luan me deu duas opções, ir com ele ou deixar ele ir sozinho. Como sei que vai tá cheio de putas e peguetes por lá, eu jamais o deixaria ir sozinho. Confio no meu taco, mas não confio nessas Maria microfone.

Quase meia hora depois, o Luan desce, extremamente cheiroso e lindo. Descruzo as pernas e aperto meus joelhos um no outro, eu não queria ir em churrasco nenhum, queria fazer as pazes e matar a saudade.

-bora?-diz sem desviar o olhar do celular
-tá-me levanto, pego minha bolsa e saío na frente

Depois de pegar a chave do carro, espero o Luan sair e tranco o apartamento. Luan mal me olhou, isso porque disse que quando voltasse a gente iria conversar pra ficar bem novamente.

Estico a chave pra ele que finalmente desvia o olhar do celular e me olha.

-tinha até esquecido da chave-agarra a mesma, mas eu não solto
-que tanto mexe nesse celular?-pergunto séria
-nada demais-dá de ombros
-deixa eu ver-me estico pra olhar, mas ele no mesmo momento bloqueia o mesmo
-bora amor-diz irônico e segue pro carro

Sinto meu sangue começar a ferver e me arrependo de ter me arrumado tanto pro Luan, ele nem me olhou e pelo jeito nem quer que eu vá.

Ando de volta em direção ao elevador e logo sinto a mão dele em meu braço, me puxando.

-onde vai?-pergunta olhando meu rosto, mas desvio o olhar
-você não quer que eu vá, então prefiro ficar aqui-me solto
-quem disse que eu não quero?-cruza os braços
-você mesmo, eu disse que se demorasse muito eu não iria mais e você simplesmente disse "não vai ué". Eu estou indo por você e se não me quer lá não tenho motivos pra ir-continuo meu caminho, mas ele me puxa de novo
-isso é por causa da TPM-afirma
-eu não tô de TPM, falei pra te zoar
-não tá?-segura meu rosto entre as mãos
-não
-vamos logo vai-me olha no olho tentando me convencer
-tá-suspiro contra vontade

Ele sorri todo lindinho e se afasta um pouco. Gruda sua mão na minha e andamos assim até chegar no carro.

Entro do lado do passageiro e ele do motorista. Pego seu celular na mão pra ver no que ele mexia, mas ao confirmar a senha o celular não desbloqueia. Ele trocou de senha de novo.

Suspiro frustrada e fecho os olhos me segurando pra não dar outro barraco por causa disso. Ao abrir os olhos encontro o sinal vermelho a frente e sinto o olhar do Luan em mim.

Desbloqueio meu celular e vou direto pras configurações, quando o sinal abre e ele olha pra frente mudo minha senha e coloco uma que ele jamais descobrirá.

-vamos conversar quando?-Luan pergunta sem me olhar
-eu que deveria perguntar isso, você passou esses dias todos dizendo que quando chegasse nós iríamos conversar e se entender, mas quando realmente chegou você mal olhou na minha cara
-você foi pro estúdio-afirma um pouco enciumado e começo a entender sua indiferença comigo
-um dos computadores deu pau, tive que comprar outro urgentemente e fui lá apenas pra levar
-aham-solta uma risada irônica

Não vou discutir com ele agora, portanto apenas me calo.

-não vai dizer mais nada?-me olha de lado
-se não acredita em mim, não temos mais o que conversar-olho pra janela

Seguimos o resto do caminho em silêncio total, algumas vezes eu sentia o olhar dele em mim, mas não fiz questão de virar o rosto.

Quando o carro finalmente para, agradeço mentalmente por estar a um passo de sair daquele silêncio todo.

Jogo o celular dele em seu colo e abro a porta, mas antes de sair Luan se estica e fecha mesma.

-vamos ficar aqui?-cruzo os braços
-me desculpa-ele pede e solta um suspiro-sei que tô sendo egoísta e eu não deveria agir assim, mas eu sou impulsivo e você sabe disso
-sei-confirmo e ele me encara
-o estúdio é seu sonho e eu jamais iria te impedir de viver, eu só não esperava que iria querer voltar tão rápido-desabafa-se você quer voltar pro estúdio, então tudo bem, pode voltar, vamos fazer do seu jeito, só espero que isso não atrapalhe a gente
-nunca atrapalhou, porque atrapalharia agora?-pergunto
-não sei
-não vai atrapalhar-confirmo com um sorriso no rosto
-promete?-vira de lado
-prometo

Ele se aproxima e ao invés de beijar minha boca, ele beija meu pescoço e sobe sua boca até minha orelha.

-você está linda-sussurra
-como sabe? Você nem me olhou-resmungo
-olhei até demais-mordisca o lóbulo da minha orelha
-doeu conversar?-acaricio seu cabelo
-não-sussurra baixinho-mas eu prefiro um drama, na hora de matar a saudade é mais gostoso-acaricia minha coxa de fora
-não quer voltar?-puxo sua cabeça pra longe de mim e ele morde o lábio antes de negar
-o Sorocaba já nos viu-aponta com a cabeça, mas não olho na direção-vamos ficar um pouco, depois a gente sai de fininho-pisca pra mim
-jura que tá tudo bem?-pergunto duvidosa
-uhum-resmunga

Solto ele e me afasto. Abro a porta e desço. Arrumo meu vestido no corpo e espero o Luan se aproximar. Ele agarra minha mão e com a mão livre abaixa meu vestido, mas acaba mostrando meus seios.

-ei-me escondo atrás dele
-essa porra tá curto Marina-se vira e me ajuda a arrumar o vestido em cima
-OI-escuto o Testa gritar e me viro olhando ele que me parece um pouco alegre
-tá aqui faz tempo?
-sim, só cheguei em casa, tomei um banho rápido e vim-dá de ombros
-hum-olho pro Luan que revira os olhos
-eu tinha que lavar e secar o cabelo-volta a grudar na minha mão

Seguimos com o Rober e parabenizamos o Sorocaba que tinha uma mulher a tira colo. Entramos todos juntos e seguimos até onde estavam as bebidas.

-"pô" fica a vontade-Sorocaba da carta branca
-pega lá-Luan manda pro Rober e ele vai sem reclamar
-Rober tá sozinho?-pergunto
-sei não, provavelmente tá com alguma mulher, ele tava amarradão numa mina aí, mas ela meteu o pé na bunda dele, agora ele tá sofrendo
-sério?-faço careta. Rober havia me dito que estava loucamente apaixonado
-sim

Rober volta com três cervejas na mão, me entrega uma e dá a outra pro Luan.

-veio sozinho?-pergunto pro Rober e ele dá um sorriso safado
-jamais
-veio com quem então?-Luan pergunta mais curioso que eu
-lembra aquelas acompanhantes que encontramos no site assim que ficou solteiro?-olho atentamente pro Luan e ele faz careta confirmando-a sua era sensacional, chamei ela pra vim comigo-ele diz sorrindo e eu fecho a cara

Luan não faz nem questão de me olhar e isso me irrita mais. O olhar do Rober desvia da gente e vai logo atrás de mim.

-falando nela-ele sorri demoníaco-vem cá-chama e eu bufo frustrado

Sinto aquele cheiro forte de perfume feminino. Cheiro que chama homem, cheiro que chama sexo. Ela passa entre mim e o Luan, e se vira pro meu namorado. Suas mãos tocam o peito dele e o Luan a encara.

Minha nossa senhora da cerveja que me perdoe, mas minha mão está coçando.

-oi Luan-aquela voz de puta ecoa no meu ouvido




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Hiiiiii 😘
Vim mais cedo hoje ❤️