Capítulo 238 - Controle

Luan

Izac. Eu conheço esse cara, jamais me esqueceria do jeito que ele a olhava no dia do coquetel da Sawary. Seu olhar faminto pelo que é meu.

O sorriso da Marina em direção aquele cara fez meu sangue ferver. Estou puto e os dois precisam saber.

-soube que ganhou neném, eu liguei lá no estúdio pra agendar uma reunião com você, mas me disseram que está de licença-coça a nuca sem jeito
-é, eu vou voltar daqui a algumas semanas, minha princesa ainda está muito pequena e quando eu voltar quero levar ela comigo
-podemos conversar um pouco agora?-pergunta pra ela fingindo que não estou ali e a Marina parece fazer o mesmo
-claro, vamos nos sentar ali-aponta pro sofá na varanda
-vamos-concorda

Os dois saem e me largam ali, igual um idiota. Penso em não ir atrás, mas mudo de ideia e sigo até eles que já engataram em um papo pra lá de animado.

-lembra que tem um marido?-pergunto e a Marina revira os olhos
-lembro, mas agora tô conversando. Vai lá curtir um pouco com seus amigos, já eu vou até lá-me encara séria, sei que ela não está nada animada com meu chega mais

Ela tira o meu boné da cabeça e coloca na minha de volta. Ajeita o cabelo atrás da orelha e continua a me encarar.

-ok Marina, ok!-apenas concordo e me afasto puto da vida, não precisava tirar o boné

Ela me encara brava e eu continuo a me afastar. Sigo até onde o Testa tá e me sento ao seu lado.

-foi mal trazer a menina, nem me toquei que com certeza a Loira ficaria puta-ele diz tentando parecer normal e não um puta bêbado
-tá-finjo interesse na conversa e observo de longe a Marina toda animada com aquele cara
-ei-Testa me cutuca
-porra, me deixa quieto-falo um pouco irritado
-tá bom, eu sei que quando bebo eu fico chato, mas não precisa esculachar-ele levanta
-oh Testa, foi mal-puxo ele pra sentar de novo-lembra daquele cara-aponto pro sofá onde a Marina está. Rober força o olhar em direção ao cara
-ele me parece familiar, mas não consigo reconhecer
-lembra do evento da Sawary?-pergunto e ele concorda com a cabeça-lembra do cara que grudou igual carrapato na Marina?-pergunto e ele olha o cara
-é claro, é o tal Izac que disse que queria investir no New
-sim, mas eu sei que não é no estúdio que ele tá interessado e agora ele tá aqui, e agora a Marina tá dando atenção a ele, e agora eu tô aqui, e agora..-ele me interrompe e eu bufo de raiva
-eu entendi, mas fica calma meu amigo, ela é sua, vocês estavam lá em cima e eu tenho certeza que não estavam brigando
-e não estávamos, pelo contrário, estávamos fazendo as pazes, agora foi só vê ele que ela esqueceu de mim
-esqueceu nada, finja que é bonzinho, vai lá, pergunta se ela quer mais refri, se ele quer beber alguma coisa, leva um pratinho de carne e finja que tá tudo bem, mais tarde ela vai te recompensar-pisca pra mim e eu olho pra ele curioso
-você acha que eu tenho sangue de barata?-falo sério e ele ri
-isso eu sei que você não tem mesmo,as faz isso, só uma vez e depois deixa ela de boa, ela mesma vai vim falar contigo
-você acabou de levar um pé na bunda, é sério que quer me dar conselho?-dou risada e ele concorda rindo também-beleza-me levanto

Sigo até a churrasqueira e corto alguns pedaços de carne. Passo na cozinha, pego um latinha de refri e sigo até onde a Marina está. Ela me olha furiosa.

-vim na paz, vim só trazer carne e outro refri pra você-ela me olha surpresa
-não posso beber tanto refri-se acalma
-então eu levo de volta-pego a lata
-não precisa, vou beber mais essa-segura minha mão
-quer outra cerveja?-pergunto ao cara e ele também me olha surpreso
-não precisa, eu já vou lá buscar
-ok-o respondo do jeito que consigo e ele apenas assenti com a cabeça-vim só trazer isso mesmo, fiquem a vontade pra conversar-eu e o meu super autocontrole que eu nem sabia que tinha

Respiro fundo e depois de olhar no rosto da Marina e expressar com um olhar o quanto estou desconfortável com essa situação, eu me viro pra sair.

-ei-a loira me chama e eu me viro pra ela novamente-vem cá-me puxa pela camiseta

Me aproximo e me curvo na sua frente, ela sorri pra mim e inicia um beijo calmo. Escuto o Izac coçar a garganta, provavelmente pra gente parar. Tento me afastar, mas a Marina não deixa.

Nossas línguas parecem ter sido coladas na boca do outro. Só encerramos o beijo quando o ar nos faltou e mesmo assim, Marina não de afasta e distribui diversos selinhos em minha boca.

-já eu vou lá, já estou acabando-sussurra me dando outro selinho
-estarei te esperando ansioso-sussurro de volta lhe dando outro selinho
-que bom

Me afasto e ainda tenho a chance de ver a cara de perdedor do carinha ao lado. Apenas assinto pra ele e saío dali mais confiante.

Passo na cozinha e pego outra cerveja. Dou uns três, quatro goles grande e acabo com ela. Pego um copo e me sirvo com uísque, coloco três pedras de gelo e saío novamente, dessa vez atrás do Testa.

-e aí?-ele diz assim que sento ao seu lado
-você é o cara-demos um aperto de mão forte
-falei que ia dar certo-ele diz animado-era bom se meus conselhos funcionassem comigo-faz cara de chorão e eu dou risada
-vocês vão voltar, se não voltarem, você vai superar-dou um soquinho em seu braço
-mas até lá, quero nem saber, vou encher a cara-vira o copo de caipirinha
-bora tocar umas moda-escuto a voz do Belutti e me viro encontrando ele-e aí Luanzinho-faz um toque de mãos e eu me levanto lhe dando um abraço rápido-nem tinha te visto
-ah, eu cheguei e minha mulher acabou molhando o vestido com cerveja, tivemos que subir pra ela tomar um banho e vestir outra roupa-resumo a história sem contar a verdade
-ah, tá explicado-solta uma gargalhada sem motivo-bora de modão, eu toco e você canta-sugere
-fechou, qual?
-Anjo de batom, do Chico e Paraná, conhece?
-claro-confirmo

Rapidamente procuro a letra no meu celular pra que eu não erre. E ele começa a tocar. Quando é minha deixa, eu começo a cantar e no meio da música sinto as mãozinhas da Marina em meu peito. Me viro encontrando seu lindo sorriso e apenas pisco sorrindo de volta. Ela tira o boné da minha cabeça e coloca na cabeça dela. Agora sim, posso curtir a festa em paz.






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Oii nenexs! Tudo bem? Tô bem também!