quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Capítulo 272 - Preocupação

Luan

Mal entro no banheiro pra tomar o meu banho quando escuto a Marina me chamar. Jogo uma água rápida no corpo, me enrolo com a toalha e saío. Ela volta a me gritar, e só agora consigo perceber que seu grito não é um grito normal, é de desespero.

Entro no closet, visto uma cueca e uma bermuda qualquer. Desço de pressa e encontro ela perto do jardim com o Fred deitado em seu colo.

-o que foi?-pergunto olhando o bichinho que não me parece animado e nem acordado
-eu não sei, eu chamei ele, mas ele não veio, ele mal tá respirando-ela chora de desespero
-tem o número da veterinária dele no seu celular?
-tem sim, tá escrito Bárbara Veterinária, pede pra ela vim agora, ou a gente leva, mas ela tem que fazer alguma coisa, porque ele tá morrendo e eu não sei o que tá acontecendo-seu desespero me atinge também-ele tava bem ontem, ele tava bem-escuto ela dizer antes de entrar em casa

Procuro seu celular ali em baixo e não encontro, subo as escadas novamente e encontro no criado mudo ao lado de onde estava o meu. Digito sua senha e procuro em seus contatos o que ela disse. Coloco o telefone pra chamar e desço as escadas escutando o "tu" mais horrível da vida.

A chamada cai na caixa postal, tento de novo e novamente ela não atende. Volto pra perto da Marina que tenta fazer o Fred se animar, mas nada.

-Marina, ela não tá atendendo, acho melhor a gente levar ele na clínica dela, chegar lá se ela não tiver, mas a clínica tiver aberta, alguém pode fazer algo por ele
-então sobe e vesti uma camiseta, pega minha carteira e a gente vai-se levanta com ele ainda no colo
-oh filho reage, o que aconteceu com você meu garoto?-aliso seus pelos, mas não há mais brilho em seus olhos

Corro pra dentro novamente e subo as escadas, visto uma camiseta qualquer, pego a carteira da Marina e a minha. Desço as escadas e antes de sair escuto a campainha tocando.

-deve ser minha mãe-aviso a Marina que me ignora

Ando em direção a porta e abro a mesma, realmente são os meus pais, porém os meus sogros estão juntos.

-o que foi?-minha mãe pergunta preocupada provavelmente por causa da minha cara de assustada
-podem ficar com ela só mais um pouco?
-por quê?-minha sogra também se preocupada
-o Fred está morrendo-Marina para ao meu lado chorando e assim como meus pais, os seus também se sensibilizam com a dor dela
-vai lá cuidar dele, cuidaremos da Laura pra vocês-minha mãe é a primeira a dizer
-obrigada-agradeço

Arrasto a Marina até a garagem e logo saímos dali. Fred não me parece vivo, mas segundo a Marina ele ainda respira, fraco, mas respira.

Chegando na clínica, estaciono de qualquer jeito em um lugar proibido mesmo. Desço com as nossas coisas e a Marina com o Fred.

Uma moça na recepção fica surpresa ao me ver, mas não é pra isso que estou aqui.

-meu Deus, não tô acreditando no que tô vendo-ela diz e a Marina bufa frustrada
-dá pra deixar a tietação pra depois, eu tenho um cachorro morrendo aqui, a Doutora Bárbara está?
-me desculpa-ela finalmente percebe o estado do Fred-ela está-pega o telefone e coloca na orelha

Rapidamente ela fala com a Doutora e eu não consigo me concentrar na conversa.

-ele tava bem ontem Luan-Marina me parece inconformada-você não o viu, porque chegou em cima da hora, mas ele tava bem, a gente brincou a tarde inteira, eu, ele e a Laura. Ele só ficou sem mim quando fui arrumar o cabelo, ele brincou, rolou, pulou, tava tudo bem-funga
-vem, vou leva-los até a Bárbara-a moça chama a nossa atenção

Seguimos ela por um corredor e logo estávamos na sala da tal Doutora.

-o que aconteceu com ele?-ela se aproxima
-eu não sei-Marina desabafa-eu acordei agora a tarde e fui brincar com ele como sempre faço e o chamei, mas ele não veio até mim, eu fiquei preocupada, chamei de novo e nada, me abaixei pra olhar dentro da casinha e ele estava assim, paralisado-ela pega ele no colo
-ele estava bem ontem?
-tava, a gente brincou, a única coisa de diferente que eu notei é que ele está espirrando muito, ele nunca foi assim, mas também não me preocupei tanto, porque daqui dois dias ele tem o banho semanal e eu já ia pedir pra você olhar
-daquela vez ele ficou apático né?-ela afirma
-sim, ele ficou apático e teve algumas crises de vômito-Marina explica
-eu espero que não seja o que estou pensando-ela diz alto nos deixando preocupados
-o que está pensando?-sou rápido
-não posso afirmar sem ter certeza, vocês podem ir pra casa ou esperar lá fora enquanto faço todos os exames necessários, mas vai demorar um pouquinho
-vamos esperar-Marina responde e gruda na minha mão

Saímos da sala e voltamos até a recepção. A menina mal volta a me olhar, mas vejo ela discretamente tirando foto minha com seu celular. Resolvo esquecê-la e abraço a Marina de lado.

-você sabe que ele é nosso bebê, não podemos perde-lo-ela me encara
-essa Doutora é boa mesmo?
-sim, a melhor de São Paulo, o Puff se trata aqui, vim por indicação da Bruna
-ah, então ela é boa mesmo-concordo

Abraço ela de lado e ficamos quietinhos esperando a Veterinária aparecer pra dizer algo.

Recebo uma mensagem da minha mãe que está preocupada com o que está acontecendo, todos querem saber o que ele tem, mas nem nós sabemos.

Esperamos cerca de uma hora e alguns minutos mais. Marina depois do nosso pequeno diálogo sobre a Barbara ser boa, não disse mais nada e nem se mexeu. Se pra mim está doendo, se eu estou com medo, imagina pra ela.

-Marina-escuto a moça da recepção chama-la e ela levanta rápido-a Veterinária tá vindo falar com vocês ok?
-ok, obrigada-ela agradece

Me levanto também e a abraço de lado. A doutora aparece com um leve sorriso e eu sinto meu coração se aliviar um pouco, porém não sei se é bom.






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Vai namorar comigo siiiiim🎶
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