Capítulo 120 - Tempo e espaço

Luan

Não sei como cheguei no meu apartamento sem nenhum acidente. Meu sangue fervia em minhas veias e passei por todos os sinais vermelhos que consegui.

Ao entrar no apartamento me surpreendo em como ele está limpo e cheiroso. De longe vejo um vaso com flores em cima da mesa, logo do lado um cartão.

Tranco a porta e deixo tudo ali na sala. Sigo até a mesa e pego o cartão, ao abrir vejo a linda caligrafia da Marina com a seguinte mensagem.

"Estou louca pra matar a saudade. Os dias são tristes sem você.
Eu te amo ursinho ♡"

Aquilo me dá um certo estalo. O que estou fazendo?

-merda-grito tentando colocar meus sentimentos pra fora

Sigo pro banheiro e depois de deixar meus pertences em cima da cama, fico pelado e entro no banheiro pra tomar um banho gelado.

A porra do meu celular não para de tocar, isso me estressa. Eu sei que é a Marina. O toque quando ela liga é diferente. O silêncio solta a reinar e agora meu celular apita mensagens sem parar.

Saío do banheiro ainda sem ter terminado o banho e pego meu celular na hora da raiva. Havia tanta mensagem dela, eu simplesmente ignoro todas e bloqueio seu número sem nem pensar duas vezes.

Volto pro meu banho e me perco no tempo. Depois de quase duas horas deixando a água escorrer pelo meu corpo, saío enrolado em uma toalha e me jogo na cama. Maldita dor de cabeça.

Será que estou tão errado assim? Ninguém me contou nada, eu vi ele roçar contra ela, eu vi seu olhar direcionado à bunda da Marina.

Penso tanto que nem me lembro quando foi a última vez que fiz isso em excesso. Acabo adormecendo do jeito que eu estava.

Desperto pedindo a Deus que tudo não passasse de um sonho, mas ao abrir os olhos sinto minha cabeça latejar e me lembro que tudo é real.

-merda-olho pra sacada e vejo por uma fecha na cortina que já é noite em São Paulo

Me arrasto da cama e vou pro closet. Abro as portas e em uma das divisórias há várias roupas da Marina.

-eu estou tentando esquecer ela só  hoje-falo sozinho e me jogo no meio de suas roupas

O cheirinho do amaciante que ela usa que parece diferente de todos, estava empreguinado em todas as peças. Meu corpo fica todo rígido e arrepiado.

Saío de perto das suas roupas e abro minha gaveta de cuecas. Ela havia arrumado por cor, metade da gaveta tinha minhas cuecas e na outra metade calcinhas.

Pego uma delas e levo até o nariz fungando o cheiro maravilhoso.

Eu não posso nem reclamar, foi eu quem pedi pra ela trazer algumas coisas dela pra cá.

Olho o volume na minha toalha e suspiro. Me sento em um dos pufes e tiro a toalha do meu corpo. Ainda com a calcinha perto do meu nariz agarro meu pau com minha mão livre e imagino como se fosse as mãos delicas da Marina.

Não é o momento pra pensar nisso, eu deveria estar puto com ela, mas não.

Movo minha mão rapidamente e fecho meus olhos. Faço um círculo com os dedos em volta do meu membro e movo meu quadril rapidamente contra ele.

Não demoro muito até que gozo em mim mesmo. Jogo a calcinha no chão e volto a me martilizar com a situação.

Novamente jogo uma água no corpo e visto a primeira roupa que pego. Se eu observar mais um pouco as coisas da Marina sei que não vou conseguir dar ter tempo que eu preciso pra pensar.

Depois de me arrumar pego meu celular e convoco um churras na casa dos gêmeos. Eles topam já que estão de folga.

Desço as escadas pra pegar minhas malas e ao chegar na sala dou de cara com a Marina sentada no meu sofá. Ela come unhas e suas pernas cruzadas balançam insistentementes.

Ela nem percebe minha presença. Jogo a cabeça pra trás e suspiro profundamente. Eu não preciso disso agora, não quero falar agora. Tempo e espaço é tudo que eu preciso no momento.

Penso em voltar pro quarto, mas sei que ela não vai desistir e uma hora ou outra eu terei que descer e falar com ela.

Antes que eu possa agir ela olha em direção a escada e ao me ver paralisa. Sua mão sai de sua boca e suas pernas param de mexer.

Sinto minha garganta um pouco seca, meu corpo extremesse e eu não consigo mover o meu corpo.

Ficamos assim cerca de uma cinco minutos. Meu celular começa a tocar e eu desperto do meu transe.

Olho a tela e a foto da minha mãe aparece. Eu preciso de um pretexto pra não falar com a Marina agora. Automaticamente atendo a minha mãe.

Ligação on📲
-fala?-me dirijo até minhas malas e pego uma delas pra levar pro meu quarto
-nossa, o que foi?-pergunta preocupada e eu subo as escadas
-nada não mãe, depois a gente conversa
-você está triste filho-ela diz acanhada
-eu briguei com a Marina, ela tá lá em baixo, eu preciso ir lá, eu prometo que depois te conto-falo me sentando na cama-o motivo dessa ligação é algo importante?
-tudo bem, mas não faz nada de cabeça quente tá? Eu amo você, e não, não é nada tão importante, eu posso falar depois, agora vai lá e conversem civilizadamente
-obrigada mãe, beijo, amo você-falo por fim e desligo
Ligação off📲

Desço pra pegar a outra mala e continuo com o telefone na orelha fingindo que eu ainda estou falando com a minha mãe. A Marina percebe, mas não diz nada apenas abaixa a cabeça.

Depois de deixar todas minhas coisas ali eu desço novamente com o celular na mão.

Paro no portal ao lado da escada que dá acesso ao escritório e a biblioteca ali no andar de baixo.

-eu tirei as roupas sujas e coloquei pra lavar, já estão estendidas, depois você pede pra Tânia tirar e passar, eu tentei, mas não consegui-estica a mão e me mostra que está tremendo sem parar
-não precisava-tento me controlar-por que está aqui?-pergunto de uma vez
-eu não vou deixar você sair da minha vida assim Luan-nega
-eu só quero tempo e espaço-peço
-e eu só quero você-ela levanta e se aproxima-o Gui não vai mais trabalhar comigo, ele mesmo pediu pra sair, eu concordei, eu não quero que nada estrague a gente-alisa meu rosto
-tempo e espaço Marina, só respeita isso-peço afastando ela de mim
-não faz isso comigo-agarra minha cintura e beija meu pescoço
-Marina, não-nego tentando delicadamente afastando ela, que se mantém firme

Sua boca sobe pelo meu maxilar e chega em minha boca, ela distribui selinhos ali e em seguida pede passagem com a língua, eu não cedo e ela se afasta totalmente.

-tempo e espaço?-pergunta séria
-sim-digo duvidoso
-tempo quem dá é relógio, quem gosta de espaço é astronauta, eu não sou nem um dos dois, se quer que eu fique longe ótimo, vai me ter bem longe de você-soca meu peito e se vira pra sair, mas eu seguro em seu braço
-o que está querendo dizer?-me irrito pela falta de informação
-pra bom entendedor, meia palavra basta-ela puxa o braço com força e sai andando-a chave do seu apartamento, não preciso disso-deixa no sofá, pega sua bolsa e sai

Eu fico ali parado sem reação e sem compreender o que ela quis dizer. Será que ela terminou comigo?



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E ai migas? Terminou ou não?
Vou deixar vocês com essa pulguinha aí 😊
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