quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Capítulo 371 - Eu não odeio você

Marina

-então doutores, como está meu marido?-pergunto de uma vez
-bom senhora, pra começar, sim o seu marido acaba de sofrer um infarto e tudo o que você fez, foi essencial-ele faz meu coração acelerar, pois sei que isso não é tudo-lá na recepção quem fez a ficha dele avisou sobre o problema que ele já tem e que ele toma remédio regularmente, se as dores não pararam com o uso contínuo dos remédios, é porque provavelmente ainda tem algo errado. O Luan está sendo submetido a vários exames e pelos primeiros resultados percebemos que será preciso um procedimento chamado Cateterismo ou angioplastia coronariana, que é eficaz para desobstruir as veias.
Se o Luan não fizer esse procedimento, é possível que o caso dele se agrave muito rapidamente e que ele não resista por muito tempo. Ele já está acordado e por isso estamos aqui, além de dar as notícias que temos, precisamos que você autorize a realização desse procedimento e tudo que precisamos-o médico que vejo em seu jaleco que se chama Flávio, diz tentando não parecer insensível e consegue
-se for realmente necessário, podem fazer tudo o que for preciso-não penso duas vezes, se é preciso ele passar por isso pra ficar bem, então que seja
-eu estou em contato com o doutor Dimas, médico do seu marido, ele conhece bem o meu trabalho e juntos faremos o melhor para vida do Luan-ele me parece sincero
-que bom-pego meu celular e mando uma mensagem pro Dimas que responde dizendo que está em contato
-o procedimento é simples, dura cerca de trinta minutos e oferece ao paciente uma recuperação rápida
-Luan vai gostar de saber disso-falo alto e todos ali me olham
-esse método tem sido muito utilizado para a resolução desse tipo de problema, pois tem baixo número de complicações e taxa de mortalidade é muito baixa
-mas tem perigo de algo ruim acontecer?
-bom, não irei mentir, há riscos sim, porém confiamos que tudo sairá bem
-tá, mas e agora?
-preciso te fazer algumas perguntas, ok?
-ok-concordo

Elese fazem perguntas sobre a rotina do Luan, sobre qual foi o último horário que ele comeu algo e o que ele comeu, dentre outras coisas. Rober e Well que entraram comigo, foram muito úteis, pois o que eu não sabia responder sobre quando ele está na estrada, os meninos souberam.

Depois de todas as perguntas respondidas, uma enfermeira aparece na sala e me chama. Sigo ela junto com os nossos amigos e somos guiados até um quarto bastante confortável. Ela nos deixa a vontade e avisa que esse será o quarto do Luan quando ele for vim pro quarto.

-se quiser ir pro Hotel-falo com os meninos que me olham bravos
-não vamos sair daqui Marina, somos uma família-Well responde e senta ao meu lado no sofá
-e agora? O que que eu faço?-pergunto perdida
-vamos orar e esperar, Deus vai fazer o melhor por ele-Rober me aconselha e eu apenas concordo com a cabeça

Fico quieta na minha apenas fazendo minhas orações e pedindo a Deus que não me tire o Luan, pois não estou preparada pra isso.

Espero algumas horas sem notícias do Luan e quando a porta se abre, olho em direção a ela, pensando ser o meu marido, mas apenas encontro meus sogros e minha cunhada e amiga.

-Mari-Bruna é a primeira a se aproximar

Me levanto rapidamente e abraço ela apertado, que chora abraçada comigo.

Assim que ela se afasta é a vez do meu sogro me abraçar, ele me aperta, porém logo se afasta.

A última a se encaixar em meus braços é a Marizete que chora preocupada e eu sem resistir volto a chorar junto com ela, sem saber certamente, que rumo tomar.

-como ele tá? Já teve alguma notícia?-ela pergunta preocupada e se afasta

Os meninos se levantam do sofá e dá espaço pra minha sogra sentar ao meu lado.

-já faz algumas horas que conversei com os médicos que estão cuidando dele, eles disseram que ele acordou, mas que ele precisaria fazer Cateterismo, pois se os remédios não estão ajudando, é porque tem algo errado
-oh meu Deus-Mari se desespera
-o médico me garantiu que era uma coisa rápida, mas está demorando mais do que deveria
-oh meu Deus-Mari volta a repetir
-estou aguardando, vamos esperar, eu creio que tá tudo bem-falo com ela tentando não chorar
-eu também-ela afirma

Ficamos todos juntos, a preocupação toma conta de todos e nos deixa em alerta, pois caso precise de algo, estaremos a disposição.

Quando finalmente aparece alguém, é o médico Flávio que sorri, isso me acalma o coração de uma forma que não sei explicar

-e ai?-pergunto e a Marizete ao perceber que é um dos médicos, se aproxima e fica parada ao meu lado
-oi Marina, então vou começar logo pela notícia boa e depois te explico tudo ok?-concordo, notícia boa é tudo o que eu quero no momento-o procedimento foi um sucesso, ocorreu super bem-ele tira um peso das minhas costas
-jura?-minha voz quase não sai
-juro-ele sorri-Luan daqui a pouco vem pro quarto, depois do procedimento ele dormiu, ele ainda está cedado
-ok, continua-peço angustiada
-como imaginávamos, tinha um problema. Luan estava com uma artéria muito obstruída e isso estava impedindo o bombeamento de sangue para o coração dele. Fizemos um angioplastia com colocação de um stent. O stent é uma pequena bobina de metal que ajuda a abrir a artéria dando espaço para o sangue passar e diminui a chance de ela se estreitar novamente-ele tenta ser o mais claro possível
-agora está tudo bem então?-Marizete pergunta por nós duas
-sim, agora está tudo bem-ele sorri-mas tem os cuidados, estou em contato com o Dimas pra ver os remédios que serão necessários ele tomar
-tudo bem, eu farei tudo como mandar-minha voz quase não sai
-tá tudo bem agora-ele me tranquiliza e eu apenas sorrio sentindo minhas lágrimas escorrerem
-obrigada-sussurro, mas ele é capaz de ouvir
-preciso ir ver um paciente que acabou de chegar, mas qualquer coisa é só chamar. Volto depois!-ele assenti pra gente e sai

Me sento no sofá e solto o ar que estava preso em meus pulmões. Respiro e até tento conter meu choro, mas não consigo. Estou aliviada por saber que ele está bem, por saber que vou poder dizer a ele que eu o amo e que não estou brava. Estou imensamente aliviada!

Marizete senta ao meu lado e chora de alívio comigo, assim como a Bruna que mal teve coragem de levantar quando o Flávio entrou no quarto.

-eu vou matar o Piroco por me dar um susto desse-Bruna diz com a voz ainda mais fina e eu acabo rindo
-não faz isso não, não posso viver sem ele
-nem eu-ela faz um biquinho

Permanecemos no quarto, dessa vez menos preocupados, as notícias nos animaram e tudo o que preciso nesse momento é que o Luan venha pro quarto.

Mal encerro meu pensamento e porta do quarto abre e em seguida Luan entra em uma maca e dormindo.

Os enfermeiros que o trouxeram, deitam ele na cama e saem depois dos meus agradecimentos.

Me aproximo da cama e fico o encarando enquanto aliso seu rosto. Ele é tão lindo, nem parece que me faz pirar em alguns momentos.

-agora tá tudo bem-sussurro pra ele
-isso ai, tá tudo bem, estamos todos aqui por você-Minha sogra fica do outro lado da cama e faz o mesmo que eu

O medo de algo acontecer com ele é tão grande que mesmo estando morrendo de sono, não consigo pregar o olho.

As horas passam, Rober volta pro hotel pra resolver os compromissos do Luan, meu sogro e o Well seguem pra cantina, minha sogra fala com um irmão ao telefone e a Bruna dorme deitada no sofá, eu permaneço ao lado do Luan e segurando a sua mão.

Sinto minha mão que está entrelaçada com a do Luan ser apertada e automaticamente encaro seu rosto. Ele abre os olhos e pisca algumas vezes pra se acostumar novamente com a claridade do dia.

-me desculpa-ele sussurra
-caralho Luan, eu tava preparando uma surpresa quente pro dia de hoje e você estragou tudo-falo em tom de braveza e ele dá um sorriso preguiçoso
-não está brava?-nego-chateada?-nego de novo-magoada?-novamente balanço a cabeça negando
-eu acredito em você e se você me diz que aconteceu só aquilo, então aconteceu. Eu não tava brava quando eu fui dormir, eu só quis que você pensasse isso. Aí tudo aconteceu e eu pensei que eu ia te perder e  você morreria pensando que eu te odeio-volto a chorar-eu não odeio você, nunca, eu te amo muito e por favor, nunca mais me dê um susto desses-imploro sem controle emocional

Minha sogra percebe a nossa conversa e se aproxima da gente. Ela o abraça, beija e se declara. Luan apesar de abatido parece bem e isso me deixa em paz.

-ok, agora que vocês perceberam que tô bem de verdade, me conta o que aconteceu-ele fala devagar e eu me sento na beirada da cama pronta pra contar o meu desespero








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Vocês ficaram com o cu na mão achando que ele ia morrer né?
A história tá quase se encaminhando para a reta final, mas calma, ainda tem algumas coisas pra acontecerem 😘
Capítulo sem .........
Complete a frase a cima 😂😂😂❤️
PS: Perguntaram no cap anterior se teria uma nova fanfic. Bom, ainda não sei, mas qualquer coisa aviso aqui ♥️

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