Capítulo 372 - Em casa

Marina

Conto tudo ao Luan que reclama de cansaço. Coloco minha mão em sua cabeça e início um cafuné, ele não demora a pegar no sono novamente.

Meu sogro aparece com o Well e nos traz café e sanduíche.

Mesmo não querendo comer, eu pego e como. O Luan precisa que eu esteja forte por ele e é exatamente por isso que resolvo me alimentar.

[...]

Infelizmente tivemos que passar o aniversário do Luan no hospital, isso o frustrou bastante, mas como é por uma boa causa, fiz ele esquecer que era seu aniversário.

Luan reagiu bem ao Cateterismo e os novos medicamentos. Ele foi submetido a exames praticamente todos os dias que ficamos aqui, além de ter começado um tratamento de fisioterapia.

Hoje é dia de voltar pra casa e o meu marido terá que ficar no mínimo 40 dias sem trabalhar, isso o deixou feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz por ter mais tempo pras crianças e triste por ter que se afastar do que ele tanto ama.

Rober junto as meninas do escritório reorganizaram a agenda dele e ele não disse nem um piu. Ai dele se dissesse!

-tá bem?-pergunto assim que a van para na pista do aeroporto
-tô sim-ele diz de olhos fechados
-tá com soninho?-faço voz de bebê e ele me encara
-podemos fazer sexo né?
-podemos-dou de ombros-só não sei se queremos-me levanto
-ei, volta aqui-ele gruda na minha saia e me puxa de volta pra sentar ao seu lado-perdeu o tesão em mim só porque tô com um cortinho?
-cala a boca, não fala asneira-ele me irrita
-é a verdade né?-continua me encarando
-idiota-dou um tapa em sua coxa

Me levanto rapidamente e desço da van. Amarildo que já tinha descido, me olha estranho e vai pra porta ajudar o Luan.

Me sento no banco de frente com a minha sogra e fico quieta, ela também me olha estranho, mas não diz nada.

Luan entra no jatinho e senta em um dos bancos, sozinho. Ele fica me encarando, mas finjo não perceber.

-ou sereia era brincadeira, vem cá-me chama e eu ignoro-poxa bebê, tô doentinho-faz bico começando com chantagem
-vai lá sentar com ele-minha sogra me "empurra" de volta pra ele
-não quer minha presença?-pergunto e ela nega
-não mesmo, agora vai que quero aproveitar meu marido-ela fala sério e eu faço bico me sentindo ferida
-tá bom

Me aproximo e sento de frente com o Luan, que me encara preocupado.

-era brincadeira, me desculpa-ele diz dessa vez sério-não brinco mais com isso, prometo

Percebo que estou chorando e só agora entendo o motivo da cara de preocupação dele.

-tá de TPM né?!-ele pergunta só pra confirmar
-sim e tá prestes a descer, então se não quiser me irritar mais, fica quietinho-fecho os meus olhos
-ok, me desculpa, mas não esquece que tô dodói-faz voz de criança pra mim e eu apenas dou um sorriso sem voltar a abrir os olhos

Não sei em que momento eu adormeci, mas sei que isso aconteceu, pois acordo recebendo beijos por todo o meu rosto. Ao abrir os olhos dou de cara com o meu marido.

-que foi?-me esquivo de um beijo que ele daria em minha boca
-chegamos em São Paulo, vamos?
-vamos, as crianças devem estar loucas querendo te ver, principalmente a Laura que pesquisou o que era infarto e ficou assustada
-tô feliz por não ter ficado com nenhuma sequela, assim eles terão certeza que realmente tô bem
-sabe o que você tá precisando?-encaro ele que me olha todo sexy
-o que?-sussurra se aproximando
-desacelerar-o afasto e me levanto -quando você desacelerou antes, tava tudo certo, ai agora que as crianças estão grandes você resolveu acelerar novamente e isso prejudicou a sua saúde-sou sincera
-eu concordo com você-ele diz e parece sincero-vou aproveitar tudo o que aconteceu, pra ter mais tempo pra mim, pra gente
-promete?-encaro seu rosto procurando resíduos de uma mentira
-prometo, vou marcar uma reunião na Central e vou discorrer sobre isso
-que bom, agora vamos
-e meu beijo que você negou?-ele estica o pescoço

Seguro em seu queixo e lhe dou um selinho demorado, quando me afasto Luan me encara irritado.

-isso lá é beijo?-tenta me agarrar
-isso é o que você merece por me fazer chorar, agora desce logo
-ok-revira os olhos pra mim

Luan desce na frente e eu sigo atrás dele, encontro meus sogros já na van, assim como o Rober, Well é o único que espera na porta.

Ele me ajuda a entrar na van e eu me sento na frente, deixo o banco pro Luan, ele entra e senta ao meu lado.

-tô morto de saudade dos meus pimpolhos-solto um suspiro e deito minha cabeça em seu ombro
-eu também. Tô morto de saudade deles me chamando tudo de uma vez só e eu louco sem saber pra quem dar atenção primeiro-ele me faz rir
-você vai ficar quarenta dias ou mais em casa, quero ver até quando essa saudade vai durar-ele ri
-eu tô doente-ele dá desculpa pra se livrar
-sua sorte é que existe a Dai e a Carla, caso contrário você estaria fodido
-e você?-pergunta sério
-eu o quê?-pergunto sem entender
-existe a Dai, a Carla e você né?
-estarei lá pela manhã e na maioria dos dias, durante a noite-afasto minha cabeça do seu ombro
-e a tarde?
-você sabe, estarei trabalhando
-é sério?-ele pergunta debochado
-o quê?
-você vai trabalhar enquanto eu estou doente?-seu tom de voz soa indignação
-você parou de trabalhar quando eu quase morri de pneumonia?-questiono e ele revira os olhos
-é diferente-fala alto
-não é diferente não, é igual, tudo igual e eu não vou discutir isso contigo na frente das pessoas-me afasto e encosto minha cabeça na janela da van
-tá ok!-ele encerra o assunto, se levanta e vai sentar em outro lugar
-turrão-resmungo irritada

Resolvo tirar mais um cochilo, passei uma semana longe dos meus filhos e só quero curti-los muito.

Acordo dessa vez com alguém balançando meu ombro, ao abrir os olhos encontro o Luan me encarando.

-que foi? Você tá bem?-pergunto preocupada, já que a cara dele não é das melhores
-chegamos-ele só diz isso, vira as costas e desce da van, só agora percebo que a porta está aberta

Respiro fundo, ajeito o meu cabelo e desço da van. Luan tenta ajuda o Well com as malas, mas o Well manda ele sair de perto.

Pego minha chave na bolsa, deixo eles ali e sigo até a porta, ao colocar a chave na fechadura, percebo que a porta está aberta.

Abro só uma frecha e vejo algumas bexigas no chão da sala.

-sou eu-aviso pra que ninguém grite

Entro e fecho a porta atrás de mim, as crianças até tentam vir me abraçar e me encher de beijos, mas os aviso que o Luan está prestes a entrar e elas decidem esperar pra matar a saudade de mim depois.

Me aproximo de todos e assim que o Luan entra de cabeça baixa, gritamos fazendo ele se assustar.

-SURPRESA
-ai caralho-ele coloca a mão no coração, isso me preocupa, mas não preocupa as crianças, que começam a cantar parabéns pra você

Os meninos e meus sogros entram em casa e se aproximam da gente, deixando o Luan sozinho na frente da mesa com bolo e docinhos tudo fit.

-que saudade-Luan se ajoelha no chão assim que o parabéns termina e meus três pequenos correm em direção até ele e o abraça apertado
-vai lá-falo com a Laura que permanece parada no lugar
-ele tá bem mesmo-ela me encara com os olhos cheios de lágrimas-ele tá bem mãe-ela afirma e começa chorar, eu sei bem como ela se sente

Puxo ela pra um abraço e ela chora sem medo.

-tá tudo bem meu amor, tá tudo bem-sussurro pra ela e sinto o seu alívio-eu te disse pra não pesquisar sobre essas coisas-beijo sua testa

Luan percebe que a Laura chora e se aproxima da gente. Assim que ele fica de frente conosco, eu afasto seu rosto do meu peito e faço ela olhar pro pai dela.

-eu tô bem agora-ele fala com calma e ela se joga nos braços dele

Saio de perto e deixo que eles tenham o seu momento. Me aproximo do Mario e o abraço apertado. Ele foi o meu alicerce enquanto eu estava fora, ele ficou com os meus filhos, contou a eles o que estava acontecendo e deu conforto pra Laura quando ela precisou.

-obrigada por tudo o que fez por mim nesses dias-agradeço
-não tem o que agradecer meu amor, você sabe que você pode contar comigo sempre
-eu sei que sim, te amo muito. Prometo te recompensar
-não precisa
-precisa sim-beijo sua bochecha

Luan e a Laura finalmente se separam e ele pega a espátula de cortar bolo na mão.

-quem foi que ajeitou tudo isso?-ele pergunta pronto pra cortar o primeiro pedaço
-a mamãe-Laura responde e a espátula cai da mão do Luan
-nós encheu a bexiga-Matheus diz me fazendo rir, ele também quer os créditos pela festa
-pra quem vai o primeiro pedaço Pi?-Bruna pergunta
-já que a Marina organizou tudo, nada mais justo do que o primeiro pedaço ser dela
-não precisa-falo rápido e todo mundo me olha estranho
-vai fazer desfeita?-ele tomba a cabeça de lado
-ok-me afasto do Mario e me aproximo dele

Luan me entrega o pratinho com bolo e a Hellen pede pra que olhemos pra foto, dou um sorriso falso e ela percebe já que faz careta.

-obrigada por organizar isso tudo-ele me puxa pela cintura e me rouba um selinho-desculpa pelo meu ataque na van, fui um idiota
-depois falamos sobre isso-tento me afastar e ele não deixa
-me desculpa vai-faz carinho em minha cintura-por favor-ele cola sua testa na minha e eu não tenho como não desculpar
-tá desculpado, mas ainda vamos falar sobre isso-lhe dou mais um selinho e me afasto com o meu pedaço de bolo

Pego alguns docinhos da mesa, coloco em meu prato e saio de perto deles.

Olho todo mundo ali feliz, por verem o Luan bem e pego meu celular. Gravo alguns stores do meu marido e da nossa família reunida. Recebo algumas mensagens das fãs do meu marido, agradecendo por eu ter postado os vídeos mostrando que ele tá bem.

Todos se assustaram com o acontecimento, mas agora tá tudo bem, pelo menos por enquanto.






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Olá beberes.
Tudo bem? Tô bem!
Eu sempre sumo, mas eu também sempre apareço 😉