quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Capítulo 370 - "Acho que ele tá infartando"

Marina

Depois de um longo beijo com o meu marido, eu me viro pro lado e fico pensativa.

Agora eu sei que ele não mentiu e eu estou mal por ter tratado ele como eu tratei, ainda mais no aniversário dele.

Penso em uma surpresa e algo maluco passa pela minha cabeça. Depois de pensar bastante na surpresa que farei, sinto o meu corpo cansado ser levado ao mundo dos sonhos.

Já faz bastante tempo que não sonho com a minha vó e exatamente hoje ela veio me visitar. Ela me parece preocupada e estou tão feliz por vê-la que não entendo o motivo.

Ficamos juntas por bastante tempo, ela tenta dizer algo que não consegue, eu apenas ignoro. Meu sonho tão bom é interrompido por alguém apertando fortemente a minha coxa e quando digo fortemente não é modo de dizer, é forte mesmo.

Me viro irritada pelo meu sonho ter sido encerrado e pronta pra xingar o Luan, mas quando eu olho pra ele eu me assusto.

Luan está pálido e soando muito, sua respiração rápida demais demonstra que ele está com dificuldade pra respirar e a mão sobre seu peito me deixa em alerta, com certeza ele está com dor.

-meu Deus, você tomou os remédios certinhos?-pergunto preocupada e ele concorda-é igual as outras vezes?-pego meu celular e ao olhar pra ele, vejo ele negar novamente-meu Deus do céu

Ligo pro Rober que não me atende, tento falar com o Well e nada. Quando penso em ligar novamente pro Rober, aparece o nome dele na tela e eu rapidamente atendo.

Ligação on 📲
- Espero que você tenha um ótimo motivo pra tá me ligando agora
- Arruma um socorro pra levar o Luan ao hospital, ele tá muito mal
- O que ele tem?
- Acho que ele tá infartando, anda Rober-falo com dor na voz e encerro a ligação
Ligação off 📲

-Rober tá arrumando um carro, por favor fica calmo-falo com ele contendo meu medo e meu choro, não quero preocupa-lo-meu Deus eu não sei o que fazer-resmungo baixinho
-se veste-Luan consegue dizer e eu dou risada do seu jeito
-fica quietinho vai-faço carinho em seu rosto

Me aproximo da minha mala e pego um vestido qualquer, me troco rapidamente e arrumo uma bolsa com meus documentos e a carteira do Luan.

Uma ideia me passa pela cabeça e eu sem me importar com o horário ligo rapidamente pro Dimas que demora um pouco, mas me atende e me pede pra dar uma Aspirina pra ele, deita-lo reto e fazer massagem cardíaca até alguém aparecer com socorro.

-você tem aspirina?-pergunto caçando a bolsa extra de remédios dele e ele concorda

Acho o remédio, pego água no frigobar e dou pro Luan beber. Assim que ele engole, corro até a porta, deixo aberta e volto pro quarto.

Tiro o travesseiro da cabeça do Luan e deixo ele deitado retinho, em seguida começo uma massagem cardíaca, que aprendi graças ao curso de primeiros socorros que fiz caso algum dia, algum dos meus filhos precisassem de mim.

Alguns longos minutos se passam, Luan perde a consciência e isso me desespera. Rober aparece correndo com o celular na orelha e para ao meu lado.

-a massagem cardíaca já tá sendo feita-ele diz tentando manter a calma, provavelmente pra me deixar calma
-cadê esse carro Rober?-choramingo sentindo as minhas lágrimas escaparem sem permissão
-a ambulância tá vindo, continua o que você tá fazendo
-eu dei uma Aspirina pra ele-aviso ao Rober que repete o que eu disse pra outra pessoa do outro lado da linha-por que isso tá acontecendo meu Deus? Por quê? Por que com a gente?-choro enquanto faço a massagem no peito dele

Passam longos minutos até que o socorro passa pela porta, Rober havia avisado na recepção do hotel que era pra libera-los, e assim ele fizeram. Continuo com o que eu fazia, até um socorrista avisar que posso me afastar que eles tomam conta a partir de agora.

Assim que me afasto dele eu caio sentada na cama. Meu peito dói e não é como com o meu marido, dói de tristeza, de medo, de angústia.

Ele com certeza estava achando que estamos brigados, que eu tô puta, mas eu não estou e ele nem sabe disso.

Eu nem lhe desejei feliz aniversário direito e me lembrar disso me faz chorar intensamente.

-vem Mari-Rober me chama enquanto o Luan depois de receber os primeiros socorros dos socorristas, é retirado do quarto de maca

Me levanto, pego os nossos celulares, a bolsa que arrumei e saio abraçada com o Roberval.

-pra onde ele vai ser levado?-Rober pergunta e entramos em um elevador
-Hospital Samaritano-o socorrista responde-vocês vão de carro?
-sim-Rober responde por nós dois, nesse momento eu só consigo chorar de preocupação
-ele vai ficar bem né?-pergunto entre soluços
-faremos todo o possível pra que isso aconteça-o socorrista responde todo formal
-vai ficar tudo bem-Rober responde com positividade e me aperta mais no abraço

Luan é levado pra ambulância e eu sou puxada pelo Rober para um carro, ao entrar encontro o Well ali dentro.

-ele é forte, vai ficar tudo bem-Well tenta me passar confiança e eu apenas concordo sem muita vontade de falar

Seguimos a ambulância por todo o caminho e ao chegar no hospital, desço correndo do carro e tento entrar direto com ele, tentativa falha.

Rober pega a carteira do Luan na minha bolsa e vai até a recepção fazer a ficha dele. Me aproximo de umas cadeiras e me sento, pois sinto minhas pernas fraquejarem.

-tá bem?-Well se aproxima de mim todo preocupado
-não-sorrio triste-literalmente eu não estou bem-nego freneticamente-eu fui dormir e deixei ele achando que estávamos brigados, que eu estava com raiva dele e agora ele tá aqui e o meu maior medo é perde-lo-desabafo com ele-o que eu faço se eu perder ele Well? Eu não consigo continuar sem ele, eu não consigo-meu choro volta com tudo e o barulho dele ecoa pela recepção silenciosa
-pensamento positivo-ele me abraça de lado-você não vai perde-lo, ele é forte, ele vai resistir e vai ficar tudo bem
-isso ai-Rober se aproxima da gente-pensamento positivo, ele vai ficar bem

Choro ali entre os dois, que tentam me consolar, mas o único que pode fazer isso está lá dentro me causando preocupação.

-ah merda, fodeu-Rober diz chamando a minha atenção pra ele
-o que aconteceu?-pergunto preocupada
-alguém contou sobre o Luan pra algum fofoqueiro, já estão sabendo que ele está aqui porquê infartou
-ah meu Deus, meus sogros-abro minha bolsa e pego nossos celulares

Mari, Amarildo e Bruna já nos ligaram muitas vezes, no meu celular tem ligações dos meus amigos e família também, mas o que mais me preocupa são meus sogros. Eles estão inteiros, mas já são idosos e tem os seus próprios problemas de saúde.

Mesmo sem coragem pra falar, eu disco os números da minha sogra e coloco o celular no ouvido, depois de dois bipes, ela atende com a voz angustiada.

Ligação on 📲
- Oi-tento não chorar
- Oi? Cadê o meu filho Marina? O que aconteceu? Me diz que essas notícias são mentiras
- Não é mentira-tento não desmoronar-estamos no hospital, o Luan está sendo atendido
- Como foi isso?
- Depois que chegamos do show, conversamos um pouco, mostrei um vídeo que as crianças fizeram desejando parabéns pra ele, ficamos juntos por alguns minutos e eu fui dormir, estava em um sono bom quando senti minha coxa ser apertado com muita força, me virei pronta pra xinga-lo e vi ele pálido, branco feito papel, suando frio, com dificuldade pra respirar e com a mão no peito o que indicava que ele estava com dor, muita dor. Perguntei se a dor era como as outras e ele negou, eu percebi que era sério e que eu precisava trazer ele pro hospital pra poder salva-lo-resumo a história
- Como ele tá?-sua voz mal sai
- Eu não sei-minha voz também falha

Ficamos as duas em silêncio apenas chorando e compartilhando nossa dor.

- Estamos tentando ir praí-meu sogro que fala agora
- Rober tá aqui, ele conversa com o Léo e pede pra ele ir buscar vocês
- Se ele puder fazer isso eu agradeço, vôo só teremos amanhã
- Pra buscar os Santanas?-Rober que presta atenção na conversa pergunta
- Sim, fala com o Léo-respondo desviando minha atenção da ligação
- Vou fazer isso agora-ele levanta pra não atrapalhar minha conversa
- Rober tá falando com o Léo-aviso
- Já estamos prontos, a Bruna vai também
- Ok-voltamos ao silêncio
- Você acha que o Luan tá bem?-Marizete pergunta baixinho
- Acho, ele tem que estar bem. Sem ele eu não consigo Mari, se algo acontecer com ele eu nem sei do que sou capaz de fazer
- Não fala isso
- Sem ele não dá pra mim, sem ele não dá-si sincera e volto a chorar

Rober se aproxima com um sorriso contido e pede pra falar ao telefone. Dou meu celular pra ele e fico ali quietinha curtindo a minha dor.

Eu não esperava que isso fosse acontecer e isso esgotou todas as minhas forças, de todas as maneiras possíveis.

- Quer se despedir?-Rober estica o celular pra mim e eu pego
- Deu tudo certo?-pergunto curiosa
- Deu sim, logo estaremos ai contigo
- Vou esperar vocês
- Fica calma e seja forte por nós-Marizete suplica e eu limpo as minhas lágrimas que escorrem automaticamente
- Vou tentar-sou sincera, não sei se consigo tanta força, mas tentarei-beijo-falo pra encerrar a conversa
- Beijo-ela responde e eu desligo a chamada
Ligação off 📲

-força chegando pra você-Rober me abraça e eu fico ali aninhada nele

Algo passa pela minha cabeça e eu me afasto assustada. Assim como minha sogra viu na internet que algo, meus filhos também podem ver.

Ligo pro Mario e quando ele atende, eu desligo e mando uma mensagem.

"Por favor, tira o celular da Laura e o tablet das crianças. Não deixa eles assistirem nada no canal aberto. Me ajuda amigo!"

Espero sua resposta que vem seguidamente e com uma resposta positiva.

"Peguei tudo já, fiquei com medo deles verem algo sobre o Luan. Como ele está? Como você está?
Eu fiquei sabendo pela sua sogra, ela viu na internet as pessoas falando sobre uma matéria de um fofoqueiro, ela mandou um áudio no nosso grupo desesperada, eu fui conferir e lá estava. Eu já estava pronto pra te ligar quando vi seu nome na tela do celular."

Minha sogra descobriu da pior maneira, mas tenho certeza que isso foi instinto materno, porque a Marizete não é de mexer nas redes sociais, ela não é de ficar na internet.

O que aconteceu vazou tão rápido pra esses fofoqueiros, que tenho quase certeza que foi alguém do hotel que repassou a informação, porém estou tão destruída que não tenho forças nem pra averiguar a situação.

Respondo o Mario e fico alguns minutos conversando com ele. Eu o queria aqui, ele é uma das únicas pessoas que pode me confortar, mas ele está com meus filhos e eu não posso pedir que ele deixe as crianças com o Beto e venha.

Uma dor de cabeça toma conta de mim, eu odeio esperar, ainda mais quando não posso fazer nada de útil. Alguns longos minutos passam, até que escuto uma voz desconhecida.

- Família do Luan Rafael-um moço todo de branco diz, provavelmente é médico

Me levanto correndo e me aproximo dele, que me olha dos pés a cabeça.

-vai ficar me olhando ou vai dizer algo de útil?-pergunto irritada pelo seu olhar
-me acompanhe-ele sai na frente

Eu, Rober e Well o seguimos e só paramos quando ele para na porta de uma sala. Entro ali e vejo quatro médicos juntos, a cena me causa um arrepio por todo o corpo.

Aperto a mão dos meninos e o Rober me faz sentar em uma das cadeiras ali.

-então doutores, como está meu marido?-pergunto de uma vez








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Capítulo sem revisão de novo (essa frase já está gravada no meu corretor, toda vez que escrevo Capítulo o teclado já sugere todas as outras palavras kkkkkk)
♥️♥️♥️

6 comentários:

  1. A última batida já até sei que vai dar!! ( eu acho) ��

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  2. Não, não pode acabar assim, não quero quero que o nome faça sentido. ai vou chorar.

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  3. Você disse q já está acabando, vai ter outra fanfic?? Diz que sim pfv ��

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  4. "a ultima batida" não pode ser oq eu pensando 😭😭 não mata o Luan na fic,por favor??? 🙏🙏🙏

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  5. Se vc matar ele na fafinc, eu nunca mais leio suas histórias viu 😭😭

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