Marina
Minha pequena estava fazendo um mês, Luan que havia voltado a poucos dias a fazer show ainda não tinha chegado pro mêsversario da Mariana que será mais tarde, mas sei que dessa vez ele não perderá, quando foi o primeiro mêsversario da Laura ele perdeu e se culpou muito, sei que isso não se repetiria.
Laura já voltou pro colégio e com isso me deu mais tempo pra me desdobrar em duas, tento fazer a Mariana ficar acordada comigo pela manhã, assim ela dorme um bom tempo da parte da tarde e eu consigo dar atenção a Laura quando ela chega do colégio.
Estava eu tranquilamente na piscina de casa trabalhando pelo computador, quando o telefone toca. Segundos depois a Malu aparece com uma cara de preocupada.
-o que aconteceu?-pergunto já sentindo meu coração acelerar
-parece que a Laura quebrou o braço-ela estica o telefone pra mim
Ligação on 📲
-alô-falo já saindo da piscina
-senhora Marina?-a pessoa pergunta e eu concordo com a cabeça mesmo a pessoa não vendo
-sim, sou eu, o que aconteceu com a minha filha
-olá, aqui é a professora da Laura, estávamos na Educação Física, brincando de futebol, ela pisou na bola sem querer e caiu de mal jeito sobre o braço direito, ela não consegue mexer e disse que o braço está doendo muito, não posso dizer com clareza, mas acho que ocorreu uma lesão, já estamos levando ela pro hospital
-levem ela pro Hospital Samaritano, encontro vocês lá
-ok então senhora, traga os documentos dela
-ok, obrigada por avisar-tento parecer calma e desligo na cara dela
Ligação off 📲
-como ela tá? O que aconteceu?-Malu me segue apressada
-será que você pode largar o almoço, largae a casa ai e ficar com a Mariana pra mim?-pergunto preocupada com a minha filha, não quero levá-la pro hospital
-claro que sim, vai tranquila, tirou leite hoje?-pergunta subindo as escadas atrás de mim
-sim, tá na bolsa térmica, ainda deve estar quente, eu ia acordar a Mariana daqui alguns minutos, estava só terminando uma coisinha do trabalho, mas não faça isso, deixa ela dormir, se eu demorar muito, quando for umas onze horas você acorda ela e dá mamadeira, se eu chegar antes eu mesmo dou-entro no meu closet e pego a primeira roupa confortável que acho e sigo pro banheiro
-tá bom, quer que eu ligue pra alguém?
-pra Dai, avisa ela que a Laura sofreu uma lesão no braço e que se eu precisar dela, eu ligo, mas é pra ela tirar o dia de folga
-ok-ela sai e me deixa sozinha
Jogo apenas uma água no corpo já que eu estava na piscina, me troco rapidamente, escovo os cabelos e deixo eles molhados mesmo. Pego meus documento, os documentos da Laura e desço as escadas.
-Malu, estou indo-aviso da sala e escuto ela gritar um tá bom
Saío com meu carro e dirijo pelo caminho que eu conheço bem. Sempre que a Laura ficou doente, foi pro Samaritano que eu a levei, ou eles vinham até a minha casa. Eles são ótimos e deixa a criança tranquila com tudo.
Conecto meu celular no carro e ligo pro Luan. Chama, chama e cai na caixa postal, tento mais três vezes e nada, resolvo deixar um recado, pois sei que se eu não contar agora, ele vai ficar puto comigo, ele se preocupa muito com as meninas.
"Oi amor, acabei de sair de casa, estou indo pro Samaritano, ligaram do colégio da Laura e disseram que ela machucou o braço jogando bola na educação física, ainda não sei se foi só uma torção ou se realmente quebrou, mas assim que eu souber eu te aviso, beijo e até mais tarde!"
Encerro o recado e ligo pra minha cunhada que atende no terceiro toque.
Ligação on 📲
-oi piranhuda-ela diz e consegue me arrancar um sorriso
-que horas está marcado pra decoradora ir lá montar a mesinha do mêsversario da Mariana?
-tá marcado pras 10, por quê?-pergunta e eu solto um suspiro sabendo que provavelmente não estarei lá a essa hora, já que já são 09:30
-Laura está indo pro hospital, provavelmente quebrou o braço, estou indo pra lá também, mas não sei se as coisas vão ser tão rápidas-respiro fundo-tem como você ir lá pra casa receber a decoradora?
-meu Deus, como foi isso?-pergunta preocupada-e claro que tem como eu ir, vou me arrumar e tô indo já
-ah não sei direito, a professora que ligou disse que eles estavam jogando futebol, sem querer a Laura pisou na bola e caiu desajeitada em cima do braço
-ai meu Deus, desastrada igual aos pais-ela faz gracinha e eu dou risada-não vai ter sido nada demais, tenho certeza, mas pelo amor de Deus, me dá notícias quando chegar lá e diz que eu mandei um beijo e vou estar esperando ela na sua casa com um presente
-lá vem você mimar a minha filha
-tenho certeza que você vai mimar o meu moleque quando ele nascer, agora tchau e dirija com cuidado, não precisamos de mais ninguém machucado-ela diz com a voz ainda mais fina e eu apenas dou risada
-obrigada por tudo, beijos-encerro a chamada
Ligação off 📲
Chego no hospital depois de uns vinte minutos ou mais. Estaciono em uma vaga ali na frente e desço com a minha bolsa e o celular na mão.
Já na entrada dou de cara com a professora da Laura que anda pra lá e pra cá.
-cadê a Laura?-pergunto tentando parecer calma
-ela está com a diretora lá dentro, fiquei pra esperar você chegar, primeiro você precisa fazer a ficha dela aqui e depois eu te levo-ela aponta pra recepção
Sigo até lá e a atendente já me conhece, entrego a ela o cartão do plano de saúde da Laura, ela passa o cartão e em seguida me dá uma pulseira pra colocar na Laura e algumas etiquetas de acompanhante.
-obrigada-sorrio pra ela
Entrego uma das etiquetas a professora e seguimos hospital a dentro. Ela me guia pelo hospital até a parte de ortopedia e encontro a Laura sentada em uma cadeira chorando com uma tala no braço segurando pelo pescoço. Me aproximo depressa dela e me agacho na sua frente.
-o que aconteceu princesa?-pergunto preocupada e ela me abraça com a mão esquerda que não é a mão que machucou
-eu pisei na bola sem querer e cai em cima do braço-ela diz entre soluços-tá doendo-resmunga
-não chamaram ainda?-pergunto pra diretora e lhe entrego a outra etiqueta
-ela acabou de fazer raio-x do braço, o médico foi buscar e já está vindo-ela explica
-tá tudo bem agora-me sento ao lado da Laura e acaricio seus cabelos enquanto ela chora de dor, odeio quando ela se machuca e fica assim frágil-podem ir se quiserem, eu vou levar a Laura pra casa depois
-por ter machucado o braço direito que é o que ela usa pra fazer as coisas, provavelmente ela terá que ficar em casa por um tempinho, mas você me avisa e eu vou mandando todas as atividades pra você por e-mail e você pode ir ajudando ela
-claro-concordo
-as coisas dela estão aqui-a diretora me mostra a bolsa da pequena em uma das cadeiras ao seu lado-vou esperar o médico dizer se realmente quebrou e ai iremos
-ok-apenas concordo sem ter o que falar
O médico aparece com os raio-x na mão e nos chama pra sala, levo a Laura ainda abraça em mim e sento ela em uma das cadeiras. O médico coloca os exames em uma máquina e nos mostra o raio-x do braço, que não tá nada normal.
-houve uma ruptura aqui no punho oh-ele me mostra com o dedo-você é a mãe da pequena?-pergunta e eu concordo-teve mesmo uma fratura, mas não é tão grave, vou apenas mexer no braço e imobilizar, ok?-ele avisa
-ok-concordo sabendo que esse mexer no braço, vai doer nela e em mim que não aguento ver ela chorar
-mamãe o que vai acontecer?-pergunta chorosa
-ele vai colocar seu punho no lugar e vai imobilizar seu braço, vai colocar um gesso pro seu braço ficar parado
-vai doer?-faz um biquinho e eu olho pro doutor que se aproxima dela
-olha, eu não vou mentir pra você não, vai doer um pouquinho, mas eu vou te dar um remedinho pra não doer tanto tá bom assim?-ele pergunta simpático e ela concorda com a cabeça-você confia em mim?-pergunta pra ela e ela concorda novamente
-então tá, vamos ajeitar isso então
Ele para atrás da mesa, pega o telefone e fala baixinho com alguém, em seguida desliga.
-acho que só a mãe aqui é melhor pra ela-o médico fala com a diretora e a professora
-ah, tudo bem, já estamos de saída-Márcia a diretora é a primeira a levantar-Marina, eu sinto muito mesmo por tudo o que aconteceu com a Laura e tenho certeza que ela vai se recuperar rápido, qualquer coisa que vocês precisarem é só me ligar vou-ela diz simpática como sempre
-obrigada Márcia, mas foi uma fatalidade, ninguém teve culpa, não se preocupe-sorrio pra ela
-tchau Laurinha-ela beija a testa da minha filha
-tchau tia Márcia-ela diz se despedindo
-tchau Laura, fica bem tá-Jucilene, a professora dela se abaixa e fica do tamanho da minha filha-qualquer dia vou lá na sua casa fazer uma visita pra você tá?-ela faz a minha filha sorrir e só por isso eu já sou grata
-tá bom prô, beijo-ela se estica e beija a bochecha da professora
-tchau-dou um tchau coletivo e as duas saem nos deixando sozinhas
-já volto, uma enfermeira vai vim aqui dar um remedinho pra Laura, ela é alérgica á algum tipo de remédio?-pergunta anotando algo
-não, nenhum
-ok então-ele sai nos deixando sozinhas
-sua professora é legal?-pergunto, pois como ela já está em outro ano, mudou a professora e eu ainda não tive tempo de formar uma opinião sobre essa professora
-sim, ela me ajuda muito
-que bom-beijo sua testa
Sinto meu celular vibrar e pego ele na bolsa, Bruna acabará de me mandar uma mensagem.
"E aí Marina? Como está a Laura? Vai demorar aí?"-Bruna
Automaticamente sinto meu coração se apertar e respondo.
"Ela está parcialmente bem e não sei se vamos demorar, acho que não, por quê? Aconteceu alguma coisa?"
Demora um pouco, mas logo chega uma mensagem sua.
"Eu só queria saber mesmo, não se preocupa!!"-Bruna
Ela respondeu a mensagem, mas correu da minha pergunta, será que aconteceu algo?
A enfermeira entra na sala e eu deixo meu celular de lado. Ela toda simpática conversa com a Laura e aplica uma injeção no braço dela.
-prontinho linda-ela passa um álcool onde aplicou e em seguida sai
Volto a conversar com a Laura e ela toda manhosa vai respondendo. O médico volta a sala e chama a Laura até a maca que tem ali, ajudo ela a ficar sentada e seguro sua mão esquerda.
O médico tira a tala que estava no braço dela e pede pra ela esticar. Me sento ao lado da Laura mesmo sem permissão e deito a cabeça dela em meu ombro.
Nem eu olho, nem a Laura, só escuto um barulho, um tec, não tão alto. Olho pro médico e leio seu nome no jaleco, Antônio.
-pronto?-pergunto e ele concorda
-doeu muito Laura?-ele pergunta preocupado com a pequena e ela nega com a cabeça
-só um pouquinho-resmunga e ele ri da manha dela
A enfermeira volta trazendo tudo o que o médico precisa pra imobilizar o braço da Laura. Continuo ali sentada do lado dela enquanto oberso eles passarem o gesso.
-vamos colocar uma tipóia aqui viu mãe-ele fala comigo
-ok, vai ter que esperar um pouco?
-só alguns minutos o gesso já está secando e ai a gente coloca e vocês podem ir, vou fazer uma receita aqui com alguns remédios que ela vai tomar e também já vou fazer o requerimento pra um raio-x daqui algumas semanas e pro retorno aqui, tudo bem?
-tá ok, faz um atestado pra Laura levar no colégio
-faço sim
Esperamos ali juntinhas e o choro da Laura cessou aos poucos. Depois de colocar a tipóia nela, converso com o médico que me explica os horários dos remédios e a quantidade de tudo. Saío dali agradecendo por ele ter sido tão atencioso com a minha pequena.
Na saída do hospital passo pela recepção, marco tudo o que o médico pediu pra marcar e sigo com ela, na saída sinto alguns flashes na gente, mas ignoro. Guio a Laura até o carro e abro a porta de trás pra ela.
-tá doendo ainda?-pergunto ao me ajeitar no banco
-não, eu só tô com soninho
-então deita e dorme
-e o cinto?-pergunta manhosa
-vou com cuidado, não tem problema-me estico e tiro o cinto dela
Ajudo ela a deitar de um lado confortável e sigo o caminho. Antes de chegar em casa paro na farmácia ali perto e compro os remédios que o médico passou, volto pro quarto e continuo o nosso caminho.
Ao chegar em casa estaciono o carro na garagem, pego minhas coisas e as coisas da Laura, abro a porta de trás e aliso seu cabelo.
-acorda amor-falo baixinho pra ela que abre os olhos e boceja-chegamos, vem, você deita na sua cama e dorme mais um pouco
-tá bom-ela se senta e se arrasta até mim
Ajudo ela a descer e entramos em casa. Não encontro ninguém ali em baixo. Subimos juntas e escuto vozes no meu quarto.
Levo a Laura até o quarto dela, tiro o tênis do seu pé e ajudo ela a deitar. Cubro o corpo dela e depois de um beijo em sua testa, largo sua bolsa na poltrona e sigo pro meu quarto.
Ao entrar me assusto ao ver minha sogra com a Mariana no colo, a Malu perto do berço e a Bruna em pé ao lado da Marizete.
-oi gente, aconteceu alguma coisa?-pergunto preocupada
-a Mariana tá com febre e não quer passar, vamos ter que levar ela no hospital-minha sogra diz séria e eu me sento na cama cansada
-deu remédio?-pergunto e ela concorda-ok então
Me levanto e pego os documentos da Mariana e arrumo a bolsa dela.
-quer que eu leve? Eu posso ir-Marizete diz ao ver minha cara
-não, eu vou-sorrio de lado e ela apenas concorda com a cabeça-só deu febre?
-sim
-se tem febre, tem infecção, agora basta descobrir onde-suspiro
Pego meu celular e volto pro closet, tento falar com o Luan, mas novamente ele não atende. Resolvo deixar uma nova mensagem de voz e assim eu faço.
"Que porra Luan, acorda. Acabei de chegar com a Laura do hospital e ela quebrou o braço, agora estou indo pra pediatra da Mariana, ela está com febre e eu não sei o que ela tem. Quando decidir acordar, não me liga de volta, eu não vou atender, tchau!"
Respiro fundo antes de sair do closet e pego a Mariana. Descemos todas juntas e antes de seguir pra garagem eu paro no meio da sala.
-vocês podem olhar a Laura pra mim? Ela tá dormindo lá no quarto dela
-olho sim, fica tranquila-Mari responde pelas duas
-dá uma olhada lá na montagem das coisas-Bruna fala com a mãe dela que concorda-vamos?-me olha e eu nego
-não precisa-continuo negando e ela apenas revira os olhos
-não perguntei se precisa ou se me quer junto, eu disse vamos-ela é uma ridícula que me faz rir
-ridícula, te odeio-saío na frente e ela vem atrás
Abro o porta-malas e pego a cadeirinha da Mariana. Bruna me pede a chave e eu entrego pra ela. Ajeito a minha filha na cadeira e prendo com o cinto.
Penso em ir dirigindo, mas antes de entrar observo a Bruna ali sentada no banco do motorista, já de cinto e pronta pra dirigir.
-ei-chamo sua atenção
-você está nervosa, eu tô vendo, então eu dirijo, agora senta lá
-Bruna-tento começar uma discussão, mas ela apenas sorri pra mim e sei que não vai dar em nada, ela não vai desistir-ok-me sento ao lado dela
Pego meu telefone e ligo pra pediatra que avisa estar indo pro consultório nesse exato momento e que nos encontraremos lá. Fecho os olhos e deito minha cabeça no banco, se pelo menos o Luan me atendesse e dissesse que já está vindo eu ficaria mais calma, mas não, estou aqui "sozinha".
-calma, vai ficar tudo bem-Bruna diz e alisa minha perna
Apenas fico em silêncio sentindo algumas lágrimas escorrerem dos meus olhos.
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Capítulo grande? Temos 😏
Luan dorminhoco? Temos 🙄
Marina se virando nos 30? Temos 💁
Eu não revisando o capítulo? Temos 🤷😂
Marina A Típica Mãe Brasileira que Tem que se Desdobrar Em Mil Pra Ser Uma Só Ela é Mãe, esposa, dona de casa, Produtora, E Muito Mais!
ResponderExcluirP.S.: Marina é igual Bombril:“1001 utilidades”.