sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Capítulo 285 - Não seja injusto

Luan

Apesar de achar que Marina estava com drama, quando vi seu olhos fecharem e ela cair pro lado, corri até ela e consegui segurar sua cabeça antes dela bater ou no vaso ou no chão.

-Marina-chamo, mas ela não responde-faz isso comigo não Marina-me sento ali no chão segurando ela, também não estou em condições mentais

Me levanto com cuidado e levanto a Marina do chão. Levo ela até a cama e deito ela ali. Procuro meu celular e ligo pra minha mãe que atende rapidamente.

Ligação on📲
-fala filho, já estão brigando?
-não, Marina desmaiou, o que eu faço?
-dá um banho gelado nela que eu tô indo aí
-cadê a Laura?
-tá com a Vera
-tá bom
-aproveita e toma um banho também, seu pai me disse que você bebeu e que tá nervoso
-claro, você tá de prova
-foi um presente, ela não sabia, mas não vou discutir com você sobre isso, vai logo
-tá bom, tchau-encerro a chamada
Ligação off 📲

Tiro o chinelo da Marina, em seguida seu pequeno short jeans. Abro seu body e tento tirar com delicadeza, mas o negócio é muito colado no corpo.

Conforme vou tirando vejo que ela está com marquinha. Balanço a cabeça tirando meus pensamentos insanos, ela estava a horas atrás em um sanduíche humano com aqueles carinhas.

Termino de tirar sua roupa e fico de cueca. Puxo a Marina pra mim e ando até o banheiro, regulo a temperatura do chuveiro, abro o registro e entro com a Marina. Quando a água gelada toca seu corpo ela desperta meio groge.

-ei, você tá bem?-pergunto e ela nega com a cabeça-pra que beber tanto?-pergunto, mas ela não responde

Encosto sua cabeça em meu ombro e tomamos um banho juntos. Escuto o barulho da porta, mas permaneço ali, logo em seguida minha mãe abre a porta do banheiro e aparece na frente no box.

-ela acordou?
-acordou-levanto sua cabeça e ela olha pra minha mãe
-você não tá nada bem-escuto a Marina rir baixinho-trás ela pro quarto
-pega um roupão aí

Ela abre o armário e me entrega um roupão. Coloco na Marina e saío do banheiro com ela. Sento ela na cama e fecho seu roupão.

-vai tomar seu banho e eu cuido dela-Xumba me manda pro chuveiro novamente
-mas..-ela não quer saber
-sem mas, vai logo
-tá

Volto pro chuveiro e dessa vez tiro a cueca já que estou sozinho. Tomo um banho demorado pra tentar tirar todo o álcool do meu corpo, mas isso não acontece, só minha raiva que aumenta.

Saío do banheiro de roupão depois de abusar do tempo ali no chuveiro e observo a Marina deitada dormindo. Minha mãe sentada na beirada da cama me olha.

-ela dormiu, vai acordar só amanhã, ou de madrugada vomitando, você está melhor que ela. Promete que vai deixar a raiva de lado e que vai cuidar dela?
-prometo mãe
-então eu vou pro meu quarto, qualquer coisa me liga, não importa a hora e pelo amor de Deus, amanhã quando forem conversar, seja flexível
-boa noite-mudo de assunto e beijo sua testa-obrigada
-de nada

Ela sai me deixando sozinho. Coloco uma camiseta e depois de trancar o quarto me deito ao lado da Marina.

Olho o teto um pouco pensativo, eu odiei as fotos que recebi da Luiza e sei muito bem que isso foi ideia dela. Ela me disse que teria troco e eu não me toquei que era sobre isso que ela estava falando.

Me deito de costas pra Marina e fecho os olhos, não demoro a dormir, mas também não demoro a acordar. Marina acordou de madrugada vomitando e como prometi a minha mãe, cuidei dela, até ela adormecer novamente.

Foi uma madrugada turbulenta pra mim, fiquei com medo do que poderia acontecer com a Marina e mal dormi. Havia acabado de cochilar novamente, quando escuto alguém batendo na porta. Levanto e me arrasto até ela, dou de cara com a Luiza.

-estou puto com você, pode dar meia volta e sair daqui-tento fechar a porta, mas ela me impede
-não vou sair e não briga com ela, a ideia foi minha, ela não sabia de nada, inclusive ficou toda receosa mesmo com a presença deles lá-dá de ombros
-não quero falar disso com você sua traíra
-tá bom, mas eu vim avisar que vocês precisam ir
-ir pra onde?
-o último dia de vocês juntos sem estar casados
-Marina está ruim
-mas ela preparou tudo com tanto carinho, ela iria ficar muito chateada se não fosse como planejado
-vou acorda-la
-tá, vou esperar aqui-encosta na parede ali do lado
-traíra-fecho a porta em sua cara

Me aproximo da cama mesmo sem muito ânimo e me sento no cantinho.

-Marina-chamo baixo, mas ela nem se remexe-Marina-falo mais alto e balanço seu corpo
-oi?-abre os olhos lentamente
-Luiza disse que preparou o dia de hoje pra gente, vai querer ir ou quer que eu cancele?
-claro que eu quero ir-fica me olhando-você não quer?
-então levanta-me afasto da cama e me aproximo da mala
-não quer ir?-sua voz soa decepcionada
-vamos Marina
-não foi o que eu perguntei
-não questiona droga-me altero um pouco
-não sou surda-reclama

Pego uma peça de roupa na mala e sigo pro banheiro, aproveito pra trancar a porta, se a Marina quer entrar, ela que espere.

Depois de escovar os dentes, tomo um banho rápido sem lavar o cabelo, me visto ali mesmo e saío a procura de um sapato.

-sua mãe deixou algum remédio pra mim?-Marina pergunta antes de entrar no banheiro

Aponto pra penteadeira e ela se aproxima da mesma, pega o remédio e engole sem água. Espero ela entrar no banheiro, calço um chinelo que a Marina me deu e abro a porta, Luiza ainda está ali.

-que demora da porra
-nós vamos, tchau-encerro o assunto e volto a fechar a porta na cara dela

Esperava levar tiro nas costas que qualquer pessoa, menos dela que ficou toda boladinha quando viu que o Rober tinha contratado mulheres.

-bruto, homem das cavernas-escuto ela gritar na porta
-o que é isso?-Marina senta na cama de toalha
-sua amiga, aquela traíra
-quem?-parece não entender
-Luiza
-hum-resmunga

Arrumo umas mudas de roupa em uma mochila e deixo na cama. Marina faz o mesmo e para de frente pra mim.

-quer mesmo ir?-pergunta me olhando
-vamos?-desvio o assunto
-ok, ok-concorda

Marina abre a porta e a Luiza continua ali, elas conversam rapidamente e em seguida Marina fica me esperando. Pego meu celular e me aproximo dela a tempo de escutar a Marina brigar com ela.

-se eu não casar amanhã, a culpa é sua-diz visivelmente brava
-você vai casar sim é só se discutir e fazer as pazes
-até parece que não conhece o Luan-vejo ela revirar os olhos enquanto se vira pra mim

Tranco o quarto e ando até o salão, onde encontro minha filha comendo banana amassada com a Daiane, a babá.

Pego ela no colo, que faz um biquinho. Faço graça até ela finalmente rir pra mim, beijo todo o seu rosto e aperto ela em um abraço gostoso.

Marina aparece e faz o mesmo que eu, em seguida ela sorri e entrega a Laura pra Daiane.

-cuida dela?
-se sua mãe e a mãe do Luan deixar, eu cuido sim-ela nos faz rir
-se caso elas quiserem ficar com a Laura, pode deixar e vai curtir-ela avisa a Daiane que apenas concorda com a cabeça, sem ter opção
-beleza então-beijo minha filha novamente e seguimos pro carro que nos espera
-não briguem, se comportem e divirtam-se-Luiza diz antes da gente sair
-logo você vem dizer isso-reviro os olhos pra ela
-deixa de ser machista
-cala a boca que você é mais legal-fecho o vidro na cara dela
-Luan-Marina briga comigo e abre o seu vidro

Ela conversa rapidamente com a Luiza e em seguida se despede.

-podemos ir ou não?-pergunto tedioso
-podemos-ela concorda a contra gosto

O motorista ao entender nosso diálogo, liga o carro e começa a andar muito calmamente, aproveito o caminho lerdo pra fechar os olhos e tentar dormir um pouco, mas a Marina me interrompe.

-amor-ela chama manhosa e eu continuo de olhos fechados-me desculpa vai, vamos conversar

Olho pra ela e solto uma risadinha debochada.

-conversar? Quando foi a minha vez, você ficou mais de uma semana com a cara virada pro meu lado
-eu não sabia que tinha sido tudo ideia do Roberval e eu não sabia que você não sabia, mas você sabe que a culpa disso tudo é da Luiza
-quando chegar no nosso lugar a gente conversa-digo sem animo nenhum e ela suspira
-mas amor..-tenta retrucar
-quando chegar lá-encerro o assunto

Volto a fechar os olhos e até tiro um cochilo gostoso. Acordo com a Marina me chamando, olho pra ela e pra fora, percebo que chegamos.

-a gente já chegou faz uns dez minutos, mas fiquei com dó de te acordar
-hum-resmungo
-af-ela desce do carro e dou risada

Desço também e procuro o motorista que nos trouxe, mas não o encontro. Marina já entra na casa, que eu só consigo reparar agora. A casa não é grande, é uma casa pequena, porém algumas "paredes" são de vidro e dá pra ver o como ela é linda por dentro.

Pego minha mochila e fecho o carro, ando no caminho que a Marina acabou de passar e chego na casa. Ali da varanda consigo ver uma praia maravilhosa com águas verdes.

Olho aquela paisagem por alguns minutos e entro na casa, observo cada cômodo ali, a sala é espaçosa, tem uma tevê grande ali e eu percebo que existem cortinas para colocar onde as paredes são vidros.

-gostei dessa casa-sussurro

Ando por ela com a minha mochila, assim como a sala, a cozinha também é bem espaçosa, um balcão de mármore preto bem largo me faz imaginar algumas coisas, que eu trato logo de afastar dos meus pensamentos.

Continuo andando, abro uma porta e dou de cara com um quarto com cama de solteiro, provavelmente não é o nosso. Fecho a porta e ando pelo corredor, encontro outra porta, essa está aberta e assim que entro tenho a bela visão da Marina nua enquanto procura algo na mala.

-o que tá fazendo?-pergunto me sentando na cama
-caçando um biquíni pra poder ir curtir sozinha, já que você tá de birrinha
-birrinha Marina?-me estresso com ela-eu estou querendo meu espaço pra ficar em silêncio, pensar o que falar e não te chatear, já que vamos casar amanhã e eu não estou nada a fim de casar brigado, mas você está sempre com a razão né? Continue achando que você está sempre certa e vai curtir sozinha, você merece isso, porque eu não vou mais ficar aqui, não foi pra isso que eu vim

Pego minha mochila e passo pelo caminho que eu havia acabado de trilhar pra chegar no quarto. Antes de chegar no carro sinto meu corpo ser abraçado por ela.

-ok, eu tô errada, eu sei que eu tô, depois do que aconteceu eu tinha que ter deixado claro pra ela que assim como eu não queria mulher na sua despedida, não era pra ter homens na minha, mas eu fui injusta com você pelo mesmo motivo que você está sendo injusto comigo-me afasto e fico de frente pra ela que está pelada
-Marina-a repreendo olhando pros lados pra ver se não tem ninguém observando
-estamos sozinhos, podemos até transar aqui no capô do carro que ninguém vai ver-reviro os olhos pra ela
-minha despedida não teve mulher nenhuma, até o barman era homem. As mulheres que o Testa contratou foram um erro que foi resolvido antes mesmo de acontecer, já o seu..-ela me interrompe
-eu fui tão surpreendida, quanto você seria se a Luiza não tivesse descobrido a existência dessas mulheres. Se ela não tivesse descoberto, qual seria sua reação?
-de surpreso, óbvio, eu não sabia de nada
-eu também não sabia, e quando vi os jetskys se aproximando da lancha eu já fiquei surpresa, eu me desesperei quando eles subiram, ficaram entre mim e começaram a dançar-faço cara de tédio-teve alguém que filmou você pode assistir depois, eu só sabia falar de você, que você iria me matar, que eu iria ficar sem marido e que não era pra encostar. Eu fui injusta com você, eu sei que fui, mas não faça o mesmo que eu. Amanhã a gente vai se casar, e eu quero estar bem comigo e o principal estar bem contigo, não vamos estragar tudo por causa de um presente que eu achei desnecessário e que eu nem queria
-eu odeio a Luiza-dou o braço a torcer e ela percebe
-e eu odeio o Rober-dá de ombros-que casal de padrinhos que a gente foi arrumar em? Acho que eles estão torcendo contra o nosso casamento
-eu tenho certeza disso
-eu te amo e sou só sua, não dúvida disso
-eu não duvido, mas achei desnecessário aqueles caras, pra dar um deles precisa de dois eu, fiquei puto mesmo e ainda estou
-não fique puto comigo, seja puto comigo-entrelaça meu pescoço com seus braços pequenos usando uma das frases que eu já usei com ela
-você acha que só porque eu sou homem, tudo se resolve em sexo né?
-eu não acho que tudo se resolve em sexo, mas nesse caso..-diz sugestiva-por favor, não vamos brigar, eu já estou nervosa o suficiente
-eu já disse que vai ser tudo lindo como planejamos
-eu tenho certeza que sim-se estica toda pra me beijar, mas fico totalmente ereto e ela não consegue encostar sua boca na minha-vou desistir de fazer as pazes e ir pra praia-faz um bico fofo
-vai-dou de ombros como se não me importasse

Ela se afasta de mim, se vira e começa a andar, mas antes de estar longe, eu agarro sua cintura e a puxo pra mim, inicio um beijo lento, sentindo seu gosto de Tutti Frutti, graças a uma bala que ela estava chupando. O beijo se encerra depois de alguns minutos nos curtindo e dou risada da sua falta de fôlego.

-ainda bem que despedida de solteiro é só uma vez-ela sussurra
-sem brigas e você tem razão, essa situação merece acabar em sexo-puxo ela pra cima e automaticamente ela entrelaça minha cintura com suas perninhas
-te amo ursinho-beija meu pescoço me deixando mole





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Olá, casamento está chegando!
E esse casal treteiro kkkk
Não posso casar eles brigados né?
Então tá tudo love de novo ❤️

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