Luan
Dias e dias se passaram. Marina ficou concentrada com sua cerimonialista e com a nossa decoradora. Iremos nos mudar daqui duas semanas pra nossa casa, hoje e amanhã começaram e continuariam as pinturas e semana que vem a montagem dos móveis e decoração.
-quer fazer uma coisa legal?-chamo a atenção da Marina assim que ela passa pela porta
-nossa, eu acabei de chegar do estúdio, não mereço nem um oi?-faz drama e fecha a porta atrás de si
-quer fazer ou não?
-não buscou a Laura?
-não, ainda não, primeiro quero saber se quer fazer algo legal
-o que é essa coisa legal?
-é uma coisa legal
-o que é?
-quer ou não?
-quero-finalmente aceita-posso tomar banho primeiro?-se aproxima do sofá
-não, sem banho, mas vai ter que tirar essa roupa
-por quê?
-para de fazer pergunta-me aproximo e beijo sua boca-oi-sussurro quando o fôlego acaba
-oi-permanece de olhos fechados-o que devo vestir?
-vem cá-seguro em sua mão e puxo ela do sofá
-pera ai-pega a bolsa e o tênis que ela havia acabado de tirar
Subimos juntos até o quarto e vou direto pro closet. Procuro um de seus vestidos mais 'velhos' que ela usa pra ficar em casa e um chinelo qualquer. Pego uma bermuda e uma camiseta pra mim, um chinelo também qualquer e volto pro quarto.
-veste isso-entrego o vestido pra ela e troco minha roupa em sua frente
-o que tá fazendo? Pra que isso? Eu uso isso em casa, não dá pra sair
-veste logo sereia e para de questionar
-tá bom-tira o vestido que ela tava e veste o que eu dei-os meninos querem ir no seu programa de novo
-vamos no da semana que vem que é o último
-tá bom, mas dessa vez vou levar a Laura
-podemos fazer igual semana passada
-bebê, estamos abusando das nossas mães
-não estamos abusando, sua mãe e a minha às vezes fica com a Laura enquanto você tá no estúdio, só isso, elas amam a Laura, ela não dá trabalho nenhum-tento argumentar
-quando for terça que vem eu decido-encerra o assunto
Pego minha carteira e meu celular. Desço as escadas com ela me seguindo enquanto mexia ao celular, provavelmente avisando a mãe que iríamos demorar um pouquinho mais do que o costume.
Ando de pressa e no porta-chaves, pego a do carro e a da nossa nova casa. Marina está tão distraída naquele celular que nem percebe.
-vem-puxo ela pelo braço e ela sorri me acompanhando
Descemos até a garagem, mal entramos no carro e ela já me olha interrogativa, vem pergunta.
-não pode dar nem uma pista?
-pista de que?
-do lugar que vamos
-amor-faço voz de criança e ela sorri-cala a boca
-grosso-me mostra dedo
Ela volta sua atenção pro celular enquanto tiro o carro dali.
-ei-chamo sua atenção-como foi suas horas de trabalho hoje?-pergunto interessado no assunto
-foi maravilhoso, Marília tava aqui e ficou comigo o tempo todo, estamos preparando umas surpresas pros fãs dela-sua animação me atinge e eu gosto disso
-me conta-peço
Ela me contou tudo sobre o seu dia e só percebeu onde estávamos quando abri a porta da garagem subterrânea da nossa casa e deixei o carro ali.
-a coisa legal é aqui?
-sim, vamos-seguro seu rosto e beijo sua boca
-delícia
-depois, primeiro vem
Desço na frente e corro até o outro lado e abro a porta pra ela.
-cavaleiro-diz debochada
-fez as unhas quando?-olho sua mão toda delicadinha e as unhas toda pintadinha
-ontem-continua com aquele sorriso-você reparou-tomba a cabeça
-só estou com dó-dou de ombros
-dó por quê?
Puxo ela pra subir as poucas escadas até a casa e assim que entramos ela olha as paredes da sala toda surpresa.
-tá lindo-começa a andar pelo cômodo com os olhinhos brilhando
-tá do jeito que imaginamos-também olho tudo encantado
Cada cor foi escolhida a dedo por nós, tudo foi imaginado da melhor forma pra ficar realmente o nosso lar.
-já tô imaginando a nossa sala de estar, com os nossos sofás fofinhos e confortáveis bem aqui-ela para no ponto em que terá os sofás
-eu também, dessa vez não brigamos por causa da sala-mando uma direta e ela muito esperta finge não entender
-não entendi-revira os olhos pra mim
-hahaha, se faz de doida não
Pego meu celular no bolso e mando uma mensagem. Alguns segundos depois escuto a campainha.
-quem é?-Marina pergunta surpresa
-um amigo-pisco pra ela sem tirar o sorriso do rosto
Ando depressa até a porta e abro a mesma dando de cara com Alan, um amigo que me apresentaram a algum tempo, pensei em pedir ajuda pra um cantinho no escritório, mas acabamos mudando de ideia, entretanto ontem a noite tive uma ideia e resolvi colocar em prática.
-e aí cara?-cumprimento com um aperto de mão
-e aí, tudo pronto?
-sim, aqui sim
-aqui também-me mostra uma mochila grande nas costas
-então bora subir que a 'muié' tá ansiosa pra saber o que vamos fazer
-bora
Entramos e a Marina fica com aquela carinha de interessada pra saber quem é o amigo, já que ela nunca o viu na vida.
-amor esse é o Alan e Alan essa é a Marina
-prazer-ele estica a mão pra ela
-o prazer é meu-sorri simpática pra ele
Puxo a Marina pra andar na minha frente, ela sobe as escadas e eu vou atrás. Primeiramente paramos no quarto da Laura, as paredes em rosa bebê e creme estão lindas. Alguns lugares teriam papéis de paredes e outros ficariam daquela forma.
-aqui é a frase?-Alan chama minha atenção pra ele
-sim-me animo muito
-o que vamos fazer?-Marina pergunta curiosa
Alan abre a grande mochila e tira dali alguns moldes. Alan é um grafiteiro, aliás, um dos melhores. Marina ao ver ele tirar duas tintas spray da bolsa bate palminhas animada.
-eu vou fazer isso?-pergunta
-sim
-deixa eu ver-se aproxima e pega o molde com a frase "Pedacinho de nós"-eu amei isso-passa o dedo na placa-vamos fazer, me ensina-pede ao Alan que sorri concordando
-não pode encostar muito se não fica feio e borrado
-podemos tentar em alguma parede que ainda não foi pintada?-pergunta toda sem jeito
-sim, pode ser, tem alguma?
-os quartos não foram pintados, só esse-aviso
-então vamos pra algum de hóspede-Marina me puxa pela mão e o Alan nos segue
Foram algumas tentativas falhas até que a Marina começou a pegar o jeito do negócio e saíram alguns bem bonitos. Quando ela finalmente conseguiu fazer uns que ficaram lindo, finalmente fomos pro quarto da Laura.
Deixei a Marina fazer, ela estava tão animada com a ideia. Depois que ela fez e vimos que ficou perfeito, fomos pra as estrelas.
Na parede rosa do lado que ficará o berço, estava muito sem gracinha, resolvemos fazer algumas estrelas em prata, daria um pouco de destaque a parede.
Fizemos tudo ali e no fim, não só eu como a Marina tinha amado o resultado.
-vamos pro nosso?-chamo a atenção dela pra mim
-vamos fazer no nosso?
-sim, mas lá é diferente
-diferente por quê?-pergunta interessada
Abraço ela de lado e sigo até o nosso quarto, só uma parede está pintada também de creme. As outras provavelmente serão pintadas amanhã.
-o que vamos fazer aqui?-pergunta pro Alan
-isso é com vocês-ele tira dois canetão da bolsa e nos dá
-vamos escrever?-ela pergunta
-sim, vocês escrevem depois passo uma mão de verniz que não vai sair nunca dessa parede, a não ser que vocês pintem novamente-explica-vou esperar lá em baixo, quando terminar é só gritar-ele sai
-agora é com a gente-olho pra ela
-ok, mas o que vamos escrever aqui?
-palavras que nos fazem lembrar um do outro
-por exemplo?
Me aproximo da parede e escrevo SEREIA, ela sorri começando a entender.
-acho que entendi-pisca pra mim e se aproxima da parede
Observo ela escrever e quando ela se afasta, leio a frase CORREDOR DE HOTEL.
Sem nos conter caímos na gargalhada, se tem uma coisa que me faz lembrar ela é isso.
-você tem toda razão-aponto pra sua escrita-e eu amo sua letra
-também amo a sua
Ela volta a se aproximar e escreve AMOR, faço o mesmo e escrevo LAURA.
Sem dúvidas foi tão a gente fazer aquilo, aquelas palavras significa toda a nossa história.
Assim que termina, nos afastamos e olhamos toda aquela parede com palavras e palavras.
-se tivesse mais espaço eu poderia continuar até amanhã-ela diz toda sorridente
-eu também-confesso
-cada palavra é tão a gente-me olha
-juro que se o Alan não estivesse lá em baixo e se não tivéssemos que buscar a Laura eu faria amor com você aqui e agora
-faz
-não dá-grudo em sua nuca
-então vamos pra casa quero tirar essa tinta do meu corpo
-vamos sim, daqui a pouco e eu te ajudo
-que bom-pisca pra mim com um sorriso malicioso nos lábios
Fico a olhando por um tempo e me jogo em cima dela, fazendo a mesma deitar no chão.
-mudou de ideia?
-não, mas eu li a palavra beijo ali na parede e me lembrei que quase não nos beijamos hoje, será que mereço um beijinho?
-merece até dois-faz biquinho e levanta a cabeça colando sua boca na minha
-rapidinha você-encerro o beijo e ela sorri
-aprendi com você-sussurro baixinho
-agora sai de cima que quero o banho que me prometeu
-vou chamar o Alan-me levanto e paro na porta gritando o Alan
Segundos depois escuto ele subindo as escadas.
Ficamos observando ele que com toda prática que tem passa o negócio por cima do que havíamos escrito. Nada manchou, nada perdeu a cor, muito pelo contrário, o que ele passou em cima deu um baita brilho e destaque pra parede, ficou perfeito.
-e aí?-Alan pergunta depois de terminar
-tá ótimo, eu amei-Marina responde primeiramente
-que bom
Marina pega seu celular e tira algumas fotos da nossa parede, sai do quarto provavelmente pra tirar do quarto da Laura.
-ficou show de bola cara, vamos montar um estúdio na parte de cima, quero que você mexa lá, bola umas ideias legais
-vou bolar umas ideias e assim vamos nos falando
-beleza cara, brigada mesmo
Pego a carteira e tiro um dinheiro que havia separado.
-não precisa, tá louco, vim na parceria-ele fica sem graça
-eu sei que sim, mas não custa, você deixou tudo lindo
-nem fiz nada cara, vocês fizeram tudo-tenta negar
-mesmo assim, pega logo-estico o dinheiro pra ele
-ok então-aceita e eu sorrio animado-obrigada-estica a mão agora vazia
Fizemos um toque rapidamente e depois dele guardar tudo suas coisas, saímos do quarto e ficamos esperando a Marina que logo aparece.
Abro a porta da frente e me despeço do Alan. Volto pra perto da Marina e descemos juntos até a garagem.
-sabe o que eu tô sentindo?-ela diz assim que senta no banco do carro
-o que?-passo o cinto pelo meu corpo e começo a tirar o carro dali
-saudade-cruza os braços
-de quem?
-da Branca de Neve-automaticamente viro meu rosto pra ela
-por que eu fui vender?-me arrependo ao ver sua carinha
Me lembro dos nossos primeiros encontros que eu dei carona pra ela, em como ela ficava excitada apenas com o carro.
-também não sei porque vendeu-faz um biquinho
-vou comprar de volta
-não preci..-antes dela continuar eu interrompo
-vou comprar de volta-afirmo e vejo ela esconder um sorriso
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Oiii people 😊😊😊
PRÓXIMO POR FAVOR OBG ADEUS
ResponderExcluirQuero fazer isso no meu quarto
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