Capítulo 252 - De cabeça fria

Luan

Ouvi calado e furioso, mas não quero dar piti, eu não posso, mas aquela pulga, parece que trouxe algumas amigas.

Ela realmente me contou por mim, ou me contou por que tem algo mais rolando?

-por favor, fala alguma coisa, nem que seja pra me xingar e me culpar de algo-ela implora depois de esperar o meu silêncio por longos minutos

Abro os olhos e os direciono pra ela que assim como em palavras, ela implora com o olhar pra que eu diga algo.

-por favor-implora novamente

Respiro fundo e me ajeito no banco. Torno a ligar o carro e coloca-lo pra andar.

-droga-escuto a Marina resmungar e se jogar contra o banco

Ligo o rádio pra conseguir pensar e não agir como um idiota, mas só canta música romântica. Deixo a música tocando bem baixinha e dirijo concentrado.

Poucas vezes senti o olhar da Marina em mim pelo caminho. Assim que finalmente estaciono o carro em sua garagem, ela tira o cinto e salta do carro com pressa.

Observo um carro de luxo parado ali no estacionamento e não vejo ninguém. Já se passa da uma, provavelmente o cara está lá dentro.

-abre lá atrás pra mim-Marina para na minha janela e me olha triste

Desço do carro e abro a porta de trás pra entrar um ar pra Laura.

-vem cá-chamo a loira a minha frente e ela cruza os braços fazendo bico, mas não vem
-eu não queria brigar, eu juro que não, nem era preciso te contar porque é coisa de trabalho, mas eu contei justamente pra evitar isso
-não brigamos-falo sério e me aproximo dela
-mas você ficou em silêncio, silêncio não é bom-vejo uma lágrima escorrer e abro um sorriso
-é sério que tá chorando?-toco seu rosto e limpo a lágrima que escorreu e todas as outras que escorreram depois-sua menstruação tá chegando né!?-ela concorda fazendo bico-eu fiquei em silêncio sim, mas era porque eu não queria fazer nada de cabeça quente, eu quis pensar e agir com a razão, aliás razão essa que você tem, é sobre o seu trabalho, você não tem que me dizer nada, mas mesmo assim disse-dá de ombros-obrigada por contar e não brigamos, nem vamos brigar tá?
-tá bom-continua de bico
-sorri pra mim-aliso seu rosto e assim ela faz-tá tudo bem sereia-beijo sua bochecha e levo minha boca até sua orelha-mas me prometa que não vai ficar sozinha com ele-escuto ela soltar uma gargalhada
-prometo neném, o Mario que faz todo esse procedimento de contas, de gerenciamento, contabilidade, eu não sei dessas coisas, então eu nunca poderia fazer isso sozinha e mesmo que eu pudesse, eu não faria, acho que ele realmente quer o que é seu, mas é seu e ninguém mais tem-me afasto e sorrio pra ela

Pego a Laura e entrego pra ela. Pego suas coisas e sigo com ela até o estúdio. Ao entrar logo depois dela, dou de cara com aquele homem, há outros dois ao seu lado, mas que não a olhou direito. Agora o Izac, de cara vejo seu olhar logo na minha menina e no sorriso dela direcionado a Laura.

-boa tarde-chamo sua atenção pra mim e ele tenta não parecer assustado, mas falha totalmente
-boa tarde-responde

Mario se levanta e pega a Laura no colo. Levo as coisas da Marina pra grande mesa de madeira e deixo ali.

Cumprimento todo mundo do estúdio e por último o Mario que se comporta feito homem. Ele sempre faz isso na frente de pessoas que não conhece, olho ele mais uma vez e assim que a Laura sorri ele vira uma menininha.

-só é homem até pegar a Laura no colo-faço piada no ouvido dele e ele ri se recompondo
-cala a sua boca-se afasta de mim e senta no sofá
-preciso ir-grudo na cintura dela-provavelmente quando chegar se você se atrasar de novo, eu já vou ter ido, então preciso dizer que te amo-ela sorri
-também te amo-se estica toda e inicia um beijo

Sua mãozinha pequena cobre nossas bocas para que ninguém veja as manobras que nossas línguas fazem.

Encerramos o beijo depois de ouvir alguém pigarrear.

-ok, agora preciso ir, antes que o Dudu feche as portas pra mim
-duvido-me responde toda doce
-vou deixar um presente lá em casa pra você tá?
-o que é?
-quando ver saberá, agora deixa eu ir que eu não quero te atrasar mais-roubo um selinho rápido-tchau princesa-falo com a minha filha e depois de vários beijinhos nela, me despeço de todos e saío dali

Quando sinto o vento bater em meu rosto eu suspiro profundo, um alívio por estar longe daquele cara me faz ficar aliviado.

Estou inseguro, odeio como aquele cara olha pra ela, eu queria ficar, mas não posso fazer isso, não posso demonstrar a ele que tenho medo dele conseguir o que quer, fora que eu confio na mulher que eu tenho, sei que ela é minha e que nada nem ninguém pode mudar isso.

[...]





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