sexta-feira, 29 de junho de 2018

Capítulo 351 - Nascer

Marina

Eu já sabia que nada seria fácil, se com as minhas meninas foi difícil, imagina dar a luz a dois bebês.

Eu senti dores, dores desconfortáveis, dores que me tiraram o sono na noite passada e isso me causou medo. Será que eu conseguiria dar a luz aos meus gêmeos?

No parto das minhas meninas eu não sofri dessa forma, a única coisa que eu sentia eram dores no quadril e quando as contrações vieram de verdade, foram questão de uma ou duas horas, até eu estar fazendo força pra chegada das minhas meninas.

Dessa vez as contrações resolveram vir antes e me fazer chorar durante a noite todinha.

-vamos ao hospital, doutor Ricardo está nos esperando-Luan diz saindo do closet já pronto e com um vestido qualquer pra mim

Mordo os lábios sem conseguir respondê-lo e sinto minhas lágrimas caírem pelos meus olhos. Que dor!

-consegue levantar?-ele pergunta e eu nego sabendo que nesse momento de contração, não conseguirei

Faço sinal pra ele esperar e faço força conforme a contração me aperta.

-tá doendo muito?-ele pergunta e rapidamente se corrige-foi uma pergunta idiota, desculpa, é que estou nervoso-ele diz visivelmente nervoso
-esses bebês não estão encaixados-a Doula que a Marina escolheu diz nos olhando-a equipe já está no hospital né?-pergunta aparentemente tranquila
-sim-Luan lhe responde-Ricardo tá indo pra lá também, eles estavam só esperando um sinal
-então vamos, vai ser melhor pra vocês-ela me tranquiliza e eu choro, não foi o que eu imaginei pro parto do meu casal
-vamos?-Luan pergunta pra saber o que eu quero
-vamos-sussurro pra ele que sorri aliviado

Luan mesmo se aproxima e por eu estar de calcinha e top, ele me ajuda a colocar o vestido por cima.

Ele sai do quarto desesperado e nos deixa ali. Olho pra Júlia, minha Doula e ela sorri tentando me acalmar.

-eu queria parto normal-choramingo
-eu sei que sim, mas ficar aqui, fazendo forças não vai adiantar, já tentamos de tudo e eles não querem encaixar, é melhor deixar o desejo de lado e pensar na saúde de vocês, né?-ela alisa meu rosto
-sim-sussurro

Minha mãe e minha sogra que foram fazer um chá pra mim, voltam e me olham vestida.

-vai pro hospital?-minha mãe pergunta e eu concordo com a cabeça-graças a Deus-ela sussurra aliviada e eu sorrio triste-não é o que você queria né?-ela senta ao meu lado
-não-nego tristonha
-eu sei que não era o que queria, mas agora temos que pensar no melhor pra vocês três
-eu sei

Luan volta afobado e me olha pensativo.

-já desci as bolsas pro carro, vamos?
-cadê minhas meninas?-pergunto preocupada
-a Malu e a Dai estão ai, elas vão ficar com as meninas, fica tranquila-Marizete me tranquiliza
-vocês vem?-Luan pergunta pras duas
-sim, vamos com vocês, seu pai e o Cido vão nos acompanhar-minha sogra responde
-você vem?-pergunto pra Júlia que sorri concordando
-vem-Luan me pega no colo com muita dificuldade e delicadeza-pode morder, beliscar, qualquer coisa-ele diz sendo fofo como sempre e eu apenas concordo com a cabeça dando um sorriso de lado

Descemos todas juntas e encontro meu pai e meu sogro parados perto da porta. Assim que me vê, meu sogro abre a porta e o Luan sai com cuidado.

Sinto uma contração chegar e solto um grito fazendo força, é inevitável. Afasto minhas mãos do Luan pra não machuca-lo e quando chegamos no carro, ele me senta no banco da frente, automaticamente me contorço toda.

Minha sogra senta no banco do motorista e o Luan fica só olhando.

-senta atrás e faz massagem nela-ela diz toda mandona e ele nem ousa contrariar

Júlia, minha mãe e o Luan se sentam atrás e sinto as mãos do Luan em meu ombro fazendo uma massagem relaxante, mas que pouco consegue me relaxar.

Júlia vai me incentivando a respirar devagar, vai me dizendo coisas boas pra que eu relaxe e aos poucos volto a me acalmar.

O caminho é rápido, graças á falta de trânsito. Mal chegamos e como nas outras vezes, a equipe do hospital já me esperam do lado de fora com uma cadeira de rodas.

Luan desce rapidamente do carro e se aproxima de mim, abre a porta e fica me olhando respirar fundo.

-tá tendo contração agora?-pergunta e eu nego-vou te pegar-ele avisa antes de passar o braço pelos meus joelhos

Ajudo ele a me levantar e em seguida ele me senta na cadeira de rodas.

-olá, tudo bem? Doutor Ricardo está esperando você, vamos lá?-uma enfermeira diz toda simpática
-vamos sim-concordo-avisa o Mario, as meninas-peço pra minha mãe que concorda mostrando que está com meu celular
-pode ir, eu ajeito tudo-Marizete diz ao Luan que está afobado sem saber o que fazer
-a bolsa tá no porta malas-ele avisa
-você vem?-pergunto pra Júlia que sorri concordando
-podemos?-o enfermeiro pronto pra empurrar a cadeira pergunta e eu apenas concordo com a cabeça sentindo uma contração

Sigo hospital a dentro de mãos dadas com o Luan, algumas pessoas ali olham ele surpresas, mas nenhuma tem tempo de chegar até nós.

Finalmente chegamos na sala de pré parto e o Luan me ajuda a ficar de pé sem precisar que ele me pegue no colo. Me sento na maca com a ajuda dele e me deito.

-olá, marcamos o seu parto pra semana que vem-doutor Ricardo aparece sorridente-os bebês não encaixaram?
-pelo jeito não-sussurro
-vou ver como estão as coisas-ele avisa

Uma das enfermeiras aparece com uma aparelhagem e se aproxima. Luan mesmo ergue meu vestido e em seguida sinto um gel na minha barriga.

-não preciso nem aprofundar a ultra pra saber que eles não encaixaram, na verdade eles nem viraram, continuam sentadinhos como estavam na última ultrassonografia-ele avisa fazendo sua avaliação

Um novo aparelho é colocado em minha barriga pra medir os batimentos dos meus bebês e eu me sinto tranquila ao saber que está tudo correndo bem.

-faz tempo que tomou banho?-o Doutor pergunta e eu nego
-ela tomou faz menos de uma hora
-tudo bem então, tem algum pelo na virilha?-pergunta e novamente nego
-lisinha como sempre-Luan diz me fazendo rir-opa, desculpa-fica sem graça
-então ok, vamos nos preparar e você vai se preparar também, Luan..-ele se vira pro meu marido
-vou assistir-ele responde antes mesmo do Ricardo perguntar
-te levo-um enfermeiro sorri pra ele que concorda e fica me olhando
-pode ir, a Júlia tá aqui e logo nossos pais vão entrar também, fica tranquilo-sorrio tranquilizando ele
-ok, nos vemos daqui a pouco-ele diz todo carinhoso e sai

Uma das enfermeiras que ficou no quarto com a gente, já procura minha veia e coloca um acesso. Com ajuda dela e da Júlia, eu fico nu e visto a camisola que me deixa com a bunda de fora.

-vai dar tudo certo né?-converso com a Júlia que está agarrada a minha mão
-sim, vai dar, logo estarão os dois agarrados aos seus peitos-ela me faz rir

Meus pais como eu já imaginava aparecem e ficam me mimando. Quando minhas contrações vem, eles fazem caretas, principalmente o meu pai, que faz biquinho fofo.

Uma enfermeira que havia saído pra ver se posso ir pra sala, aparece novamente e o meu medo do desconhecido aumenta.

Ela espera minha contração passar é me ajuda a fica em pé. Me senta na cadeira de rodas e eu rapidamente me despeço de todo mundo que me deseja boa sorte.

Chegamos na sala de parto e á tantas pessoas ali, mais do que o normal, são tantos braços que eu já não reconheço ninguém. Sou deitada em uma maca e sou ligada a algum aparelho que não sei qual é. Alexandre o anestesista, me vira de lado e me dá uma injeção nas costas um pouco dolorida.

Luan aparece vestido com roupa de hospital e pronto pra ver nossos bebês nascerem.

A trilha sonora dos nossos pequenos começa a tocar e eu vou relaxando.

-É a hora esperada, vamos nos conhecer
Vou olhar em sua alma e amar-te ainda mais
Agora quero ver você nascer
Agora somos eu e você
Vamos nos preparar
O momento vai chegar
O momento vai chegar
O momento vai chegar
Nascer...-nossas vozes se juntam cheias de amor
-tá escutando?-Luan senta em um banquinho ao lado do meu rosto
-tô-confirmo sorrindo pra ele
-é a hora esperada, vamos nos conhecer-ele canta junto com a música e eu apenas sorrio agarrando sua mão

Doutor Ricardo aparece sorridente e me avisa que vai começar o procedimento. Toda a sua equipe médica está ali e eu me sinto 100% segura.

Graças a um pano na altura do meu peito, eu e o Luan não conseguíamos ver nada, apenas escutamos a nossa música e os médicos conversando animados. Na verdade do pescoço para baixo, eu não estava sentindo nada, mas sei que essa sensação não irá durar por tanto tempo, acho que por isso que eu quis tanto novamente ter um parto normal.

-te amo-Luan sussurra no meu ouvido e eu sorrio sem forças

Esperamos ansiosos por um choro e quando escuto o primeiro, choro feito uma boba.

-é a Manu-doutor Ricardo avisa, mas por ser uma gravidez de dois, eu não recebo meu bebê tão rapidamente quanto as outras
-cadê? Quero vê-la-peço
-espera, eles precisam ver se tá tudo bem-Luan diz, mas percebo que também está preocupado
-Matheus chegou-o Doutor diz e eu volto a sorrir entre lágrimas
-vai ver se tá tudo bem-peço ao Luan, mas antes que ele possa levantar e sair uma mulher me traz um dos bebês, de cara sei que é a Manuela
-essa é a menina-a mulher diz e eu a reconheço como uma das pediatras que ficou responsável pelos meus bebês
-nossa Manu-Luan diz olhando a mulher colocar a pequena em meus braços
-você é tão linda meu amor-beijo sua testa e escuto ela chorar, me fazendo fazer o mesmo
-linda, linda-Luan passa a mão em seus cabelos loiros e ralinhos-ela é a sua cara-ele diz olhando os traços da pequena
-aleluia, alguém nasceu se parecendo comigo-sorrio pra ele que concorda tão emocionado quanto eu
-Matheus na aérea-o meu pequeno chega com uma outra pediatra e elas ajeitam ele em meu outro braço

Ele automaticamente começa a chorar e quando encosta sua boca em minha pele ele suga me mostrando que está com fome.

-você é lindo meu amor, mamãe esperou tanto pra ter você-converso com o pequeno que começa a se esticar todo enquanto tenta de todas as formas sugar o meu seio
-pode dar de mama?-Luan pergunta
-sim, precisamos deles fortes, né mãe?-a pediatra diz e eu concordo, ela mesma chama uma enfermeira que me ajuda a colocar meu mamilo na boca do pequeno
-dói?-Luan pergunta e eu nego
-é por causa da anestesia-a moça me responde


Manuela fica quieta, apenas resmungando e eu também lhe amamento um pouco, mas não dura tanto tempo. Luan os pega e fica alguns minutos com os pequenos, mas Logo meus bebês são levados e o Luan se prepara pra sair.

-agora deu né?-converso com ele sobre a quantidade de filhos e nós rimos
-talvez-ele diz pensativo e eu nego com a cabeça
-eu não vou ser aberta de novo, você vai ter que fazer vasectomia-deixo avisado
-eu faço-ele concorda muito rápido e eu lhe olho curiosa-sei que é reversível e se você mudar de ideia ainda teremos chance de fazer mais-pisca pra mim e eu dou risada
-você não tem jeito né?
-você sabe que não-ele beija minha testa e em seguida minha boca-tô indo, mas te espero no quarto
-ainda teremos muitas noites em claro-pisco pra ele
-vai ser incrível-ele se levanta e sai e eu fico ali naquela mesa sem sentir o meu corpo, mas com a sensação dele estar pesado








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Olá bebês, tudo bem? Tô bem!
Vim aqui postar esse capituruzinho pro cêis.
Eu também nunca tive bebê cesária, então se ficou ruim, me sorry ❤️

2 comentários:

  1. Iti malia aaaaaaaaaaaaaaaaaa os bebês já nasceram aaaaaaaaaaaaaaaaaa ti coisa mar lindaaaaa! SZ quero mais capitulooooo, sério mesmo! Mulher, tu escreve bem demais cara. Eu sou apaixonada nessa fica.. Vou ler ela de novo :D
    E continuaaaaaaa logo, rápido, pra ontem! ;)

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