Luan
-e ai?-Marina pergunta apressada quando os médicos aparecem
-deu tudo certo, o procedimento ocorreu bem, agora estamos esperando ela acordar
-podemos vê-la?-Maju pergunta
-só uma pessoa, vamos deixá-la descansar
-ela não sofreu nada com o acidente?-pergunto preocupado
-não, só um corte superficial na testa e um no braço
-que bom-falo baixo
-vai lá Marina, vocês que trouxeram ela pra cá, vocês estão bancando tudo, você tá ai toda preocupada-Maju fala com a Marina que nega com a cabeça
-eu vim pra ter certeza que eu não a perdi, que ela tá bem, você é a filha, está ainda mais preocupada que eu, eu jamais poderia tirar esse momento de você-Marina diz cautelosa-eu preciso ir ver minhas filhas, eu tô grávida de novo e preciso relaxar um pouco, porque estou muito nervosa, vai lá, eu vou pra casa, mas assim que ela acordar liga pra gente e eu venho correndo dar um bronca nela-Marina diz emotiva
-tem certeza?-ela pergunta pra Marina que sorri entre lágrimas
-tenho toda certeza do mundo, mas por favor, não me deixa sem notícias
-jamais-ela nega também chorando-obrigada por ser muito mais que apenas uma patroa pra minha mãe, obrigada mesmo, vocês são incríveis, me faltam palavras pra agradecer-ela abraça a Marina, mas também me olha
-não precisa agradecer, fizemos por amor a ela-sorrio pra ela que retribui
Me levanto e me despeço do Vinícius primeiro, espero as duas se largarem e a Maju se levanta também me abraçando. Logo nos afastamos e a Marina gruda na minha mão.
-vamos?-pergunto pra ter certeza e ela concorda
-vamos
-não esquece, qualquer notícia, qualquer hora, por favor, nos liga, mal vamos dormir preocupados precisamos ter certeza que tudo tá bem
-qualquer coisinha mínima que seja, ligamos pra vocês-Maju nos deixa despreocupados
Saímos da sala de espera que estávamos e andamos de pressa pelo corredor pra caçar a saída. Algumas pessoas me olhavam, mas andávamos tão rápido que elas mal tinham tempo de me pedir pra parar.
Quando finalmente saímos, foi tranquilo, entramos no carro no estacionamento e trancamos tudo.
-graças a Deus ela não morreu-Marina desabafa-eu estava com muito medo, muito mesmo, eu não quero perder ninguém que eu amo
-e você não vai perder
-está se cuidando né? Tá fazendo dieta e exercícios né?-pergunta agora ainda mais preocupada
-sim, estou me cuidando, não se preocupa
-me preocupo sim, me preocupo e você sabe o porque-diz alterada e volta a ter uma crise compulsiva de choro
-eu sei amor, mas calma, eu estou me cuidando, tá tudo bem-puxo ela pra um abraço
-promete?-ela soluça
-prometo, eu juro, eu tô me cuidando
-Tá bom-ela se afasta-vamos pra casa, quero ver minhas filhas, ter certeza que tá tudo bem
-ok, mas se acalma, também tem dois filhos nosso aqui-aliso sua barriga-e você tem que ficar calma pra ter certeza que está tudo bem com eles também
-eu já tô calma-ela finge e dá uma respirada funda, acabo rindo
-você como atriz é uma ótima produtora viu-beijo sua bochecha
-bobo-ela também ri e eu me sinto feliz por conseguir fazer isso-vamos pra casa
-vamos pra casa-concordo
Saio dali e dirijo pelas ruas, até finalmente chegar em casa. Abro o portão da garagem, guardo meu carro ali e desligo o mesmo.
Olho pra Marina e a encontro dormindo. Tiro uma mecha de cabelo que cai sobre seu rosto e fico namorando seu rosto por alguns minutos.
Tiro o meu celular do bolso e olho a hora, três e meia da manhã, eu não pensei que tinhamos ficado tanto tempo assim no hospital, mas agora olhando a hora, percebo que sim.
Saio do carro com a bolsa da Marina. Coloco do lado do meu corpo e ando até o lado dela. Abro a porta, coloco um de meus braços na parte de trás dos seus joelhos e o outro em suas costas. Levanto ela e ajeito sua cabeça em meu pescoço.
Fecho a porta do carro com o pé e ando com ela pela garagem. Subo as poucas escadas que dão em direção a casa e ao chegar no sala encontro meus pais, Bruna, Testa e a Luiza.
-vou colocar ela na cama e já desço-aviso e todo mundo concorda
Subo as escadas uma por uma e logo chego no corredor dos quartos. Assim que paro na porta do nosso quarto, abro a mesma com o pé e ando devagar até a cama, deito a Marina ali delicadamente e ela não acorda. Tiro seu sapato, cubro seu corpo e deixo ela ali dormindo.
Desço as escadas novamente e me sento ao lado da Bruna, todo mundo fica me olhando, esperando por uma resposta.
-por enquanto tá tudo bem, ela teve que fazer cateterismo e quando saímos ela estava dormindo, graças a Deus o acidente só causou uns ferimentos superficiais
-graças a Deus-minha mãe diz aliviada-podemos ir visitar ela amanhã?
-acho que sim, a filha mais velha dela ficou lá e pelo jeito não vai arredar o pé, ela disse que quando a Malu acordasse ela avisava pra gente ir lá visitar
-vamos ficar aqui e amanhã vamos juntos-meu pai avisa
-obrigado por fazer tudo rápido, ela precisava do cateterismo com urgência-agradeço tanto a ele quanto ao Testa
-e a Marina? Como ela tá?-Bruna fica preocupada
-agora ela ficou bem, mas ela chorou demais, ficou nervosa, se culpou pelo acidente
-se culpou por quê?-minha mãe pergunta curiosa
-a Malu falou pra gente que ia embora, porque não estava bem, a Marina insistiu pra pedir um carro no aplicativo pra ela ou pra que eu a levasse, mas a Malu não quis e a Marina se sentiu culpada, diz ela que se tivesse insistido mais nada disso teria acontecido
-ela não tem culpa da teimosia da Malu
-não mesmo-confirmo, mas depois que a Maju filha da Maria conversou com ela, acho que ela entendeu que não tem culpa
-que bom
-mas tem um problema-coço a nuca sem jeito com a situação
-qual problema?-minha mãe me olha preocupada
-a Marina sabe que a Malu não está bem, que está na hora dela parar e viver de verdade, Marina vai fazer de tudo pra Malu se aposentar e vamos ficar sem alguém pra ajudar aqui
-a Tânia pode vim pra cá, ela é incrível, mas vocês precisam mais dela que a gente-minha mãe se prontifica
-eu ia justamente pedir isso-dou de ombros e ela ri
-fica tranquilo, vou conversar com ela e se ela topar, claro, ela vem ajudar vocês
-obrigada mãe-me estico e beijo sua bochecha-Malu vai fazer falta
-eu sei que sim, mas também tenho certeza que ela não vai sair daqui
-eu também tenho certeza-dou risada e solto um bocejo-vou subir pra dormir também, amanhã cedo a Marina combinou de ir na ginecologista com a Hellen e eu tenho certeza que ela vai mesmo com tudo o que aconteceu e eu sei que ela vai me acordar pra ir junto, pra ir na Malu depois de lá-me levanto
-vamos subir também-meu pai puxa minha mãe do sofá
-nós vamos pra casa, mas qualquer coisa avisa-Testa diz
-fica ai gente-chamo eles pra ficarem
-não, a gente vai pra casa, mas qualquer coisa pode ligar-ele responde
-obrigada cara-me aproximo dele e faço um toque de mãos
-como eu disse, só chamar-ele se despede e os dois se vão
-obrigada por olhar as meninas piroca-puxo a Bruna do sofá depois de trancar a porta e abraço ela de lado
-de nada, amanhã fico com elas também, é só me acordar
-não vai trabalhar?
-não, a família é minha prioridade e a Malu é da família-ela diz emotiva e eu beijo o topo da sua cabeça
-obrigado-aperto ela no abraço
Subimos todos juntos, aviso meu pai que só os quartos no terceiro andar estão vazios e entro no meu quarto. Marina continua dormindo tranquilamente.
Coloco seu celular pra despertar no horário de sempre, tiro a calça e me deito ao lado dela. A minha mulher ainda se aconchega em mim antes de eu dormir.
Sinto alguém me balançando fortemente e desperto rapidamente, abro os olhos e encontro a Marina.
-vou na Malu, você vai?
-claro que sim, mas você combinou de ir no médico com a Hellen
-já fui e já voltei, a consulta estava marcada pra sete e meia, levei a Laura pra escola e já fui direto, cheguei de lá agorinha
-que horas são?
-nove horas amor
-Maju ligou?-me sento na cama
-sim, a Malu acordou, está com um pouco de dificuldade na fala, mas particularmente tá tudo bem
-graças a Deus-suspiro tirando um peso das costas
-seus pais já estão esperando, aliás, eu tenho certeza que vi eles irem embora
-quando chegamos do hospital eles estavam aqui, você tava dormindo
-entendi, mas vai se arrumar logo-ela diz sem paciência
-tô indo-me levanto e roubo um selinho dela-já arrumei alguém pra ficar no lugar da Malu-sigo pro closet pra pegar uma roupa
-já?-ela faz um bico
-não fica assim, é pro bem dela
-tá bom-ela dá de ombros-quem vai ficar no lugar?
-a Tânia-aviso meio receoso
-ela vai ser só nossa ou vamos ter que dividir com a sua mãe?
-só nossa
-graças a Deus-Marina comemora-pelo menos é alguém da família
-que bom que gostou
-eu amei, agora só preciso fazer a parte ruim
-qual?
-falar com a Malu-faz careta
-vai dar certo-passo confiança
-vai sim-concorda
[...]
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Olaaaaaaaa! Vocês queriam me matar pela demora ao saber se a Malu tava bem ou não né?!
Mas ai está a resposta, POR ENQUANTO tá tudo bem, mas eu posso muito bem encarnar a Shonda de Grey's 🤷😂
Amo vocês tá, não me matem tá 😂❤️
http://boundlessloveluans.blogspot.com.br/2017/11/capitulo-um.html
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