Luan
Marina sai do quarto levando seu celular e sua bolsa e eu fico um pouco mais ali, me martirizando por ter dado uma bobeira dessa. Eu devia ter pelo menos contado, mas não era o momento certo, estávamos passando pela crise com a Laura, não achei que estava na hora de jogar uma decisão dessas no colo da Marina.
Calço a minha bota e pego meu celular jogado na cama. Amanhã teria uma reunião, mas esse não seria o assunto, mas agora com certeza será, mando uma mensagem pro meu pai que me liga no segundo seguinte.
Ligação on 📲
-fala pai
-por que não atendeu?-pergunta desconfiado, provavelmente pra ver se a Marina mentiu ou não
-levei a Marina e a Laura pra andar de helicóptero, cheguei cansado da viagem e acabei dormindo, nem vi que ligou, só acordei quase agora porque a Laura me chamou pra poder me arrumar pra ir jantar
-vão jantar fora?
-sim, sempre que eu chego fazemos as mesmas coisas, resolvi levar minhas meninas pra jantar fora
-que bom, mas então, eu liguei pra falar da reunião de amanhã
-sei que não tem nada a ver com o que combinamos pra reunião, mas será que dá pra colocar a mudança pro Rio em pauta?
-quer mudar alguma coisa?
-Marina descobriu sozinha sobre a mudança e está me odiando, ela disse que não vai mudar que é pra eu ir sozinho, lógico que eu não vou, mas quero achar uma solução pra conciliar as coisas, eu já fechei o contrato, não posso simplesmente quebrar, mas podemos chegar a um acordo
-Luan-ele me repreende
-minha carreira já não é o mais importante pra mim pai, a minha família é, a prioridade sempre vai ser elas, não importa a situação, vamos fazer o que eu disse, vamos arrumar uma solução, ou infelizmente terei que quebrar o contrato
-não, tá doido? A multa é milionária
-eu não me importo com dinheiro, mas se não quer que isso aconteça, por favor, coloca em pauta e vamos discutir sobre isso
-tudo bem Luan, traz a Marina, assim resolvemos o que ela prefere e vocês ficam bem
-vou tentar falar com ela, já que nem a minha voz ela quer ouvir
-dá seu jeito, nada de estressar ela, ela está grávida
-eu sei disso, foi eu que fiz-nós dois rimos
-papai-Laura me chama da porta e eu viro a minha atenção pra ela-mamãe mandou você descer agora se não ela não vai mais pra lugar nenhum
-tô indo-me levanto da cama-pai, vou desligar antes que eu leve mais esporro
-vai lá e juízo
-pode deixar, até amanhã-encerro a chamada antes mesmo dele responder
Ligação off 📲
-o que você fez?-Laura pergunta me olhando curiosa
-por quê?
-a mamãe tava chorando e eu acho que é sua culpa-ela cruza os bracinhos
-desculpa princesa, mas isso é conversa de gente grande
-é né? Mas quando eu fiz a mamãe chorar você brigou comigo, agora você fez ela chorar e eu vou brigar com você-ela diz séria e eu me controlo pra não rir
-vou pedir desculpas pra mamãe e nunca mais vou fazer ela chorar, tá bom assim?
-tá ótimo-ela sorri e sai na frente
Pego minha carteira e ando atrás dela, ao chegar na sala, Marina se levanta do sofá limpando o rosto.
-bebê-tento fazer ela falar comigo
-podemos ir?-ela nem me olha
-por favor
-não me faz fazer isso na frente da Laura-ela se vira furiosa
-isso o que?
-discutir com você
-tá bom, quando voltarmos então?
-tá-ela concorda mesmo sem querer
Pego a chave do carro e sigo com elas até a garagem, Marina prende a Laura atrás e se senta no banco do passageiro. Respiro fundo e entro no carro também, ela nem olha, apenas se concentra no seu celular.
Ligo o som e dirijo escutando minha filha contar uma história de um amigo que tá vendendo uma rifa pra comprar uniforme novo.
-me dá dinheiro papai, a mamãe vai dar
-dou sim, me lembra quando a gente volta seu guardo na sua mochila
-eba-ela comemora-sabia que a mamãe comprou uniforme pro meu amigo?
-ela comprou?-pergunto por perguntar, pois não estou surpreso dela ter essa atitude, ela é sempre boa
-comprou sim, vários
-que bom, mamãe é sempre boa né?-falo e sinto o olhar furioso da Marina em mim
-ás vezes-Laura faz graça e quando a Marina se vira pra encara-la, ela desembesta a rir-tô brincando linda-ela elogia e a Marina sorri feliz
Demoramos um pouco mais do que imaginamos pra chegar no restaurante, mas assim que estaciono, já dou de cara com o Well me esperando ali fora.
Marina desce do carro rapidamente e abre a porta de trás, ajuda a Laura a descer e se aproxima do Cirilo, sem me esperar.
Pego minha carteira, meu celular, desligo o carro e desço atrás delas.
-você também já tava esperando faz tempo?-pergunto enquanto ando ao seu lado
-sim, até estranhamos, você nunca atrasa quando tá com a Marina
-dessa vez eu fui o motivo do atraso Well, me desculpa-ela se estica e beija a bochecha dele
-sem problemas, sempre existe uma primeira vez
-não quando se trata de mim, mas o importante é que vou comer-ela sai na frente puxando a Laura ao ver uma das mesas maiores com os nossos amigos ali
-brigaram por quê?-Well pergunta já entendendo que algo aconteceu
-ela descobriu sobre a mudança pro Rio e está puta porque eu não fui capaz de dizer nada pra ela
-eu avisei-ele diz debochado, realmente ele avisou que daria briga-vocês são uma família, tinham que decidir essas coisas juntos, aposto que ela nem está brava porque você vai ter um programa e tal, mas sim porque não informou, não planejou as coisas com ela
-eu sei que é isso, vou tentar consertar, só não sei se vai dar certo, mas vou tentar
-boa sorte-dá um sorriso irônico
Me sento ao lado da Marina assim que chegamos na mesa e seguro sua mão, mas ela solta, relaxo o corpo e deito minha cabeça na curva do pescoço da Marina, que nem com toda força do mundo, consegue me desvencilhar.
-por favor amor, não faz assim, eu vou resolver tudo, vou consertar as coisas, me desculpa por isso, eu devia ter conversado, devia ter te envolvido nisso, mas eu não queria estressar você com esse assunto, enquanto a Laura fazia os shows de ciúmes dela
-aqui não-ela diz séria
-promete que quando a gente chegar em casa vamos conversar?
-eu não deveria nem estar trocando palavras com você Luan, mas ok, mais tarde, depois que a Laura dormir
-eu te amo-tento amolecer seu coração
-tira a cabeça dai-ela pede irritada
-não tiro
-Luan, vou desistir de conversar com você
-tá bom-me indireto
Resolvi deixa-la em paz até que a gente possa conversar e resolver a situação. Gui puxa a minha atenção e dos meninos ao começar a falar de pesca, combinamos animadamente de ir pro Pantanal e todos concordaram, tudo o que eu preciso agora é uma folga na agenda.
O jantar poderia ter sido melhor se eu não tivesse feito merda e a Marina não estivesse brava, mas até que foi uma noite agradável. Resolvi nem beber, já que quando resolvi pedir um drink, a Marina só faltou me fuzilar com os seus lindos olhos verdes.
Chegamos em casa, já se passa da meia noite, Laura dormiu no colo da Marina depois de comer sua sobremesa e resolvemos ficar um pouco mais, já que ela já não estava mais correndo pelo restaurante, agora na hora de voltar, ela continuou dormindo, só que no banco de trás do carro.
-pode deixar que eu pego ela-aviso a Marina assim que estaciono na garagem
-tá-concorda sem reclamar e sai abrindo a porta dos fundos
Marina some pra cozinha e eu subo as escadas com a minha filha no colo. Deito ela na cama, tiro seu sapato, seu vestido e visto o pijaminha nela. Cubro ela e ligo o ar, Laura acostumou com esse trem e agora não consegue dormir sem, quero ver um dia que ela precisar dormir em alguma amiguinha que não tem um trem desses.
Beijo a testa da minha pequena e desço as escadas atrás da Marina, encontro ela jogada no sofá, acariciando a barriga de olhos fechados.
-podemos conversar agora?-me aproximo dela que nem os olhos faz questão de abrir
-espera um pouco-ela diz pausadamente e eu apresso meus passos até ela
-o que foi? Tá sentindo alguma coisa? Tá com dor?
-estou-ela confirma ainda sem me olhar
-quer que eu pegue um remédio? Quer que eu suba você, pra você deitar na cama? Quer que eu ligue pro médico?
-me aguenta?-ela finalmente abre os olhos
-claro que sim-nem espero a confirmação dela
Passo um dos meus braços por trás dos seus joelhos e o outro pelas suas costas. Ela se agarra em mim e eu me levanto com ela no colo.
Subo até o nosso quarto, abro a porta com o pé e deito ela delicadamente na cama.
-obrigada-agradece e volta a fechar os olhos enquanto acaricia a barriga
-não quer um remédio?-pergunto preocupado
-por enquanto não, espera um pouco, se não passar eu tomo alguma coisa
-foi por culpa minha?-pergunto um pouco nervoso, foi eu que a estressei, e eu sei que estresse faz mal
-o quê?-ela abre os olhos e me encara
-eu irritei você, te estressei, te deixei triste, eu não queria isso, mas mesmo assim eu fiz, é por isso que está sentindo dores? Por minha causa?
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Capítulo mais ou menos, mais ou menos, mas tirei um tempo do meu dia corrido pra escrever algo pra vocês e principalmente pra vim dedicar esse capítulo para a minha querida Vacuda, que está comigo faz tempo, que me acompanha desde a Te encontrei e que hoje/ontem está ficando velhinha gagá, pois ela fez 79 anos, apesar de ter um corpinho do tamanho de 10 kkkk 🤷
Obrigada por tudo Vacudinha, te love u! ❤️
Marina não deu uma brecha pro pobi do Luan tentar se explicar né KKKKKKKKKKK Marina é mau. Com esse mal estar q ela teve aí no finalzinho do capítulo, Luan agora vai ficar se culpando.. Em parte sim, ele tem culpa. Mas só em uma parte. ;)
ResponderExcluirContinue, por favor! Quero saber o q vai se suceder aí.. ;)
Continua por favor!
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